Caminhe comigo pela crise de meia-idade

Como Deus me guardou de desistir

Em 2007, John MacArthur e eu estávamos juntos, em um painel de discussão sobre desânimo. Eu dei um exemplo de uma “crise de meia-idade” com esta história:

Existe algo para os homens na crise da meia-idade. Lembro-me de uma vez, quando eu tinha quarenta anos, de estar sentado nos degraus, no meio das minhas férias, aos prantos. Noël estava descendo as escadas e me perguntou: “O que há de errado?” Eu disse: “Não tenho a menor ideia. Não tenho a menor ideia do motivo para eu estar tão triste”. E essa temporada durou vários anos, e a graça era que eu ainda conseguia trabalhar.

MacArthur ficou perplexo. Ele disse: “Estou preparado para lidar com isso de uma maneira diferente. Não consigo me imaginar apenas sentado e chorando sem saber por que estava fazendo isso.”

Foi um momento memorável – e, em parte, hilário – para alguns milhares de pessoas. Você terá que ouvir o áudio para sentir o brilho dessa interação.

A Advertência na California

Há uma parte interessante da minha história que não foi contada. Esse choro inexplicável aconteceu na Califórnia, na casa que Ben Patterson havia nos deixado usar por alguns dias enquanto eu pregava para ele em sua igreja. Por acaso, enquanto eu pregava no Dia dos Pais, Jim Conway, o autor de Men in Midlife Crisis, estava na plateia.

Após o final, ele veio até mim, se apresentou e, se me lembro bem, disse: “Quantos anos você tem?” Eu disse “quarenta”. Então ele disse: “Você tem um ano e meio. Seja cuidadoso.”

O que ele quis dizer? A pesquisa mostrou que a “crise da meia-idade” de um homem normalmente chega ao clímax aos 41,5 anos. Ele usou palavras como: “Não compre uma motocicleta. Não compre um veleiro. Não deixe seu ministério, e não deixe sua esposa.” Foi uma advertência oportuna.

Talvez eu possa lhe fazer o mesmo favor.

Não conheço todos os fatores que precipitam essa crise, ou mesmo se, trinta anos depois, as estatísticas ainda são as mesmas. Não sou especialista em crises de meia-idade. Mas sei que foi uma época muito difícil da minha vida, e o registro disso em meus diários é doloroso de ler até hoje.

O Cenário na meia-idade

Aos quarenta, eu estava casado há dezoito anos. Tínhamos quatro filhos, com idades de catorze, onze, sete e três anos. Era pastor titular da Bethlehem Baptist Church por 6 anos. Minnesota havia se tornado um lar, após morar na Carolina do Sul (18 anos), Illinois (4), Califórnia (3) e Alemanha (3). Éramos donos de nossa casa no centro da cidade (com cerca de US $ 60.000 ainda por pagar), e que ficava a sete minutos, a pé, da igreja. Éramos uma “família de um carro”. Os três filhos mais velhos frequentavam a Calvin Christian School. A igreja havia crescido para cerca de novecentos membros aos fins de semana, e eu pregava em três cultos na manhã de domingo.

Então, por que eu estava chorando na escada da casa de Ben Patterson na Califórnia?

Sem dúvida, isso é parcialmente genético. Eu sou quem sou em grande parte pelo DNA que me foi dado por Bill e Ruth Piper. John MacArthur tem seus genes e eu tenho os meus. E então há a biologia da meia-idade. Eu não sei o que é isso. Suspeito que o corpo e a mente continuam passando por fases exatamente como faziam quando tinha um, quatro, doze e dezoito anos. Mas há mais do que somente o aspecto físico nisso. Somos mais do que máquinas.

Condições para a crise emocional na meia-idade

Existe o diabo e sua perseguição implacável (Ef 6.12-16). E aí está o que Jesus chamou de “cuidados do mundo” (Mc 4.19). E há o aviso de Paulo de que “o que se casou cuida das coisas do mundo” (1 Coríntios 7.33). E há conflito na igreja, até mesmo na equipe (Fp 4.2), e o fluxo constante de críticas pelo que você diz ou não diz, ou faz ou não faz (1Co 4.12). E há o que Paulo chama de “dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gl 4.19), e a “grande tristeza e incessante dor no coração” com aqueles que ansiamos ver salvos (Rm 9.2). E há “há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas” (2Co 11.28), e as “noites sem dormir” (2Co 6.5), e o diagnóstico do médico que pode ser “a sentença da morte” (2Co 1.9).

Provavelmente, o que acontece no ministério na meia-idade é uma confluência perigosa dessas pressões ministeriais típicas (!) Em um estágio crítico da vida quando as mudanças físicas, tensões conjugais, desafios dos filhos, aspirações vocacionais e as cargas do sucesso (ou fracasso) criam as condições para essa crise emocional. Essa perigosa confluência de forças leva a uma reavaliação da vida e ao desejo de estar em outro lugar.

