O Deus da Verdade que preserva de modo puro a sua Palavra – parte III

A harmonia da Palavra de Deus e sua mensagem

3. A Harmonia dos Evangelhos

Não examinamos o Antigo Testamento apenas para encontrar os antecedentes históricos de Cristo e de seu ministério, nem mesmo para buscar referências que façam previsões sobre ele. Temos de encontrar Cristo no Antigo Testamento – não aqui e ali, mas em toda parte. −  R. Albert Mohler Jr.[1]

A) Um ou quatro Evangelhos?

Quando falamos que a Bíblia tem quatro evangelhos, na realidade, estamos dizendo que há quatro registros feitos por Mateus, Marcos, Lucas e João, conforme encontramos no Novo Testamento.

O Novo Testamento desconhece a forma plural “Evangelhos” – ainda que ela seja usada na Septuaginta (2Sm 4.10; 2Sm 18.20,22,25,27; 2Rs 7.9) -, isto porque o Evangelho é um só. Se alguém proclamar outro, seja considerado “anátema” (= maldito) (Gl 1.8,9).

Harrison (1902-1999), comentando a respeito dos registros evangélicos, observou acertadamente que, “Aos olhos da igreja primitiva estes documentos eram virtualmente um. Juntos, eles abarcavam o evangelho único, que foi diversamente expressado por Mateus, Marcos, Lucas e João. O feito de Cristo foi a causa de um novo tipo de literatura”.[2] As quatro narrativas são na realidade uma descrição inspirada do mesmo e único Evangelho; biblicamente falando, “evangelhos” é uma contradição de termos. Não há outro Evangelho (Gl 1.6-9).

A forma plural referindo-se aos registros de Mateus, Marcos, Lucas e João, só é documentada a partir de Justino, o Mártir (100-167 AD), que por volta do ano 155 AD., na sua obra Primeira Apologia, descrevendo a Santa Ceia e o seu significado, escreveu: “Os Apóstolos nas Memórias por eles escritas, que se chamam Evangelhos, nos transmitiram….”.[3] Estes registros, ao que parece, a partir do segundo século receberam o nome de “evangelhos” (forma plural). Todavia, quando dizemos que a Bíblia tem um só Evangelho, estamos afirmando que o conteúdo, a Mensagem bíblica é uma só; por isso, nela, na Escritura Sagrada, só há um Evangelho.

Foi nesse sentido que Paulo escreveu:

Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema. (Gl 1.8,9).[4]

B) Harmonia na autoria

Conforme vimos, a Bíblia foi escrita por cerca de 40 escritores; entretanto, na realidade, há somente um Autor: Deus é o Autor da Escritura, do Evangelho. Conforme escreveu Packer (1926-2020), “A Bíblia apesar de ser um livro humano, que fala de pecado e do erro e em muitos lugares da fraqueza dos seus autores, não deixa de ser, acima de tudo, uma obra divina, cujo autor primário é Deus”.[5]

Pink (1886-1952) raciocina de modo semelhante, quando diz: “A imagem divina se acha estampada em cada uma das páginas. Escritos tão santos, tão celestiais, tão profundamente criadores de temor não poderiam ser produzidos pelos homens”.[6]

A Bíblia atesta em diversos textos a origem divina de seu conteúdo (Is 30.1,8; Jr 30.2; 36.2; Hc 2.2; Mt 19.4,5; At 4.25,26; Hb 1.6; 3.7-19; 2Pe 1.20,21; Ap 1.19; 14.13; 21.5, etc.).[7]

Deus registrou a sua Palavra por meio de Moisés, Josué, dos Profetas, de Davi, Salomão, dos Apóstolos, enfim, por intermédio de todos os escritores sagrados. A harmonia da revelação de Deus está presente em todas as páginas da Bíblia. Em Cristo temos a revelação de Deus e o genuíno intérprete do Pai.[8]

Ryle (1816-1900) avalia: “Vê-se como a verdade é revelada e desenvolvida através deles (os escritores) enquanto se percorre todo o volume de seus escritos, mas nunca se descobre qualquer contradição ou contrariedade real em seus pontos de vista”.[9] A Bíblia é a verdade inerrante e harmoniosa de Deus, produzida por Ele mesmo!

