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Por que Precisamos Nascer de Novo? – John Piper (2/4)
Por que o Novo Nascimento é Necessário
Então a questão é: o que isso significa? Esta morte? Há pelo menos dez respostas no Novo Testamento. Se as considerarmos de forma honesta e em oração, elas nos humilharão profundamente e nos levarão a estar maravilhados com o dom do novo nascimento. Então o que eu quero fazer é falar sobre sete delas hoje e três delas na próxima vez, junto com a pergunta maior: Será que realmente precisamos ser mudados? Não podemos apenas ser perdoados e justificados? Isso não iria nos levar para o céu? Mas guardaremos estas para logo mais.
Aqui estão sete das explicações bíblicas sobre a nossa condição sem o novo nascimento e porque ele é tão necessário.
1. Sem o novo nascimento, nós estamos mortos em delitos e pecados (Efésios 2:1-2).
A morte implica em estar sem vida. Não é sem vida física ou moral. Versículo 1: “Nós estamos “caminhando” e “seguindo” o mundo. Versículo 2: Nós temos “paixões” da carne, e nós carregamos “desejos do corpo e da mente.” Então não estamos mortos no sentido em que não podemos pecar. Estamos mortos no sentido em que não podemos ver ou sentir a glória de Cristo. Nós estamos espiritualmente mortos. Nós estamos indiferentes a Deus e Cristo e sua palavra. Considere como isso se desdobra em nove outras descrições da nossa condição antes do novo nascimento acontecer.
2. Sem o novo nascimento, nós somos, por natureza, filhos da ira (Efésios 2:3).
Versículo 3: “Éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.” O ponto disto é deixar claro que o nosso problema não está somente no que fazemos, mas no que nós somos. À parte do novo nascimento, eu sou o meu problema. Você não é o meu maior problema. Meus pais não são meus maiores problemas. Meus inimigos não são meus maiores problemas. Eu sou o meu maior problema. Não são minhas ações, nem minhas circunstâncias, nem as pessoas da minha vida, mas minha natureza é o meu mais profundo problema pessoal.
Eu não tive primeiro uma boa natureza e, em seguida, fiz coisas ruins e passei a ter uma natureza má. “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmo 51:5). Este é quem eu sou. Minha natureza é egoísta, egocêntrica, exigente e muito hábil em fazer você se sentir como se fosse o problema. E se a sua primeira resposta a essa afirmação é conheço pessoas assim</ em>, você pode estar totalmente cego para o engano do seu próprio coração.
Paulo descreve a nossa natureza antes do novo nascimento como “filhos da ira.” Em outras palavras, a ira de Deus é para nós como um pai em relação a seu filho. Nossa natureza é tão rebelde, tão egoísta e tão insensível à majestade de Deus, que sua ira santa é uma resposta natural e correta para nós.
3. Sem o novo nascimento, nós amamos as trevas e odiamos a luz (João 3:19-20).
O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras. (João 3:19-20)
Esta palavra de Jesus enuncia algumas das coisas que a nossa natureza é sem o novo nascimento. Nós não somos neutros quando nos aproximamos da luz espiritual. Nós a resistimos. E nós não somos neutros quando as trevas espirituais nos envolvem. Nós a abraçamos. Amor e ódio estão ativos no coração não regenerado. E eles se movem em direções exatamente opostas — odiando o que deveria ser amado e amando o que deveria ser odiado.
4. Sem o novo nascimento, nossos corações são duros como pedra (Ezequiel 36:26, Efésios 4:18).
Nós vimos isso na semana passada, em Ezequiel 36:26, onde Deus diz: “Tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.” Aqui em Efésios 4:18, Paulo rastreia nossa condição desde a escuridão à alienação, até a ignorância à dureza de coração. “Obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração.” O ponto crucial do nosso problema não é a ignorância. Há algo mais profundo: “por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração.” Nossa ignorância é a ignorância culpada, não a ignorância inocente. Ela está enraizada nos corações duros e resistentes. Paulo diz em Romanos 1:18 que nós detemos a verdade pela injustiça. A ignorância não é nosso maior problema. Antes, são a dureza e a resistência.
5. Sem o novo nascimento, nós somos incapazes de nos submeter a Deus ou de agradar a Deus (Romanos 8:7-8).
Em Romanos 8:7 Paulo diz: “O pendor da carne [literalmente: a mente da carne] é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Nós podemos deduzir pelo próximo versículo o que Paulo quer dizer com “o pendor da carne” e “estar na carne.” Ele diz no verso 9: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós.” Em outras palavras, ele está contrastando aqueles que são nascidos de novo e tem o Espírito, com aqueles que não são nascidos de novo e, portanto, não tem o Espírito, mas tem somente a carne. “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.” (João 3:6).
Seu ponto é que sem o Espírito Santo, nossas mentes são tão resistentes à autoridade de Deus, que nós não iremos, e, portanto, não poderemos nos submeter a ele. “O pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar.” E se não podemos nos submeter a ele, não podemos agradá-lo. “Os que estão na carne não podem agradar a Deus.” Isso é o quão mortos, e em trevas, e o quão duros nós somos para com Deus, até que Deus nos faça nascer de novo.
6. Sem o novo nascimento, nós somos incapazes de aceitar o evangelho (Efésios 4:18; 1 Coríntios 2:14).
Em 1 Coríntios 2:14, Paulo nos dá outro vislumbre das implicações que esta indiferença e dureza trazem sobre aquilo que somos incapazes de fazer. Ele diz: “O homem natural [ou seja, o não regenerado por natureza] não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” O problema não é que as coisas de Deus estejam além das suas capacidades intelectuais. O problema é que ele as enxerga como tolice. “Não aceita as coisas do Espírito de Deus,porque lhe são loucura.” Na verdade, elas são tão loucas para ele, que ele não podecompreendê-las.
Lembre-se de que este é um “não pode” moral, e não um “não pode” físico. Quando Paulo diz “O homem natural. . . não pode entendê-las”, ele quer dizer que o coração é tão resistente a recebê-las que a mente justifica a rebelião do coração vendo-as, então, como loucura. Esta rebeldia é tão abrangente que o coração realmente não pode receber as coisas do Espírito. Isto é uma verdadeira incapacidade. Mas não é uma incapacidade coagida. A pessoa não regenerada não pode porque ela não quer. Suas preferências pelo pecado são tão fortes que ela não consegue escolher o bem. É uma verdadeira e terrível escravidão. Mas não é uma escravidão inocente.
7. Sem o novo nascimento, nós somos incapazes de vir a Cristo ou recebê-lo como Senhor (João 6:44, 65; 1 Coríntios 12:3).
Em 1 Coríntios 12:3, Paulo declara: “ninguém pode dizer que Jesus é o SENHOR, senão pelo Espírito Santo.” Ele não quer dizer que um ator num palco ou um hipócrita em uma igreja não possam dizer as palavras “Jesus é o Senhor” sem o Espírito Santo. Ele quer dizer que ninguém pode dizê-lo verdadeiramente sem nascer do Espírito. É moralmente impossível para o coração morto, em trevas, duro e resistente celebrar o senhorio de Jesus sobre a sua vida sem ser nascido de novo.
Ou, como Jesus diz três vezes em João 6, ninguém pode vir a ele, a menos que o Pai o traga. E quando essa proximidade produz numa pessoa uma ligação viva com Jesus, nós a chamamos de novo nascimento. Versículo 37: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim.” Versículo 44: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer. Versículo 65: “Ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido.” Todas essas maravilhosas obras de trazer, conceder e dar são as obras de Deus na regeneração. Sem elas nós não vamos a Cristo, porque nós não queremos ir. Isso é o que tem que ser mudado no novo nascimento.
Uma Resposta Pessoal e Urgente
Há mais a ser dito sobre o porquê do novo nascimento ser necessário, mas isso é o suficiente por hoje. Concluímos voltando às palavras surpreendentemente cheias de esperança de Efésios 2:4-5: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos.”
Há duas formas de responder a isto: uma é teórica e impessoal; a outra é pessoal e urgente. Uma diz: como pode ser isso, e como pode ser aquilo? A outra diz: Deus me trouxe aqui hoje. Deus falou nestes textos para mim hoje. A misericórdia de Deus, seu amor e sua graça me parecem desesperadamente necessários e belos para mim hoje. Ó Deus, hoje eu me submeto à sua sublime graça que me trouxe aqui e me despertou, e me abrandou, e me abriu. Graças a Deus pelas riquezas da sua misericórdia, pela grandeza do seu amor, e pelo do poder de sua graça.
Por John Piper © Desiring God Foundation. Usado com permissão. Site em inglês: desiringGod.org | Português: satisfacaoemDeus.org |. Original: Por que Precisamos Nascer de Novo? Parte 1
Tradução: www.VoltemosAoEvangelho.com. Original: Por que Precisamos Nascer de Novo? – John Piper (2/4)
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