Um blog do Ministério Fiel
Uma poderosa métrica de gratidão
Fotos, perfumes, canções impulsionam a memória na direção da nostalgia. Por vezes lembramos de coisas tristes, como a despedida de entes queridos, mas lembramos de coisas marcantes: o primeiro beijo, o casamento, o nascimento dos filhos, a superação de obstáculos e etc. Essa mistura de sentimentos e imagens que habitam a alma pode ser resumida em uma palavra, a saber: gratidão.
O salmo 124 é um cântico que relaciona experiências do passado como motores da gratidão e da esperança. O Espírito Santo nos ensina neste salmo a olhar para os atos de Deus na história para encontrarmos ânimo na peregrinação. Se você precisa de motivação para prosseguir não desperdice seu tempo frases de efeito, antes, volte-se para a métrica do Espírito Santo exposta neste salmo.
Vejamos, pois, o que nos ensina este salmo da gratidão:
Águas impetuosas
Davi recorda seu passado (1-5). O seu objetivo era engrandecer ao Senhor, mas ele deliberou expressar, com contornos dramáticos, o tipo de aflição que habitou sua alma. Ele descreveu um tempo:
- Marcado pela oposição dos homens. Esses homens eram tão violentos que, em seu ódio, eles seriam capazes de devorar seus inimigos. Era um tempo de desordens, aferro e deterioração da alma por causa das ameaças de morte (engolido vivos).
- Semelhante a águas impetuosas. O próprio texto dá significado as águas. Eram águas mortais, torrentes violentas e impetuosas. Davi sentia que sua vida fora ameaçada. Ele estava longe das águas de descanso (Sl 23).
Davi contou essa experiência sem a intenção de trazer glória para si. Ele cantou/contou o passado como expressão de profunda gratidão a Deus. Veja como ele destaca a presença salvadora de Deus em sua vida, todas as vezes que ele repete a seguinte sentença: “Não fosse o Senhor que esteve ao nosso lado, Israel que o diga”. Deus já havia prometido a Jacó: “Eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei” (Gn 28.15). Era como se Davi dissesse: só estou vivo por causa do meu Deus!
Irmãos! Que grande conforto! No mundo dos homens violentos, nas horas de águas impetuosas podemos contar com o socorro divino. Foi o Deus do Pacto que prometeu! Só estamos aqui para contar a história porque o Senhor esteve ao nosso lado. Aleluia! É o Senhor que sustenta os peregrinos no caminho.
Armadilhas desfeitas
Nos versos 6-7, Davi descreveu o livramento milagroso que Deus lhe deu. O Senhor o livrou dos dentes afiados dos homens – a ideia aqui é que esses homens eram como feras, animais predadores. Davi também celebra as armadilhas quebradas e o ar da liberdade.
Em tudo isso, em meio aos livramentos de morte, salvação da vida, desmonte de armadilhas, Davi convoca o povo para “bendizer o Senhor.” Sem forças para encontrar saída e alívio, do alto, o Senhor interviu o mudou a sorte de Davi.
Se olharmos nosso passado vamos encontrar memórias de tempos nebulosos. Houve um tempo em que estávamos presos, sem vida e amarrados em vários esquemas de sabotagem, mas através de Jesus Cristo, Deus interveio em nossa história para nos levantar da morte espiritual para a vida eterna (Ef 2.1-10). Não será esse o maio motivo pela qual devemos bendizer o Senhor? Diante de tantas bênçãos o cristão não direito de ser ingrato.
O Senhor é o nosso socorro
A vida debaixo do sol é difícil. Até o dia da restauração de todas as coisas os seres humanos terão que conviver com armadilhas feitas para aprisionar o coração em cordas de ansiedade, pecado e desespero. É assim conosco, foi assim com Davi e os peregrinos que cantavam o salmo 124. Mas, onde eles buscavam socorro? Aliás, em quem eles buscavam socorro? A resposta de Davi se encontra no verso 8: “O nosso socorro está em o nome do Senhor, criador do céu e da terra.” Aleluia!
O mundo é um lugar difícil. O palco está quebrado por causa do pecado. Precisamos de socorro, mas a ajuda não está nas coisas do mundo ou nas criaturas. O socorro certo nas horas calamitosas da existência vem do Criador e Redentor. O Deus Todo-Poderoso que se revela nas Escrituras não é um motor imóvel ou um ser belo e perfeito abstrato da filosofia grega. O Deus que se revela é o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é nosso socorro bem presente nas horas de tribulação (Sl 46).
Gratidão e exortação se misturam
Você está cansado? A peregrinação é extenuante e muitos desgastes virão, porém temos uma nuvem de testemunhas que sobreviveram, não pela capacidade de adaptação, mas pela fé no Senhor. Essas pessoas se voltaram para Deus e receberam graça. Essas pessoas oraram agradecendo e a oração delas foi transformada pelo Espírito numa poderosa métrica de gratidão e exortação expressa no salmo 124. Isto posto, troque a ingratidão pela adoração e faça da gratidão um dos motores da sua peregrinação. O Deus que revela em Cristo já prometeu estar conosco todos os dias das nossas vidas! Ele é o nosso socorro e a nossa fortaleza! É o Senhor que sustenta, guarda e guia os peregrinos. Seja grato! Siga em frente!