O Senhor e Pastor que é sensível às circunstâncias de nossa vida

Deus preserva com cuidado seu povo

Vimos que Deus se agrada de nós. Ele olha para nós através de Cristo, seu Filho eterno, em quem o Pai tem plena satisfação.

O Filho se alegra com a sua Igreja ao contemplar a sua obra (Hb 12.2), tendo a dimensão do que está em processo de realização. A sua alegria é contagiante. A Trindade, como totalmente comprometida com a salvação do seu povo e o aperfeiçoamento dos santos, exultará na consumação de sua obra. (Is 53.10-11; Jd 24-25)[1]

A rotina de bênçãos sobre nós/banalização

A satisfação de Deus, o nosso Pastor, se manifesta em nossa vida cotidiana de várias maneiras. Já comentamos que a contínua bênção de Deus sobre a nossa vida, tende a ser banalizada porque nos acostumamos com o sobrenatural que se tornou natural em nossa cotidianidade. O “natural” perde a sua força aos olhos acostumados e, por isso desinteressados porque parece simples, fácil, corriqueiro. Por vezes, precisamos desacostumar-nos do costumeiro para podermos maravilhar-nos com as maravilhas “rotineiras” de nossa existência.

Quando o excepcional se torna habitual sob a nossa ótica, tendemos a não mais considerar isso como algo de valor. Aliás, o extraordinário para muitos pode ser o corriqueiro para alguns. Desvalorizamos o que tem valor porque não reconhecemos o valor essencial das bênçãos de Deus.

A rotina pode se transformar para nós em algo que mascare e esconda a graça mantenedora de Deus. A “maravilhosa graça” cantada pode se tornar uma mera expressão de lábios, sem nenhuma graça maravilhosa de conteúdo proveniente de nosso coração.

Mas, o fato bíblico, para o qual devemos estar atentos, é que o Senhor conduz o seu rebanho com graça, amor, justiça e bondade.

Vamos estudar alguns aspectos daquilo que estou denominando de sensibilidade de Deus para com a nossa vida.

1. O Senhor preserva o seu povo

Deus se agrada de nossos atos de bondade para com o nosso próximo. O seu agrado se manifesta em sua proteção para conosco. Somos tidos como bem-aventurados quando assim procedemos.

O salmista Davi escreve: “Bem-aventurado o que acode ao necessitado; o SENHOR o livra (malat) no dia do mal (raah)” (Sl 41.1).

O contexto do salmo é de enfermidade. O salmista não diz que Deus necessariamente o livre de doenças ou de seus inimigos, bastante evidentes neste salmo, porém, que nos livra de uma mente totalmente dominada por isso, sem nenhuma perspectiva do cuidado de Deus.

Desse modo, em aflição, seja por qual motivo for, podemos ter a certeza do livramento de Deus.

Deus nos guarda e se vale do que vou caracterizar aqui provisoriamente, do mal “provocado”, “pedagógico” e do mal “propício”.

O Mal “provocado”: O mal circunstancial e o que nos fazem

O Senhor nos guarda do mal. Não buscamos espontaneamente nos expor ao mal. Contudo, ninguém está livre do mal. Isto porque além de maldades gratuitas das quais podemos ser alvo, nos colocamos involuntariamente em situações perigosas  no cumprimento de nossos deveres, inclusive de solidariedade e, em nossa fidelidade a Deus.

Paulo ilustra bem isso quando se dispôs a levar a oferta  proveniente dos irmãos da Macedônia e Acaia para os crentes da Judéia que passavam necessidade. Ele sabia que indo à Jerusalém poderia ser preso como de fato o foi. (At 21.10-14; 28.17; Rm 15.25-27; 30-32)

Devemos, portanto, confiar nele, conforme testemunha o salmista:

Pois, no dia da adversidade (raah), ele me ocultará no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo, me acolherá; elevar-me-á sobre uma rocha. (Sl 27.5).

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal (ra`) nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. (Sl 23.4).

O SENHOR te guardará de todo mal (ra`); guardará a tua alma. (Sl 121.7).[2]

Livra-nos do mal

Por isso o Senhor ensinou aos seus discípulos a orar: “livra-nos do mal” (Mt 6.13).

Deus pode livrar-nos totalmente do mal, estando pronto a atender as nossas orações conforme o seu propósito. Deus é o Senhor de todas as coisas. É a Ele a quem nos dirigimos confiadamente, sabendo que os seus caminhos são eternos (Hc 3.6).[3]

O Pai Nosso é a “Oração dos Filhos”[4] e dos “adoradores”.[5] Somente os filhos de Deus o adoram em Espírito e em verdade (Jo 4.24).

