Marcadas e formadas à semelhança de Cristo

O trecho abaixo foi extraído com permissão do livro Renovadas, de Jen Wilkin, publicado pela Editora Fiel.

Perambulando por uma loja de antiguidades há uns 15 anos, encontrei um pequeno vaso verde de cerâmica, de formato agradável. Minha cor favorita é verde, de modo que resolvi comprar esse vaso pelo preço que pediram: dez dólares. Examinando-o melhor, vi o nome “McCoy” em alto-relevo em sua base. Um pouco mais de pesquisa revelou que eu havia feito uma boa compra — meu pequeno vaso de cerâmica McCoy valia quatro vezes o que eu pagara por ele. Mas eu gostei dele simplesmente porque me trouxe prazer quando o vi cheio de flores do meu jardim, em cima da mesa, na entrada de casa. Forma e função em harmonia.

Mas, 15 anos atrás, eu tinha quatro crianças pequenas vivendo em casa. E, em um dia fatídico, meu pequeno vaso estava tombado no chão de cerâmica. Quebrou-se, mas não por completo, a ponto de não poder ser consertado. E, com uma tristeza maior do que conseguia reconhecer, juntei os pedaços com supercola, mas seus dias de portar flores e água oficialmente haviam terminado. Hoje, o vaso está numa prateleira de livros na minha sala. Na base, ainda está escrito “McCoy” e ele ainda tem um formato que declara sua beleza e seu propósito, mas sua capacidade de fazer aquilo para o qual foi criado agora está limitada. Quanto mais perto estamos dele, mais evidentes se tornam suas rachaduras. E, hoje, eu não conseguiria dez dólares nele, por mais que tentasse. Mas eu ainda o amo, quebrado ou não.

De algumas maneiras importantes, nós mesmas somos como esse vaso rachado. Pense no recontar ritmado da história da criação em Gênesis 1. Por cinco dias, ouvimos Deus dizer: “Haja…” e qualquer coisa que ele declara imediatamente vem à existência — e é boa. Luz e trevas, terra, mar, céus e todo tipo de plantas e animais tomam seu devido lugar na ordem certa. No sexto dia da criação, o ritmo da narrativa é quebrado de maneira notável. A palavra “Haja” torna-se “Façamos”. E o relato da criação passa a ser maravilhosamente pessoal e distinto. E maravilhosamente poético:

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou;

homem e mulher os criou.” (Gn 1.27)

Deus criou a humanidade e imprimiu em nós sua marca. Criou-nos portadoras de sua imagem, para que sejamos suas representantes no trabalho, no lazer, no culto de adoração. Forma e função em perfeita harmonia. E, mesmo depois da catástrofe devastadora de Gênesis 3, ainda assim portamos sua imagem, embora não trabalhemos, descansemos ou adoremos como deveríamos fazer. Para ele, ainda temos valor — toda vida humana tem. Somos vasos rachados, projetados para demonstrar beleza, embora vazemos por cada fissura. Deus redime os portadores de sua imagem quando envia seu Filho como perfeito portador de sua imagem. Cristo é “o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3). Para cada vaso rachado que está sendo milagrosamente restaurado pela graça, ele é a resposta à melhor pergunta: “Quem devo ser?”.

Qual é a vontade de Deus para a sua vida? Em termos simples, que você seja como Cristo! “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). A vontade de Deus é que as rachaduras na imagem que portamos sejam reparadas, para que possamos representá-lo como fomos criadas para ser, para que cresçamos cada vez mais em semelhança com nosso irmão mais velho, Cristo, em quem a forma e a função se mostram sem máculas. “Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1.15). Como tal, ele nos serve como modelo e guia: “Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos” (1Pe 2.21). Como o apóstolo João ressaltou, “aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1Jo 2.6). Se quisermos ser parecidos com ele, temos de andar como ele andou.

Renovadas

10 maneiras de refletir os atributos de Deus

Com boa teologia e uma pitada de humor, Jen Wilkin nos mostra que a principal pergunta que devemos fazer a nós mesmas não é ‘Qual é a vontade de Deus para minha vida?’, mas, sim, ‘Quem eu devo ser?’. E a Bíblia tem a resposta: seja como a própria imagem de Deus.

Ao explorar dez atributos comunicáveis de Deus – santo, amoroso, bom, justo, misericordioso, gracioso, fiel, paciente, verdadeiro e sábio –, Wilkin nos ajuda a entender quem Deus quer que sejamos. Por meio de Cristo, o reflexo perfeito da imagem de Deus, descobrimos como esses atributos afetam a maneira como vivemos, levando-nos à liberdade e ao propósito que ele tem para as nossas vidas quando seguimos sua vontade e nos conformamos à sua imagem.

CONFIRA

Por: Jen Wilkin. © Editora Fiel. Website: editorafiel.com.br. Trecho extraído com permissão. Fonte: Extraído do livro: Renovadas.

Original: Marcadas e formadas à semelhança de Cristo. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados.