Um blog do Ministério Fiel
O Deus da Verdade que preserva de modo puro a sua Palavra
Acerca da inspiração e demais propriedades das Escrituras
O salmista maravilhado diante da Palavra de Deus, destaca atributos dessa maravilhosa revelação de Deus. Então, destaca: “O mandamento (mitsvah)[1] do SENHOR é puro (bar) (= limpo, lúcido, claro)” (Sl 19.8).
A despeito da dificuldade em se estabelecer com precisão a origem desta palavra (rB) (bar),[2] sabemos que ela indica o fato de que a Palavra de Deus é pura, seleta, não misturada, afiada e, por isso mesmo, tem o seu brilho próprio.
“Puríssima (me`od tsaraph) (intensamente provada) é a tua Palavra….” (Sl 119.140). A Palavra de Deus foi registrada por homens que, mesmo separados por Deus para essa tarefa, não deixaram de ser pecadores como nós o somos.
Todavia, a Bíblia não traz em seus ensinamentos, preceitos pecaminosos. Ela é puríssima porque o seu registro foi preservado pelo Espírito Santo, bem como foi conservado puro até os nossos dias (2Tm 3.16-17; 2Pe 1.20-21).[3]
Bíblia: Exuberância literária
A Bíblia é um livro maravilhoso! Quando fazemos esta afirmação, podemos ter em mente diversos elementos que contribuem para tornar este Livro tão esplêndido.
Podemos, por exemplo, considerar a Bíblia como uma obra sem igual no campo da literatura, elencando e tratando com simplicidade de problemas universais que atingem os homens de todos os lugares e épocas, estando ainda na pauta das preocupações do homem moderno.[4]
Trata da origem do mundo, da criação do homem e do propósito final da sua existência bem como da história. Apresenta o sentido da vida em Jesus Cristo e como encontrá-lo.
Na Bíblia há trechos de singular beleza literária, tais como: Rt 1.14-17; 1Sm 18.1-4; Sl 23; Mt 5.1-12; Lc 10.25-37;15.11-32, entre outros.
Não nos esqueçamos de que sem dúvida ela é o livro mais influente na formação da mentalidade ocidental.
Criswell (1909-2002) escreve:
No Livro Sagrado encontramos romance, como na história de Sara, de Rebeca, de Raquel e de Rute. Encontramos legislação, como nos incomparáveis preceitos de Moisés. Na história dos reis de Israel e de Judá e dos reinos do mundo, encontramos verdadeira história. E nela temos poesia real, como essa contida no lindo Salmo 23; e ainda encontramos provérbios e profecia. Um terço da Bíblia é profecia.[5]
Mesmo como toda a sua beleza literária, que o homem natural pode reconhecer, “a nossa persuasão e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela palavra e com a palavra testifica em nossos corações” (Confissão de Westminster, I.5). (Leia: Jo 16.13,14; 1Co 2.10-12). Em outras palavras: Só reconhecemos a Bíblia como Palavra de Deus, por obra e graça do Espírito Santo.
De forma introdutória, consideremos o Maravilhoso Livro, não sob o prisma do seu indiscutível valor literário, mas, sob a ótica da sua coesão e unidade; e para tanto, começaremos estudando a sua diversidade, tomando como pressuposto, a verdade incontestável de que unidade não significa necessariamente uniformidade.
Inspiração, inerrância e autoridade das Escrituras
O demônio e seus agentes têm soprado para ver se apagam a luz das Escrituras, mas não têm conseguido apagá-la, um sinal evidente de que elas vêm do céu. – Thomas Watson (c. 1620-1686).[6]
Ao longo da história as Escrituras sagradas foram alvos constantes de ataques contra a sua integridade, autoridade e suficiência.
Um dos pontos enfatizados pela Reforma Protestante foi o princípio da Sola Scriptura, entendendo que a Palavra é a autoridade suprema sobre todas as coisas, oferecendo-nos uma perspectiva real e verdadeira de todas as coisas.
Nós somos herdeiros dos princípios bíblicos da Reforma. Para nós, como para os Reformadores, a Palavra de Deus é a fonte autoritativa de Deus para o nosso pensar, crer, sentir e agir: A Palavra de Deus é-nos suficiente. Sob esta ótica, estudemos o assunto.
Nas Escrituras os profetas e os apóstolos falaram a Palavra de Deus dirigidos pelo Espírito Santo. Por isso, podemos afirmar de antemão, que a Escritura tem apenas um único autor primário: O Espírito. É isto que queremos dizer quando declaramos, fazendo eco à afirmação de Paulo, de que a Escritura é “inspirada” por Deus.
A palavra “inspiração” não ocorre no Novo Testamento. Ela só aparece uma única vez no Antigo Testamento: “Mas ninguém diz: Onde está Deus que me fez, que inspira (Nãthan) = “dar”, “conceder”) canções de louvor durante a noite” (Jó 35.10) (ARA).[7]
No Novo Testamento, a palavra é decorrente de uma tradução interpretativa do texto de 2Tm 3.16, que diz: “Toda Escritura é inspirada por Deus…”. A expressão “inspirada por Deus” provém de um único termo grego, (Theópneustos), que só ocorre aqui. (Não aparece na LXX). Todavia, a tradução que temos (Almeida, Revista e Atualizada), segue aqui a Vulgata, que traduz, “Divinitus Inspirata”.[8]
A palavra (Theópneustos) não significa “ins-pirado” mas, sim “ex-pirado”; ou seja, ao invés de soprado para dentro, soprado para fora.
Este adjetivo, comenta Brown (1932-2019):
….Não significa qualquer modo específico de inspiração, tal qual alguma forma de ditado divino. Nem sequer dá a entender a suspensão das faculdades cognitivas normais dos autores humanos. Do outro lado, realmente quer dizer algo bem diferente da inspiração poética. É um erro omitir o elemento divino no termo, transmitido por theo (The New English Bible faz assim, ao traduzir a frase; ‘toda escritura inspirada’).[9] É claro que a expressão não dá a entender que algumas escrituras são inspiradas, enquanto outras não são. Todas as Sagradas Escrituras expressam a mente de Deus; fazem assim, no entanto, com o alvo da sua operação prática na vida.[10]
O que Paulo nos diz é que toda a Escritura Sagrada é soprada, exalada por Deus. Ou, se tomarmos a palavra apenas no sentido passivo, diremos que “Deus em sua revelação é soprado pelas páginas das Escrituras”. Deste modo, podemos dizer que Deus é o Autor e o Conteúdo das Escrituras.
Warfield (1851-1921), comentando o texto de 2Tm 3.16, diz:
Numa palavra, o que se declara nesta passagem fundamental é, simplesmente, que as Escrituras são um produto divino, sem qualquer indicação da maneira como Deus operou para as produzir. Não se poderia escolher nenhuma outra expressão que afirmasse, com maior saliência, a produção divina das Escrituras, como esta o faz. (…) Paulo (…) afirma com toda a energia possível, que as Escrituras são o produto de uma operação especificamente divina.[11]
Definição de inspiração
Podemos definir a Inspiração como sendo a influência sobrenatural do Espírito de Deus sobre os homens separados por Ele mesmo, a fim de registrarem de forma inerrante e suficiente toda a vontade de Deus, constituindo este registro na única fonte e norma de todo o conhecimento cristão.[12]
Com isto, estamos dizendo que o Deus que se revelou, esteve “expirando” os homens que Ele mesmo separou para registrarem esta revelação.
A inspiração bíblica garante que seja registrado de forma veraz aquilo que a inspiração profética fazia com respeito à palavra do profeta, para que ela correspondesse literalmente à mente de Deus. Em outras palavras: a Palavra escrita é tão fidedigna quanto a Palavra falada pelos profetas; ambas foram inspiradas por Deus.
Van Groningen (1921-2014), coloca a questão nestes termos:
O Espírito Santo habitou em certos homens, inspirou-os, e assim dirigiu-os que eles, em plena consciência, expressaram-se na sua singular maneira pessoal. O Espírito capacitou homens a conhecer e expressar a verdade de Deus. Ele impediu-os de incluir qualquer coisa que fosse contrária a essa verdade de Deus. Ele também impediu-os de escrever coisas que não eram necessárias. Assim, homens escreveram como homens, mas, ao mesmo tempo, comunicaram a mensagem de Deus, não a do homem.[13]
A Bíblia é o registro infalível da Palavra de Deus. Deus fez com que os seus servos registrassem a sua vontade mediante a Revelação, Inspiração e Iluminação do Espírito; desta forma, o Deus Triúno é o Autor das Escrituras, sendo a Inspiração mais propriamente atribuída ao Espírito. (Cf. 2Sm 23.2; Mt 22.43; At 1.16; 4.24-26; 28.25; Hb 3.7-11; 9.6-8; 10.15-17; 1Pe 1.10-12[14]/2Tm 3.16; 2Pe 1.20-21).
