Gloriando-se somente na cruz de Cristo

Transcrição do vídeo

Pai Celestial, Tu sabes como eu me sinto inadequado nesse momento… Então eu peço por uma unção e por socorro vindos de Ti, em nome de Jesus, por causa da cruz, na qual Ele morreu por mim. Pai, é assustador chamar uma geração inteira para morrer. Cantamos sobre isso de forma leve. Corremos para essa cruz, a qual é para onde devemos correr. É uma coisa assustadora chamar meus filhos e filhas a morrer. Eu oro para que Tu me concedas a graça, de dizer o que Tu uma vez dissestes, nem mais nem menos. Oro para que me enchas do Espírito Santo, oro para que venhas sobre essa reunião conferindo um senso de decisão de caminhar com Cristo para as pessoas, para as universidades, com a cruz e na cruz. Eu entrego este breve momento nas tuas mãos, Senhor Jesus. Peço que me guardes do maligno. E que Tu me dês uma palavra profética, que tenha um efeito dominó desde os confins da Terra até a eternidade. Em nome de Jesus, amém.

Mas nunca pode ser que eu me glorie, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo (Gl 6,14).

Você não precisa saber muitas de coisas para que sua vida faça uma diferença duradoura no mundo. Mas precisa saber de algumas coisas fundamentais que de fato importam e então estar disposto a viver e morrer por elas. As pessoas que fazem uma diferença duradoura no mundo não são as que dominam muitos assuntos, mas que são instruídas por poucos assuntos de extrema importância. Se você quiser que sua vida seja relevante, se quiser que o efeito ondulatório das pedras que deixa cair se tornem ondas que alcancem as extremidades da terra e continue por séculos e atravesse a eternidade, você não tem que ter um alto QI ou um elevado QE 1; não tem que ter boa aparência e riquezas; não tem que proceder de uma nobre família ou excelente escola. Você tem que saber de algumas coisas sublimes, majestosas, imutáveis, óbvias, simples, coisas gloriosas e ser inflamado por elas.

Mas sei que nem todos nessa multidão desejam que suas vidas façam diferença. Há centenas de vocês que não se importam se fazem diferença duradoura por algo sublime. Alguns de vocês apenas desejam que as pessoas gostem de vocês. Se as pessoas somente gostassem de vocês, certamente que ficariam satisfeitos. Ou se pudessem apenas ter um bom trabalho com uma ótima esposa e um bom casal de crianças e um ótimo carro, longos finais de semana, bons amigos, uma aposentadoria prazenteira, uma morte rápida e sem sofrimento e não ser condenado ao inferno. Se você pudesse ter isso (menos Deus), ficaria satisfeito. É uma tragédia na formação de suas vidas.

Testemunhos para a vida não desperdiçada

Três semanas atrás, tivemos a notícia em nossa igreja de que Ruby Eliason e Laura Edwards morreram no Camarões. Ruby tinha mais de 80 anos. Solteira por toda a vida, ela se dedicou a algo nobre: fazer com que Jesus fosse conhecido por um povo não alcançado, o pobre, o enfermo. Laura era viúva, médica, avançando já para os 80 anos, e servia Ruby no Camarões. Os freios falharam. O carro se moveu para um rochedo e ambas morreram instantaneamente. E perguntei às pessoas na igreja: foi uma tragédia? Duas vidas, impulsionadas por uma grande visão, e dedicadas ao serviço imprevisível de socorrer o pobre que perece para a glória de Jesus Cristo. Duas décadas depois, quase que todos os seus amigos se aposentaram para lançar suas vidas em missões “insignificantes” na Flórida. Não. Não é uma tragédia. É glorioso.

Digo a você que é uma tragédia. Lerei para você no Reade’s Digest (fevereiro de 2000, p. 98), que representa uma tragédia: “Bob e Penny… se aposentaram de seus trabalhos no nordeste do país há cinco anos quando Bob tinha 59 anos e Penny tinha 51. Agora, eles vivem em Punta Gorda, Flórida, onde navegam em um barco deles que mede 9,14 m, jogam softball 2 e coletam conchas”. Eis o Sonho Americano: chegar ao fim de sua vida — sua única vida — e fazer de seu derradeiro e grande trabalho esta justificativa ao seu Criador: “Eu coletei conchas. Veja minhas conchas”. Isso é uma tragédia. E as pessoas hoje estão gastando bilhões de dólares para lhe persuadir a abraçar esse sonho trágico. E tenho 40 minutos para lhe implorar. Não compre este sonho.

