Uma só carne: casamento nos planos de Deus

*Este artigo é um resumo da palestra de Gilson Santos proferida na Conferência Fiel Jovens Interativa 2020.

Nós vivemos em uma sociedade em crise: crimes, ódios, guerras, vícios, consumo de drogas… Algumas de suas principais causas são: a crise da família, o distanciamento entre pais e filhos, a crise de autoridade no lar, relacionamentos tensos, solidão dos filhos, falta de referenciais morais, entre outras. E essa crise da família, por sua vez, tem como uma de suas causas a crise no casamento. Em um primeiro nível, a crise se evidencia com casais se agredindo e culminam em divórcios, disputas, etc. Mas em um segundo nível, a própria importância do casamento é questionada, sendo alvo de muitos ataques.

Essa crise no casamento não surge de uma hora para outra. Vejamos três pontos importantes: 1. Há uma crescente ausência de temor de Deus. É algo muito semelhante à pergunta feita pelos judeus com relação ao divórcio no texto lido. E Jesus começa a responder falando sobre o casamento. Quando Ele fala “o Criador, desde o princípio”, Ele volta até Deus e ao momento da criação, evidenciando que não se pode explicar o casamento fora de Deus e, indo além, não se pode explicá-lo sem uma boa teologia da criação.

O temor a Deus não é mera religiosidade ou mera afirmação intelectual da existência de Deus; também não é usado com sentido de medo ou pavor; mas sim uma reverência: ter o espírito humilde diante de Deus, amando-o de todo coração, alma, força e entendimento, tendo prazer em sua lei. Então, como pensar sobre o casamento se muitas vezes chutamos Deus para fora de nossas vidas? Ora, ninguém pode pensar em quebrar a Lei de Deus sem que traga sobre si sofrimento. Não é possível viver bem sem considerar as leis de Deus, assim como não se pode desconsiderar as leis naturais.

 Portanto, há uma desconsideração dos termos que Deus definiu o casamento e, por consequência, temos nos achado no direito de emitir nossa própria opinião e seguí-la. Mas e como Deus o definiu? Jesus evoca: “não tendes lido?” Jesus vai direto ao ponto sancionando essa instituição. Deus não apenas instituiu o casamento assim, mas também realizou o primeiro casamento nestes termos e o abençoou. Na mente de Deus, o casamento é a união entre um homem e uma mulher, a qual é publicamente reconhecida (deixará pai e mãe), é permanente (se unirá; literalmente “serão colados”) e consumado pelo intercurso sexual (tornam-se uma só carne). Na cerimônia de casamento, chama-se Deus como testemunha, como uma espécie de juramento solene diante das pessoas tendo ninguém menos que Deus como testemunha.

Agora preste atenção. Após o casamento, já não são mais dois, porém uma só carne. Ou seja, isso deve ser expressado e concretizado. Qual a realidade que o casamento criou diante de Deus quando o casal de casa? Eles não são mais dois: a individualidade é preservada, mas o individualismo não; tornam-se uma só carne: deixam os pais e se unem ao cônjuge. Observe que, através da procriação, estabelecemos laços indissolúveis com nossos filhos. Mas através do casamento, estabelecemos laços indissolúveis com o cônjuge, e os filhos não deixam de ser filhos quando se casam. Há semelhança entre ambos os laços: ambos são laços adquiridos; mas há uma diferença entre eles: o laço com o cônjuge é mais forte e íntimo, de modo que os filhos podem deixar o lar e se casar, mas o cônjuge não deve abandonar a casa a não ser em caso de morte. E isto é algo que a cultura ocidental não consegue digerir muito bem.

Jesus prossegue: “o que Deus ajuntou não separe o homem.” O verbo para ajuntar significa “colocar debaixo do mesmo jugo”, de onde se originam os termos cônjuge, conjugar, etc. Quando nos casamos, assumimos uma instituição criada e planejada por Deus, pensando no nosso bem; concordamos uma realidade nos termos que Deus instituiu. Logo, devemos seguir esses termos na vida cotidiana. 

A conclusão? É preciso temer a Deus. Você o teme? Você o ama? Você ama a Cristo? Ele é o grande prazer da sua vida? Ele está acima do amor que você tem por seu esposo, esposa, pai, mãe, filho, etc? Você concorda com os termos de Deus para o casamento? Você está disposto(a) ao desafio de viver isso e assumir essa realidade? Você quer abençoar a sociedade brasileira com este padrão? Se sim, que Deus abençoe você, marido ou esposa, namorado ou namorada, e que possam glorificar a Deus com sua união.