Um blog do Ministério Fiel
O poder Majestoso do Trino Deus na ressurreição de Cristo
Escrevendo aos efésios, o apóstolo Paulo tomou como paradigma do poder de Deus, o que o Pai operou em Cristo o ressuscitando, fazendo-o assentar-se à sua direita. Por meio da ressurreição, Cristo venceu a morte, conquistou a vitória sobre ela para todo o seu povo (1Co 15.26).[1]
19E qual a suprema (u(perba/llw) grandeza (me/geqoj) do seu poder (du/namij) para com os que cremos (pisteu/w), segundo a eficácia (e)ne/rgeia) da força (kra/toj) do seu poder (i)sxu/j); 20o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, 21acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. (Ef 1.19-21).
Aos colossenses o apóstolo argumenta semelhantemente: “Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder (e)ne/rgeia) de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2.12).
O apóstolo se vale de seis termos que, associados, conferem um sentido por demais grandioso, ainda que limitado, para descrever a supremacia gloriosa do poder de Deus. Assim, ele fala de:
a) “Suprema” (u(perba/llw) (= “ir além”, “superar”)(19). De onde vem a nossa palavra hipérbole. Tanto o verbo como o substantivo (u(perbolh/) são empregados unicamente por Paulo no Novo Testamento. O verbo é traduzido por “sobre-excelente” (2Co 3.10); “superabundante” (2Co 9.14); “suprema” (Ef 1.19; 2.7); “que excede” (Ef 3.19). O substantivo, é traduzido por “sobremaneira” (Rm 7.13; Gl 1.13); “sobremodo excelente” (1Co 12.31); “excessivamente” (2Co 1.8); “excelência” (2Co 4.7); “acima de toda comparação” (2Co 4.17); “grandeza” (2Co 12.7).
b) “Grandeza” (me/geqoj) (19). Só ocorre aqui. A palavra é empregada para descrever a grandeza física ou espiritual.[2]
c) “Poder” (du/namij) (19). Possivelmente esta seja a palavra mais utilizada no Novo Testamento para descrever o poder de Deus.
d) “Eficácia” (e)ne/rgeia) (19).[3] De onde vem a nossa palavra “energia”. A palavra aponta para uma ação eficaz em atividade com vistas à concretização de seu propósito.
Este substantivo pode também ser traduzido por “força operante” (Ef 3.7); “cooperação” (Ef 4.16); “poder” (Cl 2.12); “operação” (2Ts 2.11). E)ne/rgeia e seus derivados, no NT, descrevem sempre um poder eficaz em atividade sobre-humana, por meio da qual a natureza de quem a exerce se revela.[4]
e) “Força” (kra/toj) (19).[5] Este substantivo também pode ser traduzido por “Valorosamente” (Lc 1.51); “Poderosamente” (At 19.20); “Poder” (1Tm 6.16; Hb 2.14); “Domínio” (1Pe 4.11; 5.11; Ap 1.6; 5.13); “Império” (Jd 25). Aponta para o poder que alguém possui ou, que é decorrente da sua posição. Na LXX, na maioria das vezes a palavra está associada ao poder de Deus (Sl 62.11).
f) “Poder” (i)sxu/j) (19).[6] Também é traduzido no Novo Testamento por “Força” (Mc 12.30.33; Lc 10.27; 1Pe 4.11; 2Pe 2.11; Ap 5.12; 7.12; 18.2).[7] Tem o sentido de “poder fazer algo”, “ter a capacidade de”, podendo ser aplicado à capacidade de exercer tal poder ou força.
Em nenhum outro texto estas palavras ocorrem de forma associada como aqui. Paulo quer enfatizar de várias maneiras a supremacia de Deus sobre todas as coisas, evidenciando que Ele opera com todo seu poder, força, grandeza e eficácia em nossa vida, os que cremos.
Na ressurreição temos a validação da integridade e eficácia do ministério terreno de Cristo[8] e a declaração do perdão para todos os que creem em Cristo como seu Salvador.[9]
Bavinck (1854-1921) enfatiza que “a ressurreição é a inversão divina da sentença que o mundo impôs a Jesus”.[10] Nela temos a manifestação pública de sua filiação divina e da aprovação de seu ministério.[11]
Nygren (1890-1978) comenta: “A ressurreição é o ponto que marca o começo de uma nova época na existência do Filho de Deus. Sendo antes Filho de Deus em debilidade e humilhação, pela ressurreição torna-se o Filho de Deus em poder”.[12]
O Pai glorificou o Filho na ressurreição, conforme interpreta Hebreus: “Assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Hb 5.5).
O Novo Testamento declara que a ressurreição de Cristo foi pelo poder do Trino Deus. Esta afirmação ora se refere simplesmente a Deus – denotando assim, o trabalho da Trindade –, ora se refere às pessoas distintamente. A ênfase, sem dúvida, é evidenciar a unidade da Trindade no mesmo propósito glorioso e salvador. O propósito eterno e harmonioso de Deus envolve a ação trinitária.
Em alguns textos das Escrituras encontramos esta obra de modo distinto:
1. Poder do Pai
“Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6.4).
“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos” (Gl 1.1).
2. Poder do Espírito Santo
“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito” (1Pe 3.18/Rm 8.11).[13]
O nascimento de Cristo foi uma obra sobrenatural do Espírito Santo (Lc 1.35). Ele veio sobre Maria a revestindo com o seu poder preservador.[14] O Espírito “formou o corpo e dotou a alma humana de Cristo com todas as qualificações para sua obra”, escreve Hodge (1797-1878).[15]
Este é um dos mistérios insondáveis da Palavra de Deus; no entanto, é este fato – miraculoso e incompreensível às nossas mentes finitas –, que dá sentido a todo o Novo Testamento.[16] O Logos eterno tomou uma natureza humana naturalmente incapaz de qualquer ação santa sem o poder do Espírito Santo; daí a necessidade da ação santificadora e preservadora do Espírito.[17]
Na encarnação, o Espírito preservou a Jesus Cristo da mancha do pecado original que é a herança de todo ser humano, fazendo com que Ele tivesse uma natureza imaculada. O Espírito conservou a santidade e a impecabilidade daquele que nasceria. Se assim não fosse, Cristo não poderia se oferecer pelo seu povo, apresentando um perfeito sacrifício vicário, sem mácula e de valor eterno (2Co 5.21; Hb 7.26,27; 1Pe 1.18-21; 3.18).
Ele se humilhou assumindo a forma de servo. Paulo, seguindo a orientação de Cristo, considerando o fato de nosso Senhor na encarnação ter se esvaziado da manifestação de sua glória eterna, desafia-nos a ter este mesmo sentimento de humilde obediência:
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6pois ele, subsistindo em forma (morfh/)[18] de Deus, não julgou como usurpação o ser igual (i)/soj)[19] a Deus; 7antes, a si mesmo se esvaziou (ke/now),[20] assumindo a forma (morfh/)[21] de servo, tornando-se em semelhança (o(moi/wma)[22] de homens; e, reconhecido em figura humana, 8 a si mesmo se humilhou (tapeino/w), tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. (Fp 2.5-8).[23]
Aqui não há nenhum docetismo. Jesus Cristo não é apenas um ser celestial com aparência exterior humana, antes, é verdadeira e plenamente humano, porém, sem pecado.[24] (Vejam-se também: Jo 1.18; Cl 1.13-22; Hb 1 e 2; 4.4-5.10; 7.1-10.18; 1Jo 1.1-2.2).
Jesus Cristo encarnado é tão essencialmente Deus como essencialmente homem. Ele não pode deixar de ser Deus e, após a encarnação, não deixará de ser essencialmente homem (Mt 26.64; Jo 3.13; At 7.56)
Owen (1616-1683) escreveu:
Quando Ele tomou sobre Si a forma de um servo em nossa natureza, Ele se tornou aquilo que nunca havia sido antes,[25] mas não deixou de ser aquilo que sempre tinha sido em Sua natureza divina. Ele, que é Deus, não pode deixar de ser Deus. A glória da Sua natureza divina estava velada,[26] de forma que aqueles que O viram não acreditaram que Ele era Deus.[27]
Deus não pode deixar de ser o Deus glorioso. Na encarnação Ele ocultou externamente a sua glória aos olhos dos homens.[28]
Noutro lugar Paulo desafia-nos a nos revestir deste sentimento: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade (tapeinofrosu/nh), de mansidão, de longanimidade” (Cl 3.12/1Pe 5.5).
