Um blog do Ministério Fiel
Natal: algo maior que o templo está aqui
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” – João 1.14
Nos artigos anteriores, consideramos o Natal de acordo com João, conforme ele nos dá uma visão teológica do significado dessa ocasião no início de seu Evangelho. Meu objetivo tem sido o de lutar contra a familiaridade do Natal e nos levar e sermos propriamente afetados pela glória da encarnação, conforme João a apresenta, particularmente em João 1.14.
No primeiro artigo, vimos como Javé habitou entre Seu povo no tabernáculo. Depois, semana passada, vimos como o lugar de habitação do SENHOR é inseparável de Sua glória. Vimos isso primeiro no tabernáculo, depois no templo e, por fim, em Jesus. Assim, João está proclamando à sua audiência que, da mesma forma com que a glória encheu o tabernáculo e o templo eram a expressão de Javé e manifestação de Sua presença, também Jesus é a própria expressão de Javé e manifestação de Sua presença.
Mas João vai além disso: “e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. Assim, quando João diz que esse Verbo Eterno habitou entre nós, a glória que vimos não foi uma nuvem. Não foi uma coluna de fogo. Foi a unigênita e única glória do próprio Pai. João apresenta Jesus, o Verbo encarnado, como a expressão divina suprema e o cumprimento de tudo que o tabernáculo e o templo foram. Não se engane: a glória do tabernáculo e do templo eram fenomenais. Mas, em Jesus, algo maior que o templo está aqui.
João 1.18 diz que ninguém jamais viu a Deus. Paulo nos diz que Ele “em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver” (1 Timóteo 6.16). Mas Jesus, que é o próprio Deus, o revelou (João 1.18). Ele mesmo disse a Filipe: “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14.9). Você quer saber como Deus é? Olhe para Jesus! Ele é a imagem – a manifestação visível – do Deus invisível (Colossenses 1.15). Ele é o resplendor da glória do Pai e a expressão exata do Seu ser (Hebreus 1.3). E em 2 Coríntios 4.6, nos é dito que a Luz do conhecimento da glória de Deus reluz na face de Cristo!
Isso, caros amigos, é o que João quer que enxerguemos ao ler o verso 14.
- Assim como a glória de Deus apareceu no tabernáculo (Êxodo 40.38-38), agora a expressão plena da glória de Deus é Jesus.
- Assim como todos que buscavam a Deus iam ao tabernáculo (Êxodo 33.7), agora todos que buscam a Deus devem ir a Jesus.
- Assim como o tabernáculo era o lugar de condescendência, onde Deus se encontrava com os homens (Êxodo 33.9), agora Jesus é onde Deus condescende e se encontra com o homem.
- Assim como o tabernáculo era o lugar onde o povo de Deus era consagrado para o serviço (Êxodo 29.43), agora Jesus é onde o povo de Deus é consagrado e santificado.
- Assim como o tabernáculo era o lugar onde Deus falava com Seu povo (Êxodo 29.42, 33.9), agora, nesses últimos dias, Deus falou conosco por meio de Seu Filho, Jesus.
- Assim como o tabernáculo era o lugar onde era feita a expiação pelo pecado e a ira de Deus era propiciada (Êxodo 29.42, 44), agora Jesus expia nossos pecados e satisfaz a ira de Deus.
- Assim como o tabernáculo era onde Israel adorava Deus (Êxodo 33.10), agora “vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade” (João 4.23,24), porque eles adorarão em Jesus, e somente por meio dele.
O evangelho do Natal para o crente
Assim, nesse Natal, ao meditar no nascimento do bebê na manjedoura, não deixe de ouvir as palavras de João: em Jesus, Deus está tabernaculando com os homens como fez no deserto. Pense no peso do fato de que o Natal diz respeito ao Deus do universo vindo graciosamente habitar em glória entre os homens após ter estado ausente por 600 anos!
Quão bondosa Divindade!
Quão gloriosa Humanidade!
