Um blog do Ministério Fiel
Transcrição do vídeo
“Qual tem sido o impacto dos livros na sua vida?”
Bem, que pergunta maravilhosa. Seria difícil exagerar o impacto transformador dos livros em minha vida. Mas vou voltar um pouco e estabelecer uma base.
A Bíblia é um livro
O fundamento número um é que a Bíblia é um livro. As implicações desse fato são simplesmente surpreendentes. Quando Deus contemplou todas as formas possíveis que existiam para ele — como um Deus infinito, onipotente e onisciente — transmitir e preservar sua revelação ao mundo, ele escolheu um livro. E isso é simplesmente surpreendente. Não temos outro acesso autorizado ao conhecimento de Deus, ao caminho da salvação e a como viver uma vida agradável ao Senhor do que através deste livro — seja diretamente lendo-o ou indiretamente através de outras pessoas que o leram.
“A Bíblia é um livro. As implicações desse fato são simplesmente surpreendentes.”
O livro é absolutamente único. É inspirado em todas as suas palavras, e essa inspiração assegura a suficiência do livro em nos equipar para toda boa ação. Quero dizer, essa mesma frase em 2 Timóteo 3.17 – “toda boa obra” – é incrível para mim. É uma afirmação impressionante que estamos equipados, preparados por este livro para todas as boas ações que Deus espera de nós. Ele não espera de nós nada que não nos capacite a fazer através deste livro. Portanto, é surpreendente o quão único e poderoso este livro é.
Significado através da leitura
Então você acrescenta Efésios 3.4, onde Paulo disse: “pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo”. Isso é de tirar o fôlego para mim. A inspiração do livro e a leitura do livro são as conjunturas entre Deus e o homem, onde a verdade salvadora é transferida da mente divina para a mente e o espírito humanos. Estas são implicações surpreendentes de dizer que a leitura é a forma como “você pode perceber minha compreensão do mistério de Cristo”, como diz Paulo.
É claro que isso não é possível sem a atuação onipotente do Espírito Santo. Não é apenas um assunto intelectual. Mas não é menos do que um assunto intelectual, porque Deus ordenou que a sua verdade viesse através de um livro. Ler é um trabalho da mente.
E, claro, isso também não significa – e nada do que eu disse pretende implicar – que possamos simplesmente fazer isso em nosso pequeno cubículo privado, sem levar em conta mais ninguém. A Bíblia é absolutamente clara ao dizer que Deus nomeou pastores e professores – pessoas com dons espirituais que incluem sabedoria, conhecimento, profecia, ensino e outras maneiras pelas quais os humanos esclarecem, aplicam e nos inspiram com as Escrituras.
Portanto, embora Deus esteja nos dando um livro, ele quer que compreendamos o livro, apliquemos o livro e sejamos inspirados pelo livro com a ajuda de outras pessoas – algumas que estão mortas e deixaram suas idéias em livros, e outros que estão vivos e nos ensinam, pregam, aconselham e conversam conosco.
Uma vez que a realidade do privilégio de Deus à palavra escrita – com a sua escolha de um livro como o meio decisivo pelo qual ele revelaria e preservaria a revelação de si mesmo – tenha sido absorvida, você nunca poderá ficar indiferente à realidade dos livros. Deus privilegiou o livro, honrou o livro, elevou o livro e estimou o livro acima de todos os outros meios por sua preservação e explicação secular de sua revelação.
Sete razões para ler
Portanto, quando digo que seria difícil exagerar o impacto dos livros na minha vida, acho que estou dizendo algo muito alinhado com os propósitos de Deus para o mundo. Tudo isso para justificar minha primeira frase. Então, deixe-me ser específico e responder sua pergunta, aqui estão sete razões para ler:
- Os livros me mostraram a glória, a grandeza, o caráter, os atributos e as belezas de Deus.
“Os livros me mostraram a glória, a grandeza, o caráter, os atributos e as belezas de Deus.”
- Os livros me convenceram do pecado. Na verdade, a maioria dos livros me condena pelo pecado de uma forma ou de outra. Houve um longo período de tempo na Alemanha em que todos os domingos à noite eu lia uma extensa porção do livro Afeições Religiosas, de Jonathan Edwards, e me sentia arrasado – semana após semana – enquanto ele removia as camadas de auto-exaltação do meu coração.
- Os livros me mostraram o caminho da retidão.
- Os livros me deram inspiração e incentivo em alguns dos meus dias mais difíceis – e estou pensando aqui principalmente na biografia.
- Os livros moldaram a maneira como penso e me expresso. Estou pensando, é claro, em C.S. Lewis aqui – uma lógica aguçada e uma crença profunda na realidade da razão e da lógica, embora nunca a eleve acima da importância essencial da imaginação e dos afetos. Não é apenas a sua profunda crença na exemplificação – dar um exemplo de lógica – mas a concretude palpável, cheirosa e saborosa da sua linguagem. Oh, o poder do concreto sobre o abstrato para ajudar as pessoas a compreender as coisas mais importantes!
- Os livros cultivaram em mim convicções profundas sobre coisas como os objetivos da leitura. Eu penso aqui em E.D. Hirsch no seu livro Validade na Interpretação, que me convenceu profundamente de que a única base objetiva para qualquer reivindicação de validade na interpretação de alguém é que encontramos a intenção de um autor ao escrever. Acho que está certo, e que vasta implicação isso tem na maneira como você lê tudo.
- Finalmente, eu diria que os livros esclareceram para mim conceitos bíblicos que talvez eu nunca tenha conseguido obter boa clareza por mim mesmo, devido ao quão extenso o escopo da compreensão das Escrituras precisa ser para que alguém possa sintetizar da maneira como os livros o fazem. E estou pensando aqui em George Ladd, por exemplo – um dos meus professores – em Uma teologia do novo testamento ou no seu livro A presença do futuro (A Theology of the New Testament and The Presence of the Future.)
Junte-se a mim
Então, essa é a ponta do iceberg. Para a pessoa que tem dificuldade com a leitura, eu simplesmente diria: “Junte-se a mim”. Junte-se a John Piper, limitado e de leitura lenta. Admita suas limitações. Abandone todos os ressentimentos, raiva, autopiedade e autojustificação e aceite humildemente suas limitações. Admita-os e faça o melhor que puder. Seja grato por cada medida de leitura que você é capaz de fazer.