Todos os livros necessários
Nas Escrituras temos todos os livros que Deus providencialmente quis que fossem escritos e preservados[15] para a nossa edificação.
Nas palavras de Calvino:
Aquelas [epístolas] que o Senhor quis que fossem indispensáveis à sua Igreja, Ele as consagrou por sua providência para que fossem perenemente lembradas. Saibamos, pois, que o que foi deixado nos é suficiente, e que sua insignificância não é acidental; senão que o cânon da Escritura, o qual se encontra em nosso poder, foi mantido sob controle através do grandioso conselho de Deus.[16]
Aspectos da inspiração
Deste modo, cremos que a Inspiração foi Plenária, Dinâmica, Verbal e Sobrenatural.[17]
1) Plenária: Porque toda a Escritura é plenamente expirada. De Gênesis ao Apocalipse, tudo o que foi registrado, o foi pela vontade de Deus (2Tm 3.16; 2Pe 1.20-21).
Machen (1881-1937) apresenta um precioso resumo desse tema relacionando-o com o próximo tópico:
Esta doutrina [da inspiração] significa que a Bíblia não é apenas um relato de coisas importantes, mas que o próprio relato é verdadeiro, tendo os escritores sido preservados de erros, a despeito de uma manutenção total de seus hábitos de pensamentos e expressão, que o Livro resultante é a “regra infalível de fé e prática”.
Essa doutrina da “inspiração plena” tem sido assunto de deturpação persistente. Seus oponentes falam dela como se envolvesse uma teoria mecânica da atividade do Espírito Santo. O Espírito, diz-se, é representado nesta doutrina como se tivesse ditado a Bíblia aos escritores, considerados realmente pouco mais do que estenógrafos. Mas, naturalmente, todas estas caricaturas não têm base de fato, e é surpreendente que homens inteligentes sejam tão obscurecidos pelo preconceito a ponto de nem mesmo examinarem, por si mesmos, as investigações perfeitamente acessíveis nas quais a doutrina da inspiração plena é apresentada. Normalmente se considera como uma boa prática, examinar algo por si mesmo antes de ecoar o ridículo vulgar deste algo. Mas, em conexão com a Bíblia, estas restrições sábias são consideradas, de algum modo, fora de lugar. É muito mais fácil contentar uma pessoa com uns poucos adjetivos ultrajantes como “mecânico” ou semelhantes. Por que engajar-se em um criticismo sério quando o povo prefere o ridículo? Por que atacar um oponente real quando é mais fácil derrubar um espantalho?
Na realidade, a doutrina da inspiração plena não nega a individualidade dos escritores bíblicos; ela não ignora o uso que fizeram de meios ordinários para a aquisição de informação; ela não envolve qualquer falta de interesse nas situações históricas que deram origem aos livros bíblicos. O que ela nega é a presença de erros na Bíblia. Ela supõe que o Espírito Santo informou as mentes dos escritores bíblicos de tal forma que eles foram impedidos de cometerem os erros que danificam todos os outros livros. A Bíblia pode conter um relato de uma revelação genuína de Deus e, mesmo assim, não conter um relato verdadeiro. Mas, de acordo com a doutrina da inspiração, o relato é, na realidade, um relato verdadeiro; a Bíblia é uma “regra infalível de fé e prática”.[18]
2) Dinâmica:[19] Porque Deus não anulou a personalidade dos escritores; por isso, inspirados por Deus, eles puderam usar de suas experiências, pesquisas, aptidões e manter o seu estilo (2Pe 3.15-16). Deus na realidade separou os seus servos antes deles nascerem e, os preparou para desempenharem esta função (Is 49.1,5; Jr 1.5; Gl 1.15-16).[20] A ação de Deus por meio de processos psicológicos penetrava a mente humana de tal modo que ele falava as suas palavras, expressando a vontade de Deus (Jr 1.9).[21]
A questão do caráter humano das Escrituras não é algo acidental ou periférico: os homens escolhidos por Deus para registrarem as Escrituras eram pessoas de carne e osso como nós, com personalidades diferentes, que viveram em determinado período histórico, enfrentando problemas específicos, dispondo de determinados conhecimentos, etc.[22] Aqui, sabe-se que não há lugar para nenhum docetismo:[23] Os autores secundários (humanos) tiveram um papel passivo e um papel ativo no registro da Escritura. Vejamos isso:
1) Papel Passivo: Eles foram inteiramente passivos no sentido de que não interferiram na ação de Deus em se revelar e, também, no fato de que não expressaram a sua natureza pecaminosa. Os escritores foram apenas instrumentos humanos por meio dos quais Deus decretou registrar a sua mensagem (2Pe 1.21; 2Tm 3.16). Eles falaram, todavia, somente à medida em que foram conduzidos pelo Espírito Santo. A Escritura não é maniqueísta: tendo de um lado a Palavra de Deus e, de outro, a palavra dos homens; “exalada por Deus” em toda a sua extensão.[24]
2) Papel Ativo: Conforme já afirmamos, Deus não anulou a personalidade dos escritores; caso contrário, na Bíblia haveria apenas um único e inconfundível estilo, o estilo do Espírito Santo.