O mesmo Espírito que gerou em Maria a Pessoa Divino-Humana de Cristo, o acompanhando e fortalecendo em todo o seu Ministério, agiu decisivamente em sua ressurreição, a qual assinala a vitória de Deus sobre o pecado, a morte e Satanás (Mt 1.18/Lc 1.35; Mt 4.1/Lc 4.1; Is 11.1-2/Lc 4.18-19; Lc 3.31-32; 4.14; Mt 12.28; Jo 3.34; Hb 9.14).
3. Poder do Filho
“18 Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Que sinal nos mostras, para fazeres estas coisas? 19Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. 20 Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás? 21 Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo. 22Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera isto; e creram na Escritura e na palavra de Jesus” (Jo 2.18-22).
“17 Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. 18 Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai” (Jo 10.17-18).
O Verbo divino dispunha de todo o poder para ressuscitar o Cristo encarnado, o que realmente o fez.
Portanto, podemos entender biblicamente que a Trindade é responsável pela ressurreição de Jesus Cristo; o Pai, o Filho e o Espírito Santo manifestam o seu poder na ressurreição de Cristo. Por isso, o Novo Testamento com mais frequência atribui a ressurreição ao poder de Deus, sem mencionar a Pessoa (Ver: At 2.24; 3.15; 4.10; 5.30; 10.40; 13.30,37; Rm 10.9; 1Co 6.14; Cl 2.12, etc.).
Comentando Rm 8.11, Calvino (1509-1564) explica:
Cristo certamente ressuscitou por si mesmo e pelo seu próprio poder, mas como costumava atribuir ao Pai o poder divino que possuía, então o apóstolo apropriadamente transferiu para o Pai aquilo que era em Cristo uma obra própria de sua divindade.[29]
Na ressurreição de Cristo, vemos aspectos de sua vitória. Os textos bíblicos referentes a Jesus Cristo como estando à direita de Deus, indicam o seu triunfo, honra, poder e glória. Por isso, Ele mesmo disse: “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci, e me sentei com meu Pai no seu trono” (Ap 3.21).
O regresso de Jesus ao Pai evidencia a concretização completa de toda a obra a qual viera realizar.[30]
A ascensão do Filho ressalta o cumprimento de sua missão, revelando o seu estado de Glória (Mc 16.19; At 2.32-36; 7.55; Cl 3.1; 1Tm 3.16; Hb 1.1-4) e Poder (Ef 1.20,21; 1Pe 3.22).
Na realidade Jesus Cristo, retornou ao seu estado anterior à encarnação, quando Ele, espontaneamente renunciara a manifestação da glória e da dignidade divinas que faziam parte do seu ser (2Co 8.9; Fp 2.5-11/Jo 1.1-3; 17.1-5/Jo 3.13; 6.62; 7.33; 16.5/Ef 4.10).
A sua humilhação e a sua exaltação não afetaram a essência da sua natureza Divina.
Vemos aqui, de passagem, a necessidade da ascensão: Aquele que veio num determinado momento histórico, no “estado de humilhação”, fazendo-se pobre (2Co 8.9); agora, após cumprir cabalmente a sua obra sacrificial, volta, no momento preciso, publicamente, no “estado de exaltação”, para Deus. A ascensão é uma das maiores evidências históricas da volta de Cristo ao seu estado de Glória (Jo 17.5,24).[31]
A ressurreição e ascensão de Cristo significam o poder de Deus sobre todos os demais poderes que lhe são hostis (Ef 1.21), indicando, também que tudo lhe pertence, no céu e na terra, na vida e na morte. Temos aqui a coroação pública de sua vitória. Ele é o Senhor de todas as coisas. “Por sua ascensão ao céu, Cristo tomou posse do domínio que lhe fora dado pelo Pai, para que ordenasse e governasse todas as coisas pelo exercício de seu poder”, conclui Calvino.[32] Amém!
[1]“O último inimigo a ser destruído é a morte” (1Co 15.26).
[2]Cf. W. Grundmann, Me/gaj: In: G. Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1983 (Reprinted), v. 4, p. 544.
[3] Fp 3.21; Cl 1.19; 2Ts 2.9.
[4]Veja-se: William Barclay, Palavras Chaves do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1988, p. 51-57.