C) Harmonia no tema

Do começo ao fim, a Bíblia guia-nos para o nome de Jesus Cristo. – Karl Barth.[10]

A Bíblia não nos deixar vagar ao sabor de nossa imaginação, formulando um Deus ao nosso gosto e predileções. Antes, ela é direta e específica em nos apresentar a Deus em sua natureza real.

Jesus Cristo é o tema central das Escrituras. “Jesus Cristo em si é a mensagem eterna da Bíblia”, escreveu Graham (1918-2018).[11] A Bíblia em toda a sua extensão é essencialmente Cristocêntrica.[12] De Gênesis a Apocalipse, a Pessoa e a Obra de Cristo estão presentes. O Antigo e o Novo Testamento estão vinculados a Cristo. No livro de Gênesis encontramos o prenúncio da sua primeira vinda. Em Gn 3.15, temos o protoevangelium – o primeiro vislumbre histórico da redenção que seria efetuada por Cristo. “Estas foram as primeiras palavras da graça a um mundo perdido”, pontua Law (1797-1884).[13]

No Apocalipse, antevemos a vitória final do Cordeiro de Deus. Os dois Testamentos, o Antigo e o Novo, “formam uma unidade orgânica, que se completam mutuamente num harmonioso testemunho de Cristo”, comenta Packer (1926-2020).[14]

Filipe, quando encontrou Natanael, disse-lhe o seguinte a respeito de Jesus: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiam os profetas, Jesus, o Nazareno, filho de José” (Jo 1.45).

O próprio Senhor Jesus Cristo ensinou esta verdade, dizendo que Moisés escreveu a seu respeito (Jo 5.45,46). Jesus afirma que as profecias de Isaías se cumpriram nele (Lc 4.16-21/Is 61.1,2) e, após a sua morte e ressurreição, ele mesmo fez um resumo da mensagem que pregara durante o seu ministério, assim falando aos seus discípulos: “… São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44. Leia também os versículos 45 e 46). A lei, pela ação do Espírito, nos conduz pedagógica e salvadoramente a Cristo (Gl 3.24).

Pedro, juntamente com os demais discípulos, pôde entender esta mensagem. Mais tarde, no seu discurso, Pedro fala ao povo mostrando que mais de mil anos antes, Davi já escrevera a respeito de Jesus Cristo (At 2.25-28/Sl 16.8-11. Leia também: 1Co 15.3,4).

A constatação de Jesus Cristo, procede do fato de que toda a Escritura aponta para Ele. “Examinais as Escrituras porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39).

Pink (1886-1952) Conclui:

As Escrituras testificam acerca de Cristo como o único Salvador dos pecadores que perecem, como único Mediador entre Deus e os homens, como o único por intermédio de quem nos podemos aproximar de Deus Pai. Elas testificam, igualmente, acerca das admiráveis perfeições de Sua pessoa, das glórias variegadas de Seus ofícios, da suficiência de Sua obra terminada. À parte das Escrituras, Cristo não pode ser conhecido. Somente por meio delas é que Ele é revelado.[15]

“Jesus Cristo é o cumprimento de todas as profecias e promessas do Velho Testamento”, afirma Lloyd-Jones (1899-1981).[16] De passagem, devemos dizer que o fato mais importante concernente à adoração no Novo Testamento é a centralidade de Jesus Cristo,[17] aquele que é o cumprimento das promessas e profecias do Antigo Testamento, sendo o Senhor, o único e definitivo Mediador da Aliança selada entre Deus e o seu Povo. A visão desta Aliança é a chave que abre as portas para a compreensão de toda teologia bíblica. A Pessoa de Cristo é o elo que une os dois Testamentos.[18] Em suma, Jesus Cristo é o fundamento da verdadeira adoração a Deus.

O Cristianismo de forma singular tem o seu fundamento não em uma doutrina ou em um ensinamento ou em um código de conduta, mas, em uma pessoa, Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.[19] A encarnação é toda e inclusivamente missionária: o Verbo fez-se carne e habitou entre nós (Jo 1.14).