No entanto, quer por meio dos originais, quer por intermédio das traduções, é facilmente percebida a diferença entre os escritos de Moisés, Isaías, Amós, etc. Da mesma forma, são perceptíveis de modo claro as características próprias dos escritos de Paulo e de João, bem como as de Mateus, Marcos e Lucas. Portanto, podemos afirmar que, de certa forma, cada livro da Bíblia é fruto do estilo literário do seu autor humano (autor secundário).
Por isso dentro da inspiração há lugar para assuntos pessoais, como, por exemplo, a Epístola de Paulo a Filemom, e também há espaço para recomendações e preocupações específicas (cf. 1Tm 5.23; 2Tm 4.13).
Palmer (1922-1980), comentando esse assunto, escreve:
Deus permitiu que o amor de Davi pela natureza brilhasse em seus Salmos, que o conhecimento que Paulo tinha da literatura pagã se manifestasse em suas cartas, que os conhecimentos médicos de Lucas caracterizassem seus escritos, que a brusquidão de Marcos aparecesse em seu livro. Tanto é que Paulo escreveu em uma forma lógica, João o fez numa forma mais mística.[25]
Essa compreensão harmoniza-se perfeitamente com a soberania de Deus. Deus decretou e controlou os eventos, proporcionando as condições para que os seus servos se tornassem “naturalmente” aptos para a tarefa que ele mesmo lhes confiaria.[26] Na doutrina da inspiração vemos de forma nítida a providência de Deus, que revela o seu governo sobre todas as coisas.
Os escritores sagrados não foram obrigados a escrever algo que fosse contrário à sua vontade; nem Deus fez com que quem só soubesse o hebraico tivesse de escrever em grego. Deus usou as suas aptidões “naturais” de forma misteriosa, de tal modo que o produto final fosse o registro inerrante da Palavra de Deus e, ao mesmo tempo, houvesse a expressão da individualidade de cada escritor.[27]
3) Verbal: Porque Deus se revelou por meio de Palavras e, todas as palavras dos autógrafos originais são Palavra de Deus (2Sm 23.2; Jr 1.9; Mt 5.18; 1Co 2.13). Em Gl 3.16, é interessante observar, que Paulo baseia o seu argumento numa só palavra usada no original hebraico.[28] A inspiração se estende aos pensamentos bem como às palavras.[29]
4) Sobrenatural: Por ter sido originada em Deus e produzir efeitos sobrenaturais, mediante a ação do Espírito Santo, em todos aqueles que creem em Cristo. (Jo 17.17; Rm 10.17; Cl 1.3-6; 1Pe 1.23; 2Pe 1.20-21). É por intermédio da Palavra que Deus gera os seus filhos espirituais.[30]
A Bíblia não foi registrada apenas para a nossa satisfação espiritual; mas para que cumpramos os seus preceitos, dados pelo próprio Deus (Dt 29.29; Js 1.8; 2Tm 3.15,16; Tg 1.22). A Bíblia também não nos foi dada para satisfazer a nossa curiosidade pecaminosa (Dt 29.29), que em geral ocasiona especulações esdrúxulas e facções. Ela foi-nos concedida para que conheçamos o seu Autor e, O conhecendo O adoremos e, O adorando, mais O conheçamos (Os 6.3; 2Pe 3.18).[31]
A Bíblia foi-nos confiada a fim de que, mediante a iluminação do Espírito Santo, sejamos conduzidos a Jesus Cristo (Jo 5.39/Lc 24.27,44), sendo Ele mesmo Quem nos leva ao Pai (Jo 14.6-15; 1Tm 2.5; 1Pe 3.18) e nos dá vida abundante (Jo 10.10; Cl 3.4). Por isso, comenta Packer, “ao estudarmos Deus, devemos procurar ser conduzidos a Ele. A revelação nos foi dada com esse propósito e devemos usá-la com essa finalidade”.[32]
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[1] Com frequência é associada com a Torah e com o “temor do Senhor”. Por vezes é também empregada de modo intercambiável com a Torah (Gn 26.5; Ex 16.28; 24.12; Dt 30.10). Referindo-se ao “corpo geral da Lei de Deus” (E. Calvín Beísner, Psalms of Promise: Celebrating the Majesty and Faithfulness of God, 2. ed. Phillipsburg, NJ.: P. & R. Publishing, 1994, p. 35), enfatiza as exigências naturais da Aliança feita por Deus com o seu povo, e demonstra a sabedoria adquirida em observá-la, sem nada acrescentar ou omitir: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos (mitsvah); porque isto é o dever de todo homem” (Ec 12.13).
