Mulheres no trabalho

Mulher no trabalho

Por definição, segundo Maria Cecília Alfano, trabalho é um conjunto de atividades produtivas e criativas que exercemos. Ele faz parte do plano de Deus desde a criação. A mulher deve desenvolver e usar suas habilidades, seus dons e talentos para cumprir a obra que Deus lhe confiar em cada etapa da vida.

Podem ser atividades remuneradas, mas vai além delas. Algumas pessoas gostam das tarefas que tem para desempenhar e sentem-se motivadas para realizá-las, enquanto outras simplesmente toleram o trabalho para sobreviver. A autora descreve algumas verdades fundamentais relacionadas ao trabalho, a saber:

  1. a) O trabalho não é um castigo ou maldição resultante do pecado de Adão e Eva. Ele estava presente antes da Queda e serviremos a Deus na eternidade.
  2. b) A atividade que antes era prazerosa, foi afetada pelo pecado e tornou-se penosa, embora continue digna. O trabalho requer um esforço cansativo, além de que a terra produz “espinhos e ervas daninhas”, o que dificulta a tarefa (Gênesis 3.17, 19).
  3. c) Trabalharemos na eternidade com o privilégio de servir a Deus (Apocalipse 3).

O trabalho, quando feito em temor a homens, ou para satisfazer a nós mesmas, pode se tornar um deus que adoramos, em busca de riqueza, posição, prestígio e elogios, ou mesmo como um escape de outras responsabilidades menos agradáveis e atraentes. Nesse contexto, qualquer trabalho não passa de uma fadiga inútil, “debaixo do sol” e sem valor eterno (Eclesiastes 1.3).

Muitas mulheres precisam decidir seguirem (ou não) uma carreira profissional. Não é pecado, mas o fato é que nosso conceito moderno de carreira é egocêntrico. Em essência, diz respeito à realização e identidade pessoal – você é definida por aquilo que você faz. O que as mulheres devem fazer em vez disso? Tornarem-se boas investidoras daquilo que receberam. É Deus quem nos dá os relacionamentos, filhos, tempo, talentos, interesses e tarefas que enchem os nossos dias e os anos. Não podemos forçar que estas coisas aconteçam, e elas não são a verdadeira identidade. Podemos trabalhar em profissões altamente valorizadas ou podemos fazer trabalhos diários não remunerados. Esses papéis não são nossa identidade. São oportunidades para a glória de Deus.

Nossa atitude fala a respeito de quem servimos: a nós mesmas ou a Deus. O sucesso no trabalho não está condicionado aos resultados visíveis, à posição social ou aos ganhos materiais. Vem da fidelidade a Deus e é ele quem nos recompensará. Um bom exercício é pensar e avaliar o seu trabalho, a luz de Romanos 11.36.

É necessário pensar e avaliar se o seu trabalho é de Deus: Ele é quem a chamou para executar suas responsabilidades? por meio de Deus? Ele a capacita e você atua em dependência dele; é para Deus? Tudo quanto você faz é para ele e deve honrar e refletir a Deus diante de outros.

Podemos ser esposas ou mães, mas, por mais importantes que sejam essas condições, são papeis que terminam nesta vida. Continuamos por toda a eternidade como filhas de Deus e irmãs daqueles que foram resgatados por Cristo.

Mulher na igreja

Para homens e mulheres que possuem um coração para ministrar, salvar almas, restaurar vidas arruinadas, resistir ao mal e atender pessoas necessitadas, sempre existem campos infinitos de oportunidades para trabalho na igreja. Deus quer que toda a igreja esteja envolvida no ministério: homem e mulher.

Muitas mulheres querem servir na igreja, mas não sabem como. Sentem que as regras excluem as mulheres do pastorado e do presbiterato de forma injusta, e quando estão ouvindo os sermões até pensam que elas mesmas pregariam melhor que o pastor.

O que é a igreja? Nielson relata que às vezes, ao falarmos da igreja em relação aos papéis das mulheres e dos homens, tendemos a pensar nela como a organização em que temos de encontrar nosso lugar por um tempo, assim como uma empresa, na qual as pessoas trabalham como funcionárias.

A Bíblia, contudo, mostra a igreja como um organismo vivo: o corpo de Cristo ligado a Cristo, nosso cabeça (Colossenses 1.18; Efésios 5.23); a casa espiritual de pedras vivas, tendo Jesus como pedra fundamental (1Pedro2.4-6); e, como sabemos, a noiva de Cristo, aquela que ama, como nosso noivo, a Igreja (Lucas 5.33-35; Efésios 25-33). Tais figuras, segundo a autora, iluminam a história em que vivemos como povo de Deus. Se somos crentes, nossa identidade muda para sempre, e fazemos parte desse povo de pessoas eternamente redimidas chamadas “Igreja”.

Para mulheres cristãs, portanto, a questão não é se conseguimos encontrar um lugar na igreja. A questão é como vivenciaremos nosso lugar dentro do corpo de Cristo – e como os homens e as mulheres de nossas igrejas podem, juntos, mostrar Cristo ao mundo.

Observa-se exemplos e descrições de mulheres mencionadas nas epístolas do Novo Testamento, as cartas inspiradas pelo Espírito, escritas pelos apóstolos a diversos pastores e igrejas. O panorama da igreja inclui uma grande diversidade de seres humanos, homens e mulheres, jovens e velhos, que juntos, fazem parte do corpo de Cristo. O Novo Testamento é pleno de ensinamentos e encorajamento, os quais aplicam-se, igualmente, a homens e mulheres. Paulo dá uma ordem a todos, juntos: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Colossenses 3.16).

As mulheres também são conclamadas a aprender e ensinar. Vemos o exemplo de Priscila, que tem encorajado muitas pessoas; ela partilhava tanto do fazer tendas como do ensino do evangelho com seu marido Áquila. (Atos 18.1-3, 18-26). Os dois sempre são mencionados juntos, três vezes com o nome de Priscila primeiro e três vezes com o nome de Áquila primeiro. Esse equilíbrio agradável parece representar sua parceria de vida e ministério. O casal era anfitrião de uma igreja em sua casa, mas os dois também viajaram com Paulo, que relata a respeito de ambos: “os quais pela minha vida arriscaram a sua própria cabeça; e isto lhes agradeço, não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios. Saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles” (Romanos 16.4-5).

Priscila parecia combinar a hospitalidade e humildade com o ensino, que obviamente atingiu muitas vidas.O ensino das mulheres, mencionado em Tito 2, também envolvia ambientes informais e relacionamentos pessoais.No entanto, nas Escrituras, as mulheres não são estimuladas a serem mestras formais da igreja, do modo como Paulo encoraja Tito e Timóteo nas epístolas pastorais.

É necessário pensar no Ministério de Mulheres não como um programa que realiza um evento evangelístico de tempos em tempos, mas sim, como uma rede de relacionamentos que está sempre alcançando por meio da palavra viva – em nossos estudos bíblicos, nossas amizades e aconselhamentos, em todas as nossas reuniões – sempre chegando para ajudar outros a receber a Palavra que dá vida, da qual todas nós estaríamos separadas se ela não tivesse vindo até nós. Se um ministério está repleto de estudo e ensino focado na Palavra, então realmente é difícil isso não acontecer, porque a Palavra de Deus é tanto suficiente quanto eficaz para a nossa salvação e santificação.

Nosso ministério não pode existir simplesmente com a finalidade de ajudar as pessoas a viverem bem agora; os nossos ministérios, bem como toda a nossa vida, devem apontar para o fim, quando veremos Jesus face a face. As imagens gloriosas em Isaias 55 têm o seu clímax em um único fim: “será isto glória para o Senhor e memorial eterno, que jamais será extinto” (v.13) Esse nome é o nome de Jesus, a quem “deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra” (Filipenses 2.9, 10).