Daí a advertência: “Não compre uma motocicleta. Não compre um veleiro. Não deixe seu ministério, e não deixe sua esposa.”

De onde estou agora aos setenta e três anos, tendo servido à mesma igreja por mais vinte e sete anos após a crise daqueles anos de meia-idade, quero subir aos telhados e gritar: Não desista! Não jogue fora seu ministério, sua esposa, seus filhos ou seus frutos futuros. Junte-se a Paulo no apelo ao mais alto poder e autoridade do universo para fortalecê-lo “com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria” (Cl 1.11). Persevere! Persevere! Com alegria! Essa é a necessidade desses anos. Só Deus pode fazer isso.

Música de fundo do ano crítico

Mas, pode ajudar, se dermos uma olhada em minhas anotações no diário naquela época, para que você não tenha qualquer noção romantizada da melancolia da meia-idade (depressão?). Pelo que posso recordar, o ano de 1986 parece ter sido a coisa mais próxima de uma temporada de crise – meu 41º ano.

28 de fevereiro de 1986: Esta manhã, enquanto nos vestíamos, Noël disse: “Encontrei um caroço no meu seio esta manhã.”

Parecia ser apenas uma infecção. Possivelmente. Mas então houve uma irregularidade que apontava em outra direção.

15 de março de 1986: Noël vai ao hospital, para uma Biópsia, na segunda-feira às 7h… O Doutor está preocupado. A avó de Noel tinha câncer no útero.

Por tudo o que pudemos prever, o resultado desses pequenos sustos foi positivo. Mas essas coisas tendem a permanecer no fundo da mente. Com razão. Três anos depois, isso:

27 de março de 1989: Noël fez uma cirurgia hoje para retirada de um cisto benigno em sua mama direita. Tinha cerca de quatro centímetros. . .. Estive com ela no hospital das 6h15 ao meio-dia. A cirurgia durou cerca de uma hora. Dissemos aos meninos, sobre a necessidade da cirurgia, no domingo à noite. Eles ficaram muito quietos e sérios.

As preocupações com a saúde, pode-se dizer, eram um som distante na estranha música de fundo de 1986. Durante todo aquele ano de estresse, senti um constante aperto no peito.

6 de março de 1987: Fiz um exame físico completo na terça-feira, incluindo um eletrocardiograma e um extenso exame de sangue. Eu estava sentindo um desconforto no peito por algumas semanas. Ainda estou apreensivo por isso agora. Mas todos os exames mostram que estou perfeitamente normal, com a pressão arterial “de um estudante do segundo ano do ensino médio” (Dr. F.). Acho que são boas notícias, mas talvez seja algo em meus ossos. Quem sabe. Vou continuar, como ele disse, tentando dormir bastante e ver o que acontece.

Namoro Turbulento

Se a preocupação persistente com a saúde era a música de fundo de 1986, o som dominante foi criado pelo namoro tumultuado entre nossa igreja e a First Baptist Church, que ficava do outro lado da cidade.

25 de maio de 1986: O evento mais impressionante é o convite para uma conversa, com a First Baptist Church, sobre uma possível fusão de algum tipo, para que a nossa igreja pudesse usar às suas instalações, em vez de construir um novo santuário.

Estávamos tentando descobrir se devíamos construir um novo santuário (o que existe atualmente). Então, essa possibilidade acendeu a chama da esperança de que algo realmente criativo e emocionante pudesse acontecer.

Por seis meses, meu diário está repleto de dezenas de anotações sobre as intermináveis horas e reuniões gastas na tentativa de tornar essa fusão uma realidade. À medida que as reuniões se multiplicavam – algumas até tarde da noite – as emoções subiam ao entusiasmo e mergulhavam na dúvida e no desânimo.

Em 27 de outubro de 1986, o sonho da fusão morreu – como um noivado rompido, após estar cheio de esperança de um casamento feliz.

28 de outubro de 1986: É terça-feira, 28 de outubro, um dia após o término da fusão. Ela morreu ontem à noite por volta das 21h30 na First Baptist Church. . .. Chorei mais ontem do que em qualquer dia desde a morte de minha mãe (1974). Romper a fusão foi emocionalmente doloroso. Eu chorei no ombro de Ralph J.. Eles ficaram “profundamente desapontados”, “surpresos”, “zangados”, os diáconos já estavam conduzindo tudo às 18h30 e a sorte foi lançada. Muito intenso. Ron K. foi nosso principal porta-voz. Dennis S. estava comovido demais para liderar a reunião. Dick F. estava à beira das lágrimas quando falou. Eu desabei em prantos quando, no final, eles se viraram para mim.

