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Vida com Deus para mães ocupadas | VE Entrevista com Gloria Furman
Esta conversa com Gloria Furman vai nos fazer perceber que podemos ser mulheres da palavra em nosso dia a dia de forma espontânea. Gloria faz a Palavra de Deus circular em seu lar de maneira didática para seus filhos, e, neste vídeo, ela nos mostra como é possível uma mãe ocupada viver para Cristo. Assista a entrevista:
Transcrição
Renata Gandolfo: Olá, eu sou a Renata Gandolfo, sou a editora do blog Voltemos ao Evangelho para os assuntos femininos. Hoje nós estamos com uma convida especial, a Gloria Furman, que é a editora de alguns livros que a Editora Fiel publicou aqui no Brasil. Ela mora em Dubai com seu marido e seus filhos.
Gloria, obrigada por ter vindo. Nós gostaríamos de falar um pouco sobre seus livros. Nós vamos falar sobre o livro Sem Tempo para Deus, que fala sobre maternidade. Eu tenho uma sobrinha que tem dois filhos bem pequenos e ela tem tido pouco tempo para ela mesma e para o Senhor. Inclusive, o tempo que ela tem para estar a sós com o Senhor é depois da mamada do filho, às 2:30h da manhã, que é o tempo que ela consegue orar e ter um tempo com o Senhor. Parece que ela se adaptou bem com isso, e eu queria saber como que você faz com 4 crianças para conseguir ter um tempo a sós com o Senhor.
Gloria Furman: Ótima pergunta.
Lembro-me de quando enfrentei essa questão quando tinha só uma filha. Depois que minha recém-nascida tinha nascido, depois de alimentar a bebê, quando a bebê ia dormir, a enfermeira dizia: “OK, acorde-a em duas horas e faça isso novamente”.
“Em somente duas horas?”. Meu dia passou a ser doze dias diferentes em um só dia. Duas horas, duas horas, duas horas, duas horas. Fiquei sobrecarregada e eu acabei negligenciando a minha própria alimentação com a Palavra de Deus, pois eu estava me focando muito em alimentar o meu filho. Então, eu estava tão sobrecarregada com todas as coisinhas que eu tinha que fazer que eu não estava sendo alimentada.
Eu percebi isso depois de alguns meses. “Ah, não! Estou passando fome!” Eu percebi que eu não poderia viver a minha vida colocando Deus em um compartimento à parte e deixando a minha vida aqui, entrando em um período espiritual e depois voltando para minha vida cotidiana. Eu percebi que era algo que eu não podia fazer. Deus está comigo, Jesus está comigo, o Espírito Santo está dentro de mim, eu preciso me banquetear com a Palavra de Deus todos os dias. Mas como eu faço isso na prática?
Uma das coisas que me ajudaram muito foi aprender com as mulheres que me cercavam e que tinham vidas muito loucas, demorando horas para chegar ao trabalho, muitos filhos, pessoas com deficiência e outras necessidades na família e elas tinham tão pouco tempo sozinhas… Eu percebi que tantas mulheres ao redor do mundo, mulheres crentes, não estão fisicamente sozinhas. Elas moram em casas grandes, grandes famílias, campos de refugiados, moram em vilarejos, moram em apartamentos… Elas não estão sozinhas.
Então, eu comecei a perceber: “Eu acho que eu criei um ídolo do ‘ficar sozinha’, pensando que somente quando eu estiver sozinha poderei ter comunhão com Deus”. Eu percebi que Jesus não estava sozinho com seus discípulos, ele estava com os seus discípulos. Então, eu busquei fazer com que fosse uma parte da minha vida cotidiana, o tempo inteiro.
Então, eu lia a Bíblia com meus filhos e se alguém acordasse cedo, “Senta aqui, pois eu vou ler em voz alta”. Os anos se passaram, minha filha mais velha tem dez anos e ela já sabe que se ela acordar cedo de manhã, ela pode sentar ao meu lado e ler a Bíblia dela, agora que ela sabe ler. Mas antes dela aprender a ler, ela sentava, se inclinava assim, meio dormindo, meio acordada, enquanto eu lia a minha Bíblia.
Isso produz diversas coisas. Eu posso ler e estar com o Senhor. Eu posso orar. Ela me vê e está sendo discipulada com base no meu exemplo. Depois, ela sabe: “Não importa a circunstância, minha mãe precisa disso”. Então, ela sabe: “Minha mãe vive de toda palavra que procede da boca de Deus, não somente de manhã, mas eu vejo minha mãe orando em diferentes partes da casa, eu vejo minha mãe lendo as coisas, eu ouço minha mãe conversando no telefone com as amigas sobre o que ela está lendo”. E as crianças veem a vida cristã integrada, não a vida em que eles dizem: “Eu acho que meus pais são crentes em Jesus, mas eu nunca os ouço falar sobre isso, eu nunca os vejo ler, eu nunca os vejo evangelizando ou testemunhando aos vizinhos, eu nunca vejo essas coisas”. Em vez disso, eles veem a vida integrada onde Jesus faz parte de tudo.
Então…
Sim. E é algo prático, porque você não precisa encontrar horas sozinha para fazer tudo isso. Acho que servir de modelo para os seus filhos é um dos meios mais eficazes de discipular e você está se alimentando espiritualmente.