A Inerrância Bíblica e a pregação efetiva do Evangelho

O Espírito e a Escritura - Capítulo 12

Nota do Editor: Este artigo é um recurso selecionado para a Semana da Inerrância Bíblica do Ministério Fiel e Voltemos ao Evangelho, uma semana onde estivemos, juntos com a igreja verdadeira, proclamando a inerrância, suficiência e autoridade da Bíblia, que é a Palavra de Deus. Pedimos ao nosso colunista mais assíduo do blog, o Reverendo Hermisten Maia, para escrever sobre o assunto; ele então nos presenteou com mais uma de suas séries, trazendo profundidade ao tema! Desfrute e compartilhe destes conteúdos e tenha sua fé na inerrante Palavra de Deus fortalecida!


A Igreja não recebeu essa Escritura de Deus para simplesmente repousar sobre ela, muito menos para enterrar esse tesouro na terra. Pelo contrário, a Igreja é chamada para preservar essa Palavra de Deus, explaná-la, pregá-la, aplicá-la, traduzi-la, difundi-la no estrangeiro, recomendá-la e defendê-la – em uma palavra, fazer com que os pensamentos de Deus, revelados na Escritura, triunfem em todos os lugares e em todas as épocas sobre o pensamento do homem. Toda a obra que a Igreja é chamada a fazer é de ministrar a Palavra de Deus. A Igreja ministra a Palavra de Deus quando ela é pregada na assembleia dos crentes, é interpretada e aplicada, quando é compartilhada nos sinais do pacto e quando a disciplina é mantida. Em um sentido mais amplo, o serviço da Palavra é muito mais abrangente. – Herman Bavinck.[1]

Como temos estudado nesta série de artigos, a Bíblia é o resultado da vontade soberana de Deus, que se revelou e fez registrar fidedignamente esta revelação.

É justamente devido ao fato de muitos cristãos terem negado de modo confessional e/ou vivencial a inspiração e a inerrância das Escrituras, que tem havido tantas heresias em toda a história do Cristianismo. Esse desvio teológico acerca destas verdades tem contribuído de forma acentuada para que os homens não mais discirnam a Palavra de Deus e, por isso, não possam usufruir da sua operação eficaz levada a efeito pelo Espírito.

No seu ato evangelizador a Igreja prega a Palavra de Deus conforme a ordem divina expressa nas Escrituras; fala da salvação eterna oferecida por Cristo conforme as Escrituras e proclama as perfeições de Deus conforme as Escrituras. Ora, se a Igreja não tem certeza da fidedignidade do que ensina, como então, poderá testemunhar de forma honesta e coerente?

Uma Igreja que não aceite a inspiração e a inerrância bíblica, não poderá ser uma igreja missionária.[2] Como poderemos pregar a Palavra se não estivermos confiantes do sentido exato do que está sendo dito? Como evangelizar se nós mesmos não temos certeza se o que falamos procede da Palavra de Deus ou se está embasado em uma falácia? Por outro lado, como esperar que nossos ouvintes ouçam com interesse santo a Palavra se nós estamos inseguros e cheios de incertezas? [3]

Greidanus acentua de forma correta: “A pregação não é simplesmente uma palavra acerca de Deus e seus atos redentivos, mas sim uma palavra de Deus e, como tal, ela mesma é um evento redentivo”.[4]

Graham (1918-2018), em 1974, no Congresso de Lausanne, na Suíça, afirmou corretamente: “Se há uma coisa que a história da Igreja nos deveria ensinar, é a importância de um evangelismo teológico derivado das Escrituras”.[5]

Neste sentido, encontramos a convicção de Paulo, o grande missionário, de que a Palavra de Deus é fiel; por isso, ele a ensinava com autoridade (1Tm 1.15; 4.9/2Tm 4.6-8).[6]

A grandiosidade da pregação consiste basicamente, não nos recursos de retórica (os quais certamente devem ser buscados), mas em sua pureza, em sua fidelidade à Palavra.[7] Como bem disse Spurgeon (1834-1892), “Se o que pregarem não for a verdade, Deus não estará aí”.[8]

Assim sendo, a pregação grandiosa é bíblica. Pois bem, se eu não creio na inspiração e inerrância das Escrituras, certamente, poderei ter consciência da biblicidade da minha pregação (basta que pregue o que está escrito), contudo, como poderei ter certeza da veracidade daquilo que prego, visto que neste caso, ser bíblico não é a mesma coisa que ser inerrante e por isso verdadeiro? Se destruo os fundamentos, cai todo o edifício.

