Um blog do Ministério Fiel
[DEVOCIONAL] John Piper – Deus é o Evangelho
Por exemplo, considere o assunto do perdão. Talvez você queira o perdão de Deus por que está muito infeliz com sentimentos de culpa. Você quer alívio. Se puder crer que Deus o perdoa, você terá algum alívio, mas não necessariamente a salvação. Se quer o perdão somente por causa de alívio emocional, você não receberá o perdão de Deus. Ele não dá o seu perdão àqueles que o usam apenas para ter os dons dEle e não a Ele mesmo.
Ou, talvez, você queira ser curado de uma enfermidade ou conseguir um emprego e encontrar uma esposa. Então, você ouve que Deus pode ajudá-lo a obter estas coisas, mas que, primeiramente, seus pecados teriam de ser perdoados. Alguém o exorta a crer que Cristo morreu por seus pecados e lhe diz que, se você crer nisto, seus pecados serão perdoados. Conseqüentemente, você crê, a fim de que seja removido o obstáculo à sua saúde e consiga um emprego ou uma esposa. Isto é salvação pelo evangelho? Não creio que seja.
Em outras palavras, o que você espera receber por meio do perdão é importante. O motivo por que você deseja o perdão é importante. Se quer o perdão tão-somente por que deseja gozar da criação, então, o Criador não é honrado e você não é salvo. O perdão é precioso por uma única razão: ele o capacita a desfrutar da comunhão com Deus. Se esta não é razão por que você quer o perdão, você não o terá de maneira alguma. Deus não será usado como moeda para a compra de ídolos.
Também perguntamos: por que desejamos ter a vida eterna? Alguém pode responder: “Porque o inferno é a alternativa dolorosa”. Outro pode dizer: “Porque não haverá nenhuma tristeza no céu”. Outro pode replicar: “Meus queridos foram para o céu, e quero estar com eles”. Outros poderiam sonhar com sexo e alimentos intermináveis, ou com algo mais nobre. Em tudo isso, Alguém está ausente: Deus.
O motivo salvífico para querermos a vida eterna é apresentado em João 17.3: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Se queremos a vida eterna por ela significar outra coisa, e não o regozijo em Deus, não teremos essa vida. Enganamos a nós mesmos dizendo que somos cristãos, se usamos o glorioso evangelho de Cristo para buscar o que amamos mais do que buscamos o próprio Cristo. As “boas-novas” não se comprovarão como boas para qualquer pessoa que não tenha a Deus como seu principal bem.
Jonathan Edwards apresentou esta verdade em um sermão1 à sua igreja, em 1731. Leia estas palavras lentamente e permita que elas o despertem para a verdadeira vida e o verdadeiro bem do perdão.
Os redimidos têm todo o seu verdadeiro bem em Deus. Ele mesmo é o grande bem que possuem e desfrutam por meio da redenção. Deus é o bem mais sublime, a suma de todo o bem que Cristo adquiriu. Deus é a herança dos santos; é o quinhão da alma deles. Ele é a riqueza e o tesouro, o alimento, a vida, a habitação, o ornamento e a coroa, a glória eterna e duradoura dos santos. Eles não têm nada no céu, exceto a Deus. Ele é o grande bem no qual os crentes são recebidos na morte e para o qual eles devem ressurgir no fim do mundo. O Senhor Deus, Ele é a luz da Jerusalém celestial; é o “rio da água da vida” que corre e a “árvore da vida” que cresce “no paraíso de Deus”. As gloriosas excelências e belezas de Deus fascinarão para sempre a mente dos santos, e o amor de Deus será o deleite eterno deles. Com certeza, os redimidos desfrutarão outras alegrias. Eles se alegrarão com os anjos e uns com os outros. Mas aquilo que lhes encantará nos anjos e uns nos outros, ou em qualquer outra coisa; aquilo que lhes proporcionará deleite e felicidade será o que de Deus poderá ser visto neles.
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