Um blog do Ministério Fiel
Onde estava Jesus em meu sofrimento?
Este é um trecho adaptado do novo livro de Mez McConnell, The Creaking on the Stairs: Finding Faith in God through Childhood Abuse. Encomende o livro através da 10ofThose. Cada compra feita através da 10ofthose ajuda a apoiar o trabalho do 20schemes.
Eu ouço o primeiro baque antes de ouvir sua voz. “Mexa-se, sua espasmódica estúpida!”. Mais baques se seguem. Baque! Baque! Baque! Eu me esgueiro até o topo do patamar e espreito minha cabeça escada abaixo. Minha irmã deficiente está sendo arrastada pelos cabelos pelo corredor abaixo. Quem sabe o que ela fez para incorrer em sua ira desta vez.
Estou feliz por não ser eu.
Ela chuta a porta da sala e arrasta minha irmã por ela. Minha irmã não está lutando. Não faz sentido lutar. Isso só iria piorar a dor, então ela apenas tenta se mover o mais rápido que pode para não perder muitos tufos de cabelo. Nós dois nos tornamos profissionais, ao longo dos anos, em tentar minimizar a dor tanto quanto podemos.
É o choramingo que nunca esquecerei. Como um animal ferido à beira da estrada. Não gritando. Não chorando. Apenas choramingando de miséria, confusão e dor.
Eu as sigo pela porta a uma distância segura. Eu não quero me colocar na linha de fogo. Elas estão na cozinha agora e minha irmã foi arrastada para a pia. “Como você chama isso?” Minha irmã não diz nada. Apenas soluços, “Responda-me!”, Ela grita, com saliva escorrendo de seu queixo. “Uma . . . uma . . . uma colher?” minha irmã consegue dizer. “Bem, o que isso está fazendo aí?” . . . Eu . . . não sei. “Sem aviso, ela bate a cabeça de minha irmã na beirada da pia ela desliza para o chão atordoada. “Você não passa de uma espasmódica preguiçosa!” Ela a acerta no estômago. “Levante-se do chão e lave-a.”
Ela se vira em direção à sala de estar e então eu corro o mais rápido que posso para o meu quarto e fecho a porta silenciosamente. Poucos minutos depois, ouço os passos da minha irmã, mancando de volta para o quarto. Eu ouço a porta dela fechar e então ouço o som familiar de choro abafado. Ela não ousa chorar muito alto, pois isso pode deixá-la ainda mais irritada. Eu quero ir até lá e dizer a ela que vai ficar tudo bem. Mas eu sei que não vai. E eu sei que em algum momento hoje será a minha vez de enfrentar a raiva e sentir a dor de qualquer tortura que ela queira me infligir.
Portanto, não faço nada. Sento-me na cama, me sentindo mal por minha irmã sofrer tanto, tremendo de terror, chorando baixinho comigo mesmo.
Esperando minha vez. Esperando ouvir aquele som familiar do rangido na escada.
Jesus e sofrimento
No final de sua vida, Jesus conheceu bem a dor. Realmente não entendemos a dor que ele passou na cruz. Lembro-me de quando A Paixão de Cristo foi lançado no cinema e muitas pessoas saíram, incomodadas com a natureza gráfica da violência. A crucificação era uma maneira terrível de morrer. Foi uma das piores e mais malignas formas de tortura inventadas pela raça humana. Na época dos romanos, a crucificação era reservada para o pior dos criminosos: traidores e assassinos.
Mas, antes de chegarmos à cruz, lemos, em João 19.1 que Pilatos entregou Jesus para ser açoitado. Nos dias de Jesus, açoites eram uma coisa comum. Até os judeus tinham uma lei que limitava o número de vezes que uma pessoa poderia ser açoitada. Para eles, era no máximo 39 vezes. Mas os romanos levaram o açoite a um nível totalmente novo. Chamaram isso de flagelo e foi planejado propositalmente para ser o mais doloroso possível. Os chicotes usados tinham pelo menos três tiras, cada uma com pesos de bolas de chumbo ou ossos de animais. Eles foram projetados especificamente para rasgar a pele com o contato. Eles teriam tirado a roupa de Jesus, amarrado e chicoteado sem piedade até que ele se transformasse em uma polpa de sangue.
Novamente, a coisa toda era controlada e deliberada. Pessoas eram conhecidas por morrer de açoite ao longo dos anos, então os romanos aperfeiçoaram a arte de infligir dor apenas o suficiente para garantir que uma pessoa sofresse, mas não morresse imediatamente. Em outras palavras, eles sabiam como prolongar o sofrimento.
Lemos em Mateus 27.26 que depois que Jesus foi açoitado, ele foi entregue para ser crucificado. Não teria havido dignidade nisso, quando Jesus se encaminhou para o local da crucificação. Espancado e sangrando, cercado por multidões zombeteiras por todos os lados. Pobre Maria sendo obrigada a vê-lo sofrer. Uma coroa de espinhos foi cravada em sua cabeça, causando ainda mais dor e tormento.
E quando chegou ao Calvário, ele foi lançado em cima de uma estaca de madeira, e pregos de quinze centímetros foram cravados em Suas mãos. A dor disso teria percorrido seu corpo ensanguentado. Os pés vêm em seguida, a dor sem dúvida é excruciante. Qualquer leve movimento agora teria causado uma agonia indescritível para Jesus. Quando a cruz é levantada e plantada no chão, o trauma disso causaria ondas de choque em seu corpo ferido.
O peso de seu corpo e a terrível perda de sangue teriam feito seu corpo ceder. Isso, por sua vez, teria rasgado suas mãos. Ao mover-se para tirar a pressão de suas mãos, ele teria colocado mais pressão em seus pés. Os pregos agora rasgam os músculos de seus pés. Inevitavelmente, ele se cansa e começa a ceder novamente. Agora há pressão no peito e nos pulmões. É difícil respirar. Mas não há nada que ele possa fazer para aliviar sua dor e sofrimento. Qualquer movimento agora significa agonia indescritível.
Depois de três horas nesse estado, a Bíblia registra que Jesus deu seu último suspiro.
Agora, neste ponto da história, podemos ser perdoados por sentir pena de Jesus. Pela injustiça de um homem inocente ter que passar por tudo isso. Se esse fosse o fim da história, sim, seria triste, mas não seria único. Não seria especial. Afinal, muitos homens e mulheres foram mortos ilegalmente ao longo dos anos. Muitas pessoas inocentes foram para a morte. Muitos deles foram torturados e assassinados de forma igualmente horrível. Eles foram mortos de fome, fervidos até a morte, servindo de alimento para animais selvagens, decapitados, usados como tochas humanas, queimados até a morte. Tudo pelo crime de ser cristão. Na verdade, o solo de nosso planeta está encharcado com o sangue de mártires cristãos ao longo dos tempos.
Mas havia algo diferente nessa morte. Algo notável.
Jesus voluntariamente se ofereceu para morrer dessa forma cruel e bárbara.