“Suportando uns aos outros” — o que isso significa?

Capítulo 6 da série "O caminhar do povo de Deus aqui e agora: estudos em Efésios 4.1-6"

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1Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, 2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (Ef 4.1-2).

O Suportar

Paulo continua dizendo como deve ser o andar do cristão. Agora ele emprega uma palavra que é traduzida por “suportar”. Anexomai aparece 15 vezes no Novo Testamento, sendo traduzida por: “Sofrer” (Mt 17.17 = Mc 9.19; Lc 9.41); “atender” (At 18.14); “suportar” (1Co 4.12; 2Co 11.1; Ef 4.2; Cl 3.13; 2Ts 1.4; 2Tm 4.3; Hb 13.22); “tolerar” (2Co 11.4,19,20). Na LXX este verbo não ocorre. No entanto, anexomai é empregada umas 11 vezes, sendo traduzida por: conter (Is 42.14; 64.12); carregar (Is 46.4), deter (Is 63.15) e reter (Am 4.7; Ag 1.10).

Originalmente, a palavra estava associada à ideia de manter-se ereto, erguido; daí o sentido de suportar de “cabeça erguida”. Dentro da recomendação paulina, surgem algumas questões: Suportar seria uma virtude em si? O que devemos suportar? Analisemos as palavras em seu emprego nas Escrituras.

1) Preliminarmente, destaquemos que Deus não suporta um culto apenas formal e mecânico, destituído de sentimento sincero.

Ao povo de Israel, que o “adorava” apenas formalmente sem sinceridade de coração, Ele diz: Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar (anexomai) iniquidade associada ao ajuntamento solene” (Is 1.13).

Devemos prestar um culto agradável a Deus, com reverência e santo temor (Hb 12.28; 13.16). “Na presença divina a única coisa que se destaca é a natureza santa de Deus e o nosso próprio pecado. Humilhamo-nos e com reverência o adoramos”, escreve Lloyd-Jones.[1]

Portanto, Deus não se agrada de todo culto que supostamente Lhe é dirigido (Vejam-se também: Am 5.21-27/Mt 6.5; Mq 6.6-8; Ml 1.7-14; 2.13).[2] Devemos prestar um culto agradável a Deus, com reverência e santo temor (Hb 12.28; 13.16). No culto público não há lugar para frivolidade e superficialidade: Nós, pecadores, estamos, por graça, diante do Majestoso Senhor da Glória em adoração.  “Na presença divina a única coisa que se destaca é a natureza santa de Deus e o nosso próprio pecado.  Humilhamo-nos e com reverência o adoramos”, comenta Lloyd-Jones.[3]

“Nada tende a produzir mais a devida reverência a Deus do que quando nos sentamos em sua presença”, afirma Calvino.[4]

O nosso Pai é justo (Jo 17.25). Ele não é alguém que possamos subornar com “carinhos”, “hinos”, “oferendas” ou “fervorosas orações”.  Ao povo que pensava prestar um culto meramente formal para supostamente agradar a Deus, Deus diz que o mundo é seu e, que Ele não necessita de carne de touros e sangue de cabritos (Sl 50.8-13).

Deus não tem nenhum prazer em sacrifício de animal sem o sacrifício da oração dentro do qual o coração é comprometido. A confissão de sua Palavra sem uma vida que se coadune com seus ensinamentos é uma abominação a Ele.

Este mesmo princípio está expresso em diversas passagens bíblicas: Sl 24.1-6; 40.7-9; 50.14,16-22; 51.16-17; Os 6.6; Mq 6.6-8, fazendo eco à 1Sm 15.22: “tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender do que a gordura de carneiros” (1Sm 15.22). (Vejam-se:  Pv 21:3, Is 1:11-15).

Um culto que vise a apenas cumprir externamente a lei de Deus ou, obter favores de Deus, é profundamente desolador para o Senhor (Is 1.10-17; 29.13; Ml 1.10). A nossa adoração não tem nenhum valor intrínseco; por mais belo e harmonioso que seja o nosso culto, se não proceder de um coração contrito diante de Deus, de nada adiantará; Deus dele não se agradará. Deus é justo; não é subornável. “Precisamos enfatizar que orar não é um substituto para a obediência”, adverte-nos Iain Murray. [5]

Quando nos aproximamos de nosso Pai, devemos buscar a submissão de nossa petição à sua justiça. Assim como não podemos pedir coisas impuras ao Deus Santo, não podemos fazer petições injustas a um Pai Justo.