Bavinck (1854-1921) corretamente destaca a singularidade de Cristo para o Cristianismo:

Ele ocupa um lugar completamente único no Cristianismo. Ele não foi o fundador do Cristianismo em um sentido usual, ele é o Cristo, o que foi enviado pelo Pai e que fundou Seu reino sobre a terra e agora expande-o até o fim dos tempos. Cristo é o próprio Cristianismo. Ele não está fora, Ele está dentro do Cristianismo. Sem Seu nome, pessoa e obra, não há Cristianismo. Em outras palavras, Cristo não é aquele que aponta o caminho para o Cristianismo, Ele mesmo é o caminho.[20]

Jesus Cristo é o tema que perpassa toda a Escritura.[21] Ele é apresentado como aquele que viria, aquele que veio e aquele que retornará (At 1.11). “Há um Salvador que deve vir. Há um Salvador que já veio. Há um Senhor onipotente que virá de novo. E este vasto tema há produzido surpreendente e admirável unidade na diversidade da revelação nas páginas das Sagradas Escrituras”, exulta Criswell.[22]

Assim, toda pregação que se diga cristã, mas que não toma a Cristo como o centro da sua mensagem, não expressa o verdadeiro ensinamento do Evangelho; portanto, deve ser rejeitada.[23]

Calvino resume:

Ninguém jamais aprenderá o que Cristo é, ou o propósito de suas ações e sofrimentos, salvo pela orientação e ensino das Escrituras. Até onde, pois, cada um de nós deseja progredir no conhecimento de Cristo, teremos que meditar bastante e continuamente sobre a Escritura.[24]

D) Harmonia de propósito

O Novo Testamento está latente no Antigo e o Antigo encontra-se patente no Novo. – Agostinho (354-430).[25]

Por intermédio de Isaías, Deus fala da efetividade de seu propósito que se cumpre por meio de sua Palavra:

Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra e a fecundem e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, e prosperará naquilo que a designei. (Is 55.10,11).

O Deus soberano que livremente se revelou e inspirou os escritores sagrados para registrar a sua revelação, providencialmente, faz com que a sua Palavra escrita alcance o Seu objetivo, o seu propósito. Mas, o que é que Deus pretende? Qual o seu propósito?

Retornemos um pouco na história bíblica. Com o pecado de nossos primeiros pais (Gn 3.6), a morte passou a ser o selo de toda a criação. Contudo, Deus fez a sua promessa (Gn 3.15), evidenciando, assim, que proporcionaria historicamente o caminho da salvação, de restauração do homem caído.

A Bíblia só se tornou necessária devido à Queda, ao pecado do homem, pois, antes do pecado, havia uma maravilhosa harmonia em toda a criação (Gn 1.31) e Deus falava diretamente com o homem (Gn 3.8-13). Todavia, com o pecado, houve um transtorno na vida humana, com alcance físico, moral e espiritual (Gn 3.16,19. Leia também: Gn 4.1-11; 6.5) e a natureza também sofreu os efeitos devastadores da desobediência do homem (Gn 3.17,18).

Ao longo da História, Deus separou e preparou homens para que registrassem de forma exata e infalível os seus desígnios, e foi a Palavra de Deus escrita, dentre outras coisas, “o corretivo às ideias disformes que pode dar-nos a natureza em seu estado caído”, destaca Meeter (1886-1963).[26]

De fato, a tradição oral  se fosse simplesmente preservada por seres humanos, além dos lapsos naturais que ocorrem com o passar do tempo, e, considerando que somos pecadores, adulteraria de modo propositado totalmente a informação e mensagem.[27]

Por isso, só se considera adequada salvadoramente, revelação de Deus contida na Bíblia. Ainda que os sinais da majestade de Deus se encontrem espalhados em toda Criação,[28] somente por intermédio das Escrituras o homem pode ter um conhecimento de Deus livre de superstições. Contudo, os dois livros: A Natureza e a Escritura, por serem sobrenaturalmente produzidos por Deus, trazem a mesma mensagem visto que procedem do mesmo Autor.[29] A Revelação Natural  (Geral) é tão infalível quanto a Especial. E mais, a revelação Especial (Sobrenatural ou Soteriológica) pressupõe a Geral e, confere sentido a ela e a suplementa de forma soteriológica.[30] Portanto, para o crente, toda a revelação é sobrenatural porque provém de Deus. Toda ela testemunha e aponta para o seu Criador.

