Deus é soberano quando tudo dá errado?

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Como Deus está trabalhando em nossos dias mais improdutivos, quando parece que não realizamos nada e ficamos muito aquém de nossos próprios planos, expectativas e prioridades? Isso leva à pergunta de hoje sobre como fica a questão da nossa eficiência, uma pergunta muito boa de uma ouvinte chamada Melinda.

 

“Olá, pastor John, você uma vez encerrou seus comentários com esta frase: ‘As prioridades de Deus para nossa eficiência nesta vida não são nossas.’ Você pode detalhar isso? Eu luto muito com habilidades de gerenciamento de tempo. Sinto-me sobrecarregada com a necessidade de ter boa produtividade sempre, ter eficiência, embora isso não seja natural para mim. Como deve ser nossa eficiência em nossa tão agitada vida cristã?”

 

Vou explicar o que quero dizer com “as prioridades de Deus para nossa eficiência nesta vida não são nossas”. Mas antes, deixe-me dizer, que a razão pela qual quero que todos saibam disso, não é para que possam fazer mais coisas, e sim para que continuem fazendo o que fazem com o espírito certo. Esse é o prefácio de tudo o que tenho a dizer.

Suas prioridades

Agora, o que quero dizer com “as prioridades de Deus para nossa eficência nesta vida não são nossas”? Quero dizer que sua prioridade pode ser que entre 10:00 e 11:00 desta manhã você planeje ir ao banco e sacar um dinheiro, e voltar a tempo de pagar o adolescente que está cortando sua grama, enquanto um vizinho observa seu filho de dois e quatro anos para você. Esse é o plano.

“Frustrar a eficiência dos planos humanos é um dos principais meios de Deus para sua graça santificadora”.

Você se sente bem por ter planejado tudo com muita eficiência, e por ter resolvido isso. Você planejou tudo para que o vizinho estivesse disponível, o adolescente pudesse vir e você pudesse ir ao banco e voltar antes que os dois tivessem outros compromissos. Lembre, isto é apenas um exemplo.

Essas são suas prioridades, você teve um plano eficiente: grama cortada, crianças em casa, ida ao banco feita, menino pago, todos indo para o próximo compromisso. Vitória. Eficiência. É isso que quero dizer com “nossa eficiência”.

Prioridades de Deus

No entanto, Deus tem um conjunto de prioridades totalmente diferente do seu.

Sua vizinha estava programada para estar em uma imobiliária às 11h30 para que ela pudesse encontrar o marido para comprar sua nova casa – uma casa que, sem o conhecimento deles, tem uma fundação defeituosa. O adolescente planejava pegar o dinheiro da grama cortada, se juntar com alguns caras e comprar drogas que eles não deveriam usar. Você fica presa em um engarrafamento, causado pelo capotamento de um caminhão (essa é outra história por trás). Você fica parada na rodovia por uma hora. Você nunca chega ao banco.

Você corre para casa o mais rápido que pode, mas chega uma hora atrasada. Sem dinheiro para pagar o menino e sua vizinha não encontrou o marido. Você está frustrada quase às lágrimas.

Sua eficiência provou ser totalmente inútil para realizar suas prioridades. Você falhou, mas as prioridades de Deus foram totalmente bem-sucedidas. Ele queria impedir aquele menino de comprar drogas, queria poupar o vizinho de comprar uma casa que era um tremendo de um abacaxi e queria aumentar sua fé em sua sabedoria soberana.

Agora, é isso que quero dizer com “as prioridades de Deus para eficiência nesta vida não são nossas”.

A lenta jornada de José

Na minha opinião, isso não está acontecendo de vez em quando; está acontecendo o tempo todo. Quando você lê a Bíblia, você vê em praticamente todos os livros a história de Deus fazendo coisas que não são do jeito que os humanos as fariam ou gostariam que fossem feitas. Deus quase nunca toma o caminho mais curto entre o ponto A e o ponto B.

A razão é que tal eficiência – a eficiência da velocidade e objetividade – não é o que ele quer. Seu propósito é santificar o viajante, não acelerá-lo entre A e B. Frustrar a eficiência humana é um dos meios primários (digo primário, não secundário) de Deus para a graça santificadora.

A história de José em Gênesis 37–50 é um dos exemplos mais claros, certo? José é odiado por seus irmãos, jogado em uma cova, vendido como escravo, vendido a Potifar, acusado de assédio sexual, jogado na prisão, esquecido pelo mordomo do faraó e, finalmente, depois de dezessete anos? — tornou-se vice-presidente do Egito para salvar sua família da fome.

“Você não está sendo medido por Deus por quanto você faz.”

A moral da história está em Gênesis 50.20. José diz a seus irmãos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem,[…]”. Deus tinha uma agenda. Deus tinha um plano. Deus planejou isso para o bem.

É como se José dissesse: “Vocês, malandros, foram o ‘engarrafamento’ que me impediu de ir ao banco por dezessete anos. Mas Deus estava me posicionando para ser o salvador do meu povo, e ele não tinha pressa. Eu estava sendo testado em cada ponto. Eu confiaria nele com sua aparentemente “ineficiência” sem sentido? Não foi sem sentido.

A mudança de planos de Paulo

Quando Paulo estava tentando chegar à Espanha, ele  tinha um plano muito bom: “Vou a Jerusalém entregar o dinheiro. Vou pegar um barco, ir para Roma, reunir algum apoio e terminar minha vida na Espanha. Que grande plano. Mas então ele se viu na prisão em Roma. O que ele disse?

Ele diz isso em Filipenses 1:12–13: “Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho; de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais;”.

Suas prioridades para chegar com eficiência à Espanha foram destruídas, mas os propósitos de Deus de evangelizar a guarda imperial em Roma permaneceram no caminho certo.

Um plano diário

Aqui está a implicação para Melinda.

De qualquer forma, faça sua lista de tarefas do dia. Torne-se o melhor que puder. Priorize a lista. Obtenha as primeiras coisas primeiro. Faça o seu plano. Faça o melhor que puder. Vá em frente e leia um livro sobre isso.

Em seguida, caminhe na paz e na liberdade de que, quando tudo for despedaçado nas rochas da realidade (o que acontece na maioria dos dias), você não está sendo medido por Deus pelo quanto você faz. Você está sendo medido por confiar na bondade, sabedoria e soberania de Deus para trabalhar essa nova confusão de ineficiência para a glória dele e o bem de todos os envolvidos, mesmo quando você não consegue ver como.