Salve Cristo, Emanuel,
Luz do mundo, Deus fiel!
Veja a divindade encarnada! Veja Jesus, nosso Emanuel, nosso “Deus conosco”. Não deixe que esses pensamentos e considerações sobre a Palavra de Deus sejam apenas exercício acadêmico que estimula seu intelecto. A conexão inseparável entre o lugar de habitação de Deus e Sua glória está nos dizendo que o objetivo da encarnação – o objetivo do nascimento de Jesus – o objetivo do próprio Natal – é que possamos contemplar Sua glória!
Quando João diz “vimos Sua glória” no verso 14, a palavra é theáomai, no original. Significa “contemplar, ver”. Um estudioso de grego diz que “é observar de maneira a satisfazer o olhar”. Não podemos perder isso! A razão pela qual o Verbo se fez carne, a razão pela qual Jesus tabernaculou entre nós, é para que possamos contemplá-lo e contemplar Sua glória, cheio de graça e de verdade. E para que, ao contemplá-lo em toda Sua glória, recebamos dessa plenitude graça sobre graça (João 1.16).
Cristão, receba graça sobre graça nesse Natal. Olhe para Jesus e contemple Sua glória, glória como do unigênito do Pai. Deixe essas verdades encharcarem sua alma e te satisfazerem. Seja compelido por essas verdades a adorar Cristo ao contemplá-lo, entesourá-lo, segui-lo, ao se deleitar nele e ao testemunhar dele para sua família e seus amigos e vizinhos. Irmãos e irmãs, recebam graça sobre graça de seu Salvador!
O evangelho do Natal para o descrente
Mas mesmo enquanto exultamos sobre coisas tão gloriosas, há uma realidade trágica que nos confronta. A de que há pessoas lendo isso que não podem fazer essas coisas. Você não pode receber graça sobre graça de Jesus Cristo porque você crê nele. Porque, quando você olha para Ele, você não vê glória. Você não vê a coisa mais bonita que já existiu. Você olha para Ele e Ele parece chato, ou mítico e “faz de contas”, ou repulsivo, ou opressor, ou um estraga-prazeres.
Você precisa nascer de novo.
Pois assim como lemos sobre os israelitas em 2 Crônicas 36, quando Deus enviou sua palavra a eles diversas vezes por Seus mensageiros por se compadecer deles (2 Crônicas 36.15) – se você, como Israel, rejeita a glória do Deus que tabernaculou entre nós, e continua a servir os ídolos do ego, do dinheiro, do conforto e do prazer – então no último dia, quando Jesus voltar a Terra em glória para julgar, a glória de Deus irá te abandonar assim como fez com Israel, e você irá para a punição eterna. Tão certa quanto a profecia de Ezequiel da destruição veio sobre Judá pelas mãos da Babilônia, assim será a Palavra de Deus a respeito da destruição daqueles que rejeitam Sua glória, que rejeitam o Salvador, Cristo, o Senhor.
Você precisa ser salvo.
E as boas novas é que foi exatamente por isso que Jesus veio.
Nasce a fim de renascermos!
Vive para revivermos!
Rei, Profeta, Intercessor,
Louvem todos ao Senhor!
O Verbo se fez carne e habitou entre nós, em última instância, para que Ele pudesse viver uma vida perfeita e morrer na cruz pelos pecados de Seu povo, para que, pela fé, eles pudessem contemplar Sua glória e receber graça sobre graça. E a primeira graça a receber é a graça do novo nascimento, a graça da salvação, a graça do perdão de seus pecados.
Assim como os israelitas tiveram, você tem a oportunidade de deixar seus pecados, deixar sua idolatria e adorar somente a Deus. E assim você, descrente, neste dia, é chamado a vir a Cristo. Esse é o dia da salvação. Corra para Cristo enquanto ele pode ser achado. Abandone seu pecado. Abrace a glória de Deus na face de Cristo (2 Coríntios 4.6). Receba o Salvador.
O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. Isso é o Natal, caros amigos.
Isso é o Natal.