Não é como se o “noivado” tivesse sido tranquilo até o último minuto. A cepa estava crescendo. Mas duas semanas antes, já havia quase morrido.

10 de outubro de 1986: É 1h da manhã. Estamos em um comitê [de fusão] trabalhando desde 19h15 na Bethlehem Baptist Church. Foi muito tenso. A certa altura, quando nos dividimos em nossos próprios comitês, desabei e chorei. Estou muito cansado. Este deveria ter sido o meu dia de folga. Eu fiz um velório às 10h30 e um sepultamento às 12h30. Ontem à noite eu estava acordado até 1h da manhã me preparando para esse comitê.

As costas do camelo estavam fracas

O sonho da fusão – com incontáveis papéis para preparar, reuniões para participar e emoções para administrar – foi, vejo agora, um peso gerador de adrenalina e esperança adicionado a uma agenda de ministério já fora de controle. Não havia nenhum guardião em minha vida (como agora) para me ajudar a filtrar as demandas que eu tinha como pastor. Há pouco mistério sobre de onde vieram as lágrimas da Califórnia, quando você vislumbra uma semana em maio de 1986, na vida de John Piper.

23 de maio de 1986: Ontem, um “dia de folga”, foi um dia muito deprimente, um dos mais deprimentes em muito tempo. Não tenho certeza, mas meu palpite é que a causa é a seguinte:

Durante todo o dia da última sexta-feira estava pressionado para escrever um sermão – havia uma visita planejada a John A. para discutir a fusão com a First Baptist Church até o meio-dia – e uma festa com a classe Becomers no final do dia. Depois da festa, fiquei acordado até à meia noite ou mais, me preparando para o estudo com os diáconos, às 6h45 da manhã do sábado.

Sábado após a reunião, mais sermões escritos e, então, um casamento onde eu deveria orar apesar de ter renegado a teologia apresentada. Sábado à noite, até tarde tentando memorizar o chamado para a adoração, escrevendo uma oração pastoral, redigindo uma saudação de boas-vindas ao culto e estudando meu sermão.

Depois de quatro ou cinco horas de sono, fui empurrado para três cultos, não apenas pregando, mas chamando à adoração, orando, dando as boas-vindas, cantando, cumprimentando as pessoas e atendendo alguém após o terceiro culto. À tarde não há descanso, preciso me preparar para a celebração da noite com minhas boas-vindas, palavras de apreço e leituras. Após a celebração, dirigimos para o W.’s para jantar, conversar e orar.

Chego em casa tarde e, antes de dormir, tento preparar algo para o retiro dos servidores da igreja.

Segunda-feira de manhã, levantar cedo, devocional com a família e saída para uma reunião de oração às 7h. Depois, das 8h00 às 18h00, retiro dos servidores da igreja. Chego em casa às 18h15 para o banho, uma tigela rápida de cereal e saio para a reunião do comitê de busca, às 19h. Sou entrevistado das 19h às 22h30. Atrasado para a cama, difícil dormir.

Terça-feira, 7h da manhã, Reunião da força-tarefa de desenvolvimento do site. Uma corrida para visitar o Sr. J., cuja esposa morreu na noite anterior. Às 10h, faço um tour pela First Baptist por duas horas. Toda a tarde trabalhando com correspondência etc. Recital de Ben às 19h. Saindo mais cedo para visitar a Srta. W., que pensa que sou orgulhoso e pretende deixar a igreja. Difícil dormir naquela noite.

Reuniões de quarta-feira com Neil F. e John A. e Charlie B. e Irv M., e o casal S. Em seguida, reunião de oração, e depois encontrar a Sra. M. que não pode confiar em seu marido por causa de antigos abusos e filmes recentes. Em seguida, vem quinta-feira – a manhã foi gasta para tirar uma foto e, em seguida, andar de bicicleta com Noël. Eu estava irritado e desagradável. Depois do almoço eu estava tão exausto que fui dormir por uma hora e fui acordado pelo choro de Barnabas às 14h30. Durante o resto do dia, me senti como um chumbo. Chumbo em meu peito, mãos e coração. Eu mal conseguia conversar. Eu queria chorar de novo e de novo. Eu me sentia como se tivesse sido atropelado por um caminhão Mack – minhas emoções estavam mortas. Eu poderia ter sentado e olhado fixamente para qualquer coisa.

Mas levei os meninos ao parque e me esforcei para jogar com eles e ajudá-los no balanço. Em seguida, fomos ao concerto do coral de Karsten na escola. Noël carregava minha “sombra” silenciosamente. Conversamos brevemente sobre isso, oramos e fomos para a cama.

Hoje é sexta-feira de manhã e tudo começa de novo, só que não estou descansado. Não consigo obter todo o ar de que preciso com a respiração normal – como se meu diafragma estivesse cansado demais para fazer seu trabalho sem periódicas e forçadas respirações profundas. Eu me sinto muito cansado.

Acho que tão difícil, para mim, quanto o cronograma, é a praga de controvérsias nas quais me oponho às pessoas que pensam que estou errado. O que é pior, as demandas são muito complexas e não tenho certeza de como aplicá-las. . .. A First Baptist Church e a imensidão da tarefa dessa fusão pairam sobre mim. . ..

Então, parece que o quase colapso de ontem é o clamor do meu corpo por algum alívio. . ..

Acho que três cultos no domingo foi um salto quantitativo. Eu vivo – suponho – de adrenalina, o dia todo no domingo (raramente durmo mais de cinco ou seis horas). Então, fico exausto de segunda a quarta-feira, continuo a fazer as coisas por pura necessidade. A quinta-feira chega e estou incrivelmente mal-humorado e muito desanimado. Eu preciso dormir, mas odeio dormir no meu dia de folga. Eu quero ler!

Então. Senhor, ajude-me a encontrar o ritmo para terminar a corrida, e terminar com amor, não com irritabilidade.

Choro do fundo do poço

Quando a fusão morreu, foi quase um golpe de nocaute para um lutador já cambaleando – a (muito grande) carga nas costas do camelo enfraquecido. Escrevi sobre isso há oito anos em um artigo intitulado “Como quase desisti”. O grito do fundo do poço foi duas semanas após a morte da fusão.

6 de novembro de 1986: Ó Senhor, tem misericórdia de mim. Estou tão desanimado. Estou tão fraco. Sinto que há oponentes em todas as direções, mesmo quando sei que a maioria do meu pessoal é a meu favor. Estou tão cego para o futuro da igreja. Ó Pai, estou cego porque não é o meu futuro? Talvez eu nem deva viver o ano todo, e o senhor está poupando a igreja do fardo adicional de um futuro que construí e não poderia completar?

Não duvido por um momento de sua bondade, poder ou onipotência em minha vida ou na vida da igreja. Confesso que o problema é meu. A fraqueza está em mim. A cegueira está em meus olhos. O pecado – oh, revela-me minhas falhas ocultas! – é minha, minha a culpa. Tenha misericórdia, Pai. Tenha misericórdia de mim. Tenho que pregar no domingo e mal consigo levantar a cabeça.

Glória, Majestade, Império e Soberania,

Talvez você não se surpreenda, então, que vinte e seis anos depois, quando meu ministério na Bethlehem Church estava chegando ao fim, eu tenha escolhido ministrar, no Together for the Gospel (Juntos pelo Evangelho), celebrando o poder soberano de Deus sobre minha vida, a mensagem “àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços. . .” (Jd 24). Suponho que poderia olhar para trás e escolher algumas estratégias para sobreviver e prosperar por trinta e três anos no ministério pastoral, em vez de desistir aos seis anos. Mas o que parece mais crítico dizer é o seguinte: Isso é um milagre da graça soberana, sustentadora e protetora de Deus.

Em sua admiração, por Deus estar nos guardando de tropeçar, Judas chama nossa atenção para “glória, majestade, império e soberania” (Jd 25). É assim que terminamos nosso percurso. A glória, majestade, império e soberania de Deus triunfam sobre mil obstáculos – incluindo nossa própria tolice e pecado.

Talvez a razão pela qual a crise chegue, na meia-idade, seja para nos mostrar, no auge de nossos poderes naturais, quem é verdadeiramente soberano. E misericordioso.

Eu te amo, ó Senhor, força minha

Anime-se. Você não será tentado além do que é capaz (1Co 10.13). “o grande Pastor das ovelhas, …vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade” (Hb 13.20-21). Ele vai “fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra” (2Co 9.8). Ele “vos confirmará até ao fim” (1Co 1.8). “Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1Ts 5.24). Este é o meu testemunho. E eu me junto à exultação de Davi: “Eu te amo, ó Senhor, força minha” (Sl 18.1).

Paul David Tripp trata com franqueza e graça os dilemas próprios daquela fase da vida chamada meia-idade. Quando os anos começam a chegar, muitas vezes também chegam sentimentos de arrependimentos, inadequação e a conclusão de que alguns sonhos ficaram para trás e de que o tempo adiante já não é tão longo. Alguns se percebem paralisados com tal sensação, sentindo-se desanimados com o peso dos anos.

Confira

 

 

Por: John Piper. © Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: Walk with Me Through a Midlife Crisis.

Original: Caminhe comigo pela crise de meia-idade. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Paulo Reiss Junior. Revisão: Filipe Castelo Branco.