Em 19 de junho de 1555, Calvino pregando sobre Dt 5.11, disse:

Observemos os céus e a Terra: vemos Deus em todo lugar. Pois o que é a Terra senão uma imagem viva (como diz Paulo) na qual Deus se declara? Apesar de ser invisível em sua essência, ele se mostra nessa, para que o adoremos. Mas nas Sagradas Escrituras existe uma imagem da qual Deus se declara de modo muito mais familiar a nós do que nos céus ou na Terra. Apesar de iluminarem a Terra, nem o sol nem a lua demonstram a majestade do mesmo modo que a Lei, os Profetas e o Evangelho.[31]

A Bíblia é o registro da Palavra e dos atos salvadores de Deus na história. Ela traz o registro das promessas de Deus e da sua respectiva execução, a fim de nos conduzir de volta a Deus, encontrando, desta forma, a esperança que emana do próprio Deus (Rm 15.4). O apóstolo Pedro escreveu dizendo que Deus nos regenerou para uma viva esperança em Cristo (1Pe 1.3); Paulo também escreveu com a mesma convicção, afirmando ser “Cristo Jesus, nossa esperança” (1Tm 1.1) e em outros de seus escritos, Paulo demonstra que os homens sem Cristo estão sem esperança, sendo corroídos pela desesperança que gera o desespero (Ef 2.12; 1Ts 4.13).

“O evangelho de Jesus Cristo não é algo que nos é oferecido para debate ou discussão, e sim para nossa aceitação e fé. Não busca nossa aprovação, mas exige nossa obediência. Não convida discussão, ao contrário, comanda diligência”, exorta Lloyd-Jones.[32]

No seu Evangelho, Deus não se propõe a satisfazer a nossa curiosidade. Ele almeja conduzir-nos a Ele mesmo em adoração e gratidão, a fim de recebermos dele a esperança inconfundível da vida eterna (Rm 5.5; 2Ts 2.16; Tt 1.2).

O propósito harmonioso de Deus é a sua própria Glória (Is 43.7; Rm 11.36; Ef 1.3,6,11,12). Nas palavras de Packer (1926-2020), Deus “é o fim de todas as suas obras. Ele não existe para o nosso interesse, mas nós para o interesse dele. É sua natureza e prerrogativa agradar-se a si mesmo e seu beneplácito revelado é fazer-se grande aos nossos olhos (Sl 46.10). O alvo predominante de Deus é glorificar-se a si mesmo”.[33]

Não esqueçamos, entretanto, que a justiça, bondade, misericórdia e o amor (dentre outras perfeições de Deus), permeiam toda a sua obra (Sl 9.8; 33.5; 89.1; Lm 3.22; Jo 3.16; Rm 5.8; Ef 2.7). Deus nos conduz a Ele para que, na contemplação da sua Majestade, recebamos a salvação preparada por Ele mesmo, executada por Jesus Cristo e aplicada pelo Espírito Santo. A salvação do seu povo e a sua consequente felicidade, estão subordinadas à Glória de Deus (Rm 11.36; 1Co 8.6; Cl 1.16; Ef 1.3-6,11,12).

Paulo, escreve:

O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. (Cl 1.26-28).[34]

A Glória do Pai só se torna visível a nós quando, pela fé, contemplamos o resplendor da Glória de Cristo: O Deus encarnado (Hb 1.3). “Um dos maiores benefícios para um crente neste mundo e no porvir é considerar a glória de Cristo”, escreveu corretamente o puritano John Owen (1616-1683).[35]

 

 

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[1] R. Albert Mohler Jr., Estudando as Escrituras para encontrar Jesus: In: D.A. Carson, org.  As Escrituras dão testemunho de mim, São Paulo: Vida Nova, 2015, p. 18.

[2]E.F. Harrison, Introducción al Nuevo Testamento, Grand Rapids, Michigan: Subcomision Literatura Cristiana, 1980, p. 132.

