Da tristeza ao contentamento (João 20.20)

[Jesus] lhes mostrou as mãos e o lado. Alegraram-se, portanto, os discípulos ao verem o Senhor. (Jo 20.20)

 

A primeira Páscoa não parecia uma celebração típica da Páscoa.

Antes da ressurreição de Jesus ser descoberta, o dia foi marcado por lágrimas, devastação e perplexidade — não alegria, esperança e louvor. Os discípulos foram reunidos por medo, para proteger uns aos outros, não para cantar: “Cristo, o Senhor, ressuscitou hoje, Aleluia!”[1] Sentaram-se tristes; sua história havia estagnado, com a próxima página em branco.

Ou assim eles pensaram.

A Bíblia não tenta negar ou idealizar a tristeza sentida pelos seguidores de Cristo após sua crucificação. Eles não entendiam o que havia acontecido e certamente não sabiam o que aconteceria a seguir. A tristeza deles revela as limitações da humanidade em enxergar a situação como um todo. Apesar das profecias veterotestamentárias e da própria predição de Jesus sobre sua morte (Mc 8.31; 9.31; 10.33-34), o Evangelho de João nos diz que eles “ainda não tinham compreendido a Escritura, que era necessário ressuscitar ele dentre os mortos” (Jo 20.9). Eles não entenderam que, quando Jesus disse da cruz: “Está consumado!” (19.30), ele não estava expressando derrota, mas declarando vitória.

Essa vitória significava ressurreição. E, quando o Salvador ressurreto veio aos discípulos na escuridão, medo e tristeza deles, ele trouxe transformação. A incredulidade deles se transformou em fé, e a tristeza em alegria. Essa alegria estava enraizada no fato de que eles entenderam que Jesus havia ressuscitado dos mortos. A fé e o futuro deles retornaram e estavam enraizados nessa realidade maravilhosa. A escuridão do desespero deles tornou a luz da ressurreição ainda mais gloriosa.

Se você está procurando um deus que apenas o faça feliz, você não deve procurar o Deus da Bíblia. Ele de fato nos alegra — mais do que qualquer outra pessoa ou coisa —, mas muitas vezes ele começa nos deixando tristes. Estamos entristecidos por este mundo quebrado, entristecidos por nosso próprio pecado, entristecidos por Jesus ter morrido na cruz por nossa maldade, desobediência e desinteresse. É apenas sentindo verdadeiramente tal tristeza que podemos entender por completo a alegria que vem com nossa conta sendo acertada, nossa dívida sendo paga e nossos erros sendo perdoados.

Podemos conhecer a alegria de um amor que nos ama mesmo que não sejamos dignos dele — que nos ama quando não queremos ouvir. Que tipo de amor é esse? É o amor de Deus por homens e mulheres, por você e por mim! Hoje, desvie o olhar de si mesmo e olhe para ele. Isso é amor, e, quando sabemos que somos amados dessa maneira, somos capazes de ver a cura no mal e que a tristeza pode ser o solo no qual a alegria eterna cresce. Sobre qual parte da sua vida — talvez uma parte cheia de dor, arrependimento ou ansiedade — você precisa ouvir isso hoje? Lembre-se de que, seja o que for que você esteja passando, continua sendo verdade que Cristo, o Senhor, ressuscitou. Aleluia!

 

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[1] Charles Wesley, “Christ the Lord Is Risen Today” (1739).