Atos livres dos homens e a soberana providência

“Deus deve ser reconhecido e proclamado na história. A história do mundo deve ser assinalada como os anais do governo do Rei Soberano”, declara – diz D’Aubigné (1794-1872).[6]

Os atos livres dos homens concorrem de uma forma ou de outra, para a execução do plano de Deus. A Bíblia relata que apesar dos irmãos de José intentarem o mal contra ele, Deus realizou a sua obra por meio deste ato invejoso (Gn 45.5-8; 50.19,20; Sl 105.17).

No Novo Testamento, vemos que os homens mataram a Jesus Cristo, entretanto, eles cumpriram livremente a vontade de Deus (At 4.27-28/2.23/Jo 10.17-18).[7]

Essa ação, denominamos em teologia de concorrência (concursus ou concursus generalis), que pode ser definida como o modo pelo qual Deus exerce a sua Providência no mundo, sustentando com o seu poder as operações de todas as causas secundárias. Deus é o princípio ativo e determinante de tudo o que acontece, sem, entretanto, haver nenhum envolvimento ético com a maldade humana, visto que o homem comete o pecado por sua livre agência.[8]

Berkhof (1873-1957), assim define: “A cooperação do poder divino com todos os poderes subordinados, em harmonia com as leis pré-estabelecidas de sua operação, fazendo-os agir, e agir precisamente como agem”.[9]

Conforme já tratamos, ainda que não tenhamos clareza quanto ao propósito de Deus em todos os atos da história, não podemos duvidar dele.

O Mal pedagógico: O mal e adversidades como meio de educação

Analisando dentro de outra perspectiva, sabemos que Deus em sua misericórdia pode se valer de nossas aflições para nos educar e aperfeiçoar.

Podemos caminhar um pouco mais: ainda que o nosso pecado seja sempre desagradável a Deus, Ele, em sua soberania e bondade pode usar de nosso extravio para nos corrigir e conduzir ao caminho proposto por Ele de forma muito mais clara e fiel.

Pela bondade de Deus, as nossas derrotas, podem se tornar em instrumentos de bênção de Deus para o nosso crescimento.

Sucesso sem reflexão

Parece que quando as coisas estão funcionando bem ‒ estamos bem profissionalmente, a nossa família está em paz, estamos com saúde, aparentemente nada nos falta ‒, tendemos a nos acomodar e até mesmo tornar-nos relapsos em nossa vida espiritual.

Quando estamos sendo bem sucedidos, os convites aparentemente fáceis do mundo se tornam ainda mais sedutores e convidativos. A vida por trás destas lentes sempre se nos mostra fascinante e altamente justificável.[10]

Não é difícil para nós dentro deste clima de fascínio, negociarmos nossos valores elaborando uma trajetória de acordo com a agenda vigente sem perceber ou, dar a devida atenção às contradições com a Palavra de Deus. Aí está o grande perigo para o cristão.[11] Há um real risco de soçobrarmos.

Tratando sobre a oração do Pai  Nosso, Calvino, comenta com discernimento:

Nesta petição não pedimos para ser isentos de todas as tentações, pelas quais precisamos ser amplamente acordados, estimulados e agitados pelo temor de que, por causa de um longo descanso, nos tornemos preguiçosos e flexíveis. Além disso, o Senhor diariamente testa seus eleitos, instruindo-os através da ignomínia, pobreza, tribulação e outros tipos de cruz. Mas este é o nosso pedido, que o Senhor, junto com as tentações, possa igualmente nos dar o caminho para longe delas, para que não sejamos conquistados e esmagados por elas; assim, estando firmes e robustos na força do Senhor, possamos constantemente nos colocar contra todos os poderes que nos combatem.[12]

Deus governa o mundo de tal maneira, que o seu povo, ainda que disciplinado pelos seus pecados, é encorajado a progredir em direção a Deus. Portanto, de alguma forma Deus se vale do mal.[13]

Muitas vezes, por intermédio deste ato, Deus evidencia a nossa arrogância e pequenez; a nossa pretensa autonomia e a realidade de nossa debilidade, fraqueza e dependência.

 O salmista  Moisés, tendo experimentado isso durante vários momentos, especialmente na condução do povo de Israel, suplica ao Senhor: “Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade (ra`ah) (Sl 90.15).

No passar por aflições e adversidades, devemos procurar crescer espiritualmente, desenvolver a nossa confiança em Deus, solidificar a nossa perseverança nas promessas de Deus, sabendo que Ele cuida de nós.

Não fomos abandonados – Deus cuida do nosso coração

É preciso buscar esse discernimento para que não sejamos tentados a achar que fomos abandonados, que Deus é indiferente à nossa angústia.

Esta aridez espiritual não é o fim. Deus há de manifestar o sereno ar de sua graça para conosco.

Insistimos: Ainda que não entendamos perfeitamente o tempo presente, as circunstâncias pelas quais estamos passando tribulações e angústias, podemos ter a certeza de que o Deus que dirige a História, dirige também a nossa vida para o fim que Ele tem em vista conforme registrado em sua Palavra.

