Um blog do Ministério Fiel
Conferência Nacional Atos29 Brasil – 2013: Terceiro dia
- Unidade que persevera – Jay Bauman
- Discípulos que perseveram – Steve Timmis
- Pastores que perseveram – Ricardo Agreste
- A Igreja que persevera – Augustus Nicodemus Lopes
Primeira palestra
Unidade que persevera – Jay Bauman
Jay nos trouxe uma meditação, sobre perseveramos em/na unidade. Com frequência associamos a palavra unidade com algo ecumênico. Outra razão é que confundimos a mensagem de unidade com uma mensagem sobre amor.
Um perigo que Jay enfatizou muito, foi que a construção de “um reino para si”, impede com que busquemos a unidade com outros grupos cristãos, especialmente quando esses ameaçam o nosso “reino”. Encarar o ministério como uma concorrência de mercado, mina por completo qualquer diálogo em relação à unidade da comunidade cristã.
Foi lido o texto de Atos 14:8-18, onde Paulo e Barnabé são adorados como deuses por causa de um milagre que o Senhor realizou através deles, a fim de aplicar que muitos líderes estão atrofiados no requisito unidade por se conformarem em serem “adorados” ou queridos, estimados ou “respeitados” além da conta, e sabedores do status que possuem não querem abrir mão de sua situação confortável a fim de se unirem com outros cristãos na causa do Evangelho.
Jay apresentou estas cinco afirmações sobre unidade:
- Unidade é refletida no próprio caráter de Deus.
- Unidade é algo pelo qual Jesus orou, não é algo sem importância nem uma distração para coisas importantes.
- Unidade é algo que é mais sentido do que ensinado.
- A maior barreira à unidade é não perseverar diariamente.
- Perseverar em unidade é perseverar diariamente reconhecendo que nosso ministério deve ser posto ao pé da cruz.
Ele terminou nos levando a refletir sobre a oração sacerdotal de nosso Jesus Cristo pela unidade dos crentes: Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. João 17:20-23
Quando Cristo, a sua fama e glória tornam-se o alvo de nossas vidas, certamente a unidade será uma das primeiras evidências desta busca.
Segunda palestra
Discípulos que perseveram – Steve Timmis
É importante que entendamos que todas as três: missões, comunidade e discipulado estão conectados. Discipulado significa aprender com Cristo. Nós não podemos dizer que temos discípulos, somente Cristo tem discípulos, nós discipulamos uns aos outros em Cristo. Nosso discipulado consiste em nos tornarmos como Ele. Missão não é algo que a gente faça, mas se trata de algo que nós somos. Discipulado é essencialmente uma atividade comunitária.
Duas coisas precisam ser mencionadas, a primeira: A fim de perseveramos como discípulos precisamos nos desvencilhar de nossa antiga ou velha cidadania. Esse termo “cidadania” foi grandemente usado por Steve para ressaltar que nossa vida como discípulos depende e muito com quem nos identificamos, e como cidadãos celestiais, só podemos nos identificar com Cristo.
O texto exposto por Steve foi os capítulos três e quatro da carta de Paulo aos Filipenses, onde na primeira parte ele nos advertiu que se quisermos perseverar como discípulos de Cristo, não busquemos nos identificar com a nossa antiga cidadania.
Ele passa mostrar como os judaizantes nos três primeiros versos do capitulo três são trazidos como exemplos de pessoas que colocam sua confiança e esperança na identificação que eles têm com a cultura e religião judaica julgando assim que Deus haveria de aceitá-los.
Paulo dá um testemunho de como ele também pensou e agiu como essas pessoas, confiando em sua carne, confiando e dependendo de si mesmo. Mas ele também relata que a sua conversão resultou em olhar para tudo isso que antes ele defendia com unhas e dentes como algo sem valor algum, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo.
Discípulos que perseveram, são aqueles que entendem o valor de Cristo, não somente isso, mas também dependem totalmente da suficiência de Cristo, ele diz isso nos versos 7 a 14 do capítulo 3 de Filipenses, que o conhecimento da pessoa de Cristo se tornou algo tão valioso para ele que tudo mais perdeu o valor.
A segunda coisa a ser mencionada é que a perseverança no discipulado é fruto de ser atraído, preso, capturado totalmente pela “sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo.” 3:8, o seu alvo se torna ganhar a Cristo, e não ganhar fama, status, notoriedade, aceitação e louvor dos homens, mas simplesmente sua vida se resume em ganhar a Cristo.
E com isso fechamos com o que foi falado na primeira mensagem do Steve de que tudo se resume em Cristo, tudo se resume na preeminência de Cristo.
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.” Hebreus 12:1-2
Amém.