[2] Vejam-se: Richard E. Averbeck, Brr: In: Willem A. VanGemeren, org., Novo dicionário internacional de teologia e exegese do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 748-749; E.S. Kalland, Barah: In: R. Laird Harris, et. al., eds. Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 224-225 e, principalmente: Vinzenz Hamp, Barah: In: G. Johannes Botterweck; Helmer Ringgren; Heinz-Josef Fabry, eds., Theological Dictionary of the Old Testament, Grand Rapids, MI.: Eerdmans, 1977 (Revised edition), v. 2, p. 308-312.
[3]“16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16-17). “20…. nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; 21 porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.20-21).
[4] “O Cristianismo é a religião mais literária do mundo. Isso não deveria nos surpreender, visto que o livro sagrado do Cristianismo é uma obra inteiramente literária” (Leland Ryken, A Bíblia como literatura: In: Philip W. Comfort, ed. A origem da Bíblia, Rio de Janeiro: CPAD, 1998, p. 157). Para um estudo introdutório ao assunto, vejam-se: Leland Ryken, A Bíblia como literatura: In: Philip W. Comfort, ed. A origem da Bíblia, Rio de Janeiro: CPAD, 1998, p. 157-210; Leland Ryken, Para ler a Bíblia como literatura, São Paulo: Cultura Cristã, 2017; Leland Ryken, A Leitura da Bíblia como literatura. In: W. Grudem; C.J. Collins, T.R. Schreiner, orgs. Origem, confiabilidade e significado da Bíblia, São Paulo: Vida Nova, 2013, p. 37-44; Leland Ryken, Formas literárias da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2017, 192p.
[5] W.A. Criswell, A Bíblia para o Mundo de Hoje, Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1968, p. 32.
[6] Thomas Watson, A Fé Cristã: estudos baseados no Breve Catecismo de Westminster, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 44.
[7] O verbo é traduzido da mesma forma em BJ. ARC e ACR traduzem mais literalmente, por “dá”
[8] A expressão completa é: “Omnis Scriptura Divinitus Inspirata”.
[9] De fato, assim lemos na The New English Bible: New Testament, Great Britain: Oxford University Press, 1961: “Every inspired scripture”. Mesmo equívoco comete ARC. Veja-se: uma boa e bem fundamentada discussão sobre este ponto In: Edwin A. Blum, The Apostles’ of Scripture: In: Norman L. Geisler, ed. Inerrancy, Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1980, p. 45ss.
[10] C. Brown, Escritura: In: O Novo dicionário internacional de teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1981-1983, v. 2, p. 103-104. Veja-se a análise da questão In: Homer C. Hoeksema, The doctrine of Scripture, Grand Rapids, Michigan: Reformed Free Publishing Association, 1990, p. 40ss.
[11] B.B. Warfield, The Inspiration of the Bible: In: The Works of Benjamin B. Warfield, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1981, v. 1, p. 79.
[12] “A inspiração é (…) definida como uma influência sobrenatural exercida sobre os escritores sagrados pelo Espírito de Deus, em virtude do qual a confiabilidade divina é dada aos seus escritos” (B.B. Warfield, A Inspiração e autoridade da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 106).
[13] Gerard Van Groningen, Revelação Messiânica no Velho Testamento, Campinas, SP.: Luz para o Caminho, 1995, p. 64-65. Veja-se também: J. Gresham Machen, Cristianismo e Liberalismo, São Paulo: Os Puritanos, 2001, p. 78-79.