[5] Ef 1.19; 6.10; Cl 1.11.
[6] Ef 1.19; 6.10; 2Ts 1.9.
[7]Aqui temos uma variante textual.
[8]Veja-se: Alister E. McGrath, Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do Evangelicalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 25.
[9]“A ressurreição de Cristo tinha como seu propósito trazer à luz o fato de que todos os que reconhecem a Jesus como seu Senhor e Salvador têm entrado num estado de justiça aos olhos de Deus. O Pai, ao ressuscitar a Jesus dentre os mortos, nos assegura que o sacrifício expiatório foi aceito; daí, nossos pecados são perdoados” (William Hendriksen, Romanos, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, (Rm 4.23-25), p. 214).
[10]Herman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 405.
[11] Veja-se: João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 2.7), p. 68-69. “Gerar [Sl 2.7], aqui, tem referência àquilo que foi feito conhecido. (…) Cristo foi declarado Filho de Deus pelo exercício público de um poder verdadeiramente celestial, ou, seja, o poder do Espírito, quando Ele ressuscitou dos mortos” (João Calvino, Romanos, 2. ed. São Paulo: Parakletos, 2001, (Rm 1.4), p. 39,40).
[12] Anders Nygren, Commentary on Romans, 5. ed. Philadelphia: Fortress Press, 1980, p. 51. “Por meio de sua gloriosa ressurreição, sua investidura com poder não só foi realçada, mas também começou a resplandecer em toda sua glória” (William Hendriksen, Romanos, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, (Rm 1.4), p. 58-59).
[13]“Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita” (Rm 8.11).
[14] Veja-se: Sinclair Ferguson, O Espírito Santo, São Paulo: Editora os Puritanos, 2000, p. 47ss.
[15]Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo: Editora Hagnos, 2001, p. 395.
[16]“A Encarnação, este milagre misterioso do coração do Cristianismo histórico, é o ponto central do testemunho do Novo Testamento” (Encarnação: In: J.I. Packer, Teologia Concisa, Campinas, SP.: Luz para o Caminho, 1999, p. 99).
[17]Veja-se: Abraham Kuyper, The Work of the Holy Spirit, Chattanooga: AMG. Publishers, 1995, p. 109.
[18]A palavra grega morfh/(Mc 16.12; Fp 2,6,7) não indica algo externo (forma) em contraste com a essência interna. A aparência externa é a expressão visível, sensível, da sua natureza interna. Não há antítese. Portanto, a natureza essencial de Cristo era divina. A sua forma externa corresponde àquilo que Ele é em sua essência. (Vejam-se: G. Braumann, Forma: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1981-1983, v. 2, p. 278-281; W. Pöhlmann, Morfh/: In: Horst Balz; G. Schneider, eds. Exegetical Dictionary of the New Testament, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 1999 (Reprinted), v. 2, p. 442-443; J. Behm, Morfh/: In: G. Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1982 (Reprinted), v. 4, p. 742-752 (especialmente); R.P. Martin, Filipenses: Introdução e Comentário, São Paulo: Mundo Cristã; Vida Nova, 1985, p. 107-109 (O autor faz uma breve revisão das interpretações mais significativas); João Calvino, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2010, p. 407-408 (em especial); Bruce Ware, Cristo Jesus: Reflexões teológicas sobre a humanidade de Cristo, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2013, p. 25-30 (em especial). Hendriksen, preciso como sempre, conclui: “O que Paulo está dizendo […] é que Cristo Jesus sempre foi (e continuará sempre sendo) Deus por natureza, a expressa imagem da Deidade. O caráter específico da Divindade, segundo se manifesta em todos os atributos divinos, foi e é a sua eternidade. Cf. Cl 1.15,17 (também Jo 1.1; 8.58; 17.24)” (W. Hendriksen, Exposição de Filipenses, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1992, p. 139).
[19]A palavra denota uma igualdade qualitativa e quantitativa de tamanho, numérica, de valor ou força, sendo aplicada a quantias iguais, extensões de tempo, partes, pedaços etc. (Veja-se: G. Stählin, i)/soj: In: G. Kittel, ed. Theological Dictionary of the New Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1982 (Reprinted), v. 3, p. 343-355). No NT. apresenta a ideia de consistência/coerência (Mc 14.56,59); igual/igualar (Mt 20.12; Jo 5.18; Ap 21.16); outro tanto (Lc 6.34); mesmo (At 11.17). O texto de Filipenses aponta para a preexistência do verbo e a sua igualdade com o Pai. Ou seja: Ele é eternamente Deus.
