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9 coisas que você deveria saber sobre a Catedral de Notre-Dame
Na segunda-feira, mais de 400 bombeiros franceses tentaram salvar a Catedral de Notre-Dame de um incêndio devastador. Aqui estão nove coisas que você deveria saber sobre um dos marcos históricos e religiosos mais emblemáticos da Europa:
1. Notre-Dame de Paris (em francês “Nossa Senhora de Paris”) é uma catedral católica em Paris que levou séculos para ser concluída. A pedra angular foi colocada em 1163, na presença do papa Alexandre III, e a construção inicial foi concluída em 1260, quase cem anos depois. A catedral não foi oficialmente consagrada até 1345. Mesmo após a conclusão, a construção e a restauração continuaram. Meia dúzia de outras grandes campanhas de construção foram realizadas entre os séculos XII e XIV, e mudanças e restaurações ocorreram do século XVII ao século XXI.
2. Durante o fervor anticristão da Revolução Francesa, Notre-Dame foi transformada em um Templo da Razão e “re-dedicada” ao Culto da Razão ateísta. Mais tarde, quando o “Comitê de Salvação Pública”, que controlava a França, decretou a adoração de um Ser Supremo, foi “re-dedicada” ao Culto deísta do “Ser Supremo”. Quando o interesse pelas novas religiões diminuiu, a catedral foi convertida em um depósito de alimentos.
3. Napoleão Bonaparte assinou um acordo em 1801 para restaurar a catedral à Igreja Católica. Três anos depois, ele decidiu realizar sua cerimônia de coroação na catedral, tornando-se o primeiro francês a ter o título de imperador em mil anos. O papa Pio VII entregou a Napoleão a coroa – que o jovem conquistador da Europa colocou em sua própria cabeça.
4. Em 1831, o romancista Victor Hugo escreveu Notre-Dame de Paris, publicado em inglês como “The Hunchback of Notre-Dame” (“O corcunda de Notre-Dame”). Hugo começou a escrever o romance em parte para chamar a atenção para o valor da arquitetura gótica. Alguns anos antes, Hugo publicou um artigo intitulado Guerre aux Démolisseurs (“Guerra aos Demolidores”), com o objetivo de salvar a arquitetura medieval de Paris. Baseado em parte no esforço de Hugo para chamar a atenção para a catedral, o rei Louis Philippe ordenou em 1844 que fosse restaurada.
5. De 1856 a 2012, os quatro principais sinos no topo das torres do norte da catedral foram tocados a cada 15 minutos. Eles também badalaram em eventos significativos, como o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, a libertação de Paris em 1944 e em homenagem às vítimas do 11/9 em 2001. Os quatro sinos – que se chamavam Angélique-Françoise, Antoinette -Charlotte, Hyacinthe-Jeanne e Denise-David, em referência a santas católicas francesas – foram derretidos e substituídos por 8 novos em 2012. A razão para a mudança foi recriar o som dos sinos originais de Notre-Dame do século XVII.
6. O órgão de tubos da catedral remonta ao século XVIII e é o maior da França. O instrumento possui cinco teclados, 109 registros e aproximadamente 7.374 tubos. Na década de 1990, o órgão foi restaurado ao custo de US $ 2 milhões e levou 40 mil horas para ser concluído. A atualização incluiu uma interface digital de instrumento musical (MIDI) que grava e permite replay instantâneo, um sintetizador de voz, uma impressora e uma linha telefônica para um escritório perto de Versailles.
7. Em 2013, uma colmeia de abelhas produtoras de mel foi colocada no teto da sacristia (ou seja, a sala onde o padre se prepara para o serviço). Essa espécie de abelhas – as abelhas Buckfast – foi criada a partir de uma variedade especial em um mosteiro beneditino e conhecidos por sua docilidade. A colmeia está hospedada na catedral para “recordar a beleza da Criação e a responsabilidade do homem em relação a ela”.
8. A madeira usada para a estrutura da catedral consistia em 1.300 carvalhos representando mais de 21 hectares (2.5 acres) de floresta.
9. O incêndio atual faz parte de uma longa história de danos à catedral. No século XVI, tanto os huguenotes quanto o rei francês vandalizaram e alteraram a estrutura do edifício. Durante a Revolução Francesa, 28 estátuas de reis bíblicos localizados na fachada oeste foram decapitadas por serem confundidas com estátuas de reis franceses. Pequenos danos ao vitral medieval também foram causados por balas perdidas durante a liberação de Paris em 1944. Até mesmo a natureza cobrou seu preço, já que cinco séculos de danos causados pelo vento forçaram a remoção da espiral original em 1786.