Um blog do Ministério Fiel
[PVE] Por que seria justo herdarmos a natureza pecaminosa de Adão?
Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. (Romanos 5:12)
Se rejeitamos a imputação do pecado de Adão em todos que estão nele, também temos que rejeitar a imputação da justiça de Cristo em todos que estão nele, “porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos” (Romanos 5:15).
Deus define o que é Justiça
Deus é o Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Nada do que existe tem a sua origem em si mesma ou continua a existir pela própria suficiência. Tudo e todos que existem derivam toda a sua existência de Deus, sendo completamente subordinados a Ele. Deus, por sua vez, não deriva a sua existência de nada nem ninguém acima ou anterior a ele e por isso é completamente auto-suficiente em seu ser. Por isso Deus revela o seu nome como sendo, “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3.14). Deus e somente Deus verdadeiramente É, pois é eterno e imutável, não tendo princípio nem fim, mas é ele próprio o Princípio e o Fim de tudo o que existe.
Sendo assim, aquilo que as coisas são, a realidade como ela é, incluindo o conceito de justiça, é estabelecido por Deus, necessariamente existe de forma anterior ao homem, sendo o homem submetido a ela e por isso completamente impotente para determinar a forma que ela deve ser, mas somente responsável por se submeter passivamente. Por isso Paulo perguntou: “Ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” (Romanos 9.20) O homem que a Deus replica pressupõe que existe acima de Deus uma razão, uma lógica, uma lei para a qual Deus deve satisfações, diante da qual Deus é responsável. O homem que a Deus replica é o homem que deseja destroná-lo para poder entronizar o seu próprio julgamento, a sua própria opinião. Portanto, é justo porque é assim que Deus diz que é justo. E não há qualquer razão, uma lógica, uma lei humana racionalmente estabelecer como injusto aquilo que Deus diz que é justo.
Por Frank Brito © Voltemos Ao Evangelho
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Pecado Original
A Bíblia ensina que, mesmo que nunca tivéssemos pecado—nunca feito algo errado—ainda seríamos contados como pecadores diante de Deus. Essa é a doutrina bíblica do pecado original.
Quando você ouve sobre pecado original, a referência é ao pecado de Adão e ao fato que Deus nos considera responsáveis por esse primeiro pecado de Adão. Somos tão culpados quanto ele foi dessa primeira desobediência—tão culpados que fomos punidos assim como ele o foi. Nascemos em delitos e pecados, sofrendo a penalidade que Deus anunciou no princípio (Gn. 2:17).
Você achará essa doutrina do pecado original em Romanos 5:12. Ali somos lembrados que quando Adão pecou, a morte veio sobre toda a raça humana. Note que esse versículo não diz que a morte virá quando todos tiverem pecado, mas que ela já veio sobre todos, porque todos pecaram. Em algum ponto no passado, todos pecaram, mesmo aqueles que não tinham nascido ainda, e assim, nascem mortos em delitos e pecados. Quando todo o mundo pecou, de forma que todos nascem mortos no pecado? A única resposta possível, a resposta de Romanos 5:12, é que todos pecaram em Adão.
Existem duas partes no pecado original. Há, em primeiro lugar, o fato que todos pecaram em Adão e são considerados culpados de seu pecado. Isso é geralmente mencionado como “culpa original” e chega a todo homem porque Adão representava todos os homens diante de Deus. Em segundo lugar, sendo já culpados, mesmo antes de nascer, todos os homens também vêm ao mundo sofrendo a punição do pecado, que é a morte eterna. Eles nascem mortos em delitos e pecados (Ef. 2:1). Essa parte do pecado original—a punição que vem sobre eles no nascimento—é mencionada como “poluição original” ou “depravação.”
A maioria das pessoas não gosta desse ensino porque parece muito injusto para elas. Mas não é injusto de forma alguma. Em muitas outras áreas de nossas vidas, aceitamos a responsabilidade pelas ações de outros sem considerar isso injusto. Quando nossos líderes políticos criam leis, somos considerados responsáveis por essas leis. Os pais são considerados responsáveis em muitos casos pelo comportamento de seus filhos. Isso é simplesmente parte da vida humana. Mas mesmo na salvação isso é verdadeiro. Não nos queixamos ou pensamos que é injusto Cristo aceitar a responsabilidade por nós e por todos os nossos pecados, como nosso Salvador. Todavia, nossa salvação vem através dele da mesma forma que o pecado veio por meio de Adão.
O pecado original é uma doutrina muito importante da Bíblia, e é da maior importância pessoal. Ela nos ensina quão completamente perdidos somos como pecadores, e nos mostra que não existe nenhuma possibilidade de salvação, exceto em Jesus Cristo. Aprendemos dessa doutrina que, mesmo que nunca cometêssemos qualquer pecado, Deus ainda estaria irado conosco e nos puniria eternamente. Isso nos deixa sem lugar para fugir, senão para a cruz de Cristo para socorro e salvação.
Você sabe que nasceu com o pecado original? Você sabe que mesmo seus bebês estão infectados com ele desde o nascimento? Você sabe que a única cura para essa “doença” horrível é a obra de Jesus Cristo? Essa é a razão da Bíblia nos chamar a crer nele, e somente nele, para a salvação.
Por Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto | monergismo.com
Fonte (original): Doctrine According to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, pp. 112-113.