Não se envergonhe (2 Timóteo 1.8-9)

 

Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e nos chamou com santa vocação. (2 Timóteo 1.8-9)

É muito fácil nos envergonharmos — nos envergonharmos do Mestre, dos servos do Mestre e da mensagem do Mestre. Portanto, é um grande desafio ouvir como Paulo exorta a Timóteo e a nós: “Não te envergonhes”.

Conversas vagas sobre religião, Deus e espiritualidade são amplamente toleradas na cultura ocidental; frequentemente ouvimos ou lemos todo tipo de afirmação ambígua que parece estar vagamente alinhada com o Evangelho. No entanto, o que é inaceitável pelo padrão da sociedade é uma declaração clara de que não há salvação em nenhum outro a não ser Jesus Cristo. Se estivermos preparados para afirmar com Pedro que “abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12), então a palavra de Paulo a Timóteo aqui será também para nós: “Participa dos sofrimentos a favor do evangelho”.

O convite de Paulo para participarmos do privilégio de sofrer pelo Evangelho é, em certo sentido, preocupante para nós. Está em forte contraste com o triunfalismo cristão dos nossos dias, que sempre busca representar a vida cristã em cores vibrantes. Muitos querem apenas confirmar e afirmar o poder de Deus para curar, para realizar milagres e para levar seu povo à vitória. Todavia, a Bíblia e a experiência humana nos contam que, na vasta maioria dos casos — e deixando de lado a morte como a cura definitiva —, aqueles pelos quais temos orado continuarão a sofrer e a viver em meio a dias difíceis. Precisamos falar a verdade: nas palavras de John Newton, o cristão precisa passar “por muitos perigos, labutas e armadilhas”[1] — e haverá sempre mais provações no horizonte, especialmente se quisermos permanecer fiéis ao nosso chamado de pregar o Evangelho até aos confins da terra (At 1.8).

Como, então, perseveraremos no sofrimento pelo Evangelho? É o poder de Deus, através da graça de Deus, que nos preserva até o fim. A letra de Newton fala sobre essa realidade: “Foi a graça que me trouxe em segurança até aqui e será a graça que me levará para casa”. Uma verdade maravilhosa!

Deus salvou você, e ele pode preservá-lo em meio ao sofrimento. Deus comissionou você e pode lhe dar coragem quando você for chamado a testemunhar a verdade sobre ele. A verdade do poder sustentador dele é capaz de impulsionar o seu coração e de transformar a sua vida. Em meio a dificuldades e dias cheios de dúvida, você pode se agarrar a essa realidade como um bastião para sua alma. E, quando estiver tentado a se encolher para não tomar uma posição pelo Mestre, por seus servos ou por sua mensagem, você poderá olhar para o seu poder e oferecer uma oração silenciosa, a fim de que o seu testemunho seja eficaz ao abrir a boca para falar. “Não te envergonhes.”

 

 

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[1] John Newton, “Amazing Grace” (1779).