Um blog do Ministério Fiel
Tenho que ir à igreja ou posso ouvir pregações online?
Se a vida espiritual vem através da Palavra de Deus (Isaías 55:10–11; Romanos 10:17; Tiago 1:21; 1 Pedro 1:23), por que não deixar a igreja para lá, com todos os seus aborrecimentos e apenas dedicar-se ao estudo da Bíblia? Pense no tempo que você pouparia, sem mencionar os problemas relacionais.
Ou, melhor, por que não baixar os podcasts dos três melhores pregadores a cada semana e ouvi-los? As chances são de eles serem melhores pregadores do que o velho pastor João da igreja do fim da rua. Posso ouvir um “amém”?
Suspeito que muitos cristãos devem ter uma vaga ideia de que há algo errado nesse conselho. Mas o fato de que esperamos tão pouco de nossos pregadores em termos de exposição bíblica, o fato de que poucos preciosos segundos são dedicados à verdadeira leitura bíblica em nossas reuniões semanais, o fato de que mal pensamos em não ficar acordados nas noites de sábado para não adormecermos no meio do sermão de domingo, sugerem que nós não compreendemos realmente o vínculo estreito que há entre ouvir a Palavra na igreja e o nosso crescimento cristão individual e coletivo.
Para os iniciantes, a Palavra de Deus cria a igreja, e não cristãos avulsos. Forma um grupo de crentes que estão unidos por uma aliança em um Senhor, uma fé, um batismo, e uma remissão de pecados. “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas”. (Atos 2:38, 41; 4:4; 6:7). A Palavra de Deus na verdade cria as igrejas locais. Nela, você e eu somos unidos a outros cristãos, e a igreja local é o lugar no planeta terra onde demonstramos e praticamos a unidade gerada na Palavra.
Portanto, você verá que o entendimento e a obra viva da Bíblia têm um maior benefício no contexto de membresia da igreja. Seguem sete motivos para que o nosso crescimento esteja centralizado no ouvir a Palavra de Deus no contexto da igreja local:
1. Pela obediência. O autor de Hebreus diz aos seus leitores, “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”. (Hebreus 10:24–25). Como podemos animar e encorajar outros quando nós nos reunimos? Com a Palavra de Deus. É isso que vemos a igreja primitiva fazer—reuniam-se para ouvir e encorajar: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. (Atos 2:42).
2. Para receber os dons de Jesus. Paulo nos diz que depois que Jesus ascendeu aos céus, ele deu dons de pastores e mestres para sua igreja (Efésios 4:8– 11). Seus presbíteros são presentes. Eles são melhores do que qualquer presente que você possa encontrar em uma árvore de natal, porque com seus dons eles vão edificar a você e seus irmãos e irmãs em Cristo até que vocês alcancem a maturidade, unidade, e a medida da plenitude de Cristo (vv. 12–14). Pense nisso: Jesus o ama tanto que pegou um monte de homens pelo colarinho, os tirou de suas carreiras, e lhes disse para dedicarem suas vidas para servir você e seus amigos cristãos favoritos através do estudo e do ensino da Bíblia — toda semana. Você não fica maravilhado? E mesmo se o pastor famoso do podcast for um pregador melhor, ele não conhece a sua congregação e ele não está aplicando a Palavra a você como faria o velho pastor João.
3. Pelas ilustrações vivas da Palavra. Paulo escreve, “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós”. (Filipenses 3:17; 2 Timóteo 3:10–11). Paulo quer que os cristãos tenham palavras e ilustrem essas palavras. Precisamos de uma comunidade eclesiástica ao nosso redor para nos exemplificar a mensagem. Pastores, em especial, devem vigiar sua “vida e doutrina”.
4. Pelas amizades divinas. Imitamos e seguimos os nossos amigos, adotando sua linguagem e padrões de vida. Gastamos dinheiro onde eles gastam dinheiro. Criamos nossos filhos como eles criam seus filhos. Oramos como eles oram. Os amigos de fora da igreja certamente são valiosos, mas as amizades que temos na igreja serão feitas pela mesma ministração da Palavra, dando-lhes a oportunidade de estender aquela ministração com mais atenção um sobre a vida do outro durante a semana.
5. Pelo aprendizado sobre como alinhar nossos corações ao coração de Deus por meio da canção. O cantar é uma atividade na qual a Palavra de Deus agarra nossos corações e alinha as nossas emoções e afetos com as dele. Portanto, as canções de uma igreja devem conter nada mais do que as palavras, paráfrases ou verdades das Escrituras. As igrejas cantam juntas porque isso nos ajuda a ver que os louvores, as confissões e as resoluções do nosso coração são compartilhados. Não estamos sozinhos.
6. Pelo aprendizado da oração. Se Deus alinha nossos afetos e emoções à sua Palavra pela canção, ele nos ensina a alinhar nossas vontades e ambições à sua Palavra através da oração. Aprendemos a orar biblicamente ao ouvir a oração dos santos irmãos mais velhos. As orações do cristão entram em conformidade com as intenções da Palavra de Deus. Assim, vamos adorar, confessar, agradecer e pedir por coisas que a sua Palavra revela.
7. Pelos não cristãos e pelo Evangelho. Pergunte a qualquer não cristão o que aconteceu em uma reunião de igreja que ele tenha ido, e (esperamos que) ele ou ela relate que a Palavra de Deus foi discutida, e talvez tenha sido tocada (leia 1 Coríntios 14:24). Paulo lembra os gálatas de que eles receberam o evangelho quando Cristo foi publicamente exposto por meio da pregação como crucificado (Gálatas 3:1). A reunião centralizada na Palavra é onde Deus colocou uma embaixada entre as nações para declarar: “Jesus é o Senhor. Volte-se para Ele”.
Portanto, escute com atenção aos domingos. Faça anotações. Depois, discuta a passagem com sua família. Que suas orações sejam guiadas pelos pontos principais da pregação durante o resto da semana. Encoraje seus presbíteros com a oração. E, assim, agradeça a Deus por sua Palavra, sua igreja, e seus ministérios. Que presentes incríveis.