O Espírito e a Escritura – Capítulo 1

Origem, Autoridade, Inerrância e Significado

Nota do Editor: Este artigo é um recurso selecionado para a Semana da Inerrância Bíblica do Ministério Fiel e Voltemos ao Evangelho, uma semana onde estamos, juntos com a igreja verdadeira, proclamando a inerrância, suficiência e autoridade da Bíblia, que é a Palavra de Deus. Pedimos ao nosso colunista mais assíduo do blog, o Reverendo Hermisten Maia, para escrever sobre o assunto; ele então nos presenteou com mais uma de suas séries, trazendo profundidade ao tema! Desfrute e compartilhe destes conteúdos e tenha sua fé na inerrante Palavra de Deus fortalecida!


A inspiração não é um evento isolado. O Espírito Santo, depois do ato de inspiração, não sai da Sagrada Escritura e a abandona à sua própria sorte, mas a sustenta e anima e, de muitas formas, traz seu conteúdo à humanidade, ao seu coração e consciência. – Herman Bavinck (1854-1921).[1]

As Sagradas Escrituras são as joias mais caras que Cristo nos deixou e que a igreja de Deus preservou como registros públicos do céu, de maneira que não foram perdidos. (…) O demônio e seus agentes têm soprado para ver se apagam a luz das Escrituras, mas não têm conseguido apagá-la, um sinal evidente de que elas vêm do céu. – Thomas Watson (c. 1620-1686).[2]  

Inspiração é o nome da operação totalmente completa do Espírito Santo mediante a qual Ele concedeu à Igreja uma Escritura completa e infalível. − A. Kuyper (1837-1920).[3]

A fé cambaleará se a autoridade das Escrituras vacilar. – Stº. Agostinho (354-430).[4]

O Espírito Santo é o poder atuante na Igreja, e o Espírito Santo jamais honrará coisa alguma senão a Sua Palavra. Foi o Espírito Santo quem nos deu esta Palavra. Ele é o seu Autor. Não é dos homens! Tampouco a Bíblia é produto da “carne” e do “sangue”. (…) O Espírito não honrará nada, senão Sua Palavra. Portanto, se não crermos e não aceitarmos sua Palavra, ou se de algum modo nos desviarmos dela, não teremos direito de esperar a bênção do Espírito Santo. O Espírito Santo honrará a verdade, e não honrará outra coisa. Seja o que for que fizermos, se não honrarmos esta verdade, Ele não nos honrará. – D.M. Lloyd-Jones (1899-1981).[5]

Introdução

Nesse final de semana que fui diagnosticado com dengue, deparei-me com alguns limites físicos, especialmente quando o efeito do analgésico passa e a febre volta. Assim, na sexta descobri que uma live de 60 minutos por mais prazerosa que fosse, tornou-se extenuante.

Quando parecia estar tudo bem (sob o efeito do remédio), bastava um esforço maior para verificar o quão debilitado estava. Desse modo, com a bondade de quem me convidara e com meu senso de frustração, me privei de pregar no domingo, relutando com isso até sábado à noite.

Desse modo, tive algum tempo para escrever um pouco sem maiores esforços. Afinal, o trabalho consiste em apertar algumas teclas com alguma ordenação e sentido. Foi o que fiz (Creio). Escrevi, reuni material, editei outros e, resultou no que segue abaixo.

Nesse processo, reencontrei um grave depoimento do Dr. MacArthur que li há alguns anos que muito me impressionou, considerando inclusive, o seu longo e abençoado ministério pastoral:

Quando comecei no ministério, cerca de meio séculos atrás, eu esperava com certeza ter de lidar com investidas contra a Escritura por parte dos descrentes e mundanos. Eu estava preparado para isso. Os descrentes, por definição, rejeitam a verdade da Escritura e resistem à sua autoridade. (…) Mas desde o início do meu ministério até agora tenho testemunhado – e tive de lidar com – onda após onda de ataques contra a Palavra de Deus vindos, na maioria das vezes, de dentro da comunidade evangélica. No decorrer do meu ministério, quase todos os mais perigosos assaltos contra a Escritura que tenho visto têm vindo da parte de professores de seminário, pastores de mega igrejas, charlatães carismáticos da televisão, autores evangélicos populares, “psicólogos cristãos” e bloggers evangélicos extremistas. (…) A Bíblia é tratada como massinha de modelar, espremida e conformada para adaptar-se aos inconstantes interesses da cultura popular.[6]

 A Inspiração e inerrância bíblica são verdades fundamentais da fé cristã, das quais dependem toda a nossa formulação teológica. Essas verdades permeiam toda a História da Igreja. É pura ingenuidade supor que o ensino destas doutrinas seja algo novo, posterior à Reforma, resultante da Ortodoxia do século XVII[7] ou fruto do “fundamentalismo” do século XX.[8] Na realidade, Jesus Cristo e os apóstolos[9] em nenhum momento sugeriram qualquer “engano”, “equívoco” ou “contradição” nas páginas do Antigo Testamento.

Os Pais da Igreja, os reformadores e os cristãos em geral – inclusive os Católicos[10] até o Vaticano II (1962-1965)[11] – jamais atribuíram à Bíblia qualquer tipo de erro. A Inspiração e a Inerrância das Escrituras são verdades que fazem parte do “Antigo evangelho” proclamado por Jesus Cristo, os apóstolos,[12] os reformadores, François Turretini (1623-1687), Archibald Alexander (1772-1851), Charles Hodge (1797-1878), Archibald A. Hodge (1823-1886), A. Kuyper (1837-1920), B.B. Warfield (1851-1921),  H. Bavinck (1854-1921), Louis Berkhof (1873-1957), J.G. Machen (1881-1937), David M. Lloyd-Jones (1899-1981), Boanerges Ribeiro (1919-2003), J.I. Packer (1926-2020), James M. Boice (1938-2000), John MacArthur, John Piper, e tantos outros.[13]

Um só Autor

É preciso deixar a Escritura ser Escritura. Com isso queremos dizer que não podemos impor teorias estranhas à Escritura para avaliá-la, antes, temos de partir do testemunho que a própria Escritura dá de si mesma.

A autoconsciência da Palavra a respeito de sua autoridade é resultante do Espírito que é o seu Autor. A igreja confessa a inspiração da Escritura porque crê no seu testemunho. Essa confissão também é parte da obra do Espírito que abre os nossos olhos para as evidências que sem a sua ação passariam despercebidas.

Nas Escrituras os profetas e os apóstolos falaram a Palavra de Deus dirigidos pelo Espírito Santo. Por isso, podemos afirmar de antemão, que a Escritura tem apenas um único Autor primário: O Espírito. É isto que queremos dizer quando declaramos, fazendo eco à afirmação de Paulo, de que a Escritura é “inspirada” por Deus.

A palavra “inspiração” não ocorre no Novo Testamento. Ela só aparece uma única vez no Antigo Testamento: “Mas ninguém diz: Onde está Deus que me fez, que inspira (Nãthan) = “dar”, “conceder”) canções de louvor durante a noite” (Jó 35.10) (ARA).[14]

No Novo Testamento, a palavra é decorrente de uma tradução interpretativa do texto de 2Tm 3.16, que diz: “Toda Escritura é inspirada por Deus…”. A expressão “inspirada por Deus” provém de um único termo grego, θεόπνευστος (theopneustos), que só ocorre aqui. (Não aparece na LXX). Todavia, a tradução que temos (Almeida, Revista e Atualizada), segue aqui a Vulgata, que traduz, “divinitus inspirata”.[15]

A palavra  theopneustos não significa “ins-pirado” mas, sim “ex-pirado”; ou seja, ao invés de soprado para dentro, soprado para fora.

Este adjetivo, comenta Brown (1932-2019),

Não significa qualquer modo específico de inspiração, tal qual alguma forma de ditado divino. Nem sequer dá a entender a suspensão das faculdades cognitivas normais dos autores humanos. Do outro lado, realmente quer dizer algo bem diferente da inspiração poética. É um erro omitir o elemento divino no termo, transmitido por theo (The New English Bible faz assim, ao traduzir a frase; “toda escritura inspirada”).[16] É claro que a expressão não dá a entender que algumas escrituras são inspiradas, enquanto outras não são. Todas as Sagradas Escrituras expressam a mente de Deus; fazem assim, no entanto, com o alvo da sua operação prática na vida.[17]

O que Paulo nos diz é que toda e cada parte da Escritura Sagrada é soprada, exalada por Deus. A ênfase está na procedência divina. Em toda a redação da Escritura Deus esteve “expirando” os autores secundários. Ou, se tomarmos a palavra apenas no sentido passivo, diremos que “Deus em sua revelação é soprado pelas páginas das Escrituras”. Deste modo, podemos dizer que Deus é o Autor e o Conteúdo das Escrituras.

Warfield (1851-1921), em estudo germinal, comentando o texto de 2Tm 3.16, diz:

Numa palavra, o que se declara nesta passagem fundamental é, simplesmente, que as Escrituras são um produto divino, sem qualquer indicação da maneira como Deus operou para as produzir. Não se poderia escolher nenhuma outra expressão que afirmasse, com maior saliência, a produção divina das Escrituras, como esta o faz. (…) Paulo (…) afirma com toda a energia possível, que as Escrituras são o produto de uma operação especificamente divina.[18]

Definição de inspiração

Podemos definir a Inspiração como sendo a influência sobrenatural do Espírito de Deus sobre os homens separados por Ele mesmo, a fim de registrarem de forma inerrante e suficiente toda a vontade de Deus, constituindo este registro na única fonte e norma de todo o conhecimento cristão.[19]

Com isto, estamos dizendo que o Deus que se revelou, esteve “expirando” os homens que Ele mesmo separou para registrarem esta revelação.

A inspiração bíblica garante que seja registrado de forma veraz aquilo que a inspiração profética fazia com respeito à palavra do profeta, para que ela correspondesse literalmente à mente de Deus. Em outras palavras: a Palavra escrita é tão fidedigna quanto a Palavra falada pelos profetas; ambas foram inspiradas por Deus.

Van Groningen (1921-2014), coloca a questão nesses termos:

O Espírito Santo habitou em certos homens, inspirou-os, e assim dirigiu-os que eles, em plena consciência, expressaram-se na sua singular maneira pessoal. O Espírito capacitou homens a conhecer e expressar a verdade de Deus. Ele impediu-os de incluir qualquer coisa que fosse contrária a essa verdade de Deus. Ele também impediu-os de escrever coisas que não eram necessárias. Assim, homens escreveram como homens, mas, ao mesmo tempo, comunicaram a mensagem de Deus, não a do homem.[20]

A Bíblia é o registro infalível da Palavra de Deus. Deus fez com que os seus servos registrassem a sua vontade mediante a Revelação, Inspiração e Iluminação do Espírito; desta forma, o Deus Triúno é o Autor das Escrituras, sendo a Inspiração mais propriamente atribuída ao Espírito. (Cf. 2Sm 23.2; Mt 22.43; At 1.16; 4.24-26; 28.25; Hb 3.7-11; 9.6-8; 10.15-17; 1Pe 1.10-12[21]/2Tm 3.16; 2Pe 1.20-21).

Nas Escrituras temos todos os livros que Deus providencialmente quis que fossem escritos e preservados[22] para a nossa edificação.

Nas palavras de Calvino:

Aquelas [epístolas] que o Senhor quis que fossem indispensáveis à sua Igreja, Ele as consagrou por sua providência para que fossem perenemente lembradas. Saibamos, pois, que o que foi deixado nos é suficiente, e que sua insignificância não é acidental; senão que o cânon da Escritura, o qual se encontra em nosso poder, foi mantido sob controle através do grandioso conselho de Deus.[23]

Uma visão relapsa desse ponto[24] determina o fracasso teológico e espiritual da Igreja. “Uma compreensão certa da inspiração e da revelação é essencial para se distinguir entre a voz de Deus e a voz do homem”, observa corretamente MacArthur.[25]

É justamente devido ao fato de muitos cristãos terem negado de modo confessional e/ou vivencial a inspiração e inerrância das Escrituras, que tem havido tantas heresias em toda a história do Cristianismo. Esse desvio teológico, acerca destas doutrinas, tem contribuído de forma acentuada, para que os homens não mais discirnam a Palavra de Deus e, por isso, não possam gozar da sua operação eficaz levada a efeito pelo Espírito (Cf. 1Ts 2.13/Jo 17.17), caindo assim, na “rampa escorregadia”[26] da negação de outras doutrinas.

Entendo, ainda, que qualquer diálogo teológico produtivo deve começar tendo a inerrância bíblica como um pressuposto essencial. Fora disso, sinceramente, não creio que possa haver um colóquio satisfatório, edificante e esclarecedor. Comecemos pois, pela Inspiração e Inerrância das Escrituras, entendendo que a Inerrância e a Infalibilidade da Bíblia são decorrentes da sua Inspiração.

Definição de Inerrância

Quanto à questão da inerrância, é necessário que  se  diga,  que  ela não é uma teoria a respeito  da  Bíblia ou, uma filosofia moderna inventada pelos fundamentalistas ou conservadores. Conforme já declaramos, cremos que quando asseveramos com  vigor  a  inerrância  total  das Escrituras, estamos apenas dizendo o que a Escritura reivindica  para si mesma; desta forma, não estamos primeiramente, num ato preconcebido, defendendo a inerrância; mas,  sim,  afirmando a inerrância da Bíblia como uma doutrina que faz parte da essência do  Evangelho  o qual deve ser propagado em toda a sua extensão (At 20.27/ 2Tm 3.16; 2Pe 1.20-21). Além do mais, o fundamento desta doutrina repousa no Senhorio de Cristo o Autor e preservador de sua Palavra.[27]

Tomo aqui a definição apresentada por Feinberg (1938-2004):

A inerrância é o ponto de vista de que, quando todos os fatos forem conhecidos, demonstrarão  que  a Bíblia, nos seus autógrafos originais e corretamente interpretada, é inteiramente  verdadeira,  e nunca falsa, em tudo quanto afirma, quer no tocante à doutrina  e  à  ética,  quer no tocante às ciências sociais, físicas ou biológicas.[28]

Dito isso, no próximo post tomaremos um outro ponto para tratar do nosso assunto.


[1] Herman Bavinck, Dogmática Reformada, São Paulo: Cultura Cristã, 2012, v. 1, p. 439.

[2] Thomas Watson, A Fé Cristã: estudos baseados no Breve Catecismo de Westminster,  São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 44.

[3] Abraham Kuyper, A Obra do Espírito Santo, São Paulo: Cultura Cristã, 2010. p. 111.

[4]Stº. Agostinho, A Doutrina Cristã, São Paulo: Paulus, 2002, (Patrística; 17), I.37, 41b, p. 79.

[5] D.M. Lloyd-Jones, O Combate Cristão, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1991, p. 103.

[6]John MacArthur, A suficiência da Escritura: Salmo 19. In:  John F. MacArthur, org.  A Palavra Inerrante, São Paulo: Cultura Cristã, 2018, p. 26.

[7] Conforme entendia, por exemplo, Karl Barth (1886-1968). (K. Barth, Church Dogmatics, Edinburgh: T. & T. Clark, 1960, I/1, p. 126-128). Também sustentam este ponto Rogers e McKim (Vejam-se: Jack Rogers, Inerrancy: In: Donald W. Musser; Joseph L. Price, eds. A New Handbook of Christian Theology, Nashville: Abingdon Press, 1992, p. 255; Jack Rogers; Donald McKim, Authority of the Bible: An Historical Approach, New York: Harper & Row, 1979, p. 176ss., 273).

[8] Conforme sugere a ex-freira Karen Armstrong (Ver: Karen Armstrong, Em Nome de Deus: o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo, São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 199).

[9] Veja-se: Edwin A. Blum, The Apostle’s of Scripture: In: Norman L. Geisler, ed. Inerrancy, Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1980, p. 39-53.

[10]Encontramos uma descrição objetiva da questão em George: “No século XVI, a inspiração e a autoridade das Escrituras Sagradas não era um ponto de debate entre católicos e protestantes. Todos os reformadores, até mesmo os radicais, aceitavam a origem divina e o caráter infalível da Bíblia. A questão que surgiu na Reforma foi sobre o modo como a autoridade divinamente comprovada das Escrituras Sagradas estava relacionada à autoridade da igreja e da tradição eclesiástica (católicos romanos), por um lado, e ao poder da experiência pessoal (espiritualistas), pelo outro” (Timothy George, Teologia dos Reformadores, São Paulo: Vida Nova, 1993, p. 312). (Do mesmo modo, Gleason L. Archer, Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas, São Paulo: Vida, 1997, p. 19).

[11] O Concílio Vaticano II declarou o seguinte: “Deve-se professar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus em vista da nossa salvação quis fosse consignada nas Sagradas Escrituras” (Compêndio do Vaticano II, 5. ed. Petrópolis, RJ.: Vozes, (1971), II.3.11. § 179, p. 129). Todavia, Packer (1926-2020) observa com acuidade, que essa assertiva “foi redigida com o propósito de funcionar como buraco no dique da inerrância bíblica, e é certamente assim que os teólogos católicos romanos a partir do Vaticano II têm feito uso desta afirmação” (J.I. Packer, Confrontando os Conceitos dos Nossos Dias Acerca da Escritura: In: James M. Boice, ed. O Alicerce da Autoridade Bíblica, São Paulo: Vida Nova, 1982, p. 83. Veja-se, por exemplo, De Fraine, Inspiração: In: A. Van Den Born, redator. Dicionário Enciclopédico da Bíblia, 2. ed. Petrópolis, RJ.: Vozes, 1977, seção 4, p. 734.

[12]Richardson (1905-1975), mesmo não compartilhando do conceito de “inerrância”, teve de admitir que “A crença na inspiração total das Escrituras, bem como as próprias Escrituras, herdara-a a Igreja Apostólica do Judaísmo. Nos tempos do Novo Testamento, tanto os judeus da Palestina como em geral os da diáspora achavam que os Profetas e as Escrituras tinham aquela mesma autoridade incondicional que em tempos anteriores somente se dava à Lei (…). Os escritores do Novo Testamento pensavam, como os judeus em geral, nesse assunto da autoridade das Escrituras. Citavam a Bíblia grega, ou Septuaginta, como escritura inspirada: Deus falara pelos seus profetas nas Santas Escrituras, e estas são citadas como sendo a expressão direta do próprio Deus” (Alan Richardson, Apologética Cristã, 2. ed. Rio de Janeiro: JUERP., 1978. p. 163-164).

[13]Vejam-se: R. Laird Harris, Inspiration and Canonicity of the Scriptures, Greenville: SC. A. Press, 1995, p. 55-64; John H. Gerstner, A Doutrina da Igreja Sobre a Inspiração Bíblica: In: James M. Boice, ed. O Alicerce da Autoridade Bíblica, p. 25ss. Para uma visão panorâmica da discussão contemporânea a respeito da autoridade da Bíblia, veja-se: Harvie M. Conn, A Historical Prologue: Inerrancy, Hermeneutic and Westminster: In: Harvie M. Conn, Inerrancy and Hermeneutic, 2. ed. Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1990, p. 15-34.

[14] O verbo é traduzido da mesma forma em BJ. ARC e ACR traduzem mais literalmente, por “dá”

[15] A expressão completa é: “Omnis scriptura divinitus inspirata”.

[16] De fato, assim lemos na The New English Bible: New Testament, Great Britain: Oxford University Press, 1961: “Every inspired scripture”. Mesmo equívoco comete ARC. Veja-se: uma boa discussão sobre este ponto In: Edwin A. Blum, The Apostles’ of Scripture: In: Norman L. Geisler, ed. Inerrancy, Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1980, p. 45ss.

[17] C. Brown, Escritura: In: O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1981-1983, v. 2, p. 103-104. Veja-se a análise da questão In: Homer C. Hoeksema, The Doctrine of Scripture, Grand Rapids, Michigan: Reformed Free Publishing Association, 1990, p. 40ss.

[18] B.B. Warfield, The Inspiration of the Bible: In: The Works of Benjamin B. Warfield, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1981, v. 1, p. 79. “Paulo não está apresentando uma nova teoria sobre a inspiração; ele está pronunciando o ponto de vista de Jesus a respeito da Bíblia” (J. Ligon Duncan III, A natureza, os benefícios e os efeitos da Escritura: In:  John MacArthur,  org. A Palavra Inerrante, São Paulo: Cultura Cristã, 2018, [p. 93-102], p. 98).

[19] “A inspiração é (…) definida como uma influência sobrenatural exercida sobre os escritores sagrados pelo Espírito de Deus, em virtude do qual a confiabilidade divina é dada aos seus escritos” (B.B. Warfield, A Inspiração e autoridade da Bíblia, São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 106).

[20] Gerard Van Groningen, Revelação Messiânica no Velho Testamento, Campinas, SP.: Luz para o Caminho, 1995, p. 64-65. Veja-se também: J. Gresham Machen, Cristianismo e Liberalismo, São Paulo: Os Puritanos, 2001, p. 78-79.

[21]É muito esclarecedora a interpretação dessa passagem (1Pe 1.10-12) apresentada por Ferguson. Veja-se: Sinclair B. Ferguson, O Espírito Santo e as Sagradas Escrituras: Inerrância e Pneumatologia: In: John F. MacArthur, org.,  A Palavra Inerrante, São Paulo: Cultura Cristã, 2018,  [p. 263-281], p. 267-268.

[22]Ver João Calvino, As Institutas, I.8.10-12. “A doação das Escrituras é um aspecto da providência abrangente de Deus na história” (Sinclair B. Ferguson, O Espírito Santo e as Sagradas Escrituras: Inerrância e Pneumatologia: In: John F. MacArthur, org., A Palavra Inerrante, p. 269).

[23]João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998, (Ef 3.3), p. 86.

[24] Uma das formas sutis de desviar a nossa atenção deste ponto, é dizer-nos que este assunto não é algo realmente sério. (Veja-se: Gleason L. Archer, Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas, São Paulo: Vida, 1997, p. 30).

[25] John F. MacArthur, Os Carismáticos, São Paulo: Fiel, 1981, p. 19. Veja-se também, J.I. Packer, Confrontando os Conceitos dos Nossos Dias Acerca da Escritura: In: James M. Boice, ed. O Alicerce da Autoridade Bíblica, p. 76-77.

[26]Vejam-se: J.I. Packer, Confrontando os Conceitos dos Nossos Dias Acerca da Escritura: In: James M. Boice, ed. O Alicerce da Autoridade Bíblica, p. 76,77,88,89; P.D. Feinberg, Bíblia, Inerrância e infalibilidade da: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, 1990, v. 1, p. 182-183. Agostinho (354-430), que na questão do Cânon nem sempre foi dos mais lúcidos, raciocina de forma lógica e objetiva na questão da inerrância, dizendo: “Numa autoridade tão alta (i.é, a Escritura), a admitir uma só mentira oficiosa não deixará sobrar uma só passagem daquelas que parecem difíceis para praticar ou crer, que, segundo a mesma regra altamente perniciosa, não possa ser explicada como mentira feita pelo autor deliberadamente para servir a algum propósito…” (Apud J.I. Packer, Confrontando os Conceitos dos Nossos Dias Acerca da Escritura: In: James M. Boice, ed. O Alicerce da Autoridade Bíblica, p. 88). Para Agostinho, ser “canônico”, significa ser verdadeiro. (Santo Agostinho, A Cidade de Deus Contra os Pagãos, 2. ed. Petrópolis, RJ.: Vozes, 1990, v. 2, XVIII.38. p. 355).

[27] Veja-se: Kenneth S. Kantzer,  Os Evangélicos e a Doutrina da Inerrância:  In: James M. Boice, ed. O Alicerce da Autoridade Bíblica, São Paulo: Vida Nova, 1982, p. 176.

[28]P.D. Feinberg, Bíblia, Inerrância e infalibilidade da: In: Walter A. Elwell, ed. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, São Paulo: Vida Nova, 1990, v. 1, [p. 179-185], p. 180.  Norman L. Geisler, ed. Inerrancy, Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1980, p. 294.

Autor: Hermisten Maia. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Editor e Revisor: Vinicius Lima.