Seu planejamento 2024 para a glória a Deus

Metas missionais

Na prateleira do fundo do meu escritório tem uma pilha com 4 planners dispostos de forma decorativa. Eles são lindos, cheios de recursos e diagramas desenhados para me auxiliar da melhor forma possível. Adquiri cada um deles com a expectativa de organizar o meu dia a dia, estabelecer planejamento, metas e de tornar a minha vida mais produtiva. Todo final de ano pego essa pilha de planners e relembro das metas que escrevi.

É legal quando a gente volta para ler coisas que escrevemos há 5 ou 6 anos atrás e percebemos o quanto nossos sonhos mudam, nossas necessidades mudam, o foco muda. Eu admito que, ao ler minhas metas antigas, ri de algumas. Parte delas eram honestas, mas outras bem egoístas. Refleti sobre o que li e vi que faltava algo. Eu havia escrito metas pessoais baseadas em meus desejos imediatos, mas não havia feito um planejamento para uma vida missional.

Escrever metas comuns e metas missionais envolve distintas perspectivas e propósitos. Quando nos dedicamos a estabelecer metas comuns, frequentemente nos concentramos em conquistas palpáveis, como avançar na carreira, adquirir bens materiais ou em melhorar nossos relacionamentos. Esse processo muitas vezes reflete nossas aspirações individuais e, em geral, apontam para nós mesmas.

Já uma meta de vida missional refere-se a um propósito de vida orientado para a missão de Deus no mundo. A busca por uma vida missional envolve a centralidade da glória de Deus como o propósito supremo. Isso envolve pensarmos em Deus sobre todas as coisas, no corpo de Cristo e no nosso próximo.

Ter uma meta missional também inclui um testemunho cristão coerente na vida diária, em que tornamos evidentes os valores e o caráter de Deus em todas as esferas de nossas vidas. E tudo isso envolve a participação ativa na comunidade da fé fortalecendo o corpo de Cristo. É a beleza de se integrar a fé à vida cotidiana pensando e fazendo tudo para a glória de Deus. Metas missionais não apontam para nós, mas para Cristo.

Como ter um planejamento de metas missionais para as nossas vidas

Me recordo de uma conversa em que expliquei a uma jovem o conceito de metas missionais e, em seguida, a encorajei a escrever algumas metas nesse sentido. Rapidamente, ela fez uma lista. Solicitei que a lesse em voz alta, e, ao percorrer os itens, seu entusiasmo inicial diminuiu gradualmente. Na última sentença, ela expressou desânimo ao dizer quase sem voz: “Novamente, as metas parecem direcionadas apenas para mim…”

Entenda que, ao estabelecer metas missionais, não buscamos apenas por aspirações individuais ou por desejos dentro de nós. Não é como passar em um fast-food e escolher um combo de lanche rápido. Ao contrário disso, precisamos de oração, dedicação e paciência. Isso leva tempo! Dependemos da ajuda do Espírito Santo de Deus para buscarmos a ele de todo o nosso coração, alma, força e entendimento e para amar e servir o nosso próximo com o exemplo de Cristo. 

Você foi criada com propósito

Nesse processo, algumas perguntas podem ser úteis, como: “Para que Deus me criou? Qual o meu propósito no mundo? Por que Deus me fez nascer nesse momento da história e como posso contribuir para a expansão de seu Reino?”

Novamente, as respostas a essas perguntas não são simples e nem brotam de nossas mentes com a mesma facilidade em que escolhemos um lugar para passar as férias. Ler, meditar e refletir sobre a Palavra de Deus é a melhor forma de encontrar respostas a essas questões. 

Efésios 1.4-5 diz que Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença e que nos adotou como filhas em Cristo Jesus. De acordo com 1 Pedro 2. 9 somos geração eleita, povo exclusivo de Deus, escolhido para anunciar as grandezas daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.

Fomos criadas e escolhidas para a glória de Deus. O “Catecismo Nova Cidade” diz que “Deus criou-nos homem e mulher à sua própria imagem para conhecer, amar, viver com ele e glorificá-lo. É totalmente justo que, se fomos criados por Deus, vivamos para sua glória.” (Resposta à pergunta 4). 