[3]Justino de Roma, I Apologia, São Paulo: Paulus, 1995, 66, p. 82. (Ver: Eusebio de Cesarea, Historia Eclesiástica, Madrid: La Editorial Catolica, S.A., (Biblioteca de Autores Cristianos), 1973, III.37.2. p. 187; V.8.2ss. p. 296ss.). Devemos observar, que, mesmo fora dos escritos do Novo Testamento, a palavra evangelho continuou sendo usada no sentido singular. Por exemplo: No Didaquê, obra anônima publicada por volta do ano 100 d.C., lemos: “E não oreis como os hipócritas, mas como o Senhor os mandou em Seu Evangelho….” (Didaquê, VIII.2) (Vejam-se também, Inácio de Antioquia (c. 30-110), Epístola aos Filadélficos, V.1-2; VIII.2; IX.2; Epístola aos Esmirnenses, V.1; VII.2. In: Cartas de Santo Inácio de Antioquia, 3. ed. São Paulo: Vozes, 1984; Irineu, Irineu de Lião, São Paulo: Paulus, 1995, IV.20.6; Eusebio de Cesarea, Historia Eclesiástica, V.24.6.

[4]“Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho (eu)agge/lion), o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho (eu)agge/lion) de Cristo. Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho (eu)aggeli/zw) que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho (eu)aggeli/zw) que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1.6-9).

[5]J.I. Packer, Revelação e Inspiração: In: F. Davidson, ed. O Novo Comentário da Bíblia, 2 ed. São Paulo: Vida Nova, 1976, p. 29.

[6] A.W. Pink, Enriquecendo-se com a Bíblia, São Paulo: Fiel, 1979, p. 29.

[7] Quanto a um tratamento mais detalhado sobre o testemunho interno das Escrituras a respeito da sua inspiração e inerrância, veja-se: Hermisten M.P. Costa, A Inspiração e Inerrância das Escrituras: Uma Perspectiva Reformada, 2. ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2008, passim.

[8]João Calvino, O Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 1, (Jo 3.13), p. 129.

[9]J.C. Ryle, A Inspiração das Escrituras, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, [s.d.], p. 3.

[10]K. Barth, Church Dogmatics, Peabody, Massachusetts: Hendrickson Publishers, 2010, II/2, p. 53.

[11] Billy Graham, Em Paz com Deus, Rio de Janeiro: Record, © 1984, p. 29. *** “O tema central de toda a Bíblia é Jesus Cristo, o Redentor de todos os que o invocam. (…) Jesus Cristo crucificado é o tema que unifica toda a Escritura” (Steven J.  Lawson, O tipo de pregação que Deus abençoa,  São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013, p. 27-28). Do mesmo modo, ver: Alister E. McGrath, Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do Evangelicalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 23.

[12] Veja-se: John Stott, Tu, Porém, A Mensagem de 2 Timóteo, São Paulo: ABU. (Coleção A Bíblia Fala Hoje), 1982, p. 98.

[13]Henry Law, O Evangelho em Gênesis, São Paulo: Editora Leitor Cristão, 1969, p. 33.

[14]J.I. Packer, Revelação e Inspiração: In: F. Davidson, ed. O Novo Comentário da Bíblia, 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1976, p. 30. Em outro lugar, Packer escreve: “Da mesma forma que o Antigo Testamento, sem o evangelho cristão é um alicerce sem o edifício, assim também o evangelho cristão sem o Antigo Testamento é um edifício sem alicerce” (J.I. Packer, Vocábulos de Deus, São Paulo: Vida Nova, 1994, p. 29).

[15] A.W. Pink, Enriquecendo-se com a Bíblia, p. 28-29. “A Escritura está literalmente centrada em Cristo e Cristo está nela envolvido. Só por meio da Escritura Ele pode ser conhecido. Quando interpretada corretamente, a Escritura conduz a Cristo, que, só por intermédio da Escritura pode ser apropriadamente conhecido” (Alister E. McGrath, Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do Evangelicalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 46).

[16] D.M. Lloyd-Jones, Deus o Pai, Deus o Filho, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1997 (Grandes Doutrinas Bíblicas, v. 1), p. 317.

[17] Cf. John M. Frame, Worship in Spirit and Truth, Phillipsburg, NJ.: P & R. Publishing, 1996, p. 25ss.

[18]Ver: Confissão de Westminster, VII.6. “Portanto, seja este um sólido axioma: Não se deve ter outra Palavra de Deus, a que se dê lugar na Igreja, senão aquela que se contém, primeiro na Lei e nos Profetas, então nos Escritos Apostólicos; nem outro modo de ensinar a Igreja corretamente, senão aquele prescrito e normativo dessa Palavra” (João Calvino, As Institutas (2006), IV.8.8).