[20] Vejam-se: Colin Brown, et. al. Vazio: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1981-1983, v. 4, p. 690-692; A. Oepke, keno/j: In: G. Kittel, ed., Theological Dictionary of the New Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1982 (Reprinted), v. 3, p. 661-662 (especialmente); F. Turretini, Compêndio de Teologia Apologética, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 381-382.
[21] Da mesma forma, a natureza essencial de Cristo tornou-se humana, na forma de servo.
[22] *Rm 1.23; 5.14; 6.5; 8.3; Fp 2.7; Ap 9.7. Uma palavra rara que significa “aquilo que é semelhante”, “cópia”. Para uma visão paralela destes textos, vejam-se: E. Beyreuther, et. al., Semelhante: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 4, p. 410-411 (em especial); J. Schneider, o(/moioj: In: G. Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1982 (Reprinted), v. 5, p. 192-198; T. Holtz, o(moi/wsij: In: Horst Balz; G. Schneider, eds. Exegetical Dictionary of the New Testament, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 1999 (Reprinted), v. 2, p. 512-513.
[23]Veja-se: B.B. Warfield, The Person of Christ. In: B.B. Warfield, The Works of Benjamin B. Warfield, Grand Rapids, MI.: Baker Book House, 2000 (Reprinted), v. 9. p. 176ss.
[24]Veja-se: J. Schneider, o(/moioj: In: G. Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1982 (Reprinted), v. 5, p. 196.
[25]Ver também: William Hendriksen, O Evangelho de João, São Paulo: Cultura Cristã, 2004, (Jo 1.14), p. 118. “O estudo de eras remotas e longínquas nos leva a um ponto em que nada existia. Alguém teve a honra de ser o primeiro, o que sempre existiu. Ele nunca veio a ser, nunca se desenvolveu. Ele simplesmente era. A quem pertence essa glória absoluta e singular? A resposta é Cristo, a pessoa que o mundo conhece como Jesus de Nazaré” (John Piper, Um homem chamado Jesus Cristo, São Paulo: Vida, 2005, p. 25-26).
[26] “A majestade de Deus não foi aniquilada, ainda que estivesse circunscrita pela carne. Ela ficou, de fato, oculta pela vil condição da carne, mas de modo a não impedir a manifestação de sua glória” (João Calvino, O evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 1, (Jo 1.14), p. 51). “Não estou dizendo que Ele pôs de lado a Sua Deidade, porque Ele não fez isso. O que Ele pôs de lado foi a glória da Sua deidade. Ele não deixou de ser Deus, mas deixou de manifestar a glória de Deus” (D.M Lloyd-Jones, Salvos desde a Eternidade, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2005 (Certeza Espiritual: v. 1), p. 75).
[27]John Owen, A Glória de Cristo, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1989, p. 30. Sproul escreveu de forma sensivelmente bíblica: “Sua humanidade lhe serviu de véu, ocultando o esplendor de sua deidade. Mas houve momentos quando assim mesmo sua glória resplandecia. Era como se o vaso de sua natureza humana não tivesse suficiente força para esconder sempre esta glória” (R.C. Sproul, A Glória de Cristo, São Paulo: Cultura Cristã, 1997, p. 9). Veja-se: Wayne A. Grudem, Teologia Sistemática, São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 465. Encontramos duas boas ilustrações, obviamente limitadas, porém, instrutivas, apresentadas em Bruce Ware, Cristo Jesus: Reflexões teológicas sobre a humanidade de Cristo, São José dos Campos, SP.: Fiel, 2013, p. 29-35.
[28]Veja-se: F. Turretini, Compêndio de Teologia Apologética, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 383-384.
[29]João Calvino, Romanos, 2. ed. São Paulo: Parakletos, 2001, (Rm 8.11), p. 282.
[30]Veja-se: Herman Bavinck, Our Reasonable Faith, 4. ed. Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1984, p. 396.
[31]“5E, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo. (…) 24 Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (Jo 17.5,24).
[32]João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1988, (Ef 4.10), p. 118.