Deus cuida também de nosso coração, restaurando a nossa alma, não nos deixando entregues sob o domínio de uma amargura que nos faz tanto mal e àqueles com os quais convivemos.

Ainda que todas as coisas  não sejam boas em si, elas, por Deus, contribuem para o nosso bem maior, o “bem transcendente”[14] que Deus tem em vista para nós, que consiste em nossa eterna comunhão com Ele em semelhança com o seu Filho (Rm 8.28-29).

Ao final, na glória, poderemos entender empiricamente, o que hoje, em meio a angústias, injustiças e incertezas, vislumbramos apenas pela fé: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18).

O mal “propício”: Oportunidade de vingança

Pode haver circunstâncias em que sejamos tentados a fazer o mal, sendo tomados pela sensação de que estamos fazendo a vontade de Deus, realizando o propósito que Ele mesmo nos conferiu.

As situações, dentro de contextos específicos, podem naturalmente nos conduzir a essa percepção.

Ilustremos. Davi fora ungido rei por intermédio de Samuel. Venceu o gigante Golias. Tornou-se um ícone, como se diz hoje, em Israel, sendo um guerreiro temido e respeitado, tendo seus feitos inspirado canções. No entanto, começa a ser duramente perseguido pelo ciumento rei Saul. Essas perseguições, por vezes, foram intensas e contínuas.

Tomemos uma situação específica. Na penúltima perseguição sofrida, Davi passou grande aperto,. Estava cercado, sem saída, dispondo de um exército bem menor do que o de Saul. Foi salvo porque Saul foi avisado de que os filisteus haviam invadido à terra. Desse modo, Saul teve que adiar a captura de Davi. O livramento de Davi e de seus homens foi tão grande, que passaram a chamar aquele lugar de “Pedra de Escape” (1Sm 23.25-28).

Parece que a história dos filisteus de uma forma ou de outra, sempre esteve entrelaçada com a vida de Davi.

Agora, novamente Saul está no encalço de Davi com um exército bem treinado e, no mínimo, 5 vezes maior do que o de Davi (1Sm 24.2).

Saul na caverna – Davi corta a orla do manto de Saul

Davi está escondido com os seus homens dentro de uma caverna. É justamente esta caverna que Saul escolhe para fazer as suas necessidades. Saul não os viu.  Alguns homens do exército de Davi entenderam que esta era a oportunidade que o Senhor lhe concedera para matar o rei. Davi, no entanto, interpreta de forma diferente. Assim, apenas cortou a orla do manto de Saul, sem que fosse percebido (1Sm 24.4).

Mesmo tendo feito apenas isso, a sua consciência o acusou.

Sucedeu, porém, que, depois, sentiu Davi bater-lhe o coração, por ter cortado a orla do manto de Saul; 6 e disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do SENHOR.  7 Com estas palavras, Davi conteve os seus homens e não lhes permitiu que se levantassem contra Saul; retirando-se Saul da caverna, prosseguiu o seu caminho. (1Sm 24.5-7).

Saul, agora, fora da caverna, voltando para os seus homens, Davi lhe grita o nome e relata que mesmo Saul tentando matá-lo, a sua retribuição consistiu em ato de bondade poupando a sua vida:

Olha, pois, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão. No fato de haver eu cortado a orla do teu manto sem te matar, reconhece e vê que não há em mim nem mal (h[‘r’) (raah)  nem rebeldia, e não pequei contra ti, ainda que andas à caça da minha vida para ma tirares. (1Sm 24.11).

Aprendemos aqui, que é preciso ter cautela na interpretação dos fatos, mesmo em circunstâncias bastante favoráveis, para que não corramos o risco de confundir a vontade de Deus com as tentações que nos circundam, designadas em nossas mentes, de providência de Deus.

O nome que atribuímos aos nossos atos não os santificam. O pecado não é justificado por ele se mostrar acessível dentro do que julgamos ser o propósito de Deus. Não tentemos, à revelia da Palavra, querer realizar a vontade de Deus com nossas próprias mãos.

Ao mesmo tempo, devemos estar dispostos a nos esforçar por fazer o bem ao nosso próximo, sabendo que isso é agradável diante de Deus.

Não nos vingar – entregar a Deus

Quanto às maldades que venham a nos fazer, entreguemos isso a Deus. Ele é o Senhor. E  Ele Quem nos abriga em sua casa. Ele julga retamente. Confiemos em sua misericórdia.

Insisto como que repetindo para mim mesmo: não entendemos perfeitamente as particularidades da história, contudo, temos a certeza inabalável, altamente estimulante e confortadora: Deus, o nosso Pastor, faz com que todas as coisas cooperem para o nosso bem; para o bem daqueles que o amam.

