Jonathan Edwards não era homem!

Atualmente tem sido propagada a ideia de que masculinidade bíblica é sinônimo de muita barba, braços musculosos, linguagem ofensiva, falar palavrões, urrar, e esfregar uma peça de churrasco nos próprios bigodes.

Pois bem, por estes padrões, o pastor puritano congregacional e filósofo estadunidense, Jonathan Edwards, não era realmente um homem bíblico. As razões são muitas:

1. Edwards odiava palavrões e entendia que as advertências bíblicas contra os pecados da língua (e.g. “palavras torpes” – Ef 4:29) ainda eram vigentes para os crentes de hoje:

“Resolvi que, sempre me esforçarei para manter e revelar todo o lado benigno de todo semblante e modo de falar em todas as circunstâncias.” (Resolução 66)

“Que haja sempre algo de benevolente toda vez que eu fale.” (Diário, 17 De Agosto, 1723)

2. Embora andasse à cavalo diariamente como uma forma de praticar exercício físico, Edwards não era um homem musculoso. Alguns biógrafos (e.g. Murray, Lawson) afirmam que esse pastor era um homem magro (cerca de 50 quilos), de voz fraca e aparência pálida (como é visto em pinturas da época). Além disso, sem barba.

3. Edwards detestava o agir de forma grosseira. Procurava ser moderado no falar, buscando a gentileza e afabilidade cristãs. Como um pecador falho e necessitado da graça, é certo que nem sempre ele obtinha êxito neste intuito, mas isto acontecia a despeito da sua vontade. Ele não fazia propaganda de um postura rude, pronta para chocar, e agir como um animal:

“Supondo que nunca existiu nenhum indivíduo neste mundo, em nenhuma época do tempo, que nunca haja vivido uma vida cristã perfeita em todos os níveis e possibilidades, tendo o Cristianismo sempre brilhante em todo o seu esplendor, e parecendo excelente e amável… eu resolvi agir como se pudesse viver essa mesma vida, mesmo que tenha de me esforçar no máximo de todas as minhas capacidades inerentes e mesmo que fosse o único em meu tempo.” (Resolução 63)

Sendo assim, o que fazia de Edwards alguém com a real masculinidade bíblica? A resposta:

1) Ele vivia a vida comum do lar. Criando os seus 11 filhos nos caminhos do Senhor; ensinando-os pela Bíblia no culto doméstico e mantendo fidelidade à mesma mulher, Sarah Pierrepont, até o dia da sua morte.

2) Foi expulso de sua própria igreja simplesmente por fidelidade bíblica. Coragem bíblica, não mera falta de educação e grosseria.

3) Permaneceu no anonimato, pregando entre os índios de Stockbridge. Um tempo onde só Deus via e conferia o homem que ele se tornara.

4) Piedade na vida devocional e no trato para com os seus opositores, uma contínua decepção consigo mesmo e com sua santidade imperfeita.

A vida de Edwards falava mais alto que os seus escritos. Pecador, muito falho, porém, um HOMEM no sentido bíblico da palavra. No entanto, para os estereótipos do “machão” do nosso tempo, Jonathan Edwards não era homem o suficiente.

Por: Evandro Junior. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Original: Jonathan Edwards não era homem!