“Esforçando-vos diligentemente” — o que isso significa?

Capítulo 7 da série "O caminhar do povo de Deus aqui e agora: estudos em Efésios 4.1-6"

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Toda a argumentação de Paulo tem um propósito. Ela fica mais clara a partir do verso 3: Esforçando-vos diligentemente (spoudazó) por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.3).

Analisemos um pouco esta palavra: Os verbos spoudazó [1] e  speudó,[2] o substantivo ,[3] o advérbio spoudaion[4] e o adjetivo spoudaios[5] significam “correr”, “apressar-se”, “fazer todo o esforço e empenho possível”, “urgenciar”, “ser zeloso, diligente”, “esforço” e “aplicação”.

Denota uma diligência que se esforça por fazer todo o possível para alcançar o seu objetivo. O particípio presente aponta na direção de nossa responsabilidade de mantermos essa atitude constantemente.

Ilustremos com algumas manifestações da igreja que revelam a sua solicitude, esforço diligente por preservar a unidade:

1. A urgência em corrigir uma injustiça

Pelas evidências que temos, Paulo fez uma visita relâmpago a Corinto – não estando esse fato registrado em Atos. Nesta visita, ele foi maltratado e insultado, o que o levou a escrever uma carta que não temos no Novo Testamento. Tito, que fora o emissário dela, voltara dizendo que os coríntios haviam se arrependido do mal que fizeram.  Paulo então escreve 2ª Coríntios, falando do zelo daqueles irmãos em corrigirem o mal:[6]

Porque quanto cuidado (spoudēn) não produziu isto mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que defesa, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vindita! Em tudo destes prova de estardes inocentes neste assunto. Portanto, embora vos tenha escrito, não foi por causa do que fez o mal, nem por causa do que sofreu o agravo, mas para que a vossa solicitude (spoudēn) a nosso favor fosse manifesta entre vós, diante de Deus. (2Co 7.11-12).

2. A palavra também tem algo a dizer a respeito do serviço pastoral

A) Paulo recomenda a Timóteo que se apresente a Deus como obreiro aprovado, que maneja bem a Palavra:

Procura (spoudazó = “esforçar-se com zelo”, “apressar-se”)[7] apresentar-te a Deus aprovado (dokimon = “aprovado após exame”),[8] como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (2Tm 2.15).

Calvino traduz a metáfora usada por Paulo, “maneja bem” (2Tm 2.15) por “dividindo bem”, fazendo a seguinte aplicação:

Paulo (…) designa aos mestres o dever de gravar ou ministrar a Palavra, como um pai divide um pão em pequenos pedaços para alimentar seus filhos. Ele aconselha Timóteo a ‘dividir bem’, para não suceder que, como fazem os homens inexperientes que, cortando a superfície, deixam o miolo e a medula intactos. Tomo, porém, o que está expresso aqui como uma aplicação geral e como uma referência à judiciosa ministração da Palavra, a qual é adaptada para o proveito daqueles que a ouvem.[9] Há quem a mutile, há quem a desmembre, há quem a distorce, há quem a quebre em mil pedaços, e há quem, como observei, se mantém na superfície, jamais penetrando o âmago da doutrina. Ele contrasta todos esses erros com a boa ministração, ou seja, um método de exposição adequado à edificação. Aqui está uma regra que devemos julgar cada interpretação da Escritura.[10]

B) É recomendado que aquele que lidera (preside), deve fazê-lo com empenho: “O que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência (spouden); quem exerce misericórdia, com alegria” (Rm 12.8).

C) Pedro demonstrou esta mesma diligência em ensinar o Evangelho às Igrejas: “Mas, de minha parte, esforçar-me-ei, diligentemente, (Spoudazó) por fazer que, a todo tempo, mesmo depois da minha partida, conserveis lembrança de tudo” (2Pe 1.15).

D) Judas revela o mesmo ao escrever a sua Epístola: “Amados, quando empregava toda a diligência (spoude) em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 3).

