Nome sobre todo o nome (Filipenses 2.8–9)

 

Achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. (Filipenses 2.8-9 ACF)

 

Em certo sentido, o melhor resumo da mensagem da Bíblia e a verdade mais fundamental neste universo é simplesmente esta: Jesus Cristo é o Senhor.

A maioria dos teólogos concorda que “o nome” a que Paulo se refere no versículo 9 só pode ser “Senhor” (Fp 2.11). Aqui, a palavra grega para “Senhor” é kyrios, que também é usada como a tradução do nome divino de Deus, Yahweh, mais de seis mil vezes na Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) — o nome que é traduzido na maioria das Bíblias inglesas hoje como Senhor [Lord]. O uso implícito de Paulo do nome divino de Deus enfatiza a divindade de Jesus, logo depois de nos lembrar da humilhação de Jesus durante seu tempo na terra.

Composto por quatro consoantes (YHWH), Yahweh é basicamente impronunciável em hebraico — e isso é proposital, pois os judeus não se atreviam a levar esse nome divino de Deus aos seus lábios. No entanto, Yahweh, o Deus indescritível, veio à terra como o Cristo encarnado e se revelou a homens e mulheres. Ele foi humildemente para a cruz e então foi elevado ao lugar mais alto — seu lugar de direito — e recebeu esse nome “acima de todo nome”. Diz um comentador: “Ele mudou o nome inefável, para um nome pronunciável pelo homem e desejável por todo o mundo”. Naquele que leva esse nome, a majestade de Deus “está revestida com vestes de misericórdia”.[1]

A profecia do Antigo Testamento reforça essa ideia vez após vez. Em Isaías 45, Deus dá uma descrição que se aplica exclusivamente a si mesmo: “Não há outro Deus, senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45.21). Paulo, antes um oponente agressivo de Cristo e de seus seguidores, aplica essa descrição exata a Cristo, fazendo uma declaração impressionante da deidade de Jesus. Ele aponta que Jesus foi exaltado publicamente à posição que era legitimamente sua, mesmo antes de vir à terra e sofrer a humilhação em nosso lugar. Ele está agora sentado à destra do Pai. Sua majestade, portanto, agora pode ser vista por todos que o conhecem como Salvador. Sua identidade é clara e inquestionável.

Deus é o único Salvador — e Jesus é esse Salvador, de quem foi falado: “lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Anos depois de Paulo ter tido seus olhos abertos para a verdade sobre quem Jesus é, ainda podemos perceber um senso de reverência admirada e de amor em suas palavras para os filipenses. Jesus Cristo é o Senhor. Ele possui o nome acima de todos os nomes. Paulo nunca permitiu ter familiaridade com essa verdade a ponto de produzir complacência a respeito disso. Nem nós devemos permiti-lo. Pare agora e deixe que cada palavra o impulsione a um louvor admirado a este homem: Jesus, o Salvador do seu povo… Cristo, o Rei há muito tempo prometido… é o Senhor, o indescritível, revelado Deus. E você pode chamá-lo de “irmão” (Hb 2.11).

 

 

 

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[1] Jeremy Taylor, “Considerations upon the Circumcision of the Holy Childe Jesus”, em The Great Exemplar of Sanctity and Holy Life According to the Christian Institution, Described in the History of the Life and Death of the Ever Blessed Jesus Christ, the Saviour of the World (1649), p. 61.