Teorias da conspiração — o que há de fato por detrás delas?

Razões criacionais: seres que sabem que o mundo é mais que aparenta

Todos nós somos feitos à imagem de Deus. Até aquele teu vizinho insuportável, sim, e mesmo o pior dos criminosos. Isso significa que fomos marcados por Deus de maneira permanente, e funcionamos no mundo de Deus com corpos e mentes dadas por Deus. E Ele nos fez de forma que mantivéssemos um tipo de conhecimento inato acerca dele, algo indelével no ser humano. Calvino deu um nome bonito para isso: sensus divinitatis — o senso do divino, ou da divindade. O ser humano sabe que há algo que vai além desse mundo. Todos nós temos o entendimento tácito de que a realidade vai além do que vemos com nossos próprios olhos, sabemos que há algo por trás da grande história, ainda que nos recusemos a aceitar qual é a verdadeira história. Sabemos que somos valiosos, ainda que neguemos a real fonte desse valor.

Razões ligadas à Queda — A certeza do mal por detrás das coisas.

Pensemos agora em razões ligadas à Queda que nos levam a amar teorias da conspiração. Todos nós somos humanos caídos e sabemos muito bem o que é o pecado e o que é a malandragem humana. Nossos motivos raramente são puros, se é que em algum momento o são. A vovozinha passa horas sacrificando suas costas e mãos idosas para fazer um bolo delicioso para os netos. Que lindo! Há bons motivos, é claro. Mas lá no coração, órgão enganoso e traiçoeiro, pode habitar aquele orgulhozinho ferino de ser a melhor boleira da família, ou o desejo de validar seu valor por meio dos elogios. Nossos motivos dificilmente são puros.

Redenção e o anseio por colocar ordem no mundo

Todos nós temos alguns anseios básicos comuns a todo ser humano. Um destes é o anseio por algo superior. Como Tim Keller nos explica, falando acerca da visão de Tolkien, as histórias fantásticas desse mundo costumam envolver todos, ou alguns, dos seguintes elementos:

  1. Escapar dos confins do tempo e da morte;
  2. Ter comunhão com seres que sejam além de humanos;
  3. Encontrar amor perfeito que cure perfeitamente, e do qual nunca nos apartemos;
  4. Triunfar sobre o mal de maneira complete e cabal.