E) Paulo diz aos tessalonicenses do seu esforço para poder visitá-los: “Ora, nós, irmãos, orfanados, por breve tempo, de vossa presença, não, porém, do coração, com tanto mais empenho diligenciamos (Spoudazó), com grande desejo, ir ver-vos pessoalmente” (1Ts 2.17).

F) Paulo, identificando em Tito o mesmo zelo para com os Coríntios assim o descreve, aludindo também a outro irmão, que pode ser Lucas, que também compartilhava do mesmo sentimento:

Mas graças a Deus, que pôs no coração de Tito a mesma solicitude (spoudon) por amor de vós; porque atendeu ao nosso apelo e, mostrando-se mais cuidadoso, partiu voluntariamente para vós outros. (…) Com eles, enviamos nosso irmão cujo zelo, em muitas ocasiões e de muitos modos, temos experimentado; agora, porém, se mostra ainda mais zeloso pela muita confiança em vós. (2Co 8.16,17,22).

3. Tem um sentido de crescimento espiritual com um fim escatológico

A) O escritor de Hebreus referindo-se a alguns heróis da fé que viveram na esperança da promessa de Deus quanto ao descanso futuro, e de outros homens que foram incrédulos, escreve: Esforcemo-nos (Spoudazó), pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.11).

B) Quanto à esperança da vinda de Cristo e à nossa maneira de viver hoje, Pedro escreve: “Esperando e apressando (speuden) a vinda do dia de Deus, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão” (2Pe 3.12).

A ideia aqui expressa, não é a de que possamos modificar o dia do regresso de Cristo. A palavra traduzida por “apressar” (speu/dw), indica um desejo intenso pelo que virá, envolvendo a ideia de diligenciar com zelo, solicitude, urgenciar, etc. Ela revela uma pressa prazerosa daquilo que terá de ocorrer.[11] Não significa também, uma simples pressa para que aconteça de uma vez aquilo que terá de acontecer, como por exemplo, no caso de alguém que diz: “Já que tenho de ser operado mesmo, vou logo”; ou, “se tenho que ir mesmo, vou de uma vez…”. A ideia aqui é totalmente diferente; denota uma urgência prazerosa de que Cristo venha.

A Igreja mesmo sem poder alterar o dia da Vinda de Jesus – e devemos dar graças a Deus por isso –, faz parte do cronograma relativo ao regresso glorioso e triunfante de Cristo. Somos intimados a levar adiante os eventos que devem ocorrer antes do dia de Deus.

Toda a nossa expectação deve se traduzir em uma vida que se caracterize pela paz. “Em paz” (e)n ei)rh/nh). Paz, nas Escrituras, descreve um estado de reconciliação com Deus, sendo mantida por meio de nossa comunhão com Cristo. É deste modo que Pedro saúda as igrejas: Paz (eirene) a todos vós que vos achais em Cristo” (1Pe 5.14).[12]

C) Falando sobre a necessidade que os crentes têm de usar dos meios de graça, Pedro orienta: “Por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência (spouden), associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; (…) Por isso, irmãos, procurai, com diligência (Spoudazo) cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum” (2Pe 1.5,10).

D) Conforme temos enfatizado, o Cristianismo é essencialmente um caminho de vida, fundamentado na prática do Evangelho, conforme ensinado por Jesus Cristo. A santificação é, portanto, um desafio a perseguirmos este caminho, nos empenhando por fazer a vontade de Deus.

Por isso, a santificação nos fala de caminharmos sempre em direção ao alvo proposto por Deus, com os nossos corações humildes, desejosos de agradar a Deus, de fazer a sua vontade com o sentimento adequado. Daí a exortação de Pedro de que nos esforcemos por ser achados pelo Senhor “sem mácula”: “Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos (spoudazo) por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis” (2Pe 3.14). (Hb 6.11).

