A mulher como esposa, como mãe e na sociedade

Este artigo faz parte da série O ministério de mulheres na igreja local.

A Mulher como esposa

O casamento foi criado para mostrar o amor fiel entre Cristo e a igreja. Existe para demonstrar o amor fiel à aliança e à graça que existe entre Cristo e a Sua igreja. Efésios 5.22-24.

Homens recebem as pistas de Cristo, como o cabeça e mulheres recebem as suas pistas da igreja chamada a permanecer em obediência a Cristo. Homens têm o maior fardo e a maior responsabilidade. Ele deve tomar a iniciativa, liderar, sustentar, prover e proteger; isso está no cerne do que significa ser homem. A masculinidade redimida aponta para Cristo e exalta a Deus.

Liderança não são direitos: são pesos e responsabilidades. Piper define, de forma didática que Liderança é o chamado divino para um marido assumir a responsabilidade primária por direcionamento servil como o de Cristo, proteção e provisão do lar.[1] (Efésios 5), enquanto Submissão é o chamado divino para uma esposa honrar e afirmar a liderança do seu marido, e ajudá-lo a executá-la de acordo com seus dons (Efésios 5.22-33). Dessa forma o casamento é uma comparação do relacionamento de Cristo com sua igreja. vv. 32: “Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja”.O marido se espelha em Cristo e a esposa segue as instruções da vontade de Deus para a igreja. vv. 25: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”. vv. 22: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja”.

A principal responsabilidade pela iniciativa e liderança no lar deve vir do marido que está seguindo as instruções de Cristo, o cabeça. E está claro que isso não é sobre direitos e poder, mas sobre responsabilidade e sacrifício. v 25: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”. Sem abuso. Nenhum autoritarismo, nem arrogância.

Deus instituiu a liderança masculina na criação e isso se mantem permanente. Homem e mulher são iguais no sentido que eles carregam igualmente a imagem de Deus.

Paulo baseia o papel submisso da mulher na ordem da criação, e não da Queda: “O homem foi criado primeiro e depois Eva¨ (1 Timóteo 2.13). Ela foi planejada para seguir seu exemplo, viver na sua provisão e encontrar segurança nessa força. Mas, com a Queda, veio o conflito. A partir daí as mulheres casadas podem achar alegria e satisfação ao cumprir os papéis que Deus lhes deu.

Essa alegria pode ser experimentada quando a esposa glorifica a Deus por completar o seu marido (Gênesis 1.26-31; 2,18-25); quando o completa como companheira (Gênesis 1.26-28; 2,18, 20, 24); o completa num relacionamento sexual (Gênesis 2.25; 1Co 7.1-5); o completa nas responsabilidades (tarefas/trabalho) que ele tem que cumprir (Gênesis 1.28); o completa no processo da criação dos filhos. (Gênesis 1.28; 2.24) e no exercício dos dons espirituais na igreja, incentivando-o e dando apoio (1 Coríntios 12).

Uma outra maneira é a alegria de glorificar a Deus por seguir a liderança do seu marido (Efésios 5.22-24). Isso deve ser feito desenvolvendo um ponto de vista bíblico da submissão, entendendo que a submissão é boa porque ela está presente na Divindade (Gênesis 1; João 1.1-3); a submissão é boa porque ela é o plano divino de Deus para a função e ordem (Efésios 5.22,23); a submissão é um meio de vida para cada crente, não apenas para esposas, pois revela seu coração diante de Deus (Efésios 5.21). A submissão, ainda, revela o caráter e a maturidade espiritual da pessoa, revelando um amor por Deus (João 14.15); revela se a mulher está “cheia do Espírito Santo” (Efésios 5.18); revela uma visão da autoridade de Cristo (Efésios 5.22).

Jesus é o exemplo da perfeita submissão (1 Pedro 2.21). Todos nós lutamos com a questão submissão, porque a falta de submissão começou quando Satanás rejeitou a Deus e se rebelou (Isaías 14.13, 14); isso continuou no jardim do Éden (Gênesis 3.6, 7) e se estendeu por toda a humanidade (Gênesis 4-7; Isaías 53.6). A grande benção é que o Evangelho redime toda humanidade do desafio da submissão (2 Coríntios 5.17).

A mulher cristã, casada, se alegra quando glorifica a Deus por respeitar seu marido (Efésios 5.33). O respeito deve ocorrer, não pela pessoa, mas pela posição dada por Deus. Isso é uma atitude interna de obediência a Deus (1 Coríntios 11.3).

Um outro aspecto da submissão da esposa, é que deve ter a alegria de trazer glória para Deus por impactar seu marido (1 Pedro 3.1-6). Ela deve ser um bom exemplo; uma esposa piedosa é um instrumento nas mãos do Redentor. O desafio da submissão deve levar a mulher para mais perto do seu Salvador (João 15.5).

O resultado da obediência ao cumprimento do seu papel como uma esposa pode trazer bênçãos de Deus enquanto a desobediência pode trazer a disciplina de Deus (Gálatas 6.8,9). E, enquanto esposa, faz-se necessário lembrar que ela foi criada por Deus para ser auxiliadora. Um espírito manso e tranquilo caracteriza uma ajudadora eficaz; fortalece e levanta as pessoas ao seu redor. Brilha um testemunho singular a todos que estão ao seu redor.

Mulher como mãe

A Criação Bíblica dos Filhos deve ser para a glória de Deus. Todo filho é uma herança do Senhor (Salmo 127.3) e cada pai e mãe é um mordomo de seu filho; tem a responsabilidade dada por Deus, com prestação de contas (1 Coríntios 4.2).

Os pais não são a autoridade final de seus filhos. Eles pastoreiam a criança. Ajudam o seu filho a entender-se a si mesmo como uma criatura feita por e para Deus.

Criação de filhos é uma grande oportunidade para o discipulado; entretanto, os pais enfrentam lutas comuns: tendo um lar “centrado nos pais” ou um lar “centrado nos filhos”. Quando é centrado nos pais, Tripp afirma, com relação aos filhos, que “quando eles não correspondem às nossas expectativas, não ficamos tristes por eles nem lutamos por eles, mas ficamos bravos com eles e lutamos contra eles. Na verdade, ficamos tristes por nós mesmos e por nossa perda”.[2]

E quando o lar é centrado nos filhos, vemos a seguinte descrição de Lou Priolo: “Um lar cujo centro são os filhos é um lar no qual a criança acredita que tem permissão para se comportar como se a casa toda (até os animais) existissem por uma só razão: para agradá-la”.[3] Portanto, a solução é o Lar centrado em Deus. Cada membro da família deve sacrificar seus prazeres pessoais se a vontade de Deus assim pedir. Esta filosofia ensina a criança a servir em vez de ser servida, a honrar em vez de ser honrada, a dar (ser amável) em vez de tomar (ser egoísta).

As mães cristãs possuem uma missão fundamental: serem intercessoras. Devem apresentam aos seus Filhos o Evangelho, espelhando a glória de Deus. É necessário orar, mentorear, encorajar e obedecer aos mandamentos. Assim, a mãe deve instruir os filhos (Salmos 119.9-11); deve valorizar a verdade; ensinar a amar e adorar ao Senhor, glorificando-o em todas as situações da vida diária.

Para isso, a mãe (e o pai) deve ser exemplo. Só poderemos ensinar nossos filhos a serem obedientes à Palavra na prática, exercendo convicção bíblica decisiva, se estivermos fazendo o mesmo. Só poderemos ensinar nossos filhos a aplicar sabiamente os princípios da Palavra às questões da vida se isso for o que nós estivermos procurando fazer (Filipenses 4.9).

Mulher na sociedade

A verdadeira beleza advém de um espírito manso e tranquilo, que confia em Deus e se submete às Suas instruções. Para a mulher que ama a Cristo, exibir essa beleza se tornou mais importante e desejável do que perseguir a beleza passageira que o mundo oferece.

A valorização exagerada mais difundida do corpo feminino está presente nos diversos meios de comunicação, os quais, constantemente, enchem nossos olhos. Essas imagens flutuam na realidade virtual de uma forma tão perfeita, livre de saliências, rugas, manchas ou imperfeições. A valorização do corpo feminino pode facilmente tornar-se muito abaixo ou muito acima do que Deus intentou. Está claro que valorizar exageradamente o poder ou a beleza do corpo das mulheres acaba por desvalorizar as mulheres como seres inteiros, criados à imagem de Deus.

É preciso ensinar meninos e meninas sobre a verdade, a beleza e o valor de suas diferenças, e como vivenciá-las, para amadurecem de maneira saudável. Cuidar para não surgir uma geração de jovens adultos que simplesmente não sabem o que significa ser um homem maduro ou uma mulher madura.

Parte da grandeza de ser um ser humano vivo e criado à imagem de Deus é que somos homem ou somos mulher. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1.27). Ninguém é um ser humano cujo gênero é indeterminado. Deus nunca planejou assim. Deus cria seres humanos masculinos e seres humanos femininos.

Este artigo é a quarta parte de uma série de 8 artigos sobre Ministério de Mulheres na Igreja Local. Queremos incentivar você e as mulheres de sua igreja a discutir e planejar um serviço de discipulado e mutualidade entre as mulheres de sua igreja com a ajuda e supervisão de seu pastor.


[1]PIPER, J. O sentido último da verdadeira feminilidade. Disponível em: < http://www.mulhe
respiedosas.com.br/fica-a-dica-o-sentido-ultimo-da-verdadeira-feminilidade-por-john-piper-2/>. Acesso em 18 de maio de 2019.

[2]TRIPP, P. A idade da oportunidade. Editora Batista Regular, 1ª Edição, 2014, 331 páginas.

[3]PRIOLO, L. O coração da ira: guia prático para lidar com a ira dos filhos. NUTRA Publicações, 2ª Ed, 2018. 238 páginas.