Não desperdice sua vida. Ela é tão breve e tão preciosa. Cresci em um lar onde meu pai se dedicou como evangelista para pregar o evangelho de Jesus Cristo ao perdido. Ele tinha uma visão que o consumia: pregar o evangelho. Havia uma placa na nossa cozinha em todo o tempo que cresci. Agora, ela está pendurada em nossa sala de estar. Tenho olhado para ela quase diariamente por aproximadamente 48 anos. Ela declara: “Somente uma vida, que em breve passará. Somente o que você tem feito por Cristo permanecerá”.

Estou aqui, em certo sentido, como pai. Tenho 54 anos. Tenho quatro filhos e uma filha. Karsten tem 27 anos, Benjamin tem 24, Abraham tem 20, Barnabas tem 17. Talitha tem 4. Algumas coisas — se há algumas — me enchem de mais ansiedade esses meses e anos são se meus filhos adultos desperdiçassem suas vidas com o sucesso fatal.

O apelo de um Pai amoroso

Portanto, olho para vocês como filhos e filhas e lhes suplico como a um pai. Talvez o pai que vocês jamais tiveram. Ou o pai que nunca teve uma visão para vocês como tenho e que Deus tem. É provável que vocês tenham um pai que possui uma visão para vocês, mas tudo se resume em dinheiro e status. Olho para vocês como filhos e filhas e lhes rogo: “Tenham vidas que valham algo sublime e por toda a eternidade. Desejem isso. Não vagueiem pela vida sem uma paixão”.

Uma das razões pela qual amo a visão das Conferências da Paixão 98 e Paixão 99 e Um Dia é que a declaração 268 constitui-se com muita clareza acerca de minha vida. A declaração é baseada em Isaías 26,8: “Também através dos vossos juízos, Senhor, nós vos esperamos; no vosso nome e na vosso memória está o desejo da nossa alma”. Aqui, há não apenas um corpo, mas uma alma. Não existe somente uma alma, mas uma alma com uma paixão e um desejo. Aqui não há exatamente um desejo de ser gostado ou por softball e conchas. Há um anelo por alguma coisa infinitamente suprema e infinitamente bela, infinitamente valiosa e infinitamente satisfatória. O nome e a glória de Deus. “Seu nome e sua reputação são o anelo de nossas almas”.

Esse é o propósito que vivo para conhecer e anelo experienciar. A declaração de missão de minha vida e da igreja onde sirvo é: “Existimos — eu existo — para difundir a paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas e para a felicidade de todas as pessoas”.

Você não precisa dizer isso como declarei. Você não tem que fazer essa declaração como Louie Giglio 3 (ou como Beth Moore 4 ou Voddie Bauchan 5.

Encontrando e compartilhando sua paixão

Mas o que quer que faça, descubra sua paixão e encontre sua maneira de afirmá-la e viver por ela. E você fará uma diferença que perdure. Você será semelhante ao apóstolo Paulo. Ninguém teve mais preocupação por uma única visão em sua vida que o apóstolo Paulo. Ele pôde declarar isso de modos diferentes.

Atos 20,24: “Porém, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus”.

Um fato o importava: terminar a carreira, cumprir o ministério.

Filipenses 3,7-8: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por Cristo. Sim, deveras, considero tudo como perda, em virtude da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero refugo, para ganhar a Cristo”.

Como poderia ajudá-lo? Como posso ser usado por Deus neste momento em Um Dia para despertar em você uma paixão por uma grande realidade e desencadeará você e o libertará dos sonhos pequenos e o enviará para os confins da terra?

Um texto chave das Escrituras

A resposta, penso, que o Senhor me transmitiu: conduza-os a um versículo da Escritura que seja tão próximo de atingir a essência quanto for possível e mostre a eles por que Paulo afirma o que diz.

O versículo é Gálatas 6,14: “Mas nunca pode ser que eu me glorie, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.”

Ou para afirmar esta verdade positivamente: somente se glorie na cruz de Jesus Cristo. Essa é uma única ideia. Uma única meta. Uma só paixão. Apenas se glorie na cruz. A palavra pode ser traduzida como “exulte em” ou “regozije-se em”. Somente exulte na cruz de Cristo. Somente se regozije na cruz de Cristo. Paulo declara: permita que essa seja sua única paixão, seu único orgulho, alegria e exultação. Neste grande momento, chamado UM DIA, deixe que a ÚNICA COISA que você ame, a única coisa que você nutre, a única coisa em que se regozije e exulte seja a cruz de Jesus Cristo.

Gloriar-se na cruz de Cristo é chocante por duas razões.