4. Tem um sentido de solicitude fraterna

A) Paulo, preso em Roma pede a Timóteo esta urgência em encontrá-lo: Procura (Spoudazo) vir ter comigo depressa” (2Tm 4.9);Apressa-te (Spoudazo) a vir antes do inverno” (2Tm 4.21).

Em outro contexto, havia solicitado o mesmo a Tito: “Quando te enviar Ártemas ou Tíquico, apressa-te (Spoudazo) a vir até Nicópolis ao meu encontro. Estou resolvido a passar o inverno ali” (Tt 3.12).

Destacamos aqui a necessidade do companheirismo fraterno. Paulo, o veterano apóstolo, sentia falta de seus amigos e discípulos; de Timóteo e Tito. Muitos o haviam abandonado; no entanto Lucas permanecia com ele (2Tm 4.11). A Timóteo ele solicita de modo especial que traga Marcos (2Tm 4.11), a “capa (…) bem como os livros, especialmente os pergaminhos” (2Tm 4.13). O inverno se aproximava. Paulo desejava a sua capa para aquecer o seu corpo e os livros, pergaminhos e amigos, para aquecer a sua alma saudosa. Ninguém é totalmente insensível às condições climáticas e, ninguém está além da necessidade de amizade e solidariedade.

Paulo não pediu aos seus amigos que cuidassem de sua libertação; contudo, sentia falta de sua companhia. A prisão seria menos úmida e nociva na companhia de seus amigos. Quão bom é podermos contar com nossos amigos e, quão necessário é que nossos amigos saibam o quanto eles são importantes para nós e que também eles podem contar com a nossa solicitude em aliviar as suas cargas com os nossas orações, nossos recursos, atenção e solidariedade.

B) O centurião que envia emissários que solicitem a presença de Jesus para que cure o seu servo, tem na declaração de seus enviados um testemunho de sua bondade e, ao mesmo tempo, de reconhecimento daqueles homens: “Estes, chegando-se a Jesus, com instância (spoudaios) lhe suplicaram, dizendo: Ele é digno de que lhe faças isto; porque é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga” (Lc 7.4-5).

C) Epafrodito, emissário dos filipenses para socorrer a Paulo em suas necessidades, adoeceu quase morrendo. Quando Epafrodito recuperou-se, Paulo escreve: “Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza. Por isso, tanto mais me apresso (spoudaios) em mandá-lo, para que, vendo-o novamente, vos alegreis, e eu tenha menos tristeza” (Fp 2.27-28).

D) Paulo descreve a amizade benfazeja de Onesíforo, quem o procurou solicitamente quando muitos de seus amigos o haviam abandonado:

Estás ciente de que todos os da Ásia me abandonaram; dentre eles cito Fígelo e Hermógenes. Conceda o Senhor misericórdia à casa de Onesíforo, porque, muitas vezes, me deu ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas; antes, tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente (spoudaion) até me encontrar. O Senhor lhe conceda, naquele Dia, achar misericórdia da parte do Senhor. E tu sabes, melhor do que eu, quantos serviços me prestou ele em Éfeso. (2Tm 1.15-18).

F) Paulo ao enviar Tito a Corinto com o propósito de providenciar as ofertas para os pobres da Judéia, assim se refere ao “cuidado”, “diligência” e “solicitude” das igrejas de Macedônia, de Corinto e do próprio Tito:

Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, (spouden) e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça. Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência (spouden) de outros, a sinceridade do vosso amor; pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos. (…) Mas graças a Deus, que pôs no coração de Tito a mesma solicitude (spouden) por amor de vós (2Co 8.7,8,9,16).[13]

G) Paulo pede a Tito que encaminhe Zenas e a Apolo, orientando-o para que nada falte àqueles irmãos: “Encaminha com diligência (spoudaios) Zenas, o intérprete da lei, e Apolo, a fim de que não lhes falte coisa alguma” (Tt 3.13).

Aliás, esta era uma característica costumeira em Tito, o zelo e cuidado com os irmãos (2Co 8.16-17). O encaminhar significa mais do que mostrar o caminho, ou colocar na direção correta, antes, suprir as necessidades de alguém para a jornada que tem pela frente.