Creio que Satanás, objetivando esmorecer o ímpeto evangelístico da Igreja, tem usado deste artifício: minar a doutrina da inspiração e inerrância das Escrituras, a fim de que a Igreja perca a compreensão de sua própria natureza e, assim, substitua a pregação evangélica por discursos éticos, políticos, sociais, filosóficos, de autoajuda ou de prosperidade financeira.[9]

Aliás, a Escritura sempre foi um dos alvos prediletos de Satanás (Vejam-se: Gn 3.1-5; Mt 4.3,6,8,9; 2Co 4.3,4).[10] Satanás não diz diretamente algo a nós, mas dá a entender, induz, sugere uma ideia. Ele nos faz pensar de uma forma equivocada, dando-nos a impressão de que agora, de fato, descobrimos a verdade, temos a solução autônoma para o nosso problema e para os dos outros.

À Eva, ele diz: “É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn 3.1). Ora, Deus não tinha dito isto. Ao contrário; de toda a árvore o homem poderia comer exceto uma: a árvore do conhecimento do bem e do mal. No entanto, usando palavras semelhantes satanás diz coisas bem diferentes. Na insinuação satânica havia a tentativa de dizer que Deus era mentiroso e, portanto, não deveria ser obedecido. Eva cedeu; duvidou da Palavra de Deus e consequentemente do Deus da Palavra.

A tentação promovida por satanás contra Jesus Cristo indica a sua convicção de que Ele era realmente homem, portanto, passível de queda. Jamais encontramos nas Escrituras satanás desafiando diretamente a Deus. Ele age ordinariamente tentando os servos de Deus a desobedecerem a Deus e, consequentemente, a se afastarem do Senhor. Porém, não o vemos provocando um confronto direto.

Satanás parcialmente descrente ou ignorante quanto ao significado da encarnação  de Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, convicto de sua humanidade, o tenta, como fizera com Adão e continua fazendo com os homens durante todo o tempo que Deus lhe tem permitido agir dentro de uma esfera restrita.

Por isso, ele usa com Jesus, com fome no deserto, da mesma estratégia, dizendo: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pão” (Mt 4.3).

O seu desejo é fazer com que Jesus duvide da sua filiação divina ou, que tente prová-la por meio de algum sinal maravilhoso, sucumbindo assim, à tentação. Aliás, este foi um desafio comum a Jesus Cristo: usar de seu poder eterno para fazer o que desejasse à revelia de sua missão. No entanto, em tudo ele se submeteu ao Pai conforme o pacto eterno (Mt 26.29; Jo 8.28, 29,42; 17.1-6).

Não satisfeito com a resposta de Jesus, satanás continua: “Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito; que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra” (Mt 4.6).

Mais tarde, na sua crucificação, o mesmo tipo de tentação é feito ao Senhor Jesus:

E foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz! De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus (Mt 27.38-43) (Mc 15.30-32).

Na insinuação diabólica há sempre uma tentativa de mostrar que o nosso caminho, a nossa opção é a melhor; a sua proposta sempre se configurará como a mais lógica e atraente.

A desobediência a Deus de fato é, com frequência, o caminho que nos parece mais objetivo e prático, além de encontrarmos uma inclinação natural para seguir nessa direção. No entanto, a vontade de Deus para nós é que resistamos a estas tentações e continuemos crendo em Deus e na sua Palavra, seguindo a rota proposta; o caminho de vida por Ele traçado para nós.

A heresia normalmente surge assim: Satanás, que cita a Palavra de Deus,[11] insinua que há algo mais profundo e rápido do que o árduo estudo das Escrituras; ele propicia “revelações especiais”, sonhos, “luz interior”.

Ele nos diz que por intermédio destes meios podemos chegar a conhecer mais do que todos os homens. Que finalmente descobrimos o “método” de Deus para o nosso “crescimento espiritual”, para adquirir uma visão mais abrangente do mundo que nos circunda.

Satanás é o grande divulgador da “autoajuda”.[12] Faça você mesmo sem necessidade de Deus e da sua Palavra; esta é a sua insinuação. “Satanás, furtivamente, se move sobre nós e gradualmente nos alicia por meio de artifícios secretos, de modo tal que quando chegamos a extraviar-nos, não nos apercebemos de como o fizemos. Escorregamo-nos gradualmente, até finalmente nos precipitarmos na ruína”, alerta-nos Calvino.[13]

O alvo constante de satanás é a Palavra de Deus.