1) Uma delas é como se disséssemos: somente se glorie na cadeira elétrica. Somente se exulte na câmara de gás. Somente se regozije na injeção letal. Que seu único orgulho, única alegria e única exultação sejam a corda de linchamento… “Mas nunca pode ser que eu me glorie, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”. Nenhuma maneira de execução que tem sido tramada é mais cruel e agonizante que ser pregado na cruz. Era horrível. Você não seria capaz de assistir a essa execução. Não sem gritar e puxar os cabelos e rasgar suas roupas. Faça da cruz de Cristo a única paixão de sua vida.

2) O que foi dito anteriormente é uma das coisas chocantes nas palavras de Paulo. A outra é que ele declara que esse ato de se gloriar é o único orgulho de sua vida. A única alegria. A única exultação. “Mas nunca pode ser que eu me glorie, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”.

O que essa declaração significa? Realmente? Nenhum outro orgulho? Nenhuma outra exultação? Nenhuma outra felicidade a não ser a cruz de Jesus — a morte de Jesus?

Mas Paulo não se orgulha de outras coisas?

O que se pode falar sobre os outros contextos em que o próprio Paulo usa a mesma palavra “gloriar-se” ou “exultar-se” em relação a outros aspectos? Por exemplo:

Romanos 5,2: “… e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus”.

Romanos 5,3: “E não somente isso, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança”.

2 Coríntios 12.9: “… De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas…”.

1 Tessalonicenses 2,19: “Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos… ? Não sois vós?”

Portanto, se Paulo pode se gloriar e exultar nesses aspectos, que ele deseja dizer quando declara que não teria “glória senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”?

Mas o que isso representa? A declaração de Paulo é apenas uma fala de duplo sentido? Você afirma que se exulta com um fato e logo depois diz que se exulta com outro? Não. Há uma profunda razão para declarar isso. O que toda exultação, todo regozijo. Toda glória em algum fato deveria ser um regozijo na cruz de Jesus Cristo.

Paulo quer dizer exatamente isto: para o cristão, toda glória deveria ser uma glória na cruz. Toda exultação em qualquer coisa também deveria ser uma exultação na cruz. Se você se gloria na esperança da glória, deveria se gloriar na cruz de Cristo. Se você se gloria na tribulação porque a tribulação produz perseverança, deveria se gloriar na cruz de Cristo. Se você se gloria nas fraquezas ou no povo de Deus, deveria exultar na cruz de Cristo.

Por que se orgulhar somente na cruz é central

Por que é esse o fato? Por esta razão: para os pecadores redimidos, tudo o que é bom — de fato, todo mal que Deus transforma em bem — foi conquistado para nós pela cruz de Cristo. Aparte da morte de Cristo, os pecadores não têm direito a nada, mas somente o julgamento. Além da cruz de Cristo, há somente condenação. Por conseguinte, tudo o que se desfruta em Cristo — como cristão, como uma pessoa que confia em Cristo — é devido à morte dele. E todo seu regozijo em todas as coisas deveria, portanto, ser um regozijo na cruz onde todas as suas bênçãos foram compradas para você na cruz da morte do Filho de Deus, Jesus Cristo.

Uma das razões pela qual não somos tão centrados em Cristo e fartos da cruz como deveríamos é porque não compreendemos que todo, todo bem e todo mal que Deus torna em bem para os seus filhos redimidos foram comprados pela morte de Cristo por nós. Simplesmente subestimamos a vida e a respiração, a saúde e os amigos e tudo como se fosse natural. Imaginamos que tudo isso é nosso por direito natural. Mas o fato é que esses bens não são nossos por direito.

Definitivamente não merecemos esses bens.

1) Somos criaturas e nosso Criador não está constrangido ou obrigado a nos conceder nada — nem vida, saúde ou qualquer coisa. Ele dá, ele toma e ele não comete injustiça contra nós.

2) E além de sermos criaturas sem direito com o nosso Criador, somos pecadores. Estamos destituídos de sua glória. Temos o ignorado e lhe desobedecido; falhamos em amá-lo e em confiar nele. A ira de sua justiça está acesa contra nós. Tudo o que merecemos dele é julgamento. Portanto, todo hálito que temos, toda vez que nosso coração pulsa, cada dia que o sol nasce, cada momento que enxergamos, ouvimos, falamos ou caminhamos é um dom espontâneo e não merecido para pecadores que merecem apenas o julgamento.

E quem comprou esses dons para nós? Jesus Cristo. E como ele os comprou? Com seu sangue.