H) Ainda falando sobre diversos deveres da vida cristã e, em especial, descrevendo a fraternidade cristã, Paulo recomenda: “No zelo (spouden), não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). (Ver: 2Co 8.7-8). A prontidão em socorrer os nossos irmãos revela a nossa unidade.

Retomando o texto de Efésios, vemos que Paulo usa esta palavra para se referir ao esforço como o qual devemos nos empenhar por preservar a unidade do Espírito na Igreja. Stott (1921-2011) chamou-me a atenção para as palavras de Markus Barth (1915-1994) ao comentar essa passagem:

Dificilmente se pode traduzir com exatidão a urgência contida no verbo grego subjacente. Não somente pressa e paixão, como também um esforço total do homem integral está em mira, envolvendo a sua vontade, o seu sentimento, a sua razão, a sua força física, e a sua atitude total. O modo imperativo do particípio que se acha no texto grego exclui a passividade, o quietismo, uma atitude de ‘vamos ver como fica’, ou uma diligência temperada por uma velocidade bem deliberada. A iniciativa é sua! Faça-o agora! Seja sincero! Você deve fazê-lo! Estou sendo sério! Estas são as implicações do versículo 3.[14]

Assim, a diligência e o zelo constantes que Paulo destaca em suas cartas são reflexos de uma vida cristã ativa e comprometida. A prontidão em auxiliar os irmãos e a urgência em preservar a unidade do Espírito são marcas indeléveis de uma fé genuína, que se manifesta em ações concretas e em um esforço contínuo. Que os exemplos de Epafrodito, Onesíforo, Tito e tantos outros nos inspirem a viver com igual fervor e dedicação, servindo ao Senhor e uns aos outros com todo o nosso ser.

 


[1]O verbo Spoudazó, que é bem traduzido por “esforçando-vos diligentemente” (ARA), tem a sua ênfase enfraquecida em ACR, ARC e BJ, que o traduzem por “procurando”. Spoudazów ocorre 11 vezes no NT (* Gl 2.10; Ef 4.3; 1Ts 2.17; 2Tm 2.15; 4.9,21; Tt 3.12; Hb 4.11; 2Pe 1.10,15; 3.14).

[2] *Lc 2.16; 19.5,6; At 20.16; 22.18; 2Pe 3.12.

[3]*Mc 6.25; Lc 1.39; Rm 12.8,11; 2Co 7.11,12; 8.7,8,16; Hb 6.11; 2Pe 1.5; Jd 3.

[4]*Lc 7.4; Fp 2.28; 2Tm 1.17; Tt 3.13.

[5]* 2Co 8.17,22 (duas vezes).

[6] Paulo escreveu 1 Coríntios estando em Éfeso (1Co 16.8). Paulo falou do seu desejo de ir à Corinto (1Co 16.5). Depois disso Timóteo deve ter regressado da sua viagem, trazendo más notícias da Igreja. Possivelmente indicando que a carta de Paulo não surtira o efeito desejado e, o próprio Timóteo que lá estivera, também não obtivera êxito (1Co 16.10-11). Paulo então, diante dos fatos, resolve fazer uma viagem relâmpago a Corinto, a fim de colocar as coisas em ordem. Esta viagem não é mencionada por Lucas; nós a sabemos por que Paulo fala da sua possível terceira viagem (2Co 12.14; 13.1-2/1.15), enquanto Lucas só descreve a primeira.

A visita de Paulo foi também frustrada; ele foi insultado (2Co 2.5-11; 7.12; 12.21), sendo menosprezado pelos falsos apóstolos (2Co 11.5; 12.11). Parece que estes “apóstolos” condenavam a mensagem cristã e traziam como fonte de sua autoridade, cartas de apresentação (2Co 2.17-3.1-4).

