Chris Wright – Mansidão (9 por dia – tornando-se como Jesus) [9/10]

Você já parou para pensar sobre as 9 características expressas em Gálatas 5, chamadas de fruto do Espírito? “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.” (Gl 5:22, 23)

Nesta série de vídeos chamada “9 por dia” [9-a-day], Chris Wright, diretor internacional da Langham Partnership, nos convida a meditarmos em cada uma dessas características, afim de nos tornarmos mais como Cristo.

Neste vídeo, ele medita sobre a mansidão (reagir a críticas, rejeição ou a males que nos são feitos, não com violência ou autodefesa), olhando os exemplos de Deus, no Antigo Testamento e de Cristo e Paulo, no Novo.

Mansidão é aprender como reagir a críticas, rejeição ou a males que nos são feitos, não com violência ou autodefesa, e um tipo de postura hostil que surge, não ser cheio de espinhos quando as pessoas não são exatamente o que queremos que sejam, mas, pelo contrário, responder com brandura, sem ira, sem amargura, na verdade por estarmos realmente cientes de que somos tão imperfeitos, humanos, falhos quanto todo mundo, e a outra pessoa que me fez algum mal pode estar tão magoada quanto eu, e eu reagir com agressão, isso só piorará as coisas.

Este vídeo foi legendando em parceria com o blog O Tempora! O Mores!. Visite.

Transcrição

9 por dia: Paciência, paz, alegria, amor, domínio próprio, mansidão, fidelidade, bondade, benignidade.

MANSIDÃO

Se paciência é a habilidade de suportar oposição e crítica sem irar-se, então mansidão é a habilidade de suportar tais coisas sem agressão. Mansidão é aprender como reagir a críticas, rejeição ou a males que nos são feitos, não com violência ou autodefesa, e um tipo de postura hostil que surge, não ser cheio de espinhos quando as pessoas não são exatamente o que queremos que sejam, mas, pelo contrário, responder com brandura, sem ira, sem amargura, na verdade por estarmos realmente cientes de que somos tão imperfeitos, humanos, falhos quanto todo mundo, e a outra pessoa que me fez algum mal pode estar tão magoada quanto eu, e eu reagir com agressão, isso só piorará as coisas.

A mansidão também é muito próxima à humildade. De fato, às vezes elas vêm juntas. Quando você olha para Efésios 4:2, quando ele apresenta a primeiríssima coisa que ele diz que os novos convertidos devem fazer quando estão andando num caminho que é consistente com seu chamado, é terem toda humildade e mansidão. Este é seu ensino.

No mundo antigo no qual Paulo cresceu, o mundo greco-romano, mansidão e humildade não eram realmente consideradas virtudes boas de se ter. Aristóteles, o grande filósofo grego, incluiu a mansidão, a palavra que Paulo usa em sua lista de virtudes, como um meio-termo entre excessiva raiva e ira, e a inabilidade de se irar quanto a qualquer coisa. Então Aristóteles diz que mansidão está no meio do caminho. Mas a humildade era, na verdade, desprezada no mundo antigo. Não era uma virtude de maneira nenhuma. Homens de verdade eram heróis; homens de verdade queriam exercer poder, força física, predominância, habilidades e ser heroicos. E isto, é claro, faz parte de um mito que chega a nós por filmes hollywoodianos, e através de todos esses super-heróis sobre os quais lemos, homens de capa, pessoas que são irresistíveis, poderosas, e que sabem o que fazem. E a virtude bíblica da mansidão é diametralmente oposta dessas coisas, mas ainda é considerada como uma força e um fruto do Espírito Santo.

Vamos pensar, em primeiro lugar, na mansidão de Deus no Antigo Testamento. Ora, esta pode não ser uma qualidade de Deus que você associaria imediatamente ao chamado “Deus do Antigo Testamento”, e ainda assim, quando você lê o Antigo Testamento, os salmos e os profetas frequentemente falam da mansidão de Deus. Por exemplo, o famoso Salmo 23 fala de Deus como um pastor que ama, cuida e supre suas ovelhas. Eu amo aquela história de Elias em 1 Reis 19, você se lembra? Quando Elias estava fugindo de Jezabel temendo por sua vida, e caiu numa espécie de depressão suicida. E Deus o encontra no deserto, sob uma árvore desejando morrer. E o que Deus faz? Basicamente Deus o conforta. Deixa-o dormir, e depois o acorda para tomar café-da-manhã. E a comida que Deus lhe deu foi pão recém assado no céu, entregue por um anjo. Então Deus o levou de volta para o Monte Sinai, e novamente lhe dá uma demonstração audiovisual de terremoto, vento e fogo. Mas então, o texto diz que Deus não estava naquelas coisas. Quando Deus falou a Elias, foi, como costuma ser traduzido, uma pequena e tranquila voz, ou em nossa tradução moderna, um manso sussurro. E depois de lidar com Elias tão mansamente, Deus manda Elias de volta e o restaura a seu trabalho. Então a mansidão de Deus no Antigo Testamento está lá.

E então podemos pensar na mansidão de Jesus. Assim como dizia um antigo hino infantil: “Manso Jesus, gentil e brando”. Isso certamente não significa que Jesus era um banana; que ele nunca dizia palavras fortes, que ele sempre era legal com todo mundo, pois nós sabemos que Jesus podia falar duramente e podia lidar com transgressões com bastante honestidade e sinceridade. Mas ele o fazia de uma maneira mansa. De fato, há uma famosa passagem em Mateus 11:28-30 onde Jesus diz o seguinte: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”.

Então não é de surpreender com este contexto das histórias do Antigo Testamento e com o ensino e o exemplo de Jesus, que o apóstolo Paulo tenha transformado a mansidão, que era uma das qualidades desprezadas do mundo que o cercava, em uma das principais virtudes do cristão, e um dos elementos-chave do Fruto do Espírito. Paulo, é claro, foi um modelo dela. Talvez ele não tenha achado fácil ser manso, mas quando ele teve algumas coisas duras para dizer à igreja de Corinto, ele prefacia o que dirá com estas palavras: “Rogo-vos pela mansidão e humildade de Cristo…”

Então, qual é a fonte desse tipo de mansidão contracultura? Bom, Paulo diz que é o Fruto do Espírito, e ele cresce em nós conforme o Espírito habita em nós. Mas penso que vem especialmente da humildade que, como eu disse, frequentemente vem junto com a mansidão. A humildade é aquela profunda autoconsciência, aquele conhecimento de que eu sou tão imperfeito, tão humano e tentado quanto qualquer um. Portanto, quando outra pessoa comete um erro, ou derruba algo e quebra, ou perde a chave do carro, ou esquece de fazer o que prometeu, eu me lembro que poderia facilmente ter sido eu. Então não reajo com ira, irritação, mas com humildade e autoconhecimento, posso reagir mansidão: A mansidão de Jesus. O Fruto do Espírito.

Veja a série completa:

• Introdução
• Amor
• Alegria
• Paz
• Longanimidade
• Benignidade
• Bondade
• Fidelidade
• Mansidão
• Domínio próprio

Clique para ver os vídeos da série

Por: Chris Wright. © Copyright The Langham Partnership. Todos os direitos reservados. Usado com permissão. Website: http://www.9aday.org.uk/

Tradução: Voltemos Ao Evangelho (em parceria com O Tempora! O Mores!). Original: Chris Wright – Mansidão (9 por dia – tornando-se como Jesus) [9/10]

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