Liberação sexual e deformidade moral

A partir do momento que o sexo é visto como uma atividade que pode ser vivida à parte do compromisso matrimonial, como se o corpo fosse mera ferramenta de prazer, desconectada da consciência e do ser humano como um todo, nos tornamos homens e mulheres ensimesmados e autocentrados. O sexo livre fez de nós gente mais fraca, fútil e profundamente irresponsável.

O ‘sexlib’, ou a liberação sexual, encorajada com veemência por movimentos revolucionários a partir da década de 60 na Europa e nos EUA, dessacralizou a integralidade da vida humana e a integração inexorável que há entre espírito e corpo. Ali nascia o que vou chamar de ‘geração soft’, incapaz de lidar com nãos, limites, pressões e instabilidades de todas as ordens, inerentes à realidade da vida. Ali nascia, em que pese a incoerência intrínseca do mote, o ‘é proibido proibir’. Entregue-se a si mesmo e a seus mais diversos [e perversos] instintos sem preocupações e responsabilidades, seja livre, seja feliz, diziam eles.

Porém, ao dessacralizarmos o corpo do outro, desprovidos da consciência de que ser humano é ser inteiro – corpo e consciência; passamos a violar o que há de mais íntimo no próximo sem arcar minimamente por isso. Haveria atitude mais corrupta e corruptora para o coração humano que essa? Se violo o que há de mais íntimo na vida alheia sem ser responsabilizado por isso, não haverá mais limites. Tudo, em nome do prazer, passa a ser a partir de agora passível de ser violado.

Uma das maiores máculas da nossa sociedade é o sexo fora do casamento. O casamento ensina a sacralidade e a integralidade do outro. Ensina os benefícios dos limites, da honra, da obediência e do sacrifício. Traduz na prática o cerne do que é o amor e do que é amar, quando homem e mulher descobrem, um em favor do outro, que melhor coisa é dar do que receber.

Nossa geração que pensa ser livre pra fazer o que quiser está morta. Morta em si mesma. Escrava de si própria. Não conhece o amor, não conhecer o livre ser. E assim, presa tal como está, gera aos montes, pública e privadamente, monstros desfigurados quase que sem perceber. Grita desesperada por uma liberdade que jamais há de ter. Arrependamo-nos, irmãos! Arrependamo-nos.