De volta a Éfeso, Paulo escreve uma carta, a qual não chegou aos nossos dias, exigindo que o ofensor seja punido (2Co 2.3,4,9; 7.8,12). Tito possivelmente foi o seu emissário juntamente com outro irmão (2Co 7.13; 12.18). Notemos que esta carta mencionada não é 1 Coríntios, porque esta não é uma carta angustiada e marcada pelas lágrimas como Paulo diz ter escrito aquela.

Concluído o trabalho em Éfeso, Paulo partiu ansioso para Trôade, objetivando pregar o Evangelho e se encontrar com Tito. Ali teve grande oportunidade. Contudo, o fato de não o encontrar, fez com que Paulo partisse para a Macedônia – provavelmente Filipos ou Tessalônica –, a fim de obter informações o mais rápido possível dele. A sua aflição era evidente (2Co 2.12,13). O que inquietava Paulo era: Como a Igreja recebeu a sua carta? Tito chegou depois de Paulo trazendo boas notícias: A Igreja havia mudado muito apesar de haver uma pequena minoria que permanecia recusando a sua autoridade (2Co 7.5-16).

[7] A ideia da palavra é de fazer todo o possível – de modo intensivo, urgente, diligente e zeloso –, para cumprir a sua tarefa. Denota uma diligência que se esforça por fazer todo o possível para alcançar o seu objetivo.

[8] O verbo dokimazo ressalta o aspecto positivo de “provar” para “aprovar”, indicando a genuinidade do que foi testado (2Co 8.8; 1Ts 2.4; 1Tm 3.10). Este verbo se refere à ação de Deus, nunca é empregado para a “tentação” de satanás, “visto que ele nunca prova aquele que ele pode aprovar, nem testa aquele que ele pode aceitar” (Richard C. Trench, Synonyms of the New Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1985 (Reprinted), p. 281). (Vejam-se mais detalhes sobre a “tentação”, em Hermisten M.P. Costa, O Pai Nosso, São Paulo: Cultura Cristã, 2001).

No entanto, ambos os verbos podem ser usados indistintamente, mesmo não sendo “perfeitamente sinônimos” (Veja-se: H. Seesemann, peira/w: In: Gerhard Kittel; G. Friedrich, eds. Theological Dictionary of the New Testament, 8. ed. (reprinted) Grand Rapids, Michigan: WM. B. Eerdmans Publishing Co., 1982, v. 6, p. 23; H. Haarbeck, Tentar: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1983, v. 4, p. 599; Richard C. Trench, Synonyms of the New Testament, Grand Rapids, Michigan: Eerdmans, 1985 (Reprinted), p. 278ss.).

[9]Este era o seu princípio pedagógico: “Um sábio mestre tem a responsabilidade de acomodar-se ao poder de compreensão daqueles a quem ele administra o ensino, de modo a iniciar-se com os princípios rudimentares quando instrui os débeis e ignorantes, não lhes dando algo que porventura seja mais forte do que podem suportar” (João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, São Paulo: Paracletos, 1996, (1Co 3.1), p. 98-99). Do mesmo modo, ver: João Calvino, As Pastorais, (Tt 2.10), p. 333.

[10] João Calvino, As Pastorais, (2Tm 2.15), p. 235.

[11]A única possível exceção está em At 22.18; todavia, talvez possamos interpretar o texto, entendendo o prazer de Deus em preservar a vida de Saulo, que seria o seu instrumento especial na proclamação do Evangelho (Cf. At 9.15).

[12] “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz (eirene) em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). (Do mesmo modo: Fp 4.7).

[13]Paulo relembrando o seu encontro com os apóstolos, diz: “Quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me estenderam, a mim e a Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para a circuncisão; recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei (Spoudazo) por fazer” (Gl 2.9-10).

[14]Markus Barth, Ephesians, Garden City, New York: Doubleday & Company, (The Anchor Bible), 1974, v. 2, p. 428.

Autor: Hermisten Maia. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Editor e Revisor: Vinicius Lima.