Ele procura tirá-la de nós, ou, senão, dar-nos uma visão distorcida do seu teor.  No seu argumento sempre há algo de verdadeiro, contudo, a sua dialética, que pode se valer das Escrituras, tem um referencial totalmente excludente, o qual ele dilui muito bem a fim de dar-nos a impressão de que a sua conclusão é coerente com a Palavra.[14]

Como bem disse Bonhoeffer (1906-1945): “A fraude, a mentira do diabo consiste na sua tentativa de fazer o homem acreditar que poderia viver sem a Palavra de Deus”.[15]

Com este propósito ele também age por intermédio de falsos mestres, dizendo-nos que pode nos levar à verdade plena muito superior à que nos é proposta pela Escritura.

Foi isto que ocorreu na igreja de Corinto: os falsos mestres usados por satanás fizeram muitos crentes acreditarem que o apóstolo Paulo era desprezível, portanto, não poderia dar-lhes ensinamento profundo. Nós sabemos quanto sofrimento isto trouxe à igreja e a Paulo; quanta dor e desvios doutrinários e consequentemente um distanciamento de Deus. Satanás sempre objetiva nos afastar de Deus e, quando damos crédito às suas insinuações, ele consegue o seu objetivo.

Entretanto, a Igreja é chamada a proclamar com firmeza o Evangelho, conforme registrado na Bíblia e preservado pelo Espírito ao longo dos séculos: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2).

Calvino orienta-nos:

Visto que satanás está diariamente fazendo novos assaltos contra nós, é necessário que recorramos às armas, e é mediante a lei divina que somos munidos com a armadura que nos capacita a resistir. Portanto, quem quer que deseje perseverar em retidão e integridade de vida, então que aprenda a exercitar-se diariamente no estudo da Palavra de Deus; pois, sempre que alguém despreze ou negligencie a instrução, o mesmo cai facilmente em displicência e estupidez, e todo o temor de Deus se desvanece em sua mente.[16]

A Igreja prega o Evangelho, consciente de que Ele é o poder de Deus para a salvação dos que creem (Rm 1.16);[17] por isso, recusar o Evangelho significa rejeitar o próprio Deus que nos fala (1Ts 4.8).[18]

Comentando Rm 1.16, Calvino diz que aqueles que se recusam ouvir “a Palavra proclamada estão premeditadamente rejeitando o poder de Deus e repelindo de si a mão divina que pode libertá-los”.[19]

A Igreja proclama a Palavra, não as suas opiniões a respeito da Palavra, consciente que Deus age por meio das Escrituras, produzindo frutos de vida eterna (Rm 10.8-17; 1Co 1.21; 1Co 15.11; Cl 1.3-6; 1Ts 2.13-14).[20]

A Igreja por si só não produz vida, todavia ela recebeu a vida em Cristo (Jo 10.10)[21] por meio da sua Palavra vivificadora. Deste modo, ela ensina a Palavra, para que pelo Espírito de Cristo, que atua mediante as Escrituras, os homens creiam e recebam vida abundante e eterna.

A Igreja anuncia a Palavra crendo na sua autenticidade, sabendo que Ela é a Palavra de Deus, poderosa para a salvação de todo aquele que crê.

Quando anunciamos o Evangelho podemos ter a certeza de que Deus cumpre a sua Palavra. Sem esta convicção não há lugar para a pregação eficaz.

 


[1] Herman Bavinck, Teologia Sistemática, Santa Bárbara d’Oeste, SP.: SOCEP., 2001, p. 129.

[2]De modo operacional não faço aqui nenhuma distinção entre “missão” e “evangelização” (Veja-se: R.B. Kuiper, Evangelização Teocêntrica, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1976, p. 1). Costas, que diz haver uma confusão entre os termos, assim os distingue: “Missão e evangelismo são, pois, dois lados da mesma moeda. A moeda é Deus (Sic) e Sua atividade redentora em favor de toda a humanidade. Evangelismo é o anúncio dessa obra; missão é o mandamento que nos compele a pôr em ação esse anúncio” (Orlando E. Costas, La Iglesia e Su Mision Evangelizadora, Buenos Aires: La Aurora, 1971, p. 27). O autor acrescenta, de forma acertada, que a distinção equivocada entre “missão” e “evangelização, tem levado a Igreja a ter uma visão unilateral de missão: ou apenas no exterior, esquecendo-se do seu âmbito local, ou apenas local em detrimento daquela. (Veja-se: Ibidem., p. 33ss). Neste sentido, vejam-se as pertinentes observações de Francis A. Schaeffer (F. A. Schaeffer, Forma e liberdade na igreja: In: A missão da igreja no mundo de hoje, São Paulo; Belo Horizonte, MG.: ABU;  Visão Mundial, 1982, p. 222).

[3] Veja-se J.I. Packer, Havendo Deus falado, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 38.

[4]Sidney Greidanus, O pregador contemporâneo e o texto antigo: interpretando e pregando literatura bíblica, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p. 21.

[5]Billy Graham, Por que Lausanne?: In: A Missão da Igreja no Mundo de Hoje, p. 20.

[6]“Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1.15). “Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação” (1Tm 4.9). “Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm 4.6-8).

[7]Veja-se: John H. Jowett, O Pregador, Sua Vida e Obra, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1969, p. 97.

[8]C.H. Spurgeon, Firmes na Verdade, Lisboa: Edições Peregrino, 1990, p. 85. Alhures, Spurgeon, nos diz: “O verdadeiro ministro de Cristo sabe que o verdadeiro valor de um sermão está, não em seu molde ou modo, mas na verdade que ele contém. Nada pode compensar a ausência de ensino; toda retórica do mundo é apenas o que a palha é para o trigo, em contraste com o evangelho da nossa salvação. Por mais belo que seja o cesto do semeador, é uma miserável zombaria, se estiver sem sementes” (Lições aos Meus Alunos, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1982, v. 2, p. 88).

[9]Vejam-se: D. Martyn Lloyd-Jones, Pregação e Pregadores, São Paulo: Fiel, 1984, p. 9-10; James M. Boice, O Pregador e a Palavra de Deus: In: J.M. Boice, ed. O Alicerce da Autoridade Bíblica, São Paulo: Vida Nova, 1982, p. 143-167; J.C. Ryle, A Inspiração das Escrituras, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, [s.d.], p. 15.

[10] Veja-se: Hermisten M. P. Costa, O Pai Nosso, São Paulo: Cultura Cristã, 2001.

[11]Bonhoeffer, com argúcia, disse que “Também Satanás sabe empregar a Palavra de Deus como arma na luta” (D. Bonhoeffer, Tentação, Porto Alegre, RS.: Editora Metrópole, 1968, p. 52).

[12] Outro mal contemporâneo é aquilo que MacArthur chama de “teologia da autoestima” e “psicologia da autoestima” (Ver: John MacArthur Jr., Sociedade sem Pecado, São Paulo: Cultura Cristã, 2002, p. 74ss).

[13]João Calvino, Exposição de Hebreus, (Hb 6.4), p. 151-152.

[14] “O credo alternativo do diabo contém, frequentemente, alguns elementos  da verdade, escolhidos com cuidado – mas sempre diluídos e totalmente misturados com falsidades, contradições, deturpações, distorções e qualquer outra perversão imaginável da realidade. E, somando tudo isso, o resultado final é uma grande mentira” (John F. MacArthur, Jr., A Guerra pela Verdade: lutando por certeza numa época de engano, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2008, p. 71).

[15] D. Bonhoeffer, Tentação, p. 60.

[16]João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 18.22), p. 383. “Nada é mais solicitamente intentado por Satanás do que impregnar nossas mentes, ou com dúvidas, ou com menosprezo pelo evangelho” (João Calvino, Efésios, São Paulo: Paracletos, 1998, (Ef 1.13), p. 35).

[17]“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16).

[18]“Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo” (1Ts 4.8).

[19]João Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo: Paracletos, 1997, (Rm 1.16), p. 58.

[20] “Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas! Mas nem todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação? E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10.8-17). “Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação” (1Co 1.21). “Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes” (1Co 15.11). “Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos; por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade” (Cl 1.3-6). “Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes. Tanto é assim, irmãos, que vos tornastes imitadores das igrejas de Deus existentes na Judéia em Cristo Jesus; porque também padecestes, da parte dos vossos patrícios, as mesmas coisas que eles, por sua vez, sofreram dos judeus” (1Ts 2.13-14). (Destaques meus).

[21]“O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10).

Autor: Hermisten Maia. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Editor e Revisor: Vinicius Lima.