[14]É muito esclarecedora a interpretação dessa passagem (1Pe 1.10-12) apresentada por Ferguson. Veja-se: Sinclair B. Ferguson, O Espírito Santo e as Sagradas Escrituras: Inerrância e Pneumatologia: In: John F. MacArthur, org., A Palavra Inerrante, São Paulo: Cultura Cristã, 2018, [p. 263-281], p. 267-268.
[15] Ver João Calvino, As Institutas, I.8.10-12.
[16]João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998, (Ef 3.3), p. 86.
[17] Para uma visão panorâmica comparativa de diversas escolas de interpretação quando à inspiração das Escrituras, veja-se: Gordon R. Lewis; Bruce A. Demarest, Integrative Theology, Grand Rapids, Mi.: Zondervan, 1987, v. 1, p. 131-171 (Para os nossos propósitos, p. 131-138)
[18]J. Gresham Machen, Cristianismo e Liberalismo, São Paulo: Os Puritanos, 2001, p. 78-79.
[19]A inspiração é também chamada de “orgânica”, porque a Escritura pode ser comparada em certo sentido a um organismo, onde há uma interação harmoniosa de forças, havendo uma operação “concursiva” ou autoria confluente. Deus preparou os seus servos desde à eternidade, tornando-os “órgãos da inspiração”. “A interpretação adequada da inspiração bíblica é a orgânica, que salienta a forma servil da Escritura. A Bíblia é a Palavra de Deus em linguagem humana. A inspiração orgânica é inspiração ‘gráfica’, e é tolice distinguir pensamentos inspirados de palavras e letras inspiradas” (Herman Bavinck, Dogmática Reformada: Prolegômena, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 1, p. 389). (Vejam-se: Herman Bavinck, Dogmática Reformada, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 1, p. 431ss.; B.B. Warfield, A Inspiração e a autoridade da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 67-68; Homer C. Hoeksema, The Doctrine of Scripture, Grand Rapids, Michigan: Reformed Free Publishing Association, 1990, p. 78ss.; Gordon R. Lewis; Bruce A. Demarest, Integrative Theology, Grand Rapids, Mi.: Zondervan, 1987, v. 1, p. 135-138).
[20] Veja-se: L. Boettner, A Inspiração das Escrituras, Lisboa: Papelaria Fernandes, [s.d.], p. 30; B.B. Warfield, The Inspiration of the Bible: In: The Works of Benjamin B. Warfield, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1981, v. 1, p. 101.
[21] Cf. J.I. Packer, A suficiência da linguagem humana: In: Norman Geisler, org. A Inerrância Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 2003, [p. 233-268], p. 238.
[22]Encontramos uma abordagem útil e esclarecedora deste ponto em: Augustus Nicodemus Lopes, A Bíblia e Seus Intérpretes, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004, p. 23-29.
[23] Ver: Robert Laird Harris, Inspiração e Canonicidade da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 96.
[24] Vejam-se: B.B. Warfield, The Inspiration of the Bible: In: The Works of Benjamin B. Warfield, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1981, v. 1, p. 101.Edwin H. Palmer, El Espiritu Santo, Gran Bretaña: El Estandarte de la Verdad, [s.d.], p. 58.
[25] E. Palmer, El Espiritu Santo, p. 59-50.
[26] Ver: Homer C. Hoeksema, The Doctrine of Scripture, p. 80ss.
[27] Ver: B.B. Warfield, The Inspiration of the Bible: In: The Works of Benjamin B. Warfield, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1981, v. 1, p. 101.
[28]Veja-se: L. Boettner. A Inspiração das Escrituras, Grand Rapids, Michigan: Reformed Free Publishing Association, 1990, p. 11
[29] Vejam-se: Cornelius Van Til, An Introduction to Systematic Theology, Phillipsburg, New Jersey: Presbyterian and Reformed Publishing Co., 1974, p. 152; J. Ligon Duncan III, A natureza, os benefícios e os efeitos da Escritura: In: John MacArthur, org., A Palavra inerrante, São Paulo: Cultura Cristã, 2018, [p. 93-102], p. 98
[30] Veja-se: J.M. Boice, O Pregador e a Palavra de Deus: In: James M. Boice, ed. O Alicerce da Autoridade Bíblica, São Paulo: Vida Nova, 1982, p. 162.
[31]Veja-se: J. Calvino, As Institutas, I.5.10; Agostinho, Confissões, 9. ed. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1977, I.1.1. p. 27-28; J.I. Packer, O Conhecimento de Deus, São Paulo: Mundo Cristão, 1980, especialmente, p. 26-35.
[32]J.I. Packer, O Conhecimento de Deus, p. 15.