Uma Cartilha de Disciplina Eclesiástica (Jonathan Leeman) (4/4)

Por que uma igreja deveria praticar a disciplina eclesiástica?

À medida que uma igreja começa a praticar a disciplina eclesiástica, ela frequentemente se verá diante de situações da vida real que são complexas e não têm um “estudo de caso” exato na Escritura para ajudá-la a examinar as diversas facetas das circunstâncias. Nem sempre estará claro se a disciplina eclesiástica formal é necessária, ou quanto tempo o processo deve durar, ou se a parte culpada está verdadeiramente arrependida, e assim por diante.

À medida que uma congregação e os seus líderes lidam com essas questões complexas, eles devem se lembrar de que a igreja é chamada, acima de tudo o mais, a guardar o nome e a glória de Cristo. Fundamentalmente, a disciplina eclesiástica diz respeito à reputação de Cristo e se uma igreja pode ou não continuar a confirmar a profissão verbal feita por alguém cuja vida odiosamente representa Cristo de modo enganoso. Os pecados e as circunstâncias do pecado variarão em grande medida, mas esta questão sempre deve encabeçar os pensamentos de nossas igrejas: “Como o pecado deste pecador e a nossa resposta a ele irão refletir o santo amor de Cristo?”.

No fim das contas, preocupar-se com a reputação de Cristo é preocupar-se com o bem dos não-cristãos. Quando as igrejas falham em praticar a disciplina eclesiástica, elas começam a se parecer como o mundo. Elas se tornam como o sal que perdeu o seu sabor, o qual serve apenas para ser pisado pelos homens (Mt 5.13). Quando isso acontece, não há qualquer testemunho a ser dado a um mundo perdido em trevas.

Do mesmo modo, preocupar-se com a reputação de Cristo é preocupar-se com os outros membros da igreja. Os cristãos deveriam desejar parecer-se com Jesus, e a disciplina eclesiástica ajuda a manter clara essa santa imagem. Os membros são lembrados de tomar ainda mais cuidado com suas próprias vidas sempre que um ato formal de disciplina acontece. O congregacional James o resume bem: “As vantagens da disciplina são óbvias. Ela recupera os desviados, detecta os hipócritas, faz circular um temor saudável pela igreja, fornece um incentivo adicional para a vigilância e a oração, demonstra cabalmente o fato e as consequências da fragilidade humana e, além disso, testifica publicamente contra a impiedade”. [2]

Por fim, preocupar-se com a reputação de Cristo é preocupar-se com o indivíduo pego em pecado. Em 1Coríntios 5, Paulo sabia que o curso de ação mais amoroso era excluir o homem da congregação “a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor” (1Co 5.5).

Por que uma igreja deveria praticar a disciplina? Pelo bem do indivíduo, o bem dos não-cristãos, o bem da igreja e a glória de Cristo. [3] Ter esses alvos em mente ajudará as igrejas e os presbíteros a avançarem de um caso difícil para outro, sabendo que a sabedoria e o amor de Deus prevalecerão mesmo quando a nossa sabedoria e o nosso amor falharem.

1. John Angell James, Church Fellowship or The Church Member’s Guide, extraído do volume XI da 10ª edição de Works of John Angell James, p. 53.
2. James, Christian Fellowship, p. 53.
3. Ver Mark Dever, Nine Marks of a Healthy Church (Crossway, 2004), 174-78 [N.T.: Publicado no Brasil pela Editora Fiel, com o título Nove Marcas de Uma Igreja Saudável].

Extraído do site www.9marks.org. Copyright © 2013 9Marks. Usado com Permissão. Original: A Church Discipline Primer

Tradução: Vinícius Silva Pimentel – Ministério Fiel © Todos os direitos reservados. Website: www.MinisterioFiel.com.br / www.VoltemosAoEvangelho.com. Original:  Uma Cartilha de Disciplina Eclesiástica (Jonathan Leeman) (4/4)

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