Davi, sentindo-se caluniado, ora a Deus: “Ouve, Senhor, a causa justa, atende ao meu clamor” (Sl 17.1). Não fazemos qualquer tipo de pedido a Deus. Pedimos aquilo que consideramos justo à luz da sua Palavra e, mesmo assim, submetemos os nossos pedidos ao escrutínio de Deus (Sl 17.2), porque Deus vê com justiça.

2) Por sua vez, não devemos “suportar” os falsos mestres com seus ensinos enganosos.

Paulo receia isso pelos coríntios. Logo eles que eram tão críticos em relação a Paulo e tão tolerantes para com o ensino enganoso, que se constituía num “evangelho” estranho e oposto ao ensinado pelo Apóstolo. Notemos que os falsos mestres não apresentavam uma imagem de Jesus corrompida, mas, tentavam distorcer os seus ensinamentos:

Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais (anexomai). (2Co 11.3-4).

À frente, Paulo acusa os coríntios de estarem alegremente (“boa mente”), com satisfação e deleite, “tolerando” os insensatos: “Porque, sendo vós sensatos, de boa mente tolerais (anexomai) os insensatos” (2Co 11.19).

3) Paulo vai além e diz que haverá tempo em que as pessoas procurarão mestres que lhes digam o que desejam ouvir, não suportando mais a sã doutrina. Neste sentido ele exorta a Timóteo:

Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo (kairos)[6] em que não suportarão (anexomai) a sã doutrina (didaskalia); pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. (2Tm 4.3-4).

Pode soar estranho, mas, ao que parece, a gravidade do ensino bíblico juntamente com a seriedade de suas reivindicações, fazem com que o homem não queira saber dele, preferindo uma mensagem mais “light”, que quando muito mexa com seus músculos, mas não com a sua mente e coração. Para muitas pessoas, a religião ocupa um lugar reservado para crianças, mulheres, pobres, velhos ou, quando a medicina confessa a sua impotência, aí, nesta brecha a religião pode ter algum relevo: peço ou encomendo algumas orações. O homem longe de Deus e avesso à sua Palavra, quando possível, fabrica e molda seus mestres e, domestica os outros.

Na mesma linha de raciocínio, o escritor de Hebreus pede aos seus leitores que suportem aquela exortação que fizera; em outras palavras, pede que suportem a “sã doutrina”: “Rogo-vos ainda, irmãos, que suporteis (anexomai) a presente palavra de exortação; tanto mais quanto vos escrevi resumidamente” (Hb 13.22).

4) Por outro lado, Paulo rendia graças a Deus pela perseverança dos tessalonicenses em meio às provações e tribulações vividas, reconhecendo neste testemunho a fidelidade daqueles irmãos:

Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros vai aumentando, a tal ponto que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, à vista da vossa constância e fé, em todas as vossas perseguições e nas tribulações que suportais (anexomai). (2Ts 1.3-4).

A reciprocidade do “suportar”

Notemos também que o “suportar” é recíproco: “uns aos outros”. Essa palavra é de grande relevância na descrição de nossas relações: “uns aos outros”. O nosso caminho envolve reciprocidade. Certamente todos nós precisamos exercitar a tolerância para com os nossos irmãos, sabendo que nenhum de nós está acima disso. Nenhum de nós está livre de estimular a tolerância e o perdão de nosso próximo para conosco. Estejamos certos de que em nosso convívio diário, pessoas têm sido provadas em sua tolerância para conosco. Em geral nós não somos tão “suportáveis” e menos ainda “agradáveis” o quanto imaginamos que fôssemos.

Suporte e perdão 

Devemos suportar uns aos outros, exercitando o nosso perdão: “Suportai-vos (anexomai) uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13).

