A Páscoa e supremacia de Cristo

Supremo sobre as trevas, a nova criação e as nossas vidas

A Supremacia de Cristo no Domingo de Páscoa

Nos momentos ainda antes do amanhecer do primeiro domingo de Páscoa, o coração do Cristo outrora crucificado começou a bater. Nenhum batimento cardíaco ressoou tão alto ou significou tanto. Nenhum batimento cardíaco jamais trouxe tanta alegria ao céu – ou tanto pavor ao inferno. Porque, no bater do seu coração, ouvimos as palavras:

“Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia.” (Cl 1.18)

O momento está chegando, tão certo quanto o dia segue o amanhecer, quando todo joelho se curvará diante do Primogênito dentre os mortos (Fp 2.9-11). Em todas as coisas, ele deve obter a glória. Ele deve ter o primeiro lugar. Ele deve ter a supremacia.

A Supremacia de Cristo sobre as Trevas

Na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo, Jesus caminhou, desarmado, para o coração do “império das trevas” (Cl 1.13). Corpo sepultado, ele permitiu que as sombras do Seol envolvessem sua alma humana, o vale da morte o engolisse. E então, no domingo de Páscoa, saqueou a escuridão. “Ele é… o primogênito dentre os mortos” — porque, nas gloriosas palavras do apóstolo Pedro, “porquanto não era possível fosse ele retido por ela [morte].” (At 2.24). As portas das trevas jazem quebradas sob os pés do Primogênito.

Que a própria morte lhe diga: tudo o que ataca Jesus acaba por servi-lo. Crucifica-o, e ele fará da cruz o seu trono (Jo 12.23). Esgote sua munição sobre ele, e ele o desarmará no processo (Cl 2.15). Enterre-o em um sepulcro e coloque seus guardas contra ele, e ele se levantará e os fará estremecer (Mt 28.4). Você preferiria apagar o sol do que roubar a preeminência do Senhor Jesus.

E se a morte e o diabo devem servi-lo no final, até mesmo os fragmentos da escuridão estarão debaixo dele. O Cristo vivo reina com supremacia sobre países fechados, ditadores enlouquecidos, espíritos demoníacos, terras devolutas pós-cristãs e todos os inimigos tão familiares às nossas próprias almas. Querendo ou não, toda língua logo confessará a verdade: “Jesus Cristo é o Senhor” (Fp 2.11).

As nações ainda podem se enfurecer, e os governantes da terra e do inferno ainda podem se colocar contra o ungido de Deus (Sl 2.1-3), mas o túmulo vazio já conta o fim da história: ele deve ter a supremacia.

A Supremacia de Cristo sobre a Nova Criação

Do Éden em diante, os filhos de Adão vieram do pó e ao pó retornaram (Gn 3.19). Somente Jesus, o segundo Adão, retornou do pó  e foi para a glória. Jesus é o primeiro ser humano a ter um coração que nunca vai parar de bater, pulmões que nunca vão parar de respirar, pernas que nunca vão parar de andar, olhos que nunca vão parar de ver. “Ele é o princípio” de uma nova criação (Cl 1.18), sobre a qual reinará para sempre com supremacia.

Do sepulcro na manhã de Páscoa, a nova criação de Deus brotou dos espinhos da antiga. O novo mundo começou – ainda não em um pedaço de terra, mas na pessoa do Primogênito (1Co 15.20). Mas ele não tem planos de confinar a nova criação ao seu próprio corpo: ele é o melhor dos irmãos mais velhos, que não podem deixar de compartilhar sua força com uma infinidade de irmãos nascidos em segundo grau. Jesus olha para o dia em que dará sua palavra, e os corpos de seus irmãos ressuscitarão imperecíveis em um mundo novo, adequado para a família da ressurreição (1Co 15.51-53).

Do seu coração pulsante fluirá a renovação de todas as coisas. Naquele dia, o osso encontrará o osso novamente, e os músculos e os tendões voltarão ao lugar (Ez 37.5–6). O deserto florescerá como uma linda flor, e o deserto se tornará um novo e melhor Éden (Is 35.1). Os gemidos do mundo se transformarão em alegria quando a criação abrir os braços para os filhos de Deus (Romanos 8.20-21). O sol, a lua e as estrelas; árvores, campos e mares; pássaros, peixes e animais, tudo e todos se unirão para o rugir de sua preeminência (Sl 98.7–9).

A Supremacia de Cristo sobre sua vida

Um dia, em breve, cada átomo da nova criação dirá da preeminência de Cristo. O corpo de cada santo ressuscitado irradiará sua preeminência. Cada língua confessará a sua preeminência. Ao celebrarmos mais uma Páscoa, então, a pergunta para nós é simples: nossas vidas agora proclamam sua preeminência?

Caminhamos na vitória da ressurreição de Cristo à medida que o batimento cardíaco da Páscoa se torna nosso próprio batimento cardíaco – como dizemos com sinceridade crescente: “Sobre minha família, meu trabalho, minha paternidade, minha escola, meu tempo, meu dinheiro, minha sexualidade, minhas ambições, minha vida – Cristo deve ter a supremacia!”

Não temos nada a temer. Ao contrário dos reis deste mundo, Jesus nunca exerce sua supremacia para envergonhar, oprimir ou abusar daqueles que vêm a ele. Não: ele a usa firmemente para nos libertar do domínio das trevas (Cl 1.13), oferecer-nos uma participação em sua nova criação (Cl 1.18) e glorificar-nos com sua própria glória (Fp 3.20-21). Quando lhe damos de bom grado o primeiro lugar, encontramos nosso pecado perdoado e nossa humanidade restaurada.

Jesus terá total supremacia em pouco tempo, sem rebelde ou rival fingindo o contrário. E não é apenas nossa melhor sabedoria, mas também nossa maior felicidade, dizer hoje e todos os dias: “Em minha vida, ele tem supremacia”.

Por: Scott Hubbard. ©️ Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: He Must Be Preeminent. Todos os direitos reservados. Responsável pela tradução, revisão e edição: Vinicius Lima.