Expectativa zelosa (Romanos 8.23)

 

Também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. (Romanos 8.23)

 

A experiência cristã é tão maravilhosa quanto desafiadora.

Recebemos o perdão. Fomos adotados na família de Deus. Desfrutamos de uma comunhão uns com os outros mais profunda do que a afinidade natural. Possuímos a esperança segura do céu, que nos traz uma ardente expectativa. Temos o Espírito, o próprio Deus, habitando dentro de nós. Contudo, não somos separados das realidades da vida neste mundo caído. Experimentamos frustração, mágoa, decepção e gemidos.

Enquanto vivemos aqui na terra, temos um gostinho do céu, mas ainda não estamos lá.

O cristianismo não nos torna imunes à decadência ou ao pecado. Adoecemos, e nosso corpo falha. Continuamos a lutar contra o pecado e encontramos oposição à nossa fé. De fato, como os teólogos de Westminster articularam no século XVII, o cristão está envolvido em “uma guerra contínua e irreconciliável” contra o pecado.[1]

É possível nos amarrarmos a todo tipo de nó espiritual e teológico sobre nossa batalha contínua com o pecado. Podemos nos perguntar: “Por que eu ainda desobedeço?” Nesses momentos, você e eu precisamos nos lembrar dos “três tempos” da salvação, que resumem a obra de Deus na vida do cristão.

Se estamos escondidos em Cristo, então nós já fomos salvos da penalidade do pecado. E não temos nada a temer no dia do juízo, pois Jesus, pela sua morte na cruz, carregou nossos pecados e enfrentou a punição em nosso lugar. No tempo presente, estamos sendo salvos do poder do pecado. É um ministério divino contínuo; nenhum de nós estará inteiramente sem pecado deste lado do paraíso, mas Deus está operando dentro de nós, nos capacitando a dizer não ao que é errado e sim ao que é certo. E, finalmente, haverá um dia, quando Cristo retornar, em que seremos salvos da própria presença do pecado.

De vez em quando, temos um gostinho do céu que nos faz ansiar pelo que há de vir. É por isso que Paulo diz que “gememos em nosso íntimo, aguardando […] a redenção do nosso corpo”. Deveríamos olhar para a frente, para o retorno de Cristo, com uma expectativa zelosa!

Como cristãos, devemos viver no mundo como cidadãos do céu, vivendo por enquanto como estrangeiros e forasteiros. Mas não teremos de viver longe de casa para sempre. Um dia, Jesus retornará — e, quando ele voltar, nos levará para junto dele, em nosso corpo ressurreto, em um reino aperfeiçoado. Hoje, não viva como se tudo o que há por aqui fosse tudo o que existe. Incline-se para a frente, pois seus melhores dias estão por vir. Você não está lá ainda — mas, com toda a certeza, um dia estará.

 

 

 

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[1] Confissão de Fé de Westminster 13.2.