Um blog do Ministério Fiel
Yoga é pecado?
Transcrição do áudio:
Um dos nossos ouvintes, enviou a seguinte pergunta:
“Pastor John, como um profissional da saúde, estou interessado nos benefícios de práticas orientais como o Yoga e o Tai Chi por causa dos benefícios que oferecem para a saúde. Um cristão pode praticar esse tipo de coisa que tem raízes do misticismo com a consciência tranquila?”
A primeira coisa é que há duas maneiras de abordar questões sobre as práticas da vida. A primeira é a que chamo de “abordagem minimalista” da santidade e da piedade, e a outra é a maximalista.
Em outras palavras, no primeiro caso, a pergunta típica é: “O que há de errado com isso?” E a pergunta se aplica aos filmes, à música, etc. As crianças frequentemente perguntam aos pais: “O que há de errado com isso?” E a outra abordagem não é perguntar o que há de errado, mas é perguntar se me fará mais parecido com Cristo, se é algo que me deixará mais dedicado a Jesus, se me deixará mais poderoso e cheio do Espírito Santo, se minhas orações serão mais eficazes por causa disso, se eu serei mais corajoso para testemunhar, se me deixará mais fraco, se contribuirá para que eu tenha mais discernimento espiritual sobre os caminhos de Satanás no mundo, se me ajudará a juntar tesouros no Céu, se me ajudará a encontrar alegria em Deus e em tudo o que ele é para mim em Jesus.
São duas maneiras de lidar com a vida. Eu posso maximizar minha piedade e minha santidade, aproximando-me de Deus ou eu posso simplesmente tentar fazer o máximo de coisas possíveis sem explicitamente cair no pecado. Com isso, minha intenção não é sugerir que sempre que você lida com uma atividade questionável,
você precise optar pela renúncia depois de refletir sobre as coisas dessa maneira. Eu só quero que as pessoas
aprendam a lidar com essas questões com uma grande paixão pela piedade, e que não pensem somente em termos minimalistas. Essa é a primeira coisa que eu queria falar.
A segunda coisa é que tanto o Yoga quanto o Tai Chi – com base no pouco que eu sei e no pouco que eu pesquisei – tem suas raízes em cosmovisões orientais e essas raízes são profundamente antagônicas ao entendimento cristão de Deus e da maneira que ele opera no mundo. O Yoga é para o corpo o que o mantra é para a boca. Uma explicação diz que, no mantra, “a pessoa tem que entoar uma palavra ou uma frase até conseguir transcender sua mente e suas emoções e, no processo, é possível descobrir e alcançar a supraconsciência”. Então, é o uso de uma palavra como mantra para alcançar a supraconsciência. Em outras palavras, os exercícios de Yoga fazem parte desse tipo de repetição verbal e filosofia sobre a maneira de se mover física, emocional e intelectualmente em direção a essa supraconsciência.
Então, o Yoga foca em uma harmonia entre a mente e o corpo. O Yoga deriva sua filosofia de uma crença metafísica indiana. A palavra “Yoga” vem da língua sânscrita e significa “fusão” ou “união” e o objetivo final dessa filosofia é alcançar um equilíbrio entre mente e corpo e alcançar algum tipo de iluminação através do mantra e determinados tipos de exercícios físicos e posturas meditativas. Para alcançar esse objetivo, o Yoga faz uso da respiração, da postura, do relaxamento e da meditação – para alcançar uma vida equilibrada, saudável e alegre. É assim que é descrito em muitos lugares da internet.
Então, se você for no site do YWCA Minneapolis, uma ONG americana, e clicar em “aulas de ginástica”, há 22 referências ao Yoga: “Yoga para iniciantes”, “Yoga para pessoas com esclerose múltipla”, “Yoga para jovens”, “dança e Yoga para jovens”, “Yoga para todos”, etc.
O mesmo se aplica ao Tai Chi, mas com menos intensidade. O Tai Chi tem raízes religiosas e metafísicas chinesas e, segundo uma definição, “Entende-se que o Tai Chi é o mais alto princípio, do qual toda a existência procede – o supremo absoluto”. Esse é o significado de “Tai Chi”. O supremo absoluto cria o yang e o yin… O movimento gera o yang e quando sua atividade chega ao limite, transforma-se em tranquilidade e, através da tranquilidade, o supremo absoluto gera o yin.