A base do nosso perdão é o perdão concedido por Deus. Ele não somente nos perdoa, como também nos capacita a perdoar. Deus faz o nosso perdão possível. Na prática da tolerância exercitamos o nosso perdão que é fruto do perdão de Deus em nós: “É Deus quem semeia em nossos corações a semente da fé e o ânimo perdoador”, comenta Hendriksen (1900-1982).[7]

O ponto de partida de todo o nosso relacionamento, é que somos o Corpo de Cristo e membros uns dos outros: “Assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros”. (Rm 12.5).

Paulo aplica este fato, implicando a necessidade que temos de ser sinceros: “Deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros (Ef 4.25).[8]

Suporte e simpatia

Devemos simpatizar com os nossos irmãos, na alegria e na dor. À Igreja de Roma, com maioria gentílica mas, com grande número de judeus, havendo divisão entre eles, Paulo recomenda: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros;[9] em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12.15-16).

Suporte e oração

Devemos nos esforçar por amar-nos reciprocamente, sendo este amor alvo de nossas orações e de gratidão a Deus por sua existência entre nós. Paulo insiste neste ponto nas cartas aos tessalonicenses:

No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros. (1Ts 4.9).

E o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco. (1Ts 3.12).

Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros vai aumentando. (2Ts 1.3).

Em nossa consideração mútua nos estimulamos ao amor e às boas obras: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hb 10.24). “Onde o amor governa e floresce, edificaremos muitíssimos uns aos outros”, conclui Calvino.[10]

Tiago orienta a Igreja que evidencie de forma prática e vital a sua unidade, recomendando aos irmãos que confessem os seus pecados uns aos outros orando reciprocamente: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros…” (Tg 5.16). Ou seja, aprendamos a confiar em nossos irmãos, aprendamos a ouvi-los e acompanhá-los em oração diante de Deus.

“Uns aos outros em amor”

Paulo, então, no texto, diz: “em amor”. A atitude externa de manter-se firme, tem como ingrediente interno o amor.[11] O amor é uma espécie de cinturão que une, amarra as virtudes anteriormente faladas: humildade, mansidão, longanimidade e o suportar.

Notemos então que tudo isso é recíproco, tendo o amor como elemento agregador e orientador. O elemento fomentador e inspirador dessas virtudes é o amor. O amor é o motivo de nossa humildade, mansidão, longanimidade e paciência em suportar os nossos irmãos.

Devemos nos amar uns aos outros, sendo este sentimento característico dos discípulos de Cristo: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.34-35).[12] O amor de Cristo antecede o nosso e confere significado à palavra amor.

Amor e consolo

A Palavra de Deus é a fonte de nossa esperança e consolo. Por meio dela devemos consolar-nos mutuamente:

Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras. (1Ts 4.14-18).

Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente, como também estais fazendo. (1Ts 5.11).

A nossa mútua fé serve de encorajamento. É isso que Paulo diz aos romanos: “… muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados, isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha” (Rm 1.11-12).

A paz deve ter primazia entre nós: “Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com todos” (1Ts 5.15).

Amor e disciplina

No entanto, precisamos estar irmanados na correção e na solidariedade restauradora: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.1-2).

Somos responsáveis por admoestar-nos mutuamente: “E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros (Rm 15.14).

Neste processo de admoestação e correção, buscaremos sempre a edificação de todos: “Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros (Rm 14.19).

Neste sentido, Paulo ora para que haja um sentimento recíproco entre os irmãos, modelados por Jesus Cristo:

Ora, o Deus da paciência e da consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, para que concordemente e a uma voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus. (Rm 15.5-7).

O nosso relacionamento deve ser caracterizado pela humildade, sem pretensão de vanglória. Especialmente aos jovens, Pedro escreve: “Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça” (1Pe 5.5).

Se seguirmos pela graça esses princípios, desenvolveremos uma igreja sólida e harmoniosa, baseada no amor, na humildade e no respeito mútuo. Que possamos todos nos empenhar em viver de acordo com esses ensinamentos, fortalecendo a nossa fé e a nossa união como corpo de Cristo. Amém.


[1]D. Martyn Lloyd-Jones, Do Temor à Fé, Miami: Editora Vida, 1985, p. 72.