No próximo post continuarei a desenvolver esse assunto.

 

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[1]10 Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos.  11 Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si” (Is 53.10-11). “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!” (Jd 24-25).

[2]“Não se atemoriza de más (ra`) notícias; o seu coração é firme, confiante no SENHOR” (Sl 112.7). “É ele quem dá aos reis a vitória; quem livra da espada maligna (ra`) a Davi, seu servo” (Sl 144.10).

[3]Veja-se: Hermisten M.P. Costa, O Pai Nosso, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 2001; Hermisten M.P. Costa, O homem no teatro de Deus: providência, tempo, história e circunstância, Eusébio, CE.: Peregrino, 2019.

[4] Conforme expressão de Lloyd-Jones (1899-1981) (D.M. Lloyd-Jones, Estudos no Sermão do Monte, São Paulo: FIEL., 1984, p. 358). Veja-se a relação feita por Calvino entre a oração e a convicção de nossa filiação divina (João Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 8.16), p. 279-280).

[5]Devo esta observação a William Fitch (Deus e o Mal, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1984, p. 116).

[6] J.H. Merle D’Aubigné, História da Reforma no Décimo-Sexto Século, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, [s.d.], v. 1, p. 9.

[7] “Os ladrões e os homicidas, e os demais malfeitores, são instrumentos da divina providência, dos quais o próprio Senhor Se utiliza para executar os juízos que em Si determinou” (João Calvino, As Institutas, I.17.5). Comentando a investida de Satanás contra Jó, arremata: “Concluímos que desta provação de que Satanás e os perversos salteadores foram os ministros, Deus foi o autor” (João Calvino, As Institutas, I.18.1). Veja-se também: J. Calvino, As Institutas, I.18.2.

[8] Vejam-se uma boa discussão deste ponto In: L. Berkhof, Teologia Sistemática, Campinas, SP.: Luz Para o Caminho, 1990, p. 170-174 e, especialmente em François Turretini, Compêndio de Teologia, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 633ss.; Vejam-se: Herman Bavinck, Dogmática Reformada: Deus e a Criação, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 2, p. 621ss.

[9]L. Berkhof, Teologia Sistemática, Campinas, SP.: Luz Para o Caminho, 1990, p. 170.

[10] Lloyd-Jones capta isso com profundidade: “E não somente pode o pecado paralisar a memória, ele pode também torcer os fatos; pode manipulá-los, e provar qualquer coisa que queira. Pecado é capaz de manipular nosso raciocínio e corromper todas as nossas argumentações. Inflamará nossos desejos; pintará pinturas belíssimas; colocará óculos cor-de-rosa. Também paralisará a vontade a tal ponto que, quando a tentação vier novamente, esqueceremos de tudo de ruim que sentimos ao pecar, e cometeremos novamente o mesmo erro” (D.M. Lloyd-Jones, O Caminho de Deus não o nosso, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2003, p. 78).

[11]“O fato é que as pressões sociais podem e de fato corroem a ortodoxia cristã, provavelmente mais que qualquer verdadeiro argumento intelectual. De modo irônico e trágico, as tentações do mundo aumentam em proporção direta ao sucesso da pessoa. Quando um cristão começa a ter sucesso – academicamente, financeiramente, politicamente ou profissionalmente – o mundo lhe fica cada vez mais sedutor. (…) Eu acredito de fato que os cristãos podem ser bem-sucedidos, mas eles devem ficar alertas a respeito das tentações que enfrentarão. Eles também precisarão do ministério da Igreja” (Gene Edward Veith, Jr., De Todo o Teu Entendimento, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p. 90).

[12]João Calvino, Instrução na Fé, Goiânia, GO.: Editora Logos, 2003, Cap. 24, p. 68-69.

[13] “Os sofrimentos desta vida longe estão de obstruir nossa salvação; antes, ao contrário, são seus assistentes. (…) Embora os eleitos e os réprobos se vejam expostos, sem distinção, aos mesmos males, todavia existe uma enorme diferença entre eles, pois Deus instrui os crentes pela instrumentalidade das aflições e consolida sua salvação. (…) As aflições, portanto, não devem ser um motivo para nos sentirmos entristecidos, amargurados ou sobrecarregados, a menos que também reprovemos a eleição do Senhor, pela qual fomos predestinados para a vida, e vivamos relutantes em levar em nosso ser a imagem do Filho de Deus, por meio da qual somos preparados para a glória celestial” (João Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo: Paracletos, 1997, (Rm 8.28,29), p. 293,295).

[14] Veja-se: Ronald H. Nash, O Problema do Mal: In: Francis J. Beckwith, et. al., eds. Ensaios Apologéticos, São Paulo: Hagnos, 2006, p. 261.

 

Autor: Hermisten Maia. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Editor e Revisor: Vinicius Lima.