[19] Veja-se: Alister E. McGrath, Paixão pela Verdade: a coerência intelectual do Evangelicalismo, São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 23, 32-33.

[20]Herman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 311.

[21]“Jesus Cristo crucificado é o tema que unifica toda a Escritura” (Steven J. Lawson, O tipo de pregação que Deus abençoa, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013, p. 28).

[22] W.A. Criswell, A Bíblia para o Mundo de Hoje, Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1968, p. 31.

[23]“Todo e qualquer movimento ou ensino que não faça do Senhor Jesus Cristo e Sua morte na cruz, e Sua gloriosa ressurreição, uma necessidade absoluta e absolutamente central, não é cristão, e sim, uma manifestação das ‘astutas ciladas do diabo’.” (D. Martyn Lloyd-Jones, O Combate Cristão, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1991, p. 128). “Cristo é tanto o centro como a circunferência, Ele é tudo, tudo se cumpre nele” (D. Martyn Lloyd-Jones, As Insondáveis Riquezas de Cristo, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas,1992, p. 70).

[24]João Calvino, O Evangelho segundo João, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2015, v. 1, (Jo 2.17), p. 100.

[25]Santo Agostinho, Questionum in Heptateuchum. 2.73. (https://www.augustinus.it/latino/questioni_ettateuco/index2.htm)  (Consulta feita em 02.11.2023).

[26] H.H. Meeter, La Iglesia y El Estado, 3. ed. Grand Rapids, Michigan: TELL., [s.d.], p. 28.

[27] Cf. Abraham Kuyper,  A Obra do Espírito Santo,  São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 110.

[28] Vejam-se: J. Calvino, As Institutas, 1.6.4; João Calvino, As Pastorais, São Paulo: Paracletos, 1998, (1Tm 3.15), p. 98; Confissão de Westminster, I.1.

[29] “Se o conhecimento de Deus foi revelado por ele mesmo em sua palavra, ele não pode conter elementos contraditórios ou estar em conflito com aquilo que se sabe de Deus a partir da natureza e da história. Os pensamentos de Deus não podem se opor uns aos outros e, assim, necessariamente formam uma unidade orgânica” (Herman Bavinck, Dogmática Reformada, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 1, p. 44).

[30] Cf. B.B. Warfield, A Inspiração e autoridade da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 60ss. “Nossa teologia deveria ser formada tanto pela Bíblia quanto pela natureza. As duas vêm da mesma fonte revelatória, o próprio Deus. As duas revelações não entram em conflito; elas refletem a harmonia das autorrevelações de Deus”  (R.C. Sproul, O que é a teologia reformada: seus fundamentos e pontos principais de sua soteriologia, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 11). Veja-se também: C.H. Spurgeon, El Tesoro de David, Barcelona: CLIE., (1989), v. 1, (Sl 19), p. 127).

[31]I. Calvini: In: Herman J. Selderhuis, ed., Calvini Opera Database 1.0. Netherlands: Instituut voor Reformatieonderzoek, 2005, v. 26, col. 281. Do mesmo modo: João Calvino, Exposição de Hebreus, São Paulo: Paracletos, 1997, (Hb 11.3), p. 300-301; João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, São Paulo: Paracletos, 1996, (1Co 1.21), p. 63; John Calvin, Commentaries on The First Book of Moses Called Genesis, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1996 (Reprinted), v. 1, p. 64. Vejam-se também as definições de Warfield e Berkhof (B.B. Warfield, The Biblical Idea of Revelation: In: The Inspiration of the Bible, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House (The Work’s of Benjamin B. Warfield), 2000 (Reprinted), v. 1, p. 6; L. Berkhof, Teologia Sistemática, Campinas, SP: Luz para o Caminho, 1990, p. 39).

[32] D.M. Lloyd-Jones, Sermões Evangelísticos, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1989, p. 30.

[33]J.I. Packer, O Plano de Deus, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, [s.d.], p. 14-15.

[34]Leia as perguntas 1 e 2 do Catecismo Menor de Westminster.

[35]John Owen, A Glória de Cristo, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1989, p. 13.

Autor: Hermisten Maia. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Editor e Revisor: Vinicius Lima.