Terceira palestra
Pastores que perseveram – Ricardo Agreste
Ricardo começou sua palestra demonstrando que não há que não há como querer ser pastor sem achar que vai se envolver com pessoas, demonstrando a diferença entre o evangelismo na era em que estamos vivendo e o evangelismo de 30 anos atrás. Antigamente se faziam cruzadas evangelísticas, onde não se conhecia o pregador, e nunca mais o veria, mas se a ideia fizesse sentido, as pessoas seguiriam a tal ideia.
Vivemos num contexto onde as pessoas não seguem primariamente a ideias; mas seguem primariamente a pessoas, e depois às ideias daquelas pessoas. O plantador que acha que não vai ter que se envolver com pessoas, não conseguirá plantar igrejas em nossa era pós-moderna.
Atos 8:26-30
Em seu primeiro texto, ele observa como Filipe seguiu a carruagem sem saber quem estava lá e o que estava fazendo, apenas obedecendo ao Espírito de Deus. Ao lermos esta passagem, nós já sabemos que quem está lá é o eunuco etíope, e que ele está lendo as Escrituras, mas Filipe só soube disso uma vez que se aproximou da carruagem.
Atos 8:31-32
Depois, Agreste expôs a pergunta do etíope: “Como posso entender se alguém não me explicar?”, apontando o original grego da palavra “explicar”, ou hodegeo, que em sua raiz, significa guiar ou conduzir pessoas através do deserto.
Ele nos faz imaginar aquelas pessoas que vendem mapa logo à beira do deserto para os viajantes que prosseguirão, e compara com aqueles guias que levam as pessoas através do deserto, sofrendo as mesmas intempéries que elas. Ele observa que “Quem vende mapa, não te acompanha no deserto. Quem é guia, sua, sente sede, sente frio à noite, está engajado na vida da pessoa, e na missão de dirigi-la através do deserto”.
Se a nossa disposição for de vendedor de mapas, passaremos a ver as pessoas como consumidores. Passaremos a gastar toda a energia para sermos mais criativos, mas não conheceremos as histórias das pessoas, muito menos usufruir de testemunhar o evangelho fazendo a diferença nas vidas das pessoas.
Apocalipse 7:16-17
Então ele faz a comparação do pastor terreno com o Supremo Pastor que é Jesus. O Cordeiro será o seu Pastor no deserto. Ele os guiará (hodegeo).
Ricardo observa ainda que a prática pastoral é constante, ordinária e subversiva. Parece um trabalho ordinário, mas é extraordinário para a pessoa que é aconselhada. O pastor costuma fazer as mesmíssimas coisas diariamente, semana após semana, o que parece não fazer muita diferença, mas faz diferença na vida de cada ovelha. “A rotina aparentemente ordinária manifesta o poder de Deus nas mentes e nos corações das pessoas, transformando vidas, casamentos, relacionamentos”.
Então ele propõe o seguinte diagrama:
Percepção (questionamentos, inquietações e crises) -> Estudo (tempo de oração, leitura e estudo da palavra) -> Pregação (Integridade, relevância e criatividade) -> Relacionamentos (Encontros informais, aconselhamento e visitação) -> e voltando par Percepção.
Percepção – Ter um ponto de contato. Observar as vidas. Ter sensibilidade para entender as dificuldades a serem combatidas.
Estudo – Ter um tempo de qualidade para se aprofundar no estudo da Palavra de acordo com o que foi percebido.
Pregação – Apresentar as respostas com integridade com relação à Palavra, relevância com relação às perguntas, e criatividade com relação ao método de entrega das respostas.
Relacionamentos – Resultado de todas as anteriores. Visitar e aconselhar aqueles que foram impactados e aqueles que não foram impactados.
E nunca esquecer que o Evangelho transforma a tudo e a todos.
Quarta palestra
A Igreja que persevera – Augustus Nicodemus Lopes
O texto base de Nicodemus é Hebreus 12, e ele observa no início de seu sermão expositivo que a estratégia do autor de Hebreus, é mostrar a superioridade de Jesus a Moisés, e os outros profetas do Antigo Testamento. Ele quer demonstrar que retornar seria um retrocesso e lançar fora o caminho da salvação. Uma das estratégias do autor para que seus leitores perseverem é mostrar a história dos heróis da fé do Antigo Testamento, e em Hebreus 11, ele descreve o que aquelas pessoas suportaram.
Em Hebreus 12:1-3 ele fala do maior exemplo, que o próprio Jesus.
A maior orientação está no primeiro versículo. Aqui a vida cristã é comparada com uma corrida que deve ser corrida com perseverança para vencer.
5 orientações sobre como devemos correr
1- Considerar que estamos cercados de uma nuvem de testemunhas. Para chegar até o final, é necessário perseverar. Não que eles estejam dando testemunho de nós, mas eles testemunham o que é viver pela fé num mundo hostil. É o que vemos neles, e não o que eles veem em nós. Nós estamos correndo inspirados no testemunho daqueles que já passaram por isso. Como pastor, você deve lembrar daqueles que vieram antes de você. Aqueles que sofreram mais do que você. Os grandes heróis da fé, os pais da igreja, os profetas, etc.
2 – Desvencilhar-se de todo o peso que atrapalha. Ele se refere ao excesso de peso de uma atleta gordo. É uma metáfora para dizer que, na carreira cristã, devemos nos livrar de tudo o que nos atrapalha a correr.
3 – Se desembaraçando do pecado. Se referindo a roupas largas e pesadas. O pecado nos assedia tenazmente; a carreira cristã não é sem obstáculos.
4 – Olhe firmemente para Jesus. Jesus é o último herói da lista do capítulo 11. Mesmo sofrendo tudo o que sofreu, cumpriu sua carreira. Perseverou.
5 – Considerai atentamente para que não se fatigue. Que não desmaiemos na alma. Que não desistamos. A pior coisa que pode acontecer a um corredor é se fatigar de tal maneira que desmaie antes de chegar no fim.
O Rev. Augustus observa, então, que o autor explica o que é o sofrimento do versículo 4 em diante.
-Ainda não tendes resistido até o sangue. Embora a situação esteja muito ruim, ainda não é ruim o suficiente para que não possamos suportar. Pode ficar muito pior. Pare de reclamar.
Versos 5 e 6
-O sofrimento representa outra coisa para quem é filho de Deus. Deus castiga e corrige a seus filhos a quem ama e recebe. Não menospreze a correção do Senhor. Não desconsidere o que Deus quer com nosso sofrimento.
-Não desmaie quando você é reprovado. Deus não os rejeitou, não está irado contra seus filhos, mas açoita ao filho a quem ele ama para corrigi-lo.
-Os males que acontecem ao ímpio são um prenúncio do que lhe acontecerá na eternidade. Não é assim com o filho de Deus.
-O sofrimento e a correção é prova de que somos filhos de Deus, embora a teologia da prosperidade diga o contrário.
Versos 7 a 10
-Se nos submetemos a nossos pais na carne, quanto mais ao nosso Pai espiritual.
-A herança de Deus é que participemos de sua santidade. Nunca seremos tão santos quanto Deus, mas santidade é um dos atributos ou qualidades transferíveis de Deus. Deus escolheu nos santificar através de um processo que começa aqui neste mundo, e não num estalar de dedos.
-O resultado final da disciplina compensa o sofrimento. E ainda produz o fruto que você tanto deseja, o fruto da justiça.
5 coisas em que podemos nos ajudar mutuamente
1 – versos 12 e 13: Auxílio mútuo;
Nos ajudemos mutuamente a levantar. No meio da corrida os joelhos se tornam trôpegos, e é preciso que tenhamos alguém para nos ajudar caso caiamos.
2 – verso 14: Sigamos a paz e a santificação;
Ver o Senhor é o alvo da nossa vida. É ele quem nos espera na linha de chegada, mas sem santificação, não chegaremos lá.
3 – verso 15: Cuidando que ninguém cometa apostasia;
É pela graça de Deus que somos atraídos por Deus. Você pode ser faltoso e se afastar da graça, e uma vez que você se afasta da graça, só o que resta é a condenação aqui neste mundo e na eternidade.
4 – verso 15: Evitem a raiz de amargura;
Ervas daninhas e venenosas causam muito dano. Envenenam muita gente. Pastores e membros amargurados contaminam toda a igreja.
5 – versos 16 e 17: Cuidado que ninguém se torne profano como Esaú;
Esaú sentia fome, queria apenas aliviar o sofrimento do momento sem pensar nas consequências. Profano é quem não dá valor às coisas sagradas. Ele troca sua primogenitura, a certeza da herança das bênçãos materiais e espirituais de seu pai, pelo prato de lentilhas. Esaú foi rejeitado por seu pai, por não ter achado lugar de arrependimento mesmo em lágrimas. Não encontrou arrependimento em seu próprio coração. Apenas chorava pelas bênçãos que havia perdido.
Conclusão
O alvo desta conferência é a perseverança. Continuar confiando e abraçando a Deus especialmente diante das dificuldades. A apostasia é uma realidade. O caminho para enfrentar a apostasia, é a perseverança olhando para Jesus, sabendo que o sofrimento que nos vem é disciplina amorosa de Deus. Ajudem-se mutuamente, cuidado com a raiz de amargura, não troque suas bênçãos futuras por causa do imediatismo. Não sejam profanos.
Aplicação
Não porque, mas para quê. Para quê o Senhor quer me corrigir?
O alvo de Deus é que você participe da santidade dele. Se ele te mostrar o motivo da correção, você deve se humilhar diante dele, reconhecer seus erros e mudar seu caminho. Aguente com calma e paciência o fim do sofrimento. Pode ser difícil, mas terá um fim.
Resumos por João Victor © Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: www.MinisterioFiel.com.br. Original: Conferência Nacional Atos 29 Brasil – 2013: Primeiro Dia
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