Vivo para a religião, morto para Deus

Transcrição do vídeo

O que ocorre no novo nascimento? Não é ter uma nova religião, mas uma nova vida. Vamos ler os versos 1 a 3. Nosso texto é João 3.1–10. Depois veremos outros textos, mas vamos analisar esse texto em algumas semanas.

João 3.1–3: “Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”.

Jesus não é incrível? Ele diz isso assim do nada. Nicodemos faz uma boa afirmação sobre Jesus. Jesus simplesmente olha para ele e diz: você deve nascer de novo. Assim do nada. João quer ter certeza de que sabemos que Nicodemos era fariseu. Ele não precisava registrar. O texto faria sentido se dissesse que um homem veio até Jesus à noite, elogiou suas obras, reconheceu que ele veio de Deus, e Jesus falou de nascer de novo. Sem problemas.

Por que dizer que ele era fariseu e líder entre os judeus? Resposta: uma nova religião não garante bem algum. Este é o povo mais religioso do planeta. São os judeus mais religiosos. Então, é possível ser um excelente batista, luterano, metodista, episcopal, católico, religioso até a alma, e ainda estar perdido. É o que ele afirma. João quer que entendamos isso. Aqui estão os fariseus, os maiorais em disciplina, os maiorais em oração, os maiorais em princípios morais, em não se envolver em problemas e em frequentar todas as reuniões. Mas Nicodemos ainda está perdido e morto.

Creio que João destaca que ele era um fariseu, líder dos judeus, para deixar bem claro que, apesar de toda essa religiosidade, ele precisa nascer de novo. Ele não precisa de religião; precisa de vida. Ele precisa de vida. Claro, em certo sentido, ele está bem vivo, certo? Se Nicodemos estivesse aqui e me ouvisse, ele diria: “Estou vivo”. É assim que ele está aqui: cego, não entende nada. Ele pergunta se deve voltar ao ventre da mãe. Ele me diria: “Você disse que estou morto, veja, estou vivo. Eu estou vivo”. Parece que Jesus tinha uma categoria para mortos-vivos.

Lembra alguma passagem? Lembra do homem em Lucas 9.60? Ele veio a Jesus, que disse para segui-lo, e ele pediu para sepultar seus pais antes. Jesus diz: “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos”. Então eles são mortos que precisam ser sepultados e que sepultam. Para ele, existe essa categoria. Ele sabe do que está falando. Quando ele diz que você precisa nascer de novo, ele está falando a um morto que precisa viver.

Na parábola do filho pródigo, quando ele volta para casa, o que o pai diz ao irmão mais velho que estava zangado por causa da festa? Ele diz: “Meu filho estava morto, e agora está vivo”. Não é de surpreender que Jesus fale assim. Ele diz a um homem vivo diante dele, cujo sangue corre nas veias, cuja mente, fala, visão, audição e tudo mais funciona perfeitamente, que ele está morto e precisa receber vida para viver. Ele precisa renascer. Então, o primeiro significado do que acontece no novo nascimento não é obter uma nova religião. Ser batista não salva ninguém. Qualquer religião não salva. Nascer de novo é receber vida.

Por: John Piper. © Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: Alive to Religion, Dead to God.

Original: Vivo para a religião, morto para Deus. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Tradução: Renan A. Monteiro.