Um blog do Ministério Fiel
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Namoro entre adolescentes é prejudicial? Aqui está a pergunta de e-mail de hoje.
“Oi, Pastor John, meu nome é Josh, e eu sou um estudante do ensino médio. Eu quero namorar. A maioria das pessoas que eu valorizo como amigos íntimos e pessoas que amam a Deus dizem que é principalmente inútil e burro namorar no ensino médio. Então, o namoro no ensino médio pode ser uma benção? É uma boa fase da minha vida para encontrar uma boa esposa, uma mulher piedosa? O que você diria sobre namoro no ensino médio para os adolescentes de hoje?”
Antes de dizer qualquer coisa sobre namoro no ensino médio hoje, deixe-me dizer algumas coisas sobre as gerações mais velhas que namoraram na adolescência. Tempos atrás, era comum aos jovens se casarem aos dezessete, dezoito e dezenove anos, ou mesmo mais cedo em algumas culturas. Meus pais tinham dezenove e dezoito anos quando se casaram.
Houve um tempo em que as expectativas culturais e suportes da época estavam mais presentes, em parte, para preparar os jovens para se casar cedo e em parte para fornecer as estruturas e ajuda depois que eles se casassem. Isso não é tão verdade hoje na América como era antes. Essa é a primeira coisa.
A segunda coisa que quero dizer sobre a geração mais velha (minha geração talvez) é que muitos deste que se casaram muito cedo ainda assim aconselhariam os jovens de hoje a não entrarem em relacionamentos amorosos durante o ensino médio. Em outras palavras, não tente isso só porque pessoas piedosas que você conhece se casaram cedo, e que namorar cedo é uma boa ideia. Isso tem de ser decidido por outros motivos. Se você vê namoro na idade de quinze, dezesseis ou dezessete anos como sábio dependerá em parte da sua visão sobre relações sexuais, em parte da sua visão do significado do namoro, e em parte da sua visão da maturidade relativa dos adolescentes. Eu acho que a Bíblia resolve a questão das relações sexuais para nós claramente – ou seja, as relações sexuais são para o casamento. Vou então falar sobre estes assuntos.
O lugar adequado para o sexo
Paulo diz em 1 Coríntios 7:2: “por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido.” Em outras palavras, as relações sexuais são para o casamento, não para o casal de namorados ou noivos e não para relacionamentos casuais.
Essa visão, é claro, afastará um jovem cristão da visão difundida da nossa cultura e na mídia de hoje — a saber, que é perfeitamente aceitável ter sexo fora do casamento com uma condição: que seja consensual. Isso não é o que a Bíblia ensina, e não é o que o desígnio de Deus para o homem e a mulher é. Essa visão distorcida do sexo trará resultados trágicos para sua vida.
A emoção de ser amado
Há algo mais a saber sobre a sexualidade, e nós a conhecemos por experiência, uma das forças mais poderosas na vida humana é o despertar de uma felicidade e desejo peculiar que vem de ser apreciado por uma pessoa do sexo oposto. Tenho observado jovens cristãos fortes, sábios e aparentemente maduros perderem completamente o rumo moral quando descobrem que são amados, que são atraentes para um incrédulo. É como se cada interruptor no painel de controle de sua vida moral fosse desligado enquanto um botão de desejo enorme está vivo e bem. “Eu quero, quero, quero estar com essa pessoa que gosta tanto de mim.”
É um poder assustador de se observar por causa de sua cegueira em relação à sabedoria, às Escrituras e a Cristo, e por suas implicações de longo prazo. É um tipo de insanidade moral (às vezes sinto isso). Isso se aplica a pessoas de vinte, trinta e quarenta anos. Não presumo que os adolescentes estejam mais preparados do que essas pessoas em sua maturidade e experiência de vida para enfrentar esse tipo de poder e risco.
O que é namoro?
A pergunta precisa ser feita: “O que é namoro? Para que serve?” Presumo que o nosso ouvinte esteja perguntando sobre homens e mulheres jovens na adolescência, como quinze, dezesseis e dezessete anos, fazendo coisas juntos, um a um, porque eles gostam especialmente um do outro. Então esse é o significado de namoro que eu estou supondo que nosso ouvinte tem.
Assim que eles fazem algumas coisas juntos — lição de casa, jogo de bola, saem para comer — e já que fizeram algumas coisas juntos por esse motivo, surge a sensação de que deve haver um pouco de exclusividade no relacionamento. Uma exclusividade que implica que ele não faz isso com muitas outras garotas, e ela não faz isso com muitos outros garotos.
Em outras palavras, rapidamente as pessoas que estão fazendo coisas juntas porque gostam uma da outra vão sentir algum senso de ação de propriedade aqui, alguma exclusividade, um tipo de desejo por algum foco especial ou compromisso qualificado, não casamento, não noivado, mas outra coisa. Inventamos palavras para isso. Minha geração chamava isso de “namoro sério”.
Agora, isso parece implicar algo que para mim é absolutamente natural. Quero dizer, essa sequência é quase inevitável. Tais relacionamentos parecem perfeitamente naturais e bons. É assim que os relacionamentos passam de conhecidos para namoro, para noivado, e por fim, o casamento. É normal, não é mau. É mais ou menos assim que a nossa cultura faz.
O que é então?
A pergunta se torna: “É sábio para uma criança de dezesseis anos entrar naquele rio que flui em direção ao casamento?” Minha resposta é não, eu não acho que é sábio. Eu vou fazer uma exceção aqui. Posso imaginar uma situação excepcional em nossa cultura onde dois jovens são extraordinariamente maduros e espirituais e o casamento é planejado para a idade de dezoito anos, logo após o ensino médio.
Isso seria, parece-me, uma notável exceção que prova a sabedoria da regra, a saber, que o nível de maturidade dos adolescentes não é grande o suficiente para tomar decisões tão importantes. O casamento na tenra idade de dezoito anos pode criar enormes encargos para o casal que eles podem não estar prontos — ou seja, escolaridade, vocação, gravidez, educação infantil. O princípio, parece-me, que a sabedoria exige é adiar o namoro para o ponto onde há uma medida significativa de maturidade espiritual e experiência de vida e uma prontidão para se mover em direção ao casamento.
O que eu acho que isso implica para o ensino médio é que os jovens devem ser incentivados a fazer coisas em grupos que incluam tanto homens quanto mulheres jovens, mas que eles evitem formar pares. Gostaria de incentivar Josh e outros adolescentes que possam estar ouvindo a dizer que, se não virem sabedoria nisso, devem ouvir atentamente seus pais e seguir seus conselhos.
Apaixonar-se
Apaixonar-se é uma das maiores experiências do mundo. Eu estava relendo uma carta que escrevi para minha esposa três meses antes de nos casarmos. Eu tinha esquecido o quão intensamente eu a amava de uma maneira poderosamente sexual e romântica. É uma coisa linda.
É maravilhoso se apaixonar. O que torna isso tão grande é que Deus abençoou tudo isso com uma consumação determinada e emocionante chamada casamento. Se você transformar esse processo em um passatempo do ensino médio com relacionamentos que vão e vem, você está roubando de si mesmo o melhor que poderia ter.
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