Deus odeia o que aconteceu com você

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Suponha que tenha sofrido abuso quando era criança e os terríveis frutos disso permaneceram por muitos anos. Digamos que um tio, ou seu pai, tenha abusado de você e alguém tenta ajudar você, dando-lhe conselhos e estando ao seu lado para lidar com as implicações de tudo isso. Se perguntam: “Você acha que essa era a vontade de Deus?”

Eu não sei qual seria a sua resposta a essa pergunta. Até agora, nesses 15 minutos, tentei fornecer uma estrutura bíblica de pensamento para saber como responder de uma forma que não apenas corresponda à realidade da verdade bíblica, mas também com as profundas necessidades da sua alma. A sua primeira necessidade… Não sei qual delas é primordial para você. Pode ser diferente, mas existem duas.

A primeira é a necessidade de crer que Deus odeia o que ocorreu. Que, quando olhava para o abusador, ele dizia: “Não faça isso! Isso é contra minha vontade! Eu ordeno que você não faça isso!” Que ele odiou o que viu e que o julgará. Você precisa crer que Deus desaprovou tudo isso. Além disso, você precisa crer que Deus é soberano, tão soberano naquele momento, que ele pode fazer com que tudo coopere para o seu bem glorioso e eterno. Se você tentar resolver o problema da soberania de Deus no momento da crise, e o afastar para longe do momento da causa, de modo que fique restrito aos cantos, sabe o que acontecerá? Você ficará sem Deus para ajudá-lo a lidar com isso, que não fará isso cooperar para o seu bem. Ele não lhe será útil.

Você disse: “Deus não pode ter nada a ver com isso, sua vontade não pode estar envolvida, o governo do universo não pode incluir isso, não posso crer em um Deus que ordenaria que isso ocorresse”. Então você o afasta para longe e vive na dor para o resto da vida. Você pede que Deus opere milagres, mas o afastou para longe. Se ele não pode governar tal momento, ele não pode governar o resto da sua vida ou realizar os milagres que você pediu.

Você precisa de duas coisas: precisa de um Deus que desaprova a perversidade e precisa de um Deus que ordena todas as coisas e é tão soberano que pode fazer com que tudo, até isso, coopere para o bem. Portanto, se você afirma que não há sentido na vontade soberana de Deus, você deixa Deus de lado para o resto da vida. Creio que essas duas verdades correspondem a necessidades profundas e reais que todos nós temos. Você pode não ter sido abusado, mas pode ter perdido alguém. Alguém próximo a você pode estar doente. Talvez você esteja vivendo um doloroso conflito relacional no casamento, com os filhos ou com amigos.

Você está passando por uma barra, e precisa de duas coisas: um Deus que simpatiza com você como sumo sacerdote e que odeia o pecado. Pecado é tudo o que Deus odeia. Ele diz: “Não faça isso, é proibido”. E você precisa de um Deus que, naquele momento, seja soberano e governe todas as coisas, de modo que até o pecado contra você está debaixo de seu propósito para você, e algum dia você brilhará como o sol, apesar da perda ou da dor. Ambas são necessidades que Deus supre ao agir dessa maneira.