[2] “O tipo de Deus que agrada à maioria das pessoas hoje teria uma disposição fácil quanto à tolerância de nossas ofensas. Ele seria amável, gentil, acomodatício, e não possuiria nenhuma reação violenta. Infelizmente, até mesmo na igreja parece que perdemos a visão da majestade de Deus. Há tanta superficialidade e frivolidade entre nós. Os profetas e os salmistas provavelmente diriam de nós que não temos o temor de Deus perante nossos olhos. Na adoração pública nosso hábito é nos sentarmos de qualquer modo; não ajoelhamos hoje em dia, muito menos nos prostramos em humildade na presença de Deus. É mais provável que batamos palmas de alegria do que nos enrubesçamos de vergonha ou lágrimas. Vamos à presença de Deus a fim de reivindicar seu patrocínio e amizade; não nos ocorre que ele pode nos mandar embora” (John R.W. Stott, A Cruz de Cristo, Florida: Editora Vida, 1991, p. 98).

[3]Deus está sendo exaltado enquanto as pessoas se humilham diante dele” (Peter White, O Pastor Mestre, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2003, p. 82).

[4]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 2, (Sl 66.3), p. 623.

[5] Iain Murray, A Igreja: Crescimento e Sucesso: In: Fé para Hoje, São José dos Campos, SP.: Fiel, nº 6, 2000, p. 26. (Também acessível: https://ministeriofiel.com.br/artigos/a-igreja-crescimento-e-sucesso) (Acesso em 17.02.2025).

[6]A ideia da palavra é de “oportunidade”, “tempo certo”, “tempo favorável”, etc. (Vejam-se: Mt 24.45; Mc 12.2; Lc 20.10; Jo 7.6,8; At 24.25; Gl 6.10; Cl 4.5; Hb 11.15). Ela enfatiza mais o conteúdo do tempo. Este termo que ocorre 85 vezes no NT é mais comumente traduzido por “tempo”, surgindo, então, algumas variantes, indicando a ideia de oportunidade. Assim temos (Almeida Revista e Atualizada): Tempo e tempos: Mt 8.29; 11.25; 12.1; 13.30; 14.1; Lc 21.24; At 3.20; 17.26; “Devidos tempos”: Mt 21.41; “Tempo determinado”: Ap 11.18; “Momento oportuno”: Lc 4.13; “Tempo oportuno”: Hb 9.10; 1Pe 5.6; Oportunidade: Lc 19.44; Gl 6.10; Cl 4.5; Hb 11.15; Devido tempo: Lc 20.10; Presente: Mc 10.30; Lc 18.30; “Circunstâncias oportunas”: 1Pe 1.11; Algum tempo: Lc 8.13; Hora: Lc 8.13; 21.8; Época: Lc 12.56; At 1.7; 1Ts 5.1, 1Tm 6.15; Hb 9.9; Ocasião: Lc 13.1; 2 Ts 2.6; 1 Pe 4.17; Estações: At 14.17; Vagar: At 24.25; Avançado: Hb 11.11.

No texto que estamos analisando, Paulo está dizendo que aquelas pessoas que hoje ouvem a Palavra com interesse e avidez poderão não ouvir em outras épocas ou circunstâncias, daí a nossa responsabilidade de anunciar a Palavra de Deus e o nosso senso de urgência…

[7] G. Hendriksen, El Evangelio Segun San Mateo, Grand Rapids, Michigan: Subcomision Literatura Cristiana, 1986, p. 350.

[8] Da mesma forma, Cl 3.9.

[9] É curioso que esta palavra, que aparece 100 vezes no Novo Testamento, ocorre com mais frequência em Romanos, 14 vezes. No Evangelho de João aparece também 14 vezes.

[10]João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998, (Ef 4.1-4), p. 109.

[11]Cf. William Hendriksen, Efésios, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1992, p. 229.

[12]De igual modo: Jo 15.12,17; Rm 12.10; 13.8; 1Pe 1.22; 1Jo 3.11,23; 4.7,11,12; 2Jo 5

Autor: Hermisten Maia. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Editor e Revisor: Vinicius Lima.