Um blog do Ministério Fiel
Considere a morte para pensar melhor a vida
A cada ano que se encerra, somos naturalmente levados a pensar sobre nossas decisões, realizações e projetos. Desistimos de uns, mantemos outros, reajustamos alguns. Tal reflexão não deveria ser feita somente na virada de ano. Contudo, o marco de um longo período de tempo que fica para trás (afinal, 365 dias é bastante tempo), nos estimula a esse exercício. Portanto, encorajo o leitor a uma reflexão pessoal: qual tem sido o critério que você utiliza para se auto avaliar e buscar novas diretrizes?
A Palavra de Deus nos diz em Salmos 90.12: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”. Em outras palavras, o que o salmista está dizendo é que para agirmos com sabedoria durante a vida, precisamos manter em mente que a morte é uma realidade inevitável.
É interessante como a presente geração evita esse assunto, vivendo como se fossem imortais. Todavia, é certo que “a cada dia que passa, estamos mais perto do fim” – apesar de que clichês são geralmente superficiais, alguns carregam certo grau de sabedoria, e este é, certamente, um deles. Lembro também de ouvir minha avó dizendo: “para morrer, basta estar vivo”. Isso não significa que devemos viver desesperados a cada instante, mas compreender que nossa vida é limitada.
Salmo 90.10 diz: “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos”. Assim, sabemos que mesmo se não tivermos a vida abreviada pela tragédia de uma doença ou de um acidente, dificilmente cada um de nós viverá por um século, e, ainda, os que chegam a essa longevidade, têm de aprender a lidar com cansaço e enfado. Passa rápido, nós voamos! “O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como a sombra que passa.” – Salmo 144.4; e “Toda a carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor”- I Pedro 1.24.
É tolice querer viver a vida toda como se nunca fosse envelhecer e morrer, continuar se portando como um adolescente quando não mais o é, ou como um jovem adulto quando já cruzou a barreira da meia idade. Isso é característica de “homenino”, aquele tipo de homem que de maduro só tem os cabelos brancos, mas cujo comportamento denuncia a estupidez. Vale também para as mulheres. Quantas “mulherninas” vemos por aí exibindo-se nas redes sociais de balada em balada e afastando com um comportamento fútil oportunidades de se tornarem virtuosas e sábias. Cada idade carrega as responsabilidades próprias de um estágio da vida. Evitar essas responsabilidades nada mais é que tentar negar a inevitabilidade da morte.
Seja no ano novo, ou em qualquer período do calendário que tivermos de passar por uma autoavaliação e tomada de decisões, o correto é dar à morte o peso de importância que ela tem, a fim de remir o tempo e não desperdiçarmos o dom da vida que o Senhor nos concedeu. Que as palavras de Salomão em Eclesiastes 7.2 ressoem como um grande conselho de sabedoria: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração”.