Quando a tranquilidade chega ao limite, há um retorno para o movimento e o movimento, a tranquilidade e a alteração se tornam a fonte do outro. As transformações do yang e a união do ying produzem tudo e esses, por sua vez, produzem e reproduzem, o que faz com que o processo nunca tenha fim. É mais ou menos o que eu
aprendi em minha pequena pesquisa.
Os cristãos têm uma cosmovisão radicalmente diferente da visão de mundo moldada pelo Yoga ou da visão de mundo moldada pelo Tai Chi. Nossa maneira de enxergar a história, de enxergar a Deus e de entender o que é o bem-estar é radicalmente diferente.
No Cristianismo, progredir em direção à inteireza se dá através de um Deus que se comunica de maneira inteligível através da língua por meio de uma pessoa, Jesus Cristo, que se torna plenamente humano e fala de maneira inteligível para a mente, não anulando a mente, que através de sua morte e ressurreição, objetivamente prevalece contra um Satanás real, contra uma culpa real diante de Deus através de uma real mensagem do evangelho a nosso favor, de uma vez por todas, na história, fundamentada em eventos históricos, através de uma compreensão consciente dessa mensagem em nossas mentes, através da fé em Cristo, pela habitação do Espírito Santo, através das promessas que foram compreendidas e cridas, através da alegre meditação sobre essas promessas objetivas, através da transformação do Espírito Santo, através de palavras objetivas que são inteligíveis enquanto meditamos e progressivamente nos tornamos semelhantes a Cristo ao contemplarmos a glória dele na Palavra e no evangelho, através de obras práticas que nos levam a ajudar outras pessoas e através de uma vida de transformação para a piedade e para a vida eterna em que Deus é a nossa alegria para sempre.
Isto é o Cristianismo. É totalmente diferente do tipo de cosmovisão que está por trás das práticas meditativas – físicas, emocionais e intelectuais – que fazem parte do Yoga e do Tai Chi.
Considere a visão cristã sobre a saúde e sobre o corpo. Se você perguntar, “O que isso tem a ver com o corpo?
O que isso tem a ver com os exercícios e com coisas que fazemos com o corpo?”, eu responderia que a visão cristã sobre a saúde do corpo é uma visão disciplinada e realista que tem as seguintes características:
1. Nós somos seres caídos e estamos sob uma maldição, uma maldição física, intelectual e emocional sobre toda a criação e, por isso, todos morreremos.
2. Nós ressuscitaremos dos mortos se tivermos fé em Jesus e essa é a saúde que, em última análise, almejamos ter. Nós teremos um corpo, uma alma e uma mente perfeitamente saudáveis nos Novos Céus e Nova Terra, depois da ressurreição, e essa é a nossa glória, essa é a nossa esperança.
3. Enquanto isso, nossa natureza exterior está “se definhando”, mas a nossa natureza interior “se renova de dia em dia” (2 Co 4.16).
4. “O exercício corporal para pouco aproveita”, como diz Paulo, “mas” o exercício espiritual “para tudo é proveitoso” (1 Tm 4.8), da maneira que eu descrevi há um minuto.
5. Nós não devemos desnecessariamente causar danos aos nossos corpos, que são o templo do Espírito Santo, e nós devemos buscar utilizar os nossos corpos da melhor forma possível nos objetivos que Deus nos deu. Então, a saúde física é maravilhosa, mas não é o objetivo. É um meio de alcançar objetivos muito maiores, mas também não é o mais importante, pois há outros meios que são mais importantes do que ter um corpo super em forma.
6. É possível que alcancemos os nossos maiores objetivos através da morte, arriscando as nossas vidas e contraindo ebola, malária ou cegueira dos rios em alguma atividade missionária. Nós não buscamos o bem-estar físico como a coisa mais importante. É um objetivo útil, mas é secundário, pois é um meio de alcançar algo maior e há situações em que precisamos intencionalmente arriscar as nossas vidas por amor de outra pessoa.
7. E a última coisa seria que qualquer atividade física que começa a substituir a busca por santidade e o serviço sacrificial, no qual às vezes é necessário dar a própria vida, provavelmente está começando a ser tratada como uma religião. Parece-me que o Yoga e o Tai Chi já se identificaram assim através do próprio nome. Eles já levantaram a bandeira. Eles levantaram a bandeira da cosmovisão oriental através dos próprios nome, “Yoga” e “Tai Chi”.
Então, na minha opinião, ao me esforçar para maximizar em vez de minimizar a minha busca pelos objetivos de Deus e pela prosperidade da minha própria alma, eu seguiria por outro caminho e buscaria outro tipo de exercício.