Um blog do Ministério Fiel
O perigo da teologia liberal
Neste sábado, o Curso Fiel de Liderança: História da Igreja irá abordar o assunto “Igreja Contemporânea”. Augustus Nicodemus falará sobre “O Movimento Apostólico Moderno”, Franklin Ferreira, sobre “Caminhos e Descaminhos da Teologia Contemporânea” e Leandro Lima, sobre “O Racionalismo do Liberalismo e do Fundamentalismo”. Você poderá assistir ao vivo aqui.
Pegando o gancho desse período histórico, não há como abordá-lo sem falar do liberalismo teológico, movimento cuja produção se deu entre o final do século XVIII e o início do século XX e marcado pelo influência iluministas e pela relativização da autoridade da Bíblia e dos milagres. O Dr. Augustus Nicodemus fornece a seguinte definição em uma entrevista:
O liberalismo é, de muitas maneiras, um fruto do Iluminismo, movimento surgido no início do século 18 que tinha em seu âmago uma revolta contra o poder da religião institucionalizada e contra a religião em geral. As pressuposições filosóficas do movimento eram, em primeiro lugar, o Racionalismo de Descartes, Spinoza e Leibniz, e o Empirismo de Locke, Berkeley e Hume. Os efeitos combinados dessas duas filosofias — que, mesmo sendo teoricamente contrárias entre si, concordavam que Deus tem de ficar de fora do conhecimento humano — produziu profundo impacto na teologia cristã. Como resultado da invasão do Racionalismo na teologia, chegou-se à conclusão de que o “sobrenatural não invade a história”. A história passou a ser vista como simplesmente uma relação natural de causas e efeitos. O conceito de que Deus se revela ao homem e de que intervém e atua na história humana foram logo excluídos. A fé cristã histórica sempre acreditou que os milagres bíblicos realmente ocorreram como narrados. Milagres como o nascimento virginal de Cristo, os milagres que o próprio Cristo realizou, sua ressurreição física dentre os mortos, os milagres do Antigo e Novo Testamentos, de maneira geral, são todos considerados fatos. O teólogo liberal, por sua vez, e os neo-ortodoxos fazem distinção entre historie (história, fatos brutos) e heilsgeschichte (história santa, ou história salvífica), criando dois mundos distintos e não conectados: o mundo da história bruta, real, factível e o mundo da fé, da história da salvação. Temas como criação, Adão, queda, milagres, ressurreição, entre outros, pertencem à história salvífica e não à história real e bruta. Para os liberais e os neo-ortodoxos, não interessa o que realmente aconteceu no túmulo de Jesus no primeiro dia da semana, mas, sim, a declaração dos discípulos de Jesus que diz que Jesus ressuscitou. Assim, o que eles querem afirmar com isso é bastante diferente daquilo que a fé cristã histórica acredita. Na verdade, eles consideram que os relatos bíblicos dos milagres são invenções piedosas do povo judeu e dos primeiros cristãos, mitos e lendas oriundos de uma época pré-científica, quando ainda não havia explicação racional e lógica para o sobrenatural.
Nestes vídeos, Nicodemus e Hernandes Dias Lopes mostram os perigos da teologia liberal:
Mais conteúdo
Um livro essencial para quem quer entender o assunto é o clássico Cristianismo e Liberalismo de Gresham Machen. Para expor as falácias do Liberalismo e fortalcer a posição ortodoxa, Machen estabelece a importância da doutrina bíblica, contrastando os ensinos do Liberalismo e da ortodoxia cristã sobre Deus, humanidade, Bíblia, Cristo, salvação e igreja. Essas questões permanecem em conflito ainda hoje, testemunhando a contínua relevância desta importante obra.
Tiago Santos escreveu uma resenha do livro.
Postagens:
Sobre Liberais, Parasitas e Neoliberais – Augustus Nicodemus
Afinal, o que é Fundamentalismo e Liberalismo? – Augustus Nicodemus
O liberalismo teológico morreu? – Augustus Nicodemus
Carta a Uma Jovem Crente em Território Liberal – Augustus Nicodemus
Vídeos:
O dilema do Método Histórico Crítico – Augustus Nicodemus
A Inerrância da Bíblia – Augustus Nicodemus
A Importância da Interpretação – Augustus Nicodemus
Artigos:
As raízes históricas do liberalismo teológico – José Costanza
O dilema do Método Histórico Crítico na Interpretação Bíblica – Augustus Nicodemus