Um blog do Ministério Fiel
Igreja não é um clube!
Transcrição
Muitos de nós pensamos em membresia de igreja da mesma forma que o mundo pensa em um clube, e isso é mundanismo na sua vida. Nós pensamos em membresia de igreja como algo opcional, como se alguém que fosse genuinamente cristão e maduro pudesse simplesmente se comprometer a não amar ninguém, a viver uma vida sem amor ao próximo.
Quando Paulo escreve Efésios, em Efésios 1:15, ele reconhece a fé daqueles crentes por duas coisas: a fé que há entre vocês no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos.
Não fale pra mim que você ama Deus, que você não vê, se você não ama nem sua igreja que você vê. Não fale pra mim que você vai dar sua vida para Deus em serviço, se você não faz nada na sua igreja local.
Membresia de igreja é um pacto que nós estabelecemos diante de Deus e dos nossos irmãos, de amar sacrificialmente como Cristo aquela igreja local em particular. Ao nos desgastarmos em servi-los, ao suar em amá-los, é onde nós obedecemos os mandamentos uns aos outros. É muito fácil você falar que ama o seu irmão quando o seu irmão não tem uma cara, quando o seu irmão não pisa no seu pé. Amar o próximo é amar aquele chato da sua igreja, assim como você também é chato.
Nós precisamos de um compromisso que não é baseado em conforto, mas um compromisso baseado em chamado. Um compromisso não baseado em conforto como o mundo faz. O mundo faz o seguinte: “eu vou me envolver com vocês, mas eu vou colocar um pé atrás. Eu vou ver como é. Se for bom eu gosto, eu fico. Enquanto é vantajoso pra mim eu fico. Me cutucou saio fora!” Isso não é amor. Isso é egoísmo. Ou, “não, eu vou me envolver de pouquinho em pouquinho. Vou amar vocês de pouquinho em pouquinho.” Imagina que você fosse casar com alguém e você vira para a sua excelentíssima: “olha, eu não vou me comprometer muito com esse casamento. Eu vou amar você de pouquinho em pouquinho, tá?” Você acha que ela iria gostar? Você acha que isso é amor? Isso é interesse! Isso não é comprometimento!
E muitas vezes a gente pensa assim da igreja.
Já cansei de ouvir pessoas reclamando que a igreja dela é fraca em comunhão, só que eles nunca convidaram uma pessoa para irem na casa deles. Já cansei de pessoas lamentando: “nossa, na minha igreja não tem comunhão verdadeira. As pessoas não se importam umas com as outras.” E nunca chamou alguém pra tomar um lanche em casa.
Ouça bem isso: comunhão custa!
Se você não está disposto a servir, você não quer comunhão, você quer ser visto, fast-food. Você quer um salão de beleza espiritual. Você quer seu psicologo particular. Você não quer uma igreja. Se você não está disposto a servir, você não tem buscado comunhão em sua igreja, você tem buscado ser servido. E qual é o exemplo do nosso Senhor? Que ele veio para servir e não para ser servido. Porém, quando o mundo ver o empresário gastando duas horas sendo discipulado por um senhor idoso, que capinou terreno a vida inteira, mas extremamente piedoso, isso o mundo não consegue entender. Quando moças abdicam da saída de sexta-feira para visitar uma senhora doente no hospital, isso, esse mundo que despreza idosos, não consegue entender. Quando nós somos pacientes com aqueles que são diferentes de nós, com aqueles que nos incomodam – quando a própria pessoa chega perto e você fica incomodado – quando você demonstra paciência e amor, isso o mundo não consegue entender, porque o mundo é feito de relações líquidas, fúteis e vazias.
Só que a tristeza no meio de nós é que nossos irmãos muitas vezes somem e nós nem estamos aí. Nosso irmão está sofrendo e a gente nem sabe. O irmão está com uma dificuldade na família e não falou pra ninguém, e ninguém perguntou também. Como Tiago disse na roda dos inconformados, a gente fazer aquele perguntinha: “ei, tudo bem?” E o que a gente quer ouvir é: “Tudo. Passa reto!” A gente não quer que a pessoa fale: “Não, eu preciso conversar com alguém.”, “Ah, vamos então conversar!”.
Quando nós entendemos nossa identidade como filhos do Pai, a consequência disso deve ser fraternidade com os filhos, com os irmãos.