A mentira do isolamento (Salmos 13.1)

 

Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? (Salmos 13.1)

 

As pessoas dizem que o tempo voa quando você está se divertindo. Porém, quando as coisas são transpostas para uma escala menor, a vida parece se mover em câmera lenta. Nós nos pegamos pensando: “Eu não sei se algum dia conseguirei sair dessas circunstâncias. E não sei como posso suportá-las.”

O Salmo 13 contém uma pergunta recorrente: “Até quando? Até quando?” As circunstâncias de Davi não são descritas, mas ele claramente se sente esquecido e abandonado — um sentimento com o qual todos podemos nos identificar. É semelhante ao que sentimos quando perdemos um ente querido ou quando sentimos que devemos caminhar sozinhos por um vale de provações.

Estar isolado dos relacionamentos humanos é, sem dúvida, esmagador. Mas o que Davi escreve aqui é ainda mais significativo. Ele está expressando um sentimento de isolamento do próprio Deus.

Esse sentimento é compartilhado por muitos do povo de Deus ao longo das Escrituras. Em Isaías, o povo exilado de Deus clama: “O Senhor me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim” (Is 49.14). Peregrinos cristãos — seguidores e servos genuínos de Jesus — às vezes têm vontade de dizer: “Creio que o Senhor realmente nos esqueceu. Se ele não tivesse se esquecido de nós, se ainda estivesse conosco, como estaríamos nesse dilema? Se ele realmente estivesse cuidando de nós, certamente não teríamos de suportar estas provações.”

No entanto, na depressão emergente de Davi, descobrimos que sua percepção (como frequentemente acontece conosco) não reflete a realidade. E Davi tem a maturidade espiritual e a humildade para reconhecer que o que ele sente ser a verdade não se alinha com o que ele sabe ser de fato a verdade. Logo, ele se lembra da misericórdia de Deus, sua salvação e sua generosidade — e resolve se alegrar nessas coisas, mesmo enquanto luta e sofre (Sl 13.5-6).

Esta é a tensão cheia de esperança da vida cristã. Perguntamos: “Até quando, Senhor? Onde estás?”, ainda quando lembramos ao nosso próprio coração que Deus não deixou de nos amar, nos livrar ou trabalhar em nós.

Não acredite na mentira do abandono que as suas emoções podem alimentar. Descanse na resposta reconfortante de Deus ao seu povo esquecido:

Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim. (Is 49.15-16)

O cuidado de Deus por seus filhos é como o sol: é constante. Até mesmo quando as nuvens o obscurecem, ele ainda está lá. Sempre está lá.

Você vai confiar na constância de Deus hoje? Quando você estiver se sentindo abandonado, saiba que Deus olha para as próprias mãos, gravadas com todos e cada um dos nomes de seus filhos, e ele diz: Aí está você. Eu não o esqueci.

 

Aprofunde sua devoção a Deus em fiel.in/devocional