Glorificamos a Deus ao guardarmos os seus preceitos, os seus estatutos, os seus juízos e os seus mandamentos (Deuteronômio 11.1). 1 Coríntios 10.31 nos diz que o podemos glorificá-lo em tudo o que fazemos, quer bebamos, quer comamos. O que significa que glorificamos a Deus quando lemos, meditamos e praticamos a Palavra de Deus.

A Escritura nos lembra: “Aquele que é nobre planeja coisas nobres, e em nobreza ele se mantém firme” (Isaías 32:8). Nobreza significa ter dignidade, propósito, altruísmo, integridade e generosidade. Deus em sua graça nos promete em 2 Pedro 1.3 que seu poder divino nos concedeu tudo o que diz respeito à vida e piedade, por meio do conhecimento d’ele, que nos chamou para sua própria glória e excelência. Não queremos ser mulheres lançadas para todo lado como se estivéssemos flutuando sobre as ondas agitadas do mar. Queremos ser mulheres que vivem com propósito, firmes na Palavra de Deus.

Sua vida glorifica a Deus

Refletir sobre como sua vida diária pode glorificar a Deus é um excelente ponto de partida! Que tal colocar em seu planejamento convidar uma amiga para compartilhar a leitura de um livro da Bíblia, oferecendo um espaço para aprofundar o entendimento das Escrituras juntas? Ou quem sabe considerar a possibilidade de discipular uma recém-convertida, compartilhando as doutrinas básicas do cristianismo, pode ser uma maneira valiosa de investir na formação espiritual de outra pessoa.

Na esfera profissional, seu planejamento pode ter como uma meta missional um convite a uma colega de trabalho para ler um capítulo do livro de Provérbios por dia antes do expediente. Essa prática não apenas promove a reflexão diária sobre princípios sábios, mas também cria uma oportunidade para compartilhar insights e fortalecer relacionamentos baseados em valores cristãos.

Além disso, é importante considerar em nosso planejamento áreas em que podemos ajudar na igreja local. Oferecer-se para auxiliar na organização de cultos, eventos ou grupos de estudo, por exemplo, contribui para o fortalecimento da comunidade e demonstra um compromisso prático com a missão da igreja. Engajar-se em atividades que atendam às necessidades específicas da comunidade local, seja por meio de serviços voluntários ou suporte logístico, é uma forma concreta de viver de maneira missional.

Assim, em seu planejamento de metas para glorificar a Deus na vida cotidiana, é valioso considerar como cada ação pode não apenas enriquecer sua própria jornada espiritual, mas também impactar positivamente a vida daqueles ao nosso redor. E isso é algo a ser vivido durante toda a vida e não uma tarefa que cortamos de uma lista de obrigações.

Metas pessoais são inspiradas nas metas missionais

Além disso, é importante perceber que as metas missionais devem nortear as nossas metas pessoais, proporcionando um propósito maior que vai além de nossos desejos individuais. Quando consideramos a beleza de viver para a glória de Deus, nossas metas ganham significado duradouro e ultrapassam as simples conquistas e aquisições. 

Retornar à pilha de planners é um lembrete de que nós mudamos, e assim, nossas ambições também mudam. Enquanto nossas metas comuns refletem nossos corações enganosos cheios de desejos passageiros, as metas missionais apontam para aquilo que é eterno, sólido e verdadeiro. Estas nos chamam a buscar a glória de Deus e a contribuir para a expansão de Seu Reino.

Ao traçar em seu planejamento suas metas para o próximo ano, considere como cada uma delas pode se alinhar com o propósito maior de glorificar a Deus. Seja ao convidar alguém para estudar a Bíblia, discipular uma amiga ou buscar a sabedoria de Provérbios no ambiente de trabalho, que cada meta pessoal seja permeada pela nobreza de uma vida missionária. E que, ao fim de cada ano, ao folhear suas metas, você encontre não apenas realizações pessoais, mas um testemunho coerente de uma vida vivida para a glória de Deus.

 


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Por: Fabiana Linhares. © Voltemos Ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Revisão: Vinicius Lima. Editor: Renata Gandolfo.