Um blog do Ministério Fiel
O racismo é mais do que um mero problema social
Transcrição do vídeo:
A realidade suprema, a mais central e fundamental que existe é Deus. Antes de haver um universo, havia Deus. Deus é eterno, sem um começo e sem final. Ele disse a Moisés: “Diga a eles que o Eu Sou te enviou”, “Eu Sou o que Sou”, Ele é absoluto, e todo o resto é derivado e dependente dEle, incluindo todos nós, seres humanos. Portanto, Deus é o ser mais importante e o mais valioso que existe… Todo o resto tem significado e valor por causa de sua conexão e derivação de Deus e de Seu valor. Tudo tem significado e valor, porque reflete um pouco o valor e a verdade de Deus. Sua verdade, bondade e beleza definem tudo o que é realmente verdadeiro, bom e belo, isto que significa ser Deus.
O Deus absoluto, criador, originário e sustentador criou tudo, incluindo os seres humanos, e ele nos criou à Sua imagem (Gênesis 1.27), ou seja, Ele nos criou com capacidade moral, racional e afetiva para refletirmos essa imagem. Imagens são feitas para serem imagens. Então, o significado de ser criado à imagem de Deus é que temos um destino, um desígnio ou uma capacidade de ser imagem de Deus, ser um reflexo de Deus, de refletir Deus, devemos magnificar nosso Criador, para que sua bondade, beleza e verdade sejam definidas, a expressão e a reverberação refletem em nós.
A Bíblia diz: “trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra, A todos os que são chamados pelo Meu Nome, e os que criei para a minha glória”. Todo ser humano foi criado para dar importância a Deus, para mostrar Sua Glória, isso é o motivo de cada ser humano aqui de Nova York foi criado, para mostrar Sua Glória por tudo que Ele é, e de acordo com Seu infinito valor, isso é o que Isaías 43.6-7 diz. 1 Coríntios 10.31 diz: “Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a Glória de Deus”. Toda pessoa, em todos os aspectos da sua vida, desde o menor até o maior, deve viver o valor, a beleza e a bondade de Deus. Partindo do ponto que Deus é mais glorificado em nós quando estamos satisfeitos nEle, Ele nos projetou para que somente Ele seja nossa felicidade suprema, porque é assim que você traz a expressão máxima da glória dEle…
Se você está entediado com Deus, Ele não é honrado nem glorificado através de você. Se você está entusiasmado e profundamente satisfeito com Deus no momento do seu maior sofrimento, então Deus se mostrou valioso através da sua vida. Deus te fez para a glória dEle, ou seja, para que você fosse feliz nEle, acima de qualquer outra coisa. Conhecer a Deus, admirar a Deus, valorizar a Deus, confiar em Deus, estar perto de Deus, refletir Deus, esta são as razões pelas quais fomos criados, todas as pessoas, de qualquer lugar, de todos os grupos étnicos do planeta têm isso como chamado e razão de existirem.
Deus é totalmente supremo em nossas afeições e estamos totalmente satisfeitos em Sua perfeição, essa é a forma que Ele fez.
E a maior questão que existe no mundo é que ninguém nesta sala e no planeta cumpra este projeto. Esse é o maior problema de Nova York, de Minneapolis, de Bangkok e de Pequim, é de longe o maior problema do mundo.
Todos pecaram… Todos nós trocamos essa glória pela qual fomos feitos, por imagens, especialmente pela nossa própria imagem, e achamos nossa satisfação não em conhecer, admirar, valorizar, confiar ou refletir Deus, mas em nós mesmos, em sermos exaltarmos… Nós queremos ser cheios de nós mesmos, é bom para o ser humano se sentir importante e não dar importância a Deus.
Todos caímos. Fomos deformados e estamos longe de Deus, somos rebeldes, cegos, valorizamos mais a criatura do que o Criador, menosprezamos o Criador e cometemos traição contra nosso Rei, todos vocês fizeram isso, todas as pessoas do planeta são culpadas de traição, esse é o maior problema do mundo, quando todo o planeta comete traição contra o seu Rei.
Agora, na justiça irrepreensível de Deus, Ele se opõe a nós com grande ira, Ele está com muita raiva da raça humana, o que significa que estaríamos totalmente e eternamente perdidos, desfeitos, desesperados e indo para o inferno, seríamos eternamente desfeitos se Deus fosse justo.
Mas Deus se comprometeu com este planeta rebelde, com a gente, seres humanos rebeldes, egoístas e adoradores de si, e interviu com uma operação de resgate, que tornou possível que esses rebeldes tivessem a anistia e se reconciliassem para que pudessem dar a devida importância a Ele, e serem plenamente felizes nEle para sempre.
Foi isso que Deus fez. Ele literalmente entrou na história há 2.000 anos atrás na pessoa de Jesus Cristo, totalmente divino e totalmente humano, filho de Deus, Jesus Cristo. Quando Ele veio, disse isto: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos”. E Isaías disse: “Verdadeiramente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos”. Isso foi dito 700 anos antes de isto acontecer. Paulo vai dizer: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;”
Cristo fez isto intencionalmente para levar essa raiva, ira e maldição, para que Ele pudesse reunir um povo perdoado, em quem não mais repousa a ira. Paulo diz em Romanos 8.3: “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne;”
Pecado de quem? Jesus não teve pecado. Meus pecados.
Na carne de quem? Não na minha, mas na de Cristo.
Isso é chamado de substituição. Jesus foi enviado pelo Pai para ser um substituto, para que todo para que todo o castigo que eu merecia estivesse sobre ele, toda a justiça que eu poderia ter feito, Ele completou, e a morte que eu deveria ter morrido, Ele morreu e triunfou sobre ela. Isso que Ele fez por seu povo: puniu a Cristo e cancelou todos os seus pecados, realizou e forneceu toda a sua justiça em Cristo, absorveu e removeu toda a ira de Deus contra eles e comprou e garantiu sua adoção na família e em Sua eterna felicidade. Cristo fez isso morrendo e ressuscitando por eles, esse é o Evangelho de Jesus Cristo, boas novas de Deus para um planeta rebelde.
E essa obra se consuma individualmente, quando a pessoa questiona: “Cristo fez isso pela família dEle?”
“É isso aí”
“Ele fez isso pelos seus eleitos?”
“Sim”
“Ele fez isso por Seu povo redimido?”
“Sim”
“Como eu faço pra participar?”
“Eu posso participar?”
E a resposta é sim. “Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Pela graça, mediante a fé.
Fé significa que, quando eu ouvir essa mensagem, eu direi: “essas é a melhor notícia que eu já ouvi, um rebelde como eu, e a ira de Deus sobre mim”, e então você a abraça e a recebe, pelo tesouro que ela é, isso é fé.
E é gratuito, para qualquer pessoa aqui ou que está assistindo, qualquer um que receber a mensagem como seu tesouro terá a fé.
Nestes últimos minutos, quero falar sobre algo que costumo chamar de “cosmovisão cristã com clímax no Evangelho”, e meu argumento é que essa cosmovisão explica e acaba com o racismo.
Veja a minha definição de racismo: “Atribuir a uma determinada raça uma superioridade intrínseca ou valorizá-la acima de outra, e depois tratar outras como indesejáveis ou más”.
Estou argumentando que a cosmovisão com clímax no Evangelho de Jesus explica e acaba com o racismo, e vou dar um gostinho do que eu quero dizer com racismo porque estamos presos em nossos mundinhos, mas o racismo não é um problema pequeno, é um problema antigo e global, não é só uma questão de brancos e negros, não é só uma questão dos asiáticos, ou só uma questão em Ruanda, ou só uma questão dos judeus, é um problema gigante, global, antigo, devastador, sangrento e assassino.
Por exemplo, o genocídio Armênio, ocorrido na Turquia em 1915, um milhão de armênios mortos, o Holocausto na Alemanha, seis milhões de mortos, dezenas de milhões de mortos nos gulags soviéticos de Stalin, os massacres de Ruanda em 1994, o Japão que assassinou seis milhões de pessoas, entre Chineses, Indonésios, Coreanos, Filipinos e Indochineses, e sempre há a ladainha de que isto é por conta de etnia ou raça, mas tudo isto é porque os seres humanos estão em rebelião contra Deus, essa é a origem destas coisas.
Exaltamos a nós mesmos mais do que o Criador, e é claro que também nos exaltamos mais do que o outro. Qualquer um que tenha a audácia de não se submeter ao Rei dos reis e Senhor dos senhores, não terá nenhum problema em acabar com você. Nós achamos nosso prazer em nossa própria exaltação, e se eu tiver que usar minha etnia para fazer isso, eu vou fazer.
O pecado do racismo, que cresce no terreno do orgulho e da auto exaltação, também é minado por esta cosmovisão cristã. Essa cosmovisão pode lidar e explicar os horrores que há no mundo, e o Evangelho pode acabar com eles e nos trazer libertação.
Por exemplo, imagine quatro partes desta cosmovisão. Todas elas acabam com o racismo…
1 – Na criação, TODOS nós fomos criados à imagem de Deus, há implicações cataclísmicas pelo fato de todo o tipo de ser humano ter sido criado à imagem de Deus.
2 – Pecado e a queda: Nós somos um em nossa corrupção, somos profundamente solidários nos pecados, você e eu somos tão pecadores que estamos juntos nessa, não vai existir exaltação de um sobre outro se todos nós estamos mortos, se todos somos rebeldes e se estivermos juntos a caminho do inferno. Quão vã é a exaltação do pecador sobre outro pecador?
3 – A cruz: Cristo morreu para nos reconciliar (fala sobre judeus e gentios) em um só corpo em Cristo, através da Cruz. Dizemos a Jesus em Apocalipse 5: 9: “porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos sobre a terra”. Por que? E eu havia dito que isso é muito mais do que uma questão social… Sempre que falo sobre isso aos brancos conservadores, que temem o “evangelho social”, eu quero dizer que isso não é uma questão social, mas sim uma questão de sangue. Pelo sangue, eles foram resgatados, Cristo morreu para juntá-los.
4 – Fé: Não pelas obras, e eu acho que obras significa não somente o que você faz, mas qualquer ato distinto que não te dê honra diante de Deus, a fé te honra diante de Deus, e ela é um grito desesperado de “eu não consigo ajudar a mim mesmo”. o que coloca todo mundo na mesma linha. Portanto, o caminho para “a família da fé” é projetado para remover todas as barreiras étnicas.
Uma última coisa… O fato dessa cosmovisão poder explicar os horrores que existem e que nela é possível acabar com eles, te deixa com uma pergunta…
“Por que não fazemos melhor do que antes?”
“Por que a igreja, historicamente, tem um registro tão misto acerca disso?”
Vou encerrar citando Mark Noll e seu livro “God and Race in American Politics”, Mark é um dos historiadores mais perspicazes que conheço e argumenta que apenas o cristianismo pode explicar essa harmonização, vou ler e finalizo.
“Para explicar a manifestação simultânea do bem superlativo e da malevolência generalizada na história da raça e da religião, nem a simples confiança na natureza humana nem o simples cinismo sobre a hipocrisia americana são adequados. Outra coisa deve explicar a mistura generalizada dessas coisas opostas. Essa mistura inclui dominação com libertação, altruísmo com ganância, egoísmo com auto sacrifício, independência econômica com exploração econômica, tribalismo com universalismo, ódio com amor, qualquer explicação final para os enigmas da história americana deve ser capaz de explicar uma mente que se estende por uma conjunção de opostos, deve evocar a bondade da criação humana e a persistência do mal em todos os ramos da humanidade. Ela deve mostrar como os seres humanos são sabotadas por sua própria arrogância e as piores depredações humanas são iluminadas por raios de luz. Ela deve ser capaz de manter essas contradições, antinomias e paradoxos em uma visão coesa. (Ele diz que essa visão é a fé cristã histórica) Das escrituras usadas e abusadas, uma longa linha de leitores cristãos afirmaram em vários sotaques e ênfases uma explicação transcendente da profunda complexidade para medir a natureza e as realizações humanas. Deus criou os seres humanos e viu que era bom, mas ao mesmo tempo, a humanidade caiu e nunca escapará dos efeitos do pecado nesta terra. Além disso, Deus oferece, pela obra de seu Filho Jesus Cristo, e pelo poder do Espírito Santo, a perspectiva transformadora da redenção, mas a redenção nunca é igual à perfeição. Os remidos devem sempre reconhecer suas próprias falhas e se sentirem agradecidos por todos os dons da criação, incluindo os outros seres humanos.”
O evangelho não é apenas a promessa de libertação, mas também é a explicação para nossas falhas em alcançá-la.