Um blog do Ministério Fiel
A liberdade do Discipulado
Quando adolescente, eu olhava para a fé cristã como restritiva e opressiva. Temia que o modo de vida cristão fosse escravizador, me ligando a uma vida de miséria. Assim, eu vivia aguardando pelo tempo que conseguiria escapar da supervisão dos meus pais e seguir para uma vida de liberdade na universidade.
No entanto, graças a Deus, durante o último ano do ensino médio, descobri que o que eu pensava ser liberdade era na verdade escravidão, e o que eu pensava que seria escravidão era, de fato, verdadeira liberdade, a liberdade do discipulado. Cheguei à conclusão de que, à parte de Jesus, não há verdadeira liberdade, apenas escravidão ao pecado.
O homem foi criado por Deus para governar a terra, para aproveitar o mundo material para a glória de Deus e benefício do homem. Mas quando o homem se rebelou contra Deus, ele se viu sob o domínio da criação, em vez de exercer domínio sobre ela. É isso que experimentamos na escravidão dos vícios. O homem se torna escravo de seus próprios desejos. Ele se torna escravo do pecado. O homem natural está preso ao pecado.
Essa foi, é claro, uma das principais ênfases dos reformadores ao recuperar o evangelho da graça soberana de Deus. Martinho Lutero, em seu trabalho The Bondage of the Will (Nascido Escravo – Editora Fiel), destaca esse ponto com grande clareza. O homem natural não é livre, mas escravo do pecado. Ele não pode agir de outra forma. Ele deve ser libertado do poder do pecado que o prende. Essa é a liberdade do discipulado.
Jesus disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (Jo 8. 31–32). Somente quando nos submetemos ao senhorio de Jesus e nos tornamos seus discípulos é que experimentamos a verdadeira liberdade. Ele quebra o poder do pecado em nossas vidas e nos concede liberdade sob seu governo benevolente. Tornamo-nos livres para ser o que ele nos criou para sermos – seres cheios de alegria indescritível à medida que lhe obedecemos e cumprimos os propósitos para os quais ele nos criou.
É quando, então, nos tornamos mais livres. Não é a falsa liberdade da anarquia, mas a verdadeira liberdade que é experimentada quando vivemos a vida para a glória de Deus, como discípulos de Jesus. É isso que o apóstolo Paulo nos diz em Romanos 6.20–23. Quando nossa escravidão ao pecado e à morte é quebrada pelo poder da graça de Deus em Jesus, nos tornamos os escravos (discípulos) de Jesus. É uma servidão jubilosa, pois Jesus trata seus discípulos como filhos e filhas. De fato, entramos na jubilosa alegria dos filhos de Deus.