A homossexualidade é realmente o pior pecado?

Transcrição do áudio

A pergunta de hoje é importante e vem de um ouvinte chamado. Ele pergunta o seguinte: “Olá pastor John! Muitas vezes, os cristãos apontam o pecado da homossexualidade como um grande problema neste país, enquanto aparentemente esquecem a quantidade massiva de pecadores viciados em outros padrões pecaminosos da vida. A homossexualidade é realmente mais prejudicial para a sociedade do que os outros pecados? Como o senhor ponderaria o impacto cultural desse pecado em relação aos, digamos, pecados do orgulho, excesso de comida e a ganância?”

Não duvido que milhões de pessoas sejam mais arruinadas nesta vida, e na futura, por ganância, cobiça, por orgulho, por egoísmo e por ira excessiva, do que por orientação para pessoas do mesmo sexo ou por comportamento homossexual. A razão para essa opinião, da minha parte, é dupla.

Por um lado, os pecados da ganância, do orgulho, do egoísmo e da ira são mais comuns do que a atração pelo mesmo sexo ou o comportamento homossexual. Por outro lado, os pecados de ganância, orgulho, egoísmo e ira são mais sutis e se disfarçam mais facilmente como aceitáveis. Sim, o número de pessoas arruinadas nesta vida, e na futura, pelos pecados de ganância, orgulho, egoísmo e raiva é muito maior do que o número de pessoas arruinadas por orientação pelo mesmo sexo ou comportamento homossexual pecaminoso.

Eu acrescentaria que as misérias sociais provocadas por esses pecados também têm um alcance muito maior do que as provocadas pelo pecado homossexual. Meu palpite é que Daniel não quer que eu pare por aqui, embora essa seja a minha resposta para a pergunta dele, mas provavelmente gostaria que eu, agora, fizesse a pergunta implícita na minha resposta; ou seja, bem, então, por que tanta atenção é dada à homossexualidade? Eu acho que isso provavelmente esteja por trás da pergunta dele.

Todos nós atuamos em diferentes círculos da humanidade, e eu não sei nada sobre o contexto de Daniel. No meu contexto, as pessoas que eu observo mais de perto na liderança certamente percebem o ponto de vista do Daniel; ou seja, que a homossexualidade não é um pecado mais mortal e certamente não mais difundido do que a ganância, o orgulho, o egoísmo e a ira. As pessoas com quem trabalho estão bem conscientes disso e estão ansiosas para deixar isso claro como estou fazendo agora. No entanto, pode não ser o caso na situação de Daniel. Eu não sei. Deixe-me sugerir três coisas sobre porque acho que a homossexualidade está recebendo tanta atenção em nossos dias.

  1. É porque a mídia mostra essa questão. Não são os cristãos que colocam a homossexualidade nas notícias. Os cristãos são levados a explicar nossa posição, em público, através da pregação e da escrita com a mesma frequência que fazemos hoje em dia, porque a mídia tornou a questão tão pública que sentimos que precisamos servir aos cristãos com respostas bíblicas cuidadosas, e precisamos esclarecer para os Cristãos, como pensamos. Este podcast no momento é um bom exemplo disso.
  2. Mais importante, eu acho que, ao contrário dos pecados da ganância, com o roubo como sua contraparte, do orgulho, com a contraparte de humilhar os outros, do egoísmo, com a contraparte de explorar outros e da ira com a contraparte da maldade e do abuso, o comportamento homossexual tem defensores fortes e bem articulados. Essa é uma das coisas que faz com que o pecado da relação homossexual se destaque hoje.

Se houvesse defensores estridentes, articulados e vigorosos defendendo publicamente ganância e roubo, orgulho e humilhação, egoísmo e exploração dos outros, ira e abuso, se esses pecados estivessem sendo divulgados publicamente, provavelmente eles também receberiam mais destaque. Você encontra poucas pessoas tentando tornar normal o roubo e a humilhação, a exploração e o abuso da raiva, mas você encontra milhares de pessoas tentando tornar normal o comportamento homossexual. Essa é a segunda razão pela qual ele tem um lugar único em nossa sociedade agora. É um pecado com advogados vigorosos.

  1. A relação homossexual tem um status incomum em nosso discurso moral, porque está, de uma maneira peculiar, indo contra a natureza. O apóstolo Paulo descreve assim: “Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro” (Rm 1.26-27).

Para repetir minha resposta, não duvido que milhões de pessoas sejam mais arruinadas nesta vida, e na futura, por ganância, orgulho, egoísmo e ira excessiva, do que por orientação para pessoas do mesmo sexo ou por comportamento homossexual. A razão da atenção que o comportamento homossexual está recebendo não é porque destrói mais pessoas, mas porque 1) produz notícias, 2) é um pecado público com defensores vigorosos e 3) é particularmente contrário à natureza. Aqueles de nós que acreditam que a orientação para pessoas do mesmo sexo é uma distorção da natureza e que isso pode resultar em relações homossexuais pecaminosas, são solicitados, como eu estou sendo chamado agora, a registrar respostas a perguntas como essas e, portanto, me tornar público sobre isto.

Mas eu termino com o seguinte. É a coisa mais importante que tenho a dizer. Quero enfatizar que Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio ao mundo para salvar pecadores – pecadores heterossexuais e homossexuais, pecadores gananciosos, orgulhosos, egoístas, iracundos e pecadores que cometem atos homossexuais. Todos nós precisamos do mesmo Salvador, e o sangue de Cristo é suficiente para lavar todo pecado, remover todo julgamento e levar-nos à cura e alegria eternas.

Por: John Piper. © Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: Is Homosexuality Really the Worst Sin?

Original: A homossexualidade é realmente o pior pecado?  © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Tradução: Paulo Reiss Junior. Revisão: Filipe Castelo Branco. Narração: Filipe Castelo Branco e Thiago Guerra.