Um blog do Ministério Fiel
Eu amo como ele me humilha
Por que eu amo o apóstolo Paulo
Não conheço ninguém que construa argumentos que causem tanta vergonha e sejam tão libertadores como o apóstolo Paulo faz. Ele constrói com pedras de percepção – uma sobre a outra, até que o edifício esteja diante de você com uma obviedade humilhante e libertadora.
Somos tratados como pessoas racionais, não como animais movidos por instinto: “Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo.” (1Co 10.15). Se tivermos envergonhados, ele nos mostrará com argumentos, não com calúnias. E ele vai nos mostrar a saída.
Duas vezes em 1 Coríntios, Paulo usa o substantivo para vergonha (grego entropē). Em ambos os casos, o problema é semelhante. Os crentes estão seguindo o conselho dos ímpios. Eles estão agindo como se o mundo tivesse mais sabedoria do que eles em questões de relacionamento e ressurreição.
Juízo de anjos perante os ímpios
Portanto, em 1 Coríntios 6, Paulo fica perplexo porque a igreja está resolvendo suas disputas com juízes descrentes. “Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-lo a juízo perante os injustos e não perante os santos?” (1Co 6.1). Então ele constrói seu argumento, pedra por pedra.
Você vai julgar o mundo (1Co 6.2)! Você vai julgar os anjos (1Co 6.3)! Portanto, você pode lidar com casos triviais (1Co 6. 2) e assuntos desta vida (1Co 6.3). Certamente, há uma pessoa sábia entre vocês que pode conceber um acordo (1Co 6.5)! Portanto, “para vergonha vo-lo digo” (1Co 6.5). Você deveria ter vergonha.
Isso não é uma calúnia. É um argumento.
Se eles têm ouvidos para ouvir, há glória nessa humilhação. Você vai julgar o mundo! Você vai julgar os anjos! Você pode cuidar de seus próprios casos! A sabedoria de Deus habita entre vocês. Você se esqueceu de quem você é: “…mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.” (1Co 6.11). Fique sóbrio. Você está agindo como se estivesse em um estado de embriaguez. Não se deixe enganar. Abrace sua vocação, sua posição, seus dons.
Aprendeu sobre a ressurreição com os descrentes
Em seguida, vem a mesma vergonha em 1 Coríntios 15. Novamente, eles estão andando no conselho dos ímpios. Eles estão moldando sua visão sobre sua própria ressurreição com os pensamentos daqueles que nem mesmo conhecem a Deus. Aqui está o texto com todas as pedras de Paulo empilhadas em seu argumento humilhante e libertador.
“Se, como homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, que amanhã morreremos. Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus; isto digo para vergonha vossa.” (1Co 15.32-34).
Mesmo problema do capítulo 6: má companhia. Andando no conselho dos. . . Quem? Quem são as “más companhias”, quando Paulo diz: “as más conversações corrompem os bons costumes”? Elas são as pessoas do versículo 34 que não conhecem Deus: “alguns ainda não têm conhecimento de Deus”. Eles também são as pessoas do versículo 32 cuja filosofia diz: “Veja, a morte pode vir a qualquer momento. E, “se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, que amanhã morreremos.”
Portanto, vemos três pedras assentadas em uma coluna bem alinhada: a ignorância a respeito de Deus (1), apoiando uma visão errada da ressurreição (2), que apoia um estilo de vida epicurista (3). “as más conversações corrompem os bons costumes” significa que pessoas sem Deus dão conselhos ruins sobre a realidade sobrenatural e fazem os sacrifícios de Paulo em Éfeso parecerem estúpidos. Ele deve evitar perseguições e começar a dar festas.
Não é este quem você é
O que os coríntios estão fazendo? Estão se mantendo em companhia dos ignorantes e se instruindo na ressurreição com a ignorância dos tolos. Esse é o argumento humilhante e libertador de Paulo.
Eu sabia o que estava fazendo em Éfeso (1Co 15.32). E eu vou fazer de novo. A vida piedosa é um risco. Vale a pena. Seus conselheiros são uma má companhia (1Co 15.33). Eles nem chegaram à primeira base – conhecer a Deus (1Co 15.34). Você não vai aprender sobre a ressurreição com eles. Fazer festa não é o objetivo da vida, se houver uma ressurreição (1Co 15.32). E há (1Co 15.20).
Então fique sóbrio. Você está agindo como se estivesse embriagado (1Co 15.34). Não se deixe enganar (1Co 15.33). Pare de pecar (1Co 15.34). Observe as pedras se acumulando: o estupor da ignorância (1), apoiando o engano sobre a ressurreição (2), que apoia uma vida epicurista de pecado (3). Conclusão: “Digo isso para sua vergonha”. Você deveria ter vergonha.
Isso não é uma calúnia. É um argumento. “Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo”. Ele está argumentando com base na realidade, não reclamando com insultos.
E entrelaçado nesse argumento humilhante está o fio libertador da esperança. Você não é como sua má companhia. Você não é ignorante de Deus. Você não vai ceder ao engano. Você não continuará pecando em estado de estupor. Isso não é quem você é. “Dia após dia, morro! Eu o protesto, irmãos, pela glória que tenho em vós outros, em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (1Co 15.31).
Pessoas de graça e poder
Repito: não conheço ninguém que construa argumentos tão humilhantes e libertadores como o apóstolo Paulo faz. Ele constrói com pedras de percepção. Ele não discursa. Ele raciocina.
Oh, que a igreja de Cristo ficasse encharcada com tal pregação e ensino semana após semana. Se a sabedoria, a revelação, o raciocínio de Paulo, o confronto relacional destemido e o amor fossem trabalhados na mente cristã, com exposição e exultação fiéis, que povo peculiar de graça e poder seríamos.