Por que Deus nos dá dons

Toda bênção na vida é designada para magnificar a cruz de Cristo ou afirmando de outro modo: todo o bem na vida é para magnificar a Cristo e ele crucificado. Dessa forma, por exemplo, na última semana, danificamos nosso carro sem que pudesse haver reparo, mas ninguém ficou ferido. E nessa segurança eu exulto. Eu me glorio nisso. Mas por que ninguém ficou ferido? Essa foi uma dádiva para mim e minha família que ninguém merece. Somos pecadores e, por natureza, filhos da ira, além de Cristo. Portanto, como tivemos essa dádiva que redundou em nosso bem? A resposta: Cristo morreu por nossos pecados na cruz e retirou a ira de Deus de nós, e nos trouxe segurança, embora não a mereçamos. A graça onipotente de Deus faz com que todas as coisas cooperem para o nosso bem. Por conseguinte, quando exulto com nossa segurança, eu me exulto na cruz de Cristo.

E a seguradora nos pagou US$ 2.800 dólares pelo carro e Noel pegou esse dinheiro e foi para Iowa e comprou outro carro e dirigiu para casa na neve. Agora, temos um carro novamente. E eu exulto na graça maravilhosa que é tão generosa. Assim como nos ocorreu, você destroça seu carro. Você sai dele ileso. A companhia de seguro lhe reembolsa o valor e você compra outro carro. Você vai embora como se nada tivesse acontecido. E em gratidão eu reclino minha cabeça e exulto devido às misericórdias inexprimíveis mesmo dessas simples coisas materiais. De onde procedem essas misericórdias? Se você é um pecador salvo, um crente em Jesus, elas procedem da cruz. Além da cruz, há somente julgamento. Se Deus exerce paciência e misericórdia por um tempo, mas se elas são desprezadas com desdém, toda essa misericórdia serve apenas para intensificar o julgamento. Portanto, toda dádiva é uma dádiva comprada pelo sangue. E toda glória, toda exultação é gloriar-se na cruz.

Sou infeliz se exulto em alguma bênção senão na cruz de Cristo

Outra forma de dizer isso é que o desígnio da cruz é a glória de Cristo. O propósito de Deus na cruz é que Cristo fosse honrado. Quando Paulo afirma em Gálatas 6,14: “Mas nunca pode ser que eu me glorie, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”, ele afirma que a vontade de Deus é que a cruz seja sempre magnificada. Que Cristo sempre seja nossa glória e exultação, nossa alegria e nosso louvor. Que Cristo receba toda glória, gratidão e honra por tudo de bom em nossas vidas e por todo o mal que Deus causa para transformar em bem.

Educação para exultação

Mas, agora, aqui jaz uma questão: se esse é o propósito de Deus na morte de Cristo, a saber, que o “Cristo crucificado” seja honrado e glorificado por todas as coisas, então como Cristo recebe a glória que ele merece? A resposta é que as crianças, adolescentes e adultos precisam ser ensinados que essas verdades são assim. Ou para expressar isto de outra maneira: a fonte da exultação na cruz de Cristo é o ensino com respeito à cruz de Cristo.

Este é o meu trabalho: fazer com que Jesus receba a glória pelo ensino dessas verdades. E, então, seu trabalho é fazer o mesmo por viver essas verdades e ensiná-las a mais pessoas. O ensino sobre Jesus é para a exultação em Jesus. E se quisermos que não haja exultação a não ser na cruz, então precisamos buscar o ensino a respeito da cruz e sob a cruz.

Ou talvez devamos dizer: “na cruz”. O ensino na cruz nos levará à exultação da cruz. Que desejo dizer?

Examine o restante do versículo 14: “Mas nunca pode ser que eu me glorie, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”. Gloriar-se na cruz acontece quando se está na cruz. Não é o que o versículo 14 declara? O mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo. O mundo está morto para mim e estou morto para o mundo. Por quê? Porque estou crucificado. Aprendemos a nos gloriar na cruz e exultar na cruz quando estamos na cruz.

Quando você foi crucificado com Cristo

Agora, o que isso significa? Quando aconteceu? Quando você foi crucificado? A resposta está em Gálatas 2,20: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”. Quando Cristo morreu, nós morremos. O significado glorioso da morte de Cristo é que, quando ele morreu, todos que lhe pertencem morreram nele. Esta morte, que ele morreu por nós todos, torna-se nossa morte quando estamos unidos a Cristo pela fé.

Mas você diz: “Não estou vivo? Sinto que estou vivo”. Aqui, verifica-se a necessidade de ensino. Precisamos saber o que nos aconteceu. Precisamos ser ensinados sobre essas coisas. É por essa razão que Gálatas 2,20 e 6,14 estão registrados na Bíblia. Deus nos ensina o que nos ocorreu de modo que possamos conhecer a nós mesmos e conhecer a maneira como ele lida conosco e exultarmos nele e em seu Filho e na cruz como deveríamos.

Por conseguinte, lemos em Gálatas 2,19 e 20 novamente para verificarmos que sim, estamos mortos e sim, estamos vivos. “Estou crucificado com Cristo [de modo que estou morto e ele prossegue]; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; [por quê? Porque morri, ou seja, meu rebelde velho eu e incrédulo morreu. E ele continua] e esse viver que, agora, tenho na carne, [portanto, sim, estou vivo, mas não é o mesmo “eu” como o eu que morreu] vivo pela fé no filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”. Em outras palavras, o “eu” que vive é o novo “eu” da fé. A nova criação vive. O cristão vive. O velho eu morreu na cruz com Jesus.

E se você perguntar: “Qual é a chave para a ligação com essa realidade? Como essa realidade pode ser minha?” A resposta é sugerida nas palavras sobre fé em Gálatas 2,20: “E esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus”. Essa é a ligação. Deus liga você a seu Filho pela fé. E quando ele o faz, é uma união com o Filho de Deus de modo que a morte dele se torna sua morte e a vida dele se torna sua vida.

Agora, considere tudo em relação a Gálatas 6,14: “Mas nunca pode ser que eu me glorie, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”. Não se glorie em nada, exceto na cruz.

Tornando-se radicalmente centrado na cruz de Cristo

E como posso me tornar radicalmente centrado na cruz de modo que toda minha exultação trilhe o caminho de volta para ela? Resposta: compreenda que, quando Cristo morreu na cruz, você morreu; e quando confiou nele, essa morte teve efeito em sua vida. Paulo afirma que é a morte de você para o mundo e a morte do mundo para você.

Significado: quando você coloca sua confiança em Cristo, sua escravidão ao pecado é quebrada e a sedução irresistível do mundo é rompida. Você é um cadáver para o mundo e o mundo é um cadáver para você. Para expressar essa realidade de maneira positiva, de acordo com o versículo 15, você é uma “nova criatura”. O velho eu está morto. Um novo eu está vivo. E o novo eu é o novo eu da fé. E no que a fé exulta não é o mundo, mas Cristo, e especialmente o Cristo, crucificado.

Essa é a forma como você se torna tão centrado na cruz que pode dizer como Paulo: “Mas nunca pode ser que eu me glorie, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” O mundo não é mais meu tesouro. Ele não é a fonte da minha vida, minha satisfação e minha felicidade. Cristo é.

O que dizer sobre a segurança no acidente de carro? O que dizer sobre o pagamento do seguro? Você não disse que estava feliz com isso? Mas esse não é o mundo? Desse modo, você está morto para o mundo?

Eu poderia estar. Espero que sim. Porque estar morto para o mundo não significa sair do mundo. E não significa ausência de sentimentos sobre o mundo. Alguns negativos e outros positivos (1 Jo 2,15; 1Tm 4,3). Isso implica que todo prazer legítimo no mundo se torna uma evidência comprada com o sangue do amor de Cristo e uma ocasião para se gloriar na cruz. Estamos mortos para os pagamentos de seguros quando o dinheiro não é o que satisfaz, mas o Cristo crucificado. O Doador satisfaz. Quando nossos corações retornam na direção paralela à luz da bênção para a fonte na cruz, então o mundanismo da felicidade está morto e o Cristo crucificado é tudo.

Este é o propósito do ensino para a exultação na cruz. Que Deus possa nos permitir sonhar, planejar e trabalhar; doar, ensinar e viver para a glória de Cristo e ele crucificado.


1 Quociente de Ensino: pontuação para avaliar o nível de um indivíduo na educação geral. NT.

2 Espécie de basebol jogado com bola maior e mais macia. NT.

3 Louie Giglio é pastor da Passion City Church Atlanta, conferencista e fundador do Passion Movement. NT.

4 Wanda Elizabeth Moore é escritora, professora e fundadora do Living Proof Ministries. NT.

5 Voddie Bauchan é professor, escritor e pastor da Grace Family Baptist Church, Spring Tx. NT.

Por: John Piper. © Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: Boasting Only in the Cross.

Original: Gloriando-se somente na cruz de Cristo. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Renan Araújo. Revisão: Filipe Castelo Branco.