Uma morte incomum (João 19.30)

 

Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. (João 19.30)

 

Os eventos em torno da morte de Jesus foram em grande parte movimentos rotineiros da jurisdição romana. Os julgamentos, os espancamentos, a procissão humilhante e a dolorosa crucificação faziam parte da rotina dos soldados envolvidos na execução de criminosos. O que não era rotina, contudo, era a escuridão que descia sobre todo o evento no meio do dia (Mt 27.45), como se Deus tivesse fechado os olhos para a cena dolorosa. Esta foi tanto uma execução rotineira quanto o maior ponto de virada em toda a eternidade.

O que o tornava tão importante era a identidade do homem pendurado na cruz do meio: ninguém menos que o Deus encarnado. Nossa mente jamais deve deixar de se surpreender com isto:

Bem poderia o sol nas trevas se esconder,

E trancar suas glórias do lado de dentro,

Quando Cristo, o poderoso Criador, morreu

Pelo pecado do homem, a criatura.[1]

A Escritura não dá muita ênfase aos sofrimentos físicos de Cristo na cruz. Ele certamente sofreu dores físicas graves, mas “os sofrimentos de seu corpo não eram nada comparados aos sofrimentos de sua alma; estes eram a alma de seus sofrimentos”.[2] Jesus experimentou plenamente toda a dor e agonia de estar separado relacionalmente de Deus Pai — uma separação física, mental e espiritual. O que quer que você enfrente em sua vida, saiba que Jesus passou por coisas piores e, portanto, entende como você se sente. Não apenas isso, mas a angústia inimaginável que ele suportou foi por você. Somente quando chegou a hora certa, Cristo proclamou em triunfo: “Está consumado” — tetelestai: a dívida está satisfeita e terminada.

A crucificação de Cristo é frequentemente retratada com a cruz erguida acima da multidão que olhava. Na realidade, porém, uma vez que a cruz foi abaixada em seu lugar, os pés de Jesus provavelmente estavam muito perto do chão. De igual forma, a vida, morte e ressurreição de Cristo não estão acima de nossa vida, mas intimamente perto dela. Não, a morte de Jesus não foi uma morte comum, mas sim uma morte que promete dar, por meio da fé, a verdadeira vida. Tudo muda quando consideramos tudo o que aconteceu naquela cruz e dizemos a nós mesmos:

Ferido por mim, ferido por mim,

Lá na cruz ele foi ferido por mim;

Foi-se minha transgressão e agora estou livre,

Tudo porque Jesus foi ferido por mim.[3]

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[1] Isaac Watts, “Alas! and Did My Savior Bleed?” (1707).

[2] George Swinnock, “The Christian Man’s Calling”, em The Works of George Swinnock, M.A. (James Nichol, 1868), vol. 1, p. 194.

[3] W. G